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28.4.17

Mulher-Hulk e o filme que não terminou

Ela me recebeu com festa na porta do barraco da Cida, ignorando o feriado pascoal. Demorou para entender como subir no carro, mas aprendeu rápido que coisas incríveis aparecem e desaparecem nas janelas em movimento. Não desobedeceu nenhum comando ao longo da viagem até Campinas ― saudade do freio de mão do Escortinho, mastigado pelo Marley!


Aqui, abro um parênteses para agradecer o Marcelo Verdegay, a Paula Castro, a Rosemay Fenselau, a Vera Lúcia Ribeiro, a Andréia Toledo e a Bonna Straccialini pelo help com o pedágio, o combustível e, indiretamente, com o projeto de educação, conscientização e mobilização do Gatoca ♥. Fecha parênteses.

Cris preparou um almoço vegano árabe, neste cenário de filme:


Michele e Cléber, adotantes da Penélope e dos bebês Cartoon, estão na foto porque o mundo é uma pracinha. A própria Cris ficou com três ex-queletinhos da dona Lourdes, o caso mais antigo deste blog (quase dez anos). E Pérola continua viva!


O roteiro parecia de comédia romântica. Mas, na segunda, chegou a mensagem dizendo que a recém-batizada Hebe não havia se acostumado com a casa nova. Late sem parar de madrugada, arrumou briga com uma das cachorras e até lhe mordeu. Eu não sabia que ela ficaria do lado de fora porque dentro já moram 45 bichanos. Talvez, prefira ser pet de sofá.

Durante o tempo em que passamos lá, não saiu de perto do meu carro, provavelmente tentando dizer isso. :\


Me ajudem a encontrar a família certa para a pequena? Prometo que ela retribuirá com este olhar brilhante ― e uma tonelada de amor.

26.4.17

Trabalho em ONG não precisa ser só voluntário

Essa mentalidade provinciana é cultivada pela proteção animal brasileira. As organizações grandes, principalmente internacionais, contratam funcionários remunerados para garantir que as atividades estratégicas não sobrem para as horas vagas. Trata-se de matemática básica: o dia tem um tempo limitado, certo? Se a gente não precisar trabalhar com outra coisa, cresce mais rápido e ajuda mais bichos.

Eu sempre recebi pelos projetos desenvolvidos em ONGs renomadas de educação e, além de pagar as contas (capitalismo não é opcional), pude investir parte dessa grana no Gatoca ― que ainda não anda com as próprias patas. Se aproveitar de uma causa para ganhar dinheiro é bem diferente de ganhar dinheiro fazendo algo que ama e colaborando para despiorar o mundo.

Está na hora de pensar fora do cercado, pessoal.


Conscientização e sensibilização no CCSP (foto de Giuliana Miranda)

20.4.17

Aniversariante do mês - abril de 2017

Entre namoricos e sonecas despreocupadas com a ameaça de guerra nuclear, Clara* completou 11 anos em Gatoca. O primeiro aniversário sem seu amor ensolarado ― dormir de patas dadas com um frajola desastradamente encantador é diferente de partilhar uma década de cumplicidade e banhos de língua. Mas sinto que só o meu coração se apertou. A gata de retalhos sabe que a vida se esvai enquanto a gente perde tempo deixando de viver.


*Novelinha: conheça a história da Clara

Outros aniversários: 2016 | 2015 |2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

13.4.17

Dos gatos aos humanos: um novo projeto

Eu tenho muitas amigas gateiras e boa parte delas coloca a mão na massa. Mas a Paula Martinez resgatou uma galinha. E a galinha estava presa na macumba! Nas três vezes em que ficou grávida, ela doou leite para bebês sem a sorte de suas pequenas. E há alguns meses fundou a Ciranda para o Amanhã, com o objetivo de ajudar mais efetivamente os meninos e meninas que moram nos 19 abrigos da Lapa expandida.

Se Paula me pedisse para pular da ponte, eu consideraria seriamente. Ainda bem que ela só queria algumas aulas de português para facilitar a buscar por emprego da molecada que acaba na rua ao completar 18 anos. Desenhei, então, o curso em quatro encontros, partindo dos interesses dos adolescentes e tomando o cuidado de plantar a semente da leitura, assim eles poderiam seguir sozinhos ― nesse tempo não se ensina a escrever nem tuíte e estamos falando de dezenas de vidas que a escola não soube conquistar.

O pessoal do Flores na Varanda cedeu o espaço de jardim colorido para as aulas não convencionais e recebeu a turma com café da manhã durante as três últimas semanas ― na próxima, rolará uma visita à Biblioteca de São Paulo. Teve conversa sobre potencialidades, orientação vocacional express, ditado com música do Racionais, crônicas em voz alta, produção de currículo lúdico, palavrões, mensagens dos abrigos sobre a empolgação dos meninos. Eu ganhei poesia, desenho, dobradura, sorrisos. E W., quase o dobro do meu tamanho, dizendo que não queria ir embora.


(Leo, parceiro de todas as horas, tirou fotos da coleção de olhos brilhantes, mas não podemos publicar.)


Por que este post está aqui no blog? Mona Lisa, a mascote do restaurante, serviria facilmente de gancho ― jornalistas fazem milagres com as palavras.


Mas a verdade é que não existe mundo melhor se a gente pensar compartimentado em bicho, gente, planta. E o próximo projeto do Gatoca será com crianças! Leitores que tomam chá com empresários do bem, mandem mensagem: contato@gatoca.com.br. :)

7.4.17

Das oportunidades de recarregar as baterias

Eu escrevi aqui no blog que ia rolar uma roda de conversa sobre como deixar o mundo melhor, no Centro Cultural São Paulo, né? O pano de fundo era um encontro de fã-clubes de k-pop (se você não entendeu nada, clique aqui). Domingão ensolarado, depois de doar Tempestade e Wolverine, me pus a contar, então, pela milésima vez, a história do Gatoca.

Acontece que eu nunca tinha feito isso com fotos. E a reação das pessoas a cada imagem, da tensão dos resgates à euforia das doações, funcionou como um lembrete da importância de sensibilizar a humanidade por meio dos animais. Porque a gente acha que está salvando cães e gatos ― e hamsters, cavalos, galinhas. Mas eles servem, na verdade, para iluminar nossas sombras.


Foto do Leo Eichinger ♥

6.4.17

Primeira liga de super-heróis doada! E dois pedidos...

Victor mora no 19º andar de um prédio no Tatuapé. E passou o sábado pendurado nas janelas do apartamento, com a ajuda da Anna Moreira, para receber a duplinha superpoderosa do DER de telas novas. Escolher os integrantes foi ainda mais difícil. Wolverine acabou conquistando pelo sossego e Tempestade porque precisava de tratamento para os fungos ― tem gente assim no mundo! ♥


Feiticeira Escarlate e Doutor Estranho nem chegaram a ser divulgados no Facebook, vocês notaram? É que Cida doou a tigrinha para uma família que viu o cartaz dos bichanos na clínica que faz as castrações pelo CCZ e o amarelinho para uma das veterinárias da equipe. Todo mundo de casa blindada e coração aberto.

Homem de Ferro foi morar com uma amiga dela e o Aranha aguarda o final da reforma de outra para curtir a vida longe das vielas do submundo. Agora, o clímax: se vocês ajudarem com a gasolina e o pedágio, Mulher-Hulk, a cadelinha que tinha tudo para encalhar no barraco, poderá combater o mal em Campinas! Mandem um bat-sinal que passo os dados da conta: contato@gatoca.com.br.


E continuem divulgando os outros peludos, por favor. Viúva Negra, Mulher-Invisível, Mulher-Maravilha, Vampira e Batgirl também merecem um esconderijo secreto.