Clara havia fugido de casa e eu a procurava na montanha-russa, a toda velocidade — uma boa metáfora para estas quase duas décadas da gangue. Quando abria a janela do carrinho, porém, quem pulava para dentro era o Mercvrivs.
O luto parece fazer o caminho inverso nos sonhos: primeiro morte, depois doença, no terceiro indiferença — contei que o frajola aparecia disfarçado de estranho, com uma manchinha na perna, né?
Neste quarto, numérico e geográfico, talvez esteja a cura.
Despedida
:: Saudade
:: Cicatriz
:: Luto seco: um luto estranho
:: Ainda não acredito
:: Primeiro aniversário sem Mercv
:: Colo vazio
7.3.23
3.3.23
O cérebro cansado de uma gata idosa
Guda está perto dos 17 anos, na sobrevida de um quadro avançado de doença renal. Desde 31 de dezembro, meus dias correm em intervalos de 40 minutos para conseguir cumprir todas as rodadas de comida na seringa, com que ela custou a acostumar. E confesso que não achava que viveria para desenvolver outros problemas, muito menos neurológicos.
Em novembro, já havia estranhado as cochiladas de olho aberto e o sono tão profundo que mais lembrava um coma — pensem em um gato, criatura constantemente em estado de alerta, sendo chacoalhado sem reação! Ou melhor, assistam:
Depois, Leo notou um leve desequilíbrio nas caminhadas, que não podia ser fraqueza porque o peso (ainda que abaixo dos tempos áureos) e as mucosas coradas se mantêm. Aí, as pupilas ficaram de tamanhos diferentes, aumentando a fotossensibilidade — como dá para perceber pela foto que abre o post.
E o xixi passou a sair em gotas, enquanto o cocô sobrava preso no ânus, indicando descontrole dos esfíncteres. Teve ainda a fase dos vazamentos, que me obrigou a forrar com papelão os módulos de madeira em que ela gosta de deitar e a proteger o interior dos almofadões da sala e minha cadeira de trabalho com tapete higiênico — o resto é de acquablock menos velho ou lavável.
Guda continua aproveitando os passeios pelo jardim, o sol no gramado, meu colo magrelo. Mas o cérebro velhinho parece que começou a falhar.
Em novembro, já havia estranhado as cochiladas de olho aberto e o sono tão profundo que mais lembrava um coma — pensem em um gato, criatura constantemente em estado de alerta, sendo chacoalhado sem reação! Ou melhor, assistam:
Depois, Leo notou um leve desequilíbrio nas caminhadas, que não podia ser fraqueza porque o peso (ainda que abaixo dos tempos áureos) e as mucosas coradas se mantêm. Aí, as pupilas ficaram de tamanhos diferentes, aumentando a fotossensibilidade — como dá para perceber pela foto que abre o post.
E o xixi passou a sair em gotas, enquanto o cocô sobrava preso no ânus, indicando descontrole dos esfíncteres. Teve ainda a fase dos vazamentos, que me obrigou a forrar com papelão os módulos de madeira em que ela gosta de deitar e a proteger o interior dos almofadões da sala e minha cadeira de trabalho com tapete higiênico — o resto é de acquablock menos velho ou lavável.
Guda continua aproveitando os passeios pelo jardim, o sol no gramado, meu colo magrelo. Mas o cérebro velhinho parece que começou a falhar.
1.3.23
Briguei com o ChatGPT por causa de bicho! 😂
Como não gosto de cerveja nem de Campari, puxei papo com a inteligência artificial do momento, o ChatGPT, falando do Gatoca, nosso projeto de educação, sensibilização e mobilização pelos animais. Ele não conhecia, mas, diferente de uns machos tóxicos, pareceu se interessar pelo assunto — resumo dos 15 anos e meio de ações on e offline aqui.
Aproveitei o gancho para perguntar, então, sobre a importância de lutar por uma convivência mais harmônica entre seres humanos e cachorros, gatos, galinhas, ornitorrincos. E a parte do "merecem viver sem sofrimento desnecessário" me pegou. Quando percebi, já estava chamando a criatura de especista.
Para o meu espanto, porém, ela se desculpou, largando na frente de uns bons milhões de desinteligentes naturais.
Ainda sugeriu caminhos para alcançarmos o equilíbrio, passando por conscientização da população, criação e aplicação de leis, pesquisa científica e inovação, mudança cultural e adoção responsável.
Confesso que me surpreendeu.
Sim, eu sei que as respostas são criadas prevendo as palavras seguintes com base nas geradas anteriormente — por isso o chatbot comete vários erros. E João acabou com a diversão explicando que não dá para ensinar nada efetivamente a ele, pois seu banco de dados foi alimentado com conteúdo produzido até 2021.
Tem ainda todas as questões éticas, como o viés de quem treina a ferramenta, a utilização do nosso trabalho sem remuneração, a distopia de os robôs dominarem o mundo. Mas estou acostumada com gente que responde que plantas também sentem dor, sabem?
P.S.: No recesso de fim de ano, Leo Eichinger e eu testamos o Midjourney e o Stable Diffusion, softwares de inteligência artificial que geram imagens a partir de texto. E o resultado foi tragicômico, um alívio para quem depende de criatividade para pagar boleto. 😂
Aproveitei o gancho para perguntar, então, sobre a importância de lutar por uma convivência mais harmônica entre seres humanos e cachorros, gatos, galinhas, ornitorrincos. E a parte do "merecem viver sem sofrimento desnecessário" me pegou. Quando percebi, já estava chamando a criatura de especista.
Para o meu espanto, porém, ela se desculpou, largando na frente de uns bons milhões de desinteligentes naturais.
Ainda sugeriu caminhos para alcançarmos o equilíbrio, passando por conscientização da população, criação e aplicação de leis, pesquisa científica e inovação, mudança cultural e adoção responsável.
Confesso que me surpreendeu.
Sim, eu sei que as respostas são criadas prevendo as palavras seguintes com base nas geradas anteriormente — por isso o chatbot comete vários erros. E João acabou com a diversão explicando que não dá para ensinar nada efetivamente a ele, pois seu banco de dados foi alimentado com conteúdo produzido até 2021.
Tem ainda todas as questões éticas, como o viés de quem treina a ferramenta, a utilização do nosso trabalho sem remuneração, a distopia de os robôs dominarem o mundo. Mas estou acostumada com gente que responde que plantas também sentem dor, sabem?
P.S.: No recesso de fim de ano, Leo Eichinger e eu testamos o Midjourney e o Stable Diffusion, softwares de inteligência artificial que geram imagens a partir de texto. E o resultado foi tragicômico, um alívio para quem depende de criatividade para pagar boleto. 😂
24.2.23
Um dia normal em Gatoca, com ataque de pterodátilos
Às 2h, acordo com gritos aleatórios da Pufosa na sala. Mal adormeço e Pipoca vomita um poltergeist — apelido que dei para a modalidade giratória, em que o conteúdo da boca vai sendo arremessado para longe. Micro-ondas informa que perdi o melhor corticoide da madrugada limpado a cozinha com cheiro de azedo. Às 4h, é a vez de Chocolate esgoelar, só que, diferente da Pufosa, persistentemente. Coloco sua almofada de joaninha dentro da caixa de papelão para esquentar.
Meia hora depois, Keka resolve brigar com um gato invasor, de que só vi o rabo pardo desaparecendo pelo muro. Alguém derruba o potinho de ração do suporte às 5h30. Desisto de dormir às 6h30, com Pufosa botando para fora, bem na porta do quarto, toda a ração renal do recinto, ingerida enquanto eu tentava dormir. Adianto o café da manhã do resto da gangue, em jejum forçado, pensando na privação de sono como estratégia de tortura.
Com a compreensão de mundo prejudicada e depois de nove rodadas de patê na seringa para a Guda, um pterodátilo sombreia a casa, faz tremer o telhado e rouba da Chocolate o troféu de pulmões mais potentes.
Ressurgiu do cretáceo, aliás, o Gramado da Fama, com a paraibana Arina Alba e a paulistana July Grafe, que adotou o blog antes dos gatos! ❤
Esse apoio faz toda a diferença para produtores de conteúdo que não trabalham com publicidade porque prezam pela independência. Para se juntar aos despioradores de mundo (e participar do grupo de WhatsApp mais acolhedor e divertido da internet), basta acessar o Catarse — nossa jornada é longa e só pretendo parar na ONU. :)
Obrigada pela companhia, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo...
...Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura...
...Ana Paula de Vilas Boas, Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva e Regina Hansen! 🤗
Meia hora depois, Keka resolve brigar com um gato invasor, de que só vi o rabo pardo desaparecendo pelo muro. Alguém derruba o potinho de ração do suporte às 5h30. Desisto de dormir às 6h30, com Pufosa botando para fora, bem na porta do quarto, toda a ração renal do recinto, ingerida enquanto eu tentava dormir. Adianto o café da manhã do resto da gangue, em jejum forçado, pensando na privação de sono como estratégia de tortura.
Com a compreensão de mundo prejudicada e depois de nove rodadas de patê na seringa para a Guda, um pterodátilo sombreia a casa, faz tremer o telhado e rouba da Chocolate o troféu de pulmões mais potentes.
Ressurgiu do cretáceo, aliás, o Gramado da Fama, com a paraibana Arina Alba e a paulistana July Grafe, que adotou o blog antes dos gatos! ❤
Esse apoio faz toda a diferença para produtores de conteúdo que não trabalham com publicidade porque prezam pela independência. Para se juntar aos despioradores de mundo (e participar do grupo de WhatsApp mais acolhedor e divertido da internet), basta acessar o Catarse — nossa jornada é longa e só pretendo parar na ONU. :)
Obrigada pela companhia, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo...
...Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura...
...Ana Paula de Vilas Boas, Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva e Regina Hansen! 🤗
17.2.23
Carnaval 2023: gatos fazendo gatices!
Eu não curto carnaval, cerveja tem gosto de tristeza e gatos odeiam fantasia. Mas não é por isso que vocês vão deixar de se divertir no Gatoca durante o feriadão, certo? A ideia para este post surgiu no Cluboca, nosso grupo maravilhoso de apoiadores. E não precisa consumir com moderação!
Bom senso fail, por Adrina Barth
Múltiplos disfarces, por Fernanda Barreto
Gato aéreo, por Alice Gap
Exercício engorda: método científico, por Roberta Herrera
Bichano ao forno, por Renata Godoy
Aquecimento global, por Guiga Müller
Prato principal, por Paula Melo
Pé de sorte, por July Grafe
Sofá à prova de humanos, por Roberta Herrera
14.2.23
Aniversariante do mês – fevereiro de 2023
Este é o primeiro aniversário silencioso da Chocolate* — ao menos o primeiro desde que me dei conta de que ela não escuta mais. Fico me perguntando como a pequena encrenqueira deve se sentir. Quando me aproximo dela, faço questão de vibrar o chão, estico a mão perto do focinho antes de tocar se os olhos estão fechados, parei de me irritar com a gritaria decibéis acima.
Mas as outras gatas não têm essa compreensão. E Choco passou a sair cada vez menos do seu canto seguro, a cesta com almofada de joaninha puída — nossa releitura Tim Burton não durou muito. Hoje de manhã, sentei com ela no gatil e me deparei com esta cena:
Os outros sentidos arrumam um jeito de aproveitar a vida. E ela pode ser vulnerável, porque estou aqui. 16 anos e sempre. ❤
*Novelinha: Conheça a história da Chocolate
Outros aniversários: 2022 | 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008
Mas as outras gatas não têm essa compreensão. E Choco passou a sair cada vez menos do seu canto seguro, a cesta com almofada de joaninha puída — nossa releitura Tim Burton não durou muito. Hoje de manhã, sentei com ela no gatil e me deparei com esta cena:
Os outros sentidos arrumam um jeito de aproveitar a vida. E ela pode ser vulnerável, porque estou aqui. 16 anos e sempre. ❤
*Novelinha: Conheça a história da Chocolate
Outros aniversários: 2022 | 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008
10.2.23
Conheça sua maquininha de matar: bigodes | EG #16
Com tecnologia 100% biológica, os bigodes da boca, bochechas, olhos, queixo e patas (podem procurar!) permitem que os gatos "vejam" em 3D. Isso porque enviam informações para o cérebro sobre o tamanho do espaço por onde eles tentam passar ou se a presa está perto da mordida letal, já que sua visão de perto não é muito boa — em modo de caça, os 12 bigodes ao redor do focinho tratam de apontar para frente, ajustando essa mordida.
Os receptores ligados ao córtex somatossensorial dos bichanos ainda convertem dados sobre o equilíbrio do próprio animal, a temperatura ambiente e as correntes de ar, identificando força, direção e velocidade, o que também ajuda a prever os movimentos das vítimas. Em comparação aos cães, a região do cérebro deles dedicada a receber esses sinais é bem maior.
Jackson Galaxy conta ainda em O Encantador de Gatos, livro que inspirou esta série, que espécies felinas selvagens que caçam à noite têm os bigodes mais proeminentes do que as diurnas. Está explicado porque Pimenta desfila com o Godofredo aos berros pela casa na melhor hora do nosso sono.
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanha — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 15 anos e meio de projeto. ❤)
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)
Os receptores ligados ao córtex somatossensorial dos bichanos ainda convertem dados sobre o equilíbrio do próprio animal, a temperatura ambiente e as correntes de ar, identificando força, direção e velocidade, o que também ajuda a prever os movimentos das vítimas. Em comparação aos cães, a região do cérebro deles dedicada a receber esses sinais é bem maior.
Jackson Galaxy conta ainda em O Encantador de Gatos, livro que inspirou esta série, que espécies felinas selvagens que caçam à noite têm os bigodes mais proeminentes do que as diurnas. Está explicado porque Pimenta desfila com o Godofredo aos berros pela casa na melhor hora do nosso sono.
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanha — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 15 anos e meio de projeto. ❤)
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)
3.2.23
Gastrite em gatos causada por problemas renais
Não faltam textos na internet sobre como diagnosticar, tratar e prevenir gastrite em gatos. Mas, quando a gastrite é causada pela doença renal e a criatura tem quase 16 anos, nenhuma dessas informações ajuda muito — não se aconselha anestesiar um animal idoso para a endoscopia, a ração renal não pode ser substituída pela intestinal e o mau funcionamento dos rins continuará irritando a mucosa gástrica com o excesso de ácido.
Tem ainda o estresse da fluidoterapia, que também agrava o quadro (o estresse, não a fluidoterapia, que fique claro, rs). E, na cartelinha de bingo da Pufosa, se somam o megaesôfago e o problema nos dentes. Este, porém, não é um post para fazer vocês chorarem comigo — para isso existe o chuveiro. Quero compartilhar o que está dando certo nos cuidados com a ex-gorducha. :)
Aproveito o gancho para começar pelos sintomas. Um bicho com gastrite apresentará perda de apetite e, consequentemente, de peso. Vômitos persistentes, que podem ser de ração digerida, líquido amarelo (bile) e até rosado ou com coágulos de sangue — a versão verde nunca peguei. E diarreia variando de cor e consistência, muitas vezes com sangue e muco.
O combo de vômito e diarreia tende a provocar desidratação, que se nota pela pele flácida — pelo feioso, aliás, também indica que algo não vai bem com nosso amigo. E, nos casos avançados da doença, as mucosas ficam mais pálidas devido à perda de sangue. Fim do momento Google.
O ciclo vicioso da Pufosa se caracteriza por enjoo (culpa dos rins), vômito de ração digerida, rangeção de dente, mais enjoo, vômitos de líquido com sangue, amuamento — às vezes rola um vômito de ração recém-ingerida nesse meio, por causa do megaesôfago. E, para quebrar, dou patê processado na seringa — alerta sobre alimentação forçada aqui.
Dona eu mesma de três gastrites pré-veganismo, a primeira aos 18 anos, época de bancária, sei que o estômago vazio só piora a situação. E ela geralmente se anima a voltar a comer sozinha depois — o mesmo patê, só que no potinho. Parece que o corpo consegue digerir mais fácil do que a ração seca. Tem marca super premium, inclusive, que aumentou os vômitos — tentei trocar para variar e me arrependi.
Já o soro achei melhor pausar e focar nas seringadas de água — 13 macetes aqui e dica de dosador oral que goteja aqui. Lembrando que, tanto para a comida quanto para a bebida, cabem confortavelmente no estômago dos bigodes 20 g/ml por vez e a digestão demora cerca de 40 minutos.
Espero ajudar outros tutores angustiados e vou adorar trocar experiências nos comentários!
Outras infos importantes:
:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?
Tem ainda o estresse da fluidoterapia, que também agrava o quadro (o estresse, não a fluidoterapia, que fique claro, rs). E, na cartelinha de bingo da Pufosa, se somam o megaesôfago e o problema nos dentes. Este, porém, não é um post para fazer vocês chorarem comigo — para isso existe o chuveiro. Quero compartilhar o que está dando certo nos cuidados com a ex-gorducha. :)
Aproveito o gancho para começar pelos sintomas. Um bicho com gastrite apresentará perda de apetite e, consequentemente, de peso. Vômitos persistentes, que podem ser de ração digerida, líquido amarelo (bile) e até rosado ou com coágulos de sangue — a versão verde nunca peguei. E diarreia variando de cor e consistência, muitas vezes com sangue e muco.
O combo de vômito e diarreia tende a provocar desidratação, que se nota pela pele flácida — pelo feioso, aliás, também indica que algo não vai bem com nosso amigo. E, nos casos avançados da doença, as mucosas ficam mais pálidas devido à perda de sangue. Fim do momento Google.
O ciclo vicioso da Pufosa se caracteriza por enjoo (culpa dos rins), vômito de ração digerida, rangeção de dente, mais enjoo, vômitos de líquido com sangue, amuamento — às vezes rola um vômito de ração recém-ingerida nesse meio, por causa do megaesôfago. E, para quebrar, dou patê processado na seringa — alerta sobre alimentação forçada aqui.
Dona eu mesma de três gastrites pré-veganismo, a primeira aos 18 anos, época de bancária, sei que o estômago vazio só piora a situação. E ela geralmente se anima a voltar a comer sozinha depois — o mesmo patê, só que no potinho. Parece que o corpo consegue digerir mais fácil do que a ração seca. Tem marca super premium, inclusive, que aumentou os vômitos — tentei trocar para variar e me arrependi.
Já o soro achei melhor pausar e focar nas seringadas de água — 13 macetes aqui e dica de dosador oral que goteja aqui. Lembrando que, tanto para a comida quanto para a bebida, cabem confortavelmente no estômago dos bigodes 20 g/ml por vez e a digestão demora cerca de 40 minutos.
Espero ajudar outros tutores angustiados e vou adorar trocar experiências nos comentários!
Outras infos importantes:
:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?
2.2.23
Desafio: qual é a série do seu gato?
Com dez gatos, dá para lançar o Emmy de Gatoca — sim, eu incluí estrelas que não brilham mais na terra porque são estrelas, oras! E tem bigode que merece mais de um seriado, sorry. Ficam as sugestões para os humanos, já que se tratam de algumas das minhas séries favoritas. :)
Fofo, engraçado, totalmente sem jeito com as meninas e me considerando um porto-seguro, Mercv ficaria dividido entre Atypical e The Big Bang Theory. Simba, que chegou com as orelhas comidas de briga, sem castrar e virou mocinho, embora apegado aos prazeres mundanos, amaria Lucifer. A sagacidade da Clara para fugir de casa, nos primórdios sem telas, a faria maratonar Lupin e Sherlock com o bloquinho de anotações.
Guda, às voltas com a educação de cinco filhas de personalidades complicadas, só poderia ser fã de Modern Family. Chocolate, que compartilha com ela uma rotina de amor e ódio, assistiria resmungando Grace and Frankie. Pimenta, batizada pela Mariana de Devedora Temedora, alternaria entre La Casa de Papel e Family Business.
Uma gata como Pufosa, que come mais do que cabe na barriga, vomita e come de novo (o das irmãs também!), não perderia Community. Pipoca, desabrochando conforme crescia, depois de quase morrer várias vezes, fez a jornada do herói da Anne with an E. Keka, arisca e com cara de mal-humorada, mas doce por dentro, se identificaria com Wandinha.
Ao falhar na missão de me arrancar um braço, em 2013, Jujuba trocaria Dexter por Only Murders in the Building, mais moderna e com menos sangue. Vocês provavelmente me associariam com Call me Kat, acertei? E o Gatoca tem um quê de The Good Place — entendedores entenderão. 😂
Contem nos comentários as séries dos bichanos de vocês!
Fofo, engraçado, totalmente sem jeito com as meninas e me considerando um porto-seguro, Mercv ficaria dividido entre Atypical e The Big Bang Theory. Simba, que chegou com as orelhas comidas de briga, sem castrar e virou mocinho, embora apegado aos prazeres mundanos, amaria Lucifer. A sagacidade da Clara para fugir de casa, nos primórdios sem telas, a faria maratonar Lupin e Sherlock com o bloquinho de anotações.
Guda, às voltas com a educação de cinco filhas de personalidades complicadas, só poderia ser fã de Modern Family. Chocolate, que compartilha com ela uma rotina de amor e ódio, assistiria resmungando Grace and Frankie. Pimenta, batizada pela Mariana de Devedora Temedora, alternaria entre La Casa de Papel e Family Business.
Uma gata como Pufosa, que come mais do que cabe na barriga, vomita e come de novo (o das irmãs também!), não perderia Community. Pipoca, desabrochando conforme crescia, depois de quase morrer várias vezes, fez a jornada do herói da Anne with an E. Keka, arisca e com cara de mal-humorada, mas doce por dentro, se identificaria com Wandinha.
Ao falhar na missão de me arrancar um braço, em 2013, Jujuba trocaria Dexter por Only Murders in the Building, mais moderna e com menos sangue. Vocês provavelmente me associariam com Call me Kat, acertei? E o Gatoca tem um quê de The Good Place — entendedores entenderão. 😂
Contem nos comentários as séries dos bichanos de vocês!
27.1.23
Gato com dor ou mal-estar: como sacar sem sintomas
Vômito persistente, diarreia, babação, apatia, pele flácida dão alertas claros de algo não vai bem com nosso amigo. Mas gato é um bicho que demora para manifestar sintomas e, no caso da doença renal, por exemplo, eles só costumam aparecer quando boa parte dos rins já está comprometida.
Eu cheguei a compartilhar um teste da Universidade de Montreal que ajudava a identificar dor nos felinos, lembram? Ele se baseava na avaliação da posição das orelhas, bigodes e cabeça, e do formato dos olhos e do focinho. Muitos parâmetros, porém, e brechas para dúvidas — fiquei pensando se funcionaria na hora H.
A real é que, se você está acostumado com a carinha do meliante, notará a diferença — Guda acaba de me provar. As feições de um gato relaxado são arredondadas, enquanto o rosto de um peludo que não se sente bem fica visivelmente mais tenso:
Guda no começo do mês, com a doença renal já avançada (embora tenhamos controlado os vômitos, a diarreia e a desidratação)
Guda um ano atrás, quando nossa única preocupação era essa secreção persistente no olho esquerdo (foto emprestada do post do nistagmo, aliás)
Confiem, portanto, na sua percepção e na conexão que têm com seu bicho. Para garantir, vale pesar o bigode mensalmente, prestar atenção se não está sobrando mais comida do que o normal no potinho, checar se as brincadeiras e explorações pela casa continuam atrativas — mesmo na velhice.
Eu cheguei a compartilhar um teste da Universidade de Montreal que ajudava a identificar dor nos felinos, lembram? Ele se baseava na avaliação da posição das orelhas, bigodes e cabeça, e do formato dos olhos e do focinho. Muitos parâmetros, porém, e brechas para dúvidas — fiquei pensando se funcionaria na hora H.
A real é que, se você está acostumado com a carinha do meliante, notará a diferença — Guda acaba de me provar. As feições de um gato relaxado são arredondadas, enquanto o rosto de um peludo que não se sente bem fica visivelmente mais tenso:
Guda no começo do mês, com a doença renal já avançada (embora tenhamos controlado os vômitos, a diarreia e a desidratação)
Guda um ano atrás, quando nossa única preocupação era essa secreção persistente no olho esquerdo (foto emprestada do post do nistagmo, aliás)
Confiem, portanto, na sua percepção e na conexão que têm com seu bicho. Para garantir, vale pesar o bigode mensalmente, prestar atenção se não está sobrando mais comida do que o normal no potinho, checar se as brincadeiras e explorações pela casa continuam atrativas — mesmo na velhice.
25.1.23
Como pesar seu gato com precisão
Para uma gata de 2,3 kg, que originalmente pesava 4 kg, 200 g pode significar a diferença entre um tratamento bem-sucedido e a proximidade inevitável do fim. Esse assunto surgiu no Cluboca, nosso grupo de apoiadores, por causa da Guda, mas eu comprei a balança de bioimpedância muito antes, imaginando que poderia medir proteínas, ossos, metabolismo e hidratação dos bigodes.
Visualizem as criaturas encaixando as patas nas quatro bolotas de metal! #inocente
O projeto não só fracassou como a variação de peso se manteve igual à dos modelos simples, bem mais baratos — aqui, vale explicar que a gente se pesa segurando o animal, depois desconta a nossa parte. Consigo contornar apelando ao método "melhor de três", nada prático, porém, com sete peludas, boa parte antissocial, sob monitoramento quinzenal.
Voltando ao Cluboca, Lorena Fonseca compartilhou a mesma angústia e o que se sucedeu foi esta sequência impagável de gatos em panelas, oferecimento de um amigo da Vanessa Araújo, quando Lulis precisou de doação de sangue.
Eu nunca teria a ideia de usar a balancinha de cozinha! E minha gangue também não ficaria sossegada assim como o Benjamim, da Paula Melo.
Regina Haagen sugeriu, ainda, os dinamômetros de mala, com ganchinho, que os Médicos sem Fronteiras usam para pesar crianças em regiões afetadas por conflitos armados, desastres naturais e epidemias — os sites chamam de balança, mas ele mede intensidade de força, não massa.
E tem a clássica balança de drogas, que demanda o cuidado de não ser armazenada com grandes volumes de dinheiro. E drogas.
Que estratégia vocês usam por aí? Contem nos comentários!
Visualizem as criaturas encaixando as patas nas quatro bolotas de metal! #inocente
O projeto não só fracassou como a variação de peso se manteve igual à dos modelos simples, bem mais baratos — aqui, vale explicar que a gente se pesa segurando o animal, depois desconta a nossa parte. Consigo contornar apelando ao método "melhor de três", nada prático, porém, com sete peludas, boa parte antissocial, sob monitoramento quinzenal.
Voltando ao Cluboca, Lorena Fonseca compartilhou a mesma angústia e o que se sucedeu foi esta sequência impagável de gatos em panelas, oferecimento de um amigo da Vanessa Araújo, quando Lulis precisou de doação de sangue.
Eu nunca teria a ideia de usar a balancinha de cozinha! E minha gangue também não ficaria sossegada assim como o Benjamim, da Paula Melo.
Regina Haagen sugeriu, ainda, os dinamômetros de mala, com ganchinho, que os Médicos sem Fronteiras usam para pesar crianças em regiões afetadas por conflitos armados, desastres naturais e epidemias — os sites chamam de balança, mas ele mede intensidade de força, não massa.
E tem a clássica balança de drogas, que demanda o cuidado de não ser armazenada com grandes volumes de dinheiro. E drogas.
Que estratégia vocês usam por aí? Contem nos comentários!
20.1.23
Ração em molho para gatos: nós testamos!
Quando você tem sete gatos que já passaram dos 15 anos (e problemas nos dentes, nos rins, no estômago), tende a usar mais o processador de alimentos com eles do que com sua própria comida. Eu não me importava de bater a latinha da gangue todo o café da manhã, mas, com a Guda na alimentação forçada de novo, toda economia de tempo é bem-vinda.
E a Pet Delícia, parceira antiga, atendeu minhas preces não proferidas lançando molhos naturais de frango, carne e peixe! Dá para misturar na ração seca, aumentando a umidade na dieta, só que a gente oferece como sopa mesmo, no asilo que virou Gatoca, rs. Leitores novatos talvez não tenham entendido o lance da umidade — e os antigos perdoem o disco quebrado.
É que os ancestrais dos nossos amigos caçavam animais com 70% de líquido em seus corpos e não precisavam tomar a água morna com poeira e pelos do potinho. Essa falta de hábito hídrico, somada a uma alimentação baseada exclusivamente em ração seca, mata cada vez mais bichanos por insuficiência renal. Foi assim que perdi o Simba. E o Mercv. E estou perdendo a Guda.
Ao longo da semana, nós testamos os sabores de carne e frango, sucessos quase absolutos — Guda não se animou porque há 21 dias não come mais nada sozinha. Pipoca até canta quando ouve o barulho da latinha abrindo! Uma grata surpresa em tempos áridos. :)
Obs.: A ideia era fotografar Pufosa comendo, com a latinha ao lado para mostrar a textura do conteúdo. Mas a meliante citada anteriormente, que já estava no quinto repeteco, invadiu o set — e não, eu não deixo os bigodes enfiarem a cara na lata sem supervisão.
Outras infos importantes:
:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?
E a Pet Delícia, parceira antiga, atendeu minhas preces não proferidas lançando molhos naturais de frango, carne e peixe! Dá para misturar na ração seca, aumentando a umidade na dieta, só que a gente oferece como sopa mesmo, no asilo que virou Gatoca, rs. Leitores novatos talvez não tenham entendido o lance da umidade — e os antigos perdoem o disco quebrado.
É que os ancestrais dos nossos amigos caçavam animais com 70% de líquido em seus corpos e não precisavam tomar a água morna com poeira e pelos do potinho. Essa falta de hábito hídrico, somada a uma alimentação baseada exclusivamente em ração seca, mata cada vez mais bichanos por insuficiência renal. Foi assim que perdi o Simba. E o Mercv. E estou perdendo a Guda.
Ao longo da semana, nós testamos os sabores de carne e frango, sucessos quase absolutos — Guda não se animou porque há 21 dias não come mais nada sozinha. Pipoca até canta quando ouve o barulho da latinha abrindo! Uma grata surpresa em tempos áridos. :)
Obs.: A ideia era fotografar Pufosa comendo, com a latinha ao lado para mostrar a textura do conteúdo. Mas a meliante citada anteriormente, que já estava no quinto repeteco, invadiu o set — e não, eu não deixo os bigodes enfiarem a cara na lata sem supervisão.
Outras infos importantes:
:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?
18.1.23
Inteligência artificial e gatos: experiência tragicômica
Peçam para os programas de inteligência artificial da moda "criarem" gatos no estilo de artistas famosos e vocês ficarão maravilhados... até olhar mais de perto. Uma coleção de corpos distorcidos, cabeças sem rosto, membros faltantes ou sobressalentes e posições desconectadas ocupará a tela, mostrando por que as redes sociais do Zuckerberg nunca acertam o corte das fotografias do blog. rs
Esse povo não entende nada de gato!
No recesso das festas de fim de ano, Leo e eu testamos dois softwares gratuitos que geram imagens a partir de textos: o Midjourney, pelo Discord, e o Stable Diffusion, no navegador mesmo. O resultado compartilho abaixo, com um certo atraso pelos atropelos da vida, mas ainda atual — e divertido. Como profissional que depende da criatividade para pagar boleto, aliás, confesso que fiquei aliviada com a tragédia.
Ah! As instruções, chamadas de prompts ("comandos"), precisam ser dadas em inglês. Nada, porém, que um tradutor online não resolva.
Midjourney
Expectativa: um gato preto e branco na piscina, em cima de uma boia, bebendo margarita com guarda-chuva, em um dia de verão, por Monet.
Realidade: um gato preto de babador e olhos disruptivos, pairando sobre a piscina e sob um guarda-sol voador, com drink e objetos não identificados.
Mais realidade: um violão de gato em massaroca de paisagem.
Realidade menos hostil: muitas cores para disfarçar o gato ligeiramente desencaixado e estrategicamente posicionado de costas para driblar o desafio do rosto.
Expectativa: muitos gatos brincando com bolas, em uma ilha, com flores de fundo, em um dia de sol bucólico, por Renoir.
Realidade: um gato amarelo depressivo com a cabeça explodindo, em um jardim de flores artificiais.
Mais realidade: 75% de gato tigrado, em um jardim de pompons de crepom.
Realidade menos hostil: dois gatos derretidos ao sol, com bolas de feno tingidas e pessoas não solicitadas ao fundo.
Expectativa: um gato preto e branco na piscina, em cima de um carro alegórico, segurando uma bebida margarita, em um dia de verão, por Robert Crumb.
Realidade: um rato PB se afogando em um copo de tequila, emergindo de uma forminha de brigadeiro vulcânica.
Stable Diffusion
Expectativa: um monte de gatos em uma ilha, por Michelangelo.
Realidade: coleção de criaturas macabras fundidas à paisagem retorcida.
Mais realidade: colagem de pré-primário com tesoura de ponta arredondada.
Expectativa: gato gritando para o nada, por Leonardo da Vinci.
Realidade: figura mitológica pendurada pela boca em um gancho imaginário, enquanto ouve lições de moral do filhote ariano.
Mais realidade: um rato que acha que é lontra que pensa que é foca, equilibrando uma bola invisível no nariz.
Expectativa: um gato feliz, por Banksy.
Realidade: gato-bombeiro.
Mais realidade: Men in Black.
Realidade menos hostil: um gato flautista, grafitado no muro de tijolinho.
Esse povo não entende nada de gato!
No recesso das festas de fim de ano, Leo e eu testamos dois softwares gratuitos que geram imagens a partir de textos: o Midjourney, pelo Discord, e o Stable Diffusion, no navegador mesmo. O resultado compartilho abaixo, com um certo atraso pelos atropelos da vida, mas ainda atual — e divertido. Como profissional que depende da criatividade para pagar boleto, aliás, confesso que fiquei aliviada com a tragédia.
Ah! As instruções, chamadas de prompts ("comandos"), precisam ser dadas em inglês. Nada, porém, que um tradutor online não resolva.
Midjourney
Expectativa: um gato preto e branco na piscina, em cima de uma boia, bebendo margarita com guarda-chuva, em um dia de verão, por Monet.
Realidade: um gato preto de babador e olhos disruptivos, pairando sobre a piscina e sob um guarda-sol voador, com drink e objetos não identificados.
Mais realidade: um violão de gato em massaroca de paisagem.
Realidade menos hostil: muitas cores para disfarçar o gato ligeiramente desencaixado e estrategicamente posicionado de costas para driblar o desafio do rosto.
Expectativa: muitos gatos brincando com bolas, em uma ilha, com flores de fundo, em um dia de sol bucólico, por Renoir.
Realidade: um gato amarelo depressivo com a cabeça explodindo, em um jardim de flores artificiais.
Mais realidade: 75% de gato tigrado, em um jardim de pompons de crepom.
Realidade menos hostil: dois gatos derretidos ao sol, com bolas de feno tingidas e pessoas não solicitadas ao fundo.
Expectativa: um gato preto e branco na piscina, em cima de um carro alegórico, segurando uma bebida margarita, em um dia de verão, por Robert Crumb.
Realidade: um rato PB se afogando em um copo de tequila, emergindo de uma forminha de brigadeiro vulcânica.
Stable Diffusion
Expectativa: um monte de gatos em uma ilha, por Michelangelo.
Realidade: coleção de criaturas macabras fundidas à paisagem retorcida.
Mais realidade: colagem de pré-primário com tesoura de ponta arredondada.
Expectativa: gato gritando para o nada, por Leonardo da Vinci.
Realidade: figura mitológica pendurada pela boca em um gancho imaginário, enquanto ouve lições de moral do filhote ariano.
Mais realidade: um rato que acha que é lontra que pensa que é foca, equilibrando uma bola invisível no nariz.
Expectativa: um gato feliz, por Banksy.
Realidade: gato-bombeiro.
Mais realidade: Men in Black.
Realidade menos hostil: um gato flautista, grafitado no muro de tijolinho.
13.1.23
2022
Atualizado em 16 de janeiro de 2023
Sexta-feira 13, duas semanas atrasada e sem energia elétrica, eu escrevo esta retrospectiva em um laptop (meu primeiro laptop) comprado com os danos morais de espreguiçadeiras que não recebemos e lutando com a montanha-russa emocional de cuidar de uma gata para morrer.
Este é um texto sobre exaustão, contradições e impotência, mas também sobre abrir mão do controle, se deixar surpreender, rir de si mesmo ─ um resumo de 2022, com mais fracassos (e rinite alérgica) do que gostaria de admitir.
E o Gatoca seguiu, apesar de mim, porque virou comunidade, semente digital, transformação silenciosa. Mesmo que desista do blog (e de lutar contra os algoritmos das redes sociais), outras estratégias de despioramento de mundo ocuparão este espaço, propósito de vida.
Nos últimos 12 meses, aninhei um beija-flor, provoquei o pensamento crítico falando de clonagem, insisti na formação política dos leitores, entrevistei Fabio Chaves e Luli Sarraf, do Mandato Animal, que ousaram pensar um país mais justo para todos os seres, sem exploração nem maus-tratos. E inaugurei um puxadinho para divulgar resgates dos apoiadores que botam a mão na massa.
Teve post também sobre a polêmica roupinha para gato, o tempo deles, o melhor bebedouro de verão, o milagre da água na seringa, calculadora de ração (seca e úmida), suporte para comedouro contra vômitos, cocô fora da caixa, arranhador de papelão, olhos tremelicantes (nistagmo), FIV e FeLV, cistite recorrente por ansiedade (Síndrome de Pandora), bicho correndo loucão (três causas que eu desconhecia).
E como fazer inalação, diferenciar tosse e espirro (com vídeo), ajudar a comer em caso de problema na boca, ensinar a amar ração úmida natural, dar alimentação forçada sem piorar o quadro, sobreviver ao Natal (com árvore e quadrúpede inteiros), identificar cara de dor (em forma de teste).
As séries Vida com gatos (1 e 2) e O que eu faria diferente com os gatos (1 e 2) ganharam só dois capítulos. Mas a epopeia inspirada em O Encantador de Gatos, livro do Jackson Galaxy, com fotos divertidas da gangue, teve nove, que merecem um parágrafo exclusivo.
O mistério do ronronar, O que seu amigo quer dizer?, 7 posições de rabo explicadas, Decifrando expressões faciais, Como é um abraço felino?, Feromônios e os cheiros na comunicação, Existe outro bichano vivendo dentro do seu, O segredo da gatitude e Conhecendo sua maquininha de matar: bigodes.
Os textos que mais curti produzir foram sobre os melhores jogos de gato (eletrônicos, de tabuleiro e para celular), os melhores filmes (clássicos, lançamentos e inéditos), e a Bíblia Gatólica, desenhada pelo Carlos Ruas. Já Guda adorou modelar com a japamala felina, presente para dar uma força na reconexão.
E doeu compartilhar quando ela entrou em crise renal, rodando pelos bebedouros da casa (oito, de tamanhos, formatos e materiais diferentes), quando Pufosa inventou o chiclete de dente (sem possibilidade de anestesia), quando Pimenta resolveu andar desequilibrada do nada, quando Chocolate ficou surda. Mas foquei no serviço para socorrer outros corações angustiados.
Quase duas décadas não passariam sem mortes, aliás. Ainda sob o luto da Clara, contando o tempo em girassóis até desfolhar o primeiro ciclo, Mercvrivs se foi. Leitores novatos talvez não entendam o peso dessa partida e por que ela rendeu tantas linhas sobre nossa cicatriz, luto seco, negação, colo vazio e o primeiro aniversário sem aniversariante.
É que, 17 anos e três meses atrás, eu não gostava de animais.
O final feliz do Jacob também acabou, uma década depois. A (terceira) doação dele, porém, permanece entre as histórias mais emocionantes do Gatoca. Imagino que a próxima despedida seja da Guda, há duas semanas no soro (obrigada, Leo! ❤️) e na alimentação forçada — mas aproveitando os carinhos, o sol, os passeios na parte proibida do terreno, que escolhi para ilustrar esta retrospectiva.
Não foram poucas as vezes em que apelei ao humor para continuar. Teve tutorial de como descansar no sofá, amor platônico por pão francês, contradições felinas, pesadelo dos lagartinhos, gata empreendedora automotivada, cocô de pássaro vingativo, explosão de bebedouro, carnaval da ressaca, fiscal de horta orgânica, riqueza com tornozelo quebrado, dieta secreta, escavações no computador de Tutancâmon.
E transformei buraco em arte, unindo Tim Burton à almofada de joaninha da Choco, escrevi Gata Barraqueira, uma releitura do conto de fadas que envolve relacionamentos conturbados e abóbora, e Assassinato no Bebedouro do Poente, adaptação de Agatha Christie estrelada por Levischot.
Nossa casa araçoiabana completou um ano e a florestinha também, com dez lições. Já o Gatoca festejou 15, com quase aniversário e aniversário oficial (só lendo para entender, rs), mesma idade das Gudinhas. E Guda e Chocolate dividiram os 16. Todos devidamente comemorados com petiscos e apertos!
Devo agradecer, inclusive, a Pet Delícia pelo quinto ano de parceria, que me permite não só prolongar a existência dos bigodes, que precisam de umidade na alimentação, como manter a barriguinha deles cheia quando não conseguem mais comer sozinhos — ansiosa pelos sabores em molho!
Espero continuar acolhendo e inspirando pequenas revoluções, independente do formato. E sou imensamente grata pelo Cluboca, nosso grupo de apoiadores, com quem aprendo sempre e onde me sinto à vontade para pedir colo. O Gramado da Fama anda fraco (com edições em janeiro, fevereiro, abril e julho), mas aposto em recomeços múltiplos.
Que 2023 seja de jogatina e afetos positivos!
Retrospectivas dos anos anteriores: 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007
Sexta-feira 13, duas semanas atrasada e sem energia elétrica, eu escrevo esta retrospectiva em um laptop (meu primeiro laptop) comprado com os danos morais de espreguiçadeiras que não recebemos e lutando com a montanha-russa emocional de cuidar de uma gata para morrer.
Este é um texto sobre exaustão, contradições e impotência, mas também sobre abrir mão do controle, se deixar surpreender, rir de si mesmo ─ um resumo de 2022, com mais fracassos (e rinite alérgica) do que gostaria de admitir.
E o Gatoca seguiu, apesar de mim, porque virou comunidade, semente digital, transformação silenciosa. Mesmo que desista do blog (e de lutar contra os algoritmos das redes sociais), outras estratégias de despioramento de mundo ocuparão este espaço, propósito de vida.
Nos últimos 12 meses, aninhei um beija-flor, provoquei o pensamento crítico falando de clonagem, insisti na formação política dos leitores, entrevistei Fabio Chaves e Luli Sarraf, do Mandato Animal, que ousaram pensar um país mais justo para todos os seres, sem exploração nem maus-tratos. E inaugurei um puxadinho para divulgar resgates dos apoiadores que botam a mão na massa.
Teve post também sobre a polêmica roupinha para gato, o tempo deles, o melhor bebedouro de verão, o milagre da água na seringa, calculadora de ração (seca e úmida), suporte para comedouro contra vômitos, cocô fora da caixa, arranhador de papelão, olhos tremelicantes (nistagmo), FIV e FeLV, cistite recorrente por ansiedade (Síndrome de Pandora), bicho correndo loucão (três causas que eu desconhecia).
E como fazer inalação, diferenciar tosse e espirro (com vídeo), ajudar a comer em caso de problema na boca, ensinar a amar ração úmida natural, dar alimentação forçada sem piorar o quadro, sobreviver ao Natal (com árvore e quadrúpede inteiros), identificar cara de dor (em forma de teste).
As séries Vida com gatos (1 e 2) e O que eu faria diferente com os gatos (1 e 2) ganharam só dois capítulos. Mas a epopeia inspirada em O Encantador de Gatos, livro do Jackson Galaxy, com fotos divertidas da gangue, teve nove, que merecem um parágrafo exclusivo.
O mistério do ronronar, O que seu amigo quer dizer?, 7 posições de rabo explicadas, Decifrando expressões faciais, Como é um abraço felino?, Feromônios e os cheiros na comunicação, Existe outro bichano vivendo dentro do seu, O segredo da gatitude e Conhecendo sua maquininha de matar: bigodes.
Os textos que mais curti produzir foram sobre os melhores jogos de gato (eletrônicos, de tabuleiro e para celular), os melhores filmes (clássicos, lançamentos e inéditos), e a Bíblia Gatólica, desenhada pelo Carlos Ruas. Já Guda adorou modelar com a japamala felina, presente para dar uma força na reconexão.
E doeu compartilhar quando ela entrou em crise renal, rodando pelos bebedouros da casa (oito, de tamanhos, formatos e materiais diferentes), quando Pufosa inventou o chiclete de dente (sem possibilidade de anestesia), quando Pimenta resolveu andar desequilibrada do nada, quando Chocolate ficou surda. Mas foquei no serviço para socorrer outros corações angustiados.
Quase duas décadas não passariam sem mortes, aliás. Ainda sob o luto da Clara, contando o tempo em girassóis até desfolhar o primeiro ciclo, Mercvrivs se foi. Leitores novatos talvez não entendam o peso dessa partida e por que ela rendeu tantas linhas sobre nossa cicatriz, luto seco, negação, colo vazio e o primeiro aniversário sem aniversariante.
É que, 17 anos e três meses atrás, eu não gostava de animais.
O final feliz do Jacob também acabou, uma década depois. A (terceira) doação dele, porém, permanece entre as histórias mais emocionantes do Gatoca. Imagino que a próxima despedida seja da Guda, há duas semanas no soro (obrigada, Leo! ❤️) e na alimentação forçada — mas aproveitando os carinhos, o sol, os passeios na parte proibida do terreno, que escolhi para ilustrar esta retrospectiva.
Não foram poucas as vezes em que apelei ao humor para continuar. Teve tutorial de como descansar no sofá, amor platônico por pão francês, contradições felinas, pesadelo dos lagartinhos, gata empreendedora automotivada, cocô de pássaro vingativo, explosão de bebedouro, carnaval da ressaca, fiscal de horta orgânica, riqueza com tornozelo quebrado, dieta secreta, escavações no computador de Tutancâmon.
E transformei buraco em arte, unindo Tim Burton à almofada de joaninha da Choco, escrevi Gata Barraqueira, uma releitura do conto de fadas que envolve relacionamentos conturbados e abóbora, e Assassinato no Bebedouro do Poente, adaptação de Agatha Christie estrelada por Levischot.
Nossa casa araçoiabana completou um ano e a florestinha também, com dez lições. Já o Gatoca festejou 15, com quase aniversário e aniversário oficial (só lendo para entender, rs), mesma idade das Gudinhas. E Guda e Chocolate dividiram os 16. Todos devidamente comemorados com petiscos e apertos!
Devo agradecer, inclusive, a Pet Delícia pelo quinto ano de parceria, que me permite não só prolongar a existência dos bigodes, que precisam de umidade na alimentação, como manter a barriguinha deles cheia quando não conseguem mais comer sozinhos — ansiosa pelos sabores em molho!
Espero continuar acolhendo e inspirando pequenas revoluções, independente do formato. E sou imensamente grata pelo Cluboca, nosso grupo de apoiadores, com quem aprendo sempre e onde me sinto à vontade para pedir colo. O Gramado da Fama anda fraco (com edições em janeiro, fevereiro, abril e julho), mas aposto em recomeços múltiplos.
Que 2023 seja de jogatina e afetos positivos!
Retrospectivas dos anos anteriores: 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007
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