.
.
Mostrando postagens com marcador Pufosa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pufosa. Mostrar todas as postagens

31.1.24

Quando correr com seu gato ao veterinário?

Eu sou da prevenção, com ascendente em planejamento, metas, indicadores de quantidade/qualidade, monitoramento. E acredito que quanto menos estresse submetermos um gato, animal que ainda preserva uma essência selvagem, mais feliz e longeva será sua vidinha.

Mas emergências acontecem e, às vezes, a gente não tem escolha ― como no dia em que Pufosa se intoxicou com alguma porcaria do jardim ou quando Pipoca ganhou uma colite ao tomar de canudinho a cândida que a faxineira do prédio deixou entrar no nosso apertamento.


Para ajudar vocês a identificarem o nível de gravidade do enrosco, a veterinária Maria Eugênia Carretero dividiu os principais problemas felinos em três categorias:

:: Consulta comum ::

Tratam-se de casos difíceis de piorar, que raramente viram urgências ou emergências, permitindo uma espera atenta de até 15 dias.

- Coceira
- Otite recente
- Tártaro
- Problemas crônicos de locomoção
- Problemas crônicos de má ingestão de alimentos

:: Urgência veterinária ::

Não existe risco imediato de morte, mas é melhor agilizar a consulta porque, sem tratamento, ela pode chegar.

- Palidez
- Mucosas amareladas
- Falta de apetite
- Vômitos recorrentes
- Dificuldade de urinar
- Secreção vaginal
- Tumores
- Fratura sem hemorragia

:: Emergência veterinária ::

Hora largar tudo e sair correndo, pois cada minuto importa!

- Dificuldade de respirar
- Salivação excessiva
- Desmaio
- Convulsão
- Ausência de urina por 24 horas
- Hemorragia
- Atropelamento

Em São Paulo, é possível recorrer aos hospitais públicos, que atendem gratuitamente, a ONGs como Canto da Terra, Uipa, Apasfa e Natureza em Forma, que cobram valores solidários, e a faculdades de veterinária como as das universidades USP, Unip, FMU, Umesp e Anhembi Morumbi, em que os alunos clinicam orientados por professores, a preços populares. Deixem outras indicações nos comentários!

5.1.24

2023

Em um misticismo exclusivo, os anos terminados em três marcam transformações profundas em mim. Foi em 2003 que precisei me dividir entre o trabalho e o hospital até dona Vera perder uma longa batalha contra o câncer, perto do Natal ― e que também tive de aprender a fazer arroz, lavar privada, cuidar dos irmãos mais novos, multiplicar dinheiro no supermercado.

Em 2013, deixei o casarão de uma vida inteira para caber com dez gatos, o Leo e, esporadicamente, as enteadas em um apertamento de 60 m2. Meu apertamento ― depois de uma reforma "faça você mesmo", apelidada de terapia. Uns meses antes, por causa das crises recorrentes de alergia e asma, já havia decidido parar com os resgates e redirecionar os esforços do Gatoca para a educação.

Se minha mãe estivesse viva, provavelmente confirmaria que em 1983 juntou coragem para se separar do alcoolismo do meu pai e nos mudamos para o prédio em que minha avó morreu antes de cumprir a promessa de sorvete toda a tarde, quando o shopping em frente ficasse pronto ― para voltar atrás pouco tempo depois. A mãe, não a avó.

E deve ter sido em 1993 que sofri um bullying persistente por nunca ter beijado na boca ― resolvi inventar um caso na viagem com as "amigas" à Caraguatatuba, que acabou desmascarado e só piorou tudo. Para dar uma ideia do impacto, o beijo de verdade tardou mais cinco anos ― e, por favor, não façam as contas.

Finalmente chegamos a 2023, assunto desta retrospectiva, com três gatas mortas em 15 semanas, a expectativa de um sabático ao final destas quase duas décadas felinas e um intruso estragando tudo. Guda partiu em março, com 17 anos, Pipoca em julho e Pufosa dois dias depois, ambas com 16.

Além da exaustão, sobrou um gosto amargo porque Pipoquinha chegou a reverter o primeiro derrame pleural ― que demandou uma releitura da escolha de Sofia de 11 anos atrás. E, pouco antes delas, já havíamos pedido o Mercv (com quem vira e mexe sonho) e a Clara, igualmente idosos.

A dinâmica da casa, acostumada a nove bichos preenchendo vazios e silêncios, mudou completamente ― ainda não acostumei a me referir à gangue no feminino. Sem a mãe e metade das irmãs, Jujuba virou uma gata carente e Keka deu para me acordar aos berros cada vez mais cedo ― 4h44 o recorde! Quem não mudou foi o Leo (amo essa foto!), parceiro de soro, de obra, de cova.

Comentei aqui no blog que envelhecer com os bigodes tem me feito enxergar o tempo de outra forma ― as adaptações demoram mais, o corpo não funciona do mesmo jeito, a gente precisa fazer um esforço ativo para não deixar a curiosidade morrer junto com o resto.

Eis que Intrú veio chacoalhar essa energia, com seu olho verde-vida, o pelo brilhante, o nariz rosinha ― lembra Mercv jovem, principalmente quando dorme de boca aberta. No dia 27 de outubro, começava o projeto castração, bem-sucedido, mas com pós-operatório turbulento e duas bombas: a idade e a FeLV. Mesmo assim, persisto na campanha de adoção, porque ele merece morar do outro lado da porta de vidro da lavanderia.

No ativismo, aliás, o ano prometia com a criação do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais pelo governo federal. E ficou só nisso mesmo. Eu diminuí o ritmo de publicação dos posts e a frequência de envio do boletim para conseguir dar conta de tudo ― rolou Gramado da Fama em fevereiro, maio e julho, mas aquém da ambição do nosso financiamento coletivo.

O blog perdeu o puxadinho no servidor de mais de uma década, passando justo o 1º de abril fora do ar. E ainda assistimos portão e telhado araçoiabanos voarem com o temporal de novembro ― que também nos deixou sem luz e água por três dias. Nos intervalos, porém, a gente comemorou.

Os dois anos de casa nova, os 16 do Gatoca (em dose dupla!), os aniversários da Chocolate e das Gudinhas (e o primeiro aniversário sem Guda, bem como o segundo sem Mercv, em homenagem), o Natal customizado ― com brinquedinhos para as peludas, lasanha de marmita em companhia do Intrú e Amigo Secreto de Talentos no Cluboca, o grupo de apoiadores mais maravilhoso do universo!

A geriatria dominou o conteúdo de serviço: gastrite por doença renal, cérebro cansado, fralda, artrose, ataxia, escova de bebê, patê lisinho para seringa. E desabafei sobre o difícil equilíbrio ao cuidar de bichanos. A série inspirada em O Encantador de Gatos, livro do Jackson Galaxy, ganhou dez capítulos inéditos: sobre os bigodes felinos, a visão e a audição, como eles caçam e o que comem, hábitos de limpeza e sono, arquétipos, lugares de confiança e esconderijos-casulos.

Também teve teste de latinha em molho e o controverso sabor peixe, e textos sobre alimentação úmida, o gosto da água e ração de insetos (+ novidades gringas). O enriquecimento ambiental foi turbinado com sofá e prateleiras repaginados, a primeira cama nuvem, arranhadores caseiros (com passo a passo) e parquinho vertical ― que rendeu uma miniobra!

O blog ainda alertou para os perigos do calor, garras que entram nas almofadinhas, a incompatibilidade de banho e antipulgas, inchaço que vira abscesso, os malefícios da imobilização pelo cangote. Ensinou a identificar dor, ronco e marcação fantasma, se declarar com os olhos, pesar seu amigo com precisão.

E, mesmo quebrada por dentro, não podiam faltar os posts de entretenimento: nossa experiência tragicômica com inteligência artificial, a briga com o ChatGPT, o desafio dos seriados, o ataque de um serial killer, a visita de pterodátilos, as releituras de Dalí, gatos fazendo gatices, a inviabilidade do nosso reality show, minha soneca com o inimigo, a Pimenta do clima e as vergonhas de gateiro.

Que 2024 bata mais leve ― porque a idade dos integrantes fixos e o gênio do temporário dão o spoiler de que fácil não será. rs


Retrospectivas dos anos anteriores: 2022 | 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

27.9.23

A melhor escova para gatos idosos!

Com a velhice, os bigodes vão sentindo cada vez mais dificuldade para se limpar e a gente precisa dar uma força — principalmente nesta época do ano, em que o casaquinho de pelo reforçado durante o inverno resolve se desmanchar pela casa ou acumular no estômago, com o objetivo de deixá-los mais refrescados para o verão.


Quem tem gatos a partir de 7 anos já pode começar a prestar atenção nos sintomas de artrose, aliás. E, acima dos 12, ela é praticamente certa — nove em cada dez bichanos. Foi em uma escovação, inclusive, um tanto violentamente, que Pufosa tentou me avisar. Até pouco tempo atrás, a gente usava a Furminator, que funciona maravilhosamente para os nós, mas causa desconforto nas regiões sensíveis.

Com a morte dela (e seu rastafári), decidi testar a dica da escova de bebê. E, após pesquisar em lojas físicas, acabei comprando pela internet para levar também o pente, por mais R$ 2. Combinação perfeita, já que ele desembaraça melhor o pelo longo da Pimenta, sem a dureza da Furminator, ainda ajuda a limpar a escovinha.


As quatro meninas amaram o carinho com cerdas! Além de liberar serotonina, aumentando a sensação de bem-estar e felicidade, a escovação também reforça o vínculo com seu amigo. E Jujuba está dois tons menos vermelha de rolar no nosso deck de bairro não asfaltado — poeirão que a Furminator não limpava tão bem.

4.8.23

3 jeitos de oferecer ração úmida para seu gato

Depois de muito relutar, eu apelei ao Churu para ver se as gatas caquéticas davam uma chance ao parquinho vertical, que deveria ter chegado 16 anos antes. E a meleca que todo mundo chama de "cocaína felina" foi solenemente rejeitada por metade das integrantes de Gatoca, que gostaram mesmo é da Pet Delícia nova de escondidinho suíno, 100% natureba. rs


Como Pipoca e Pufosa já não estavam em seu melhor momento, demandando uma atenção especial à alimentação, tive a ideia deste post. Aumentar a umidade na dieta evita problemas renais, já que os peludos não têm o costume de beber água, pois as presas que caçavam na natureza forneciam toda a hidratação necessária — 70% de líquido contra cerca de 10% da ração seca, né?

Mas nem todo bichano curte ração úmida — dei dicas de adaptação aqui, aliás. E, se eles não vierem correndo ao ouvir o clique da latinha, como a Keka e a Jujuba, vocês podem amornar no micro-ondas.


Para a Pufosa, eu batia no processador com pouca água e ela lambia direto da xicrinha — no pote não fazia o mesmo sucesso (vai entender).


Já a da Pipoca, que precisava ficar bem lisinha para passar na seringa, levava mais água — também escrevi sobre como conseguir essa textura. E recentemente, por necessidade, descobri uma forma de bater quantidades maiores e posso compartilhar em um próximo post, se quiserem. :)

28.7.23

Uma gata chamada Carência

Se me perguntassem qual das meninas sentiria mais a morte da mãe e das irmãs, eu chutaria a Jujuba por último. Ela só recorria ao grupinho quando a temperatura baixava dos 10ºC e sua sociabilidade me proporcionou a maior cicatriz destes quase 18 anos entre bichos. Acontece que, desde a mudança para o apertamento, a pequena foi desabrochado e fez questão de cuidar das três gatas no final.








Mesmo com Keka e Pimenta ainda por aqui, toda a madrugada agora ela se põe a miar, em um misto de lamento e urgência. E vem pedir carinho animada assim que levanto — sim, a ex-praticante da modalidade playcenter, que passava correndo pela mão, alternando entre medo e prazer, e voltava para o fim da fila.

Até durante as refeições Jujuba tem marcado presença — à distância exata de um cafuné, sem o risco de ser atingida por um colo. rs


Eu não poderia escolher outra modelo (e o sorriso?) para acompanhar a querida Sandra Malacrida, gateira da velha guarda experiente, no Gramado da Fama deste mês!


O apoio de vocês faz toda a diferença para o Gatoca, que não aceita publicidade para manter a independência. Quer se juntar aos despioradores de mundo (e participar do grupo de WhatsApp mais acolhedor e divertido da internet)? Acesse o Catarse — nossa jornada é longa e só pretendo parar na ONU. :)

Obrigada pela parceria também, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo...

...Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura...

...Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida, Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva, Regina Hansen, Arina Alba e July Grafe! 🤗

9.7.23

Saudade (sim, mais uma)

Eu guardo uma coleção de fotos suas esmagando o Simba, a Clara, o Mercv e a Guda em espaços onde, teoricamente, caberia apenas um gato. Você só tinha tamanho, Pufosa — e patas de leoa! Suspeitava que perder a mãe, último porto seguro, seria um grande baque. Mas não te imaginava partir menos de quatro meses depois e apenas dois dias na sequência da Pipoca.


Há 16 anos, vocês também chegaram mudando tudo. E de tutora de bigodes em quantidade normal (quatro, meu número da sorte) virei protetora de dez, ainda imaginando que conseguiria doar, se não a golpista da barriga, ao menos a ninhada. Como cansei de desabafar aqui, porém, quem separa uma família que segue mamando com 2 anos? Você, inclusive, foi a mais persistente.




E, por mais que tenha me esforçado para compensar as ausências, não podia lamber sua cabeça — sou alérgica a gatos, né? Embora neste final, hei de confessar, afundei a cara no seu pelo fininho e macio (surpreendentemente cheiroso!) mais de uma vez, enquanto chorava. Por causa dele, aliás, você é Pufosa — inicialmente Bufosa, até a gente descobrir que se tratava de "arma de fogo, pistola, berrante". rs


Não que você não berrasse, mas só na hora das guloseimas. Bastava ouvir o barulho da latinha abrindo de manhã ou do sachê rasgando nos fins de semana, que aparatava na cozinha, atropelando os irmãos. E continuou vindo mesmo doente, sem conseguir comer quase nada. E, quando andar ficou mais difícil, me encarava com os farolões azuis, de qualquer lugar da casa, esperando ansiosa pelo potinho.






Só você ganhou sachê batido em todas as seringadas dos últimos dias, com sabores variando. Nem parecia a criatura de gosto duvidoso que adorava recomer vômito (o próprio e os alheios), em um processo apelidado de micro-ondas, pelo aquecimento natural — se eu soubesse que, exclusivamente na ração úmida, você não vomitaria mais, teria nos poupado todo o estresse com o megaesôfago, o chiclete de dente, a gastrite. Me desculpa?

Talvez, você também aproveitasse outras coisas do gatil, além da grama que crescia no meio da cinerária, perigosamente mais saborosa. Engraçado que só você não quis se isolar no jardim nessa fase. Preferiu, sim, ficar sem as irmãs no escritório, mas acho que era porque o colchão, herdado com o sofá (que você amou) do cantinho novo, acomodava melhor sua artrose.




Ontem, a gente leu juntas e trocou carinhos, cada uma no seu estilo. Na hora de dormir, vesti a fraldinha, porque o banheiro havia ficado longe demais, mesmo sem sair do lugar. Ainda acordei às 4h14 para um chamego extra — fraldinha seca, patê para o estômago não doer, mais carinho. Você ronronou e gastou o miado economizado há dois dias, agora sei que em despedida.


Leo te pegou mais uma vez, três horas depois, em um sono tranquilo, enroladinha. Acordada por um pesadelo com o Simba e os gritos da Keka na porta do quarto, só cheguei a tempo de te botar no colo e repetir, grogue de sono, que estava ali. Bon vivant, claro que você morreria no domingo. O primeiro em que não pediu sachê.

5.7.23

Tempos difíceis em Gatoca

Pipoca não está bem, Pufosa não está bem e eu estou exausta. Cuidando de gatos para morrer, ininterruptamente, desde dezembro, sequer tive tempo de me recuperar da covid. Devo post com fotos já tiradas, o Gramado da Fama do mês passado (desculpe, Sandra!), horas de sono, calorias. Este texto é prestação de contas, mas também um pedido.

Acessem o blog nos dias em que não conseguir publicar nada e releiam algo do arquivo — são mais de 1,7 mil opções e dá para filtrar por categoria. Se o Gatoca perder relevância, os algoritmos, principalmente do Google, param de sugerir nosso conteúdo para quem precisa de ajuda. Se puderem, também, apoiem o projeto, porque o desânimo me pegou de jeito.

E deem um desconto aos posts mais curtos, com menos imagens. Logo a programação volta ao normal.

29.6.23

16º quase-aniversário do Gatoca e bastidores

É praticamente impossível ganhar na loteria duas vezes, ser atingido duas vezes por um raio ou conseguir duas vagas para estacionar no centro de São Paulo. Mas dá perfeitamente para pegar uma dobradinha de covid morando no meio do mato, na mesmíssima época do ano passado, marcada pelo quase-aniversário do Gatoca.

E para encontrar um tucano na árvore do jardim!


Durante os dois dias em que fiquei de cama (grata, comorbidade!) segui batendo a comida da Pufosa no processador, por causa do combo avançado de gastrite + doença renal. E dando na seringa em intervalos de 40 minutos. E acordando a cada barulho de vômito. Mas também vi a magrela sendo cuidada pelas irmãs, incluindo a Pipoca, desenganada pelo veterinário em abril.


Altos e baixos continuam desenhando a passagem do tempo, em uma jornada que se aproxima das duas décadas — os gatos vieram antes do blog (e de eu descobrir que gostava de animais, rs).

Já colecionamos 1.736 posts, e-book, mutirão de castração, oficina com crianças, roda de conversa com adolescentes, canal no YouTube, websérie felina, loja colaborativa, newsletter, Gatonó, edital do Condeca com a prefeitura de Sorocaba — os links estão aqui.

E renovo a esperança de voltar no dia 10 de agosto, data do aniversário oficial, com novidades! — explicando aos novatos, "quase-aniversário" é quando você cria um blog e demora 42 dias para juntar coragem de escrever nele. 😂


Festinhas anteriores: 2022 | 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

23.6.23

O parquinho de gato que rendeu uma obra

Em um mundo ideal, eu teria escrito "reforma" no título deste post, mas a realidade de quem tomou um golpe durante a construção da casa própria é que, dois anos e meio depois, seguimos em obra. E sempre que sobra um tempo no fim de semana com um troco esquecido na calça, Leo e eu tentamos resolver mais um enrosco de 2021, com tutoriais de Youtube.

O próximo da fila era a porta-contêiner do escritório em que escrevo estas linhas, entregue pela empresa picareta na lata, sem isolamento térmico como combinado, derretendo os integrantes do recinto no verão e congelando no inverno. E continuaria assim até 2024, se não batesse a urgência de desencantar o parquinho a tempo de a gangue, passada dos 16 anos, aproveitar.


Comprei isopor e PU para o recheio, um MDF grosso no vigésimo tom de verde de Gatoca e desenhei o projeto improvisando ferramentas. Leo serrou, parafusou, lixou — além de carregar o peso todo praticamente sozinho, porque meus 48 quilos não servem nem para figuração.




(Não apareço nas fotos, mas ralei junto!)


(E de longe ficou ótimo. rs)






Também trocamos por EVA o carpete das peças de madeira, doadas pela Vanessa Aguiar e a Laíze Damasceno ❤️, para facilitar a limpeza — e não cutucar a alergia, atualmente controlada pelo excesso de cortisol no organismo. Se as gatas destruírem, como fizeram com meu tapetinho de ioga, custa barato substituir.






E até comemorarei, porque, desde domingo, elas insistem em ignorar o esforço — físico, financeiro e emocional. Quem arrasou foi o colchão, que resolvi tirar da cama herdada da adolescência e botar direto no chão, para contemplar a artrose da Pufosa.


Talvez, o parquinho tenha saído tarde demais.

Mas vou tentar de novo no fim de semana, com sachê e catnip. :)

21.6.23

Como percebi a artrose da Pufosa

Contrariando a ciência, que diz que nove em cada dez gatos com mais de 12 anos terão artrose, Pufosa é a única da gangue com sinais claros da doença — vale pontuar aos novatos que os bigodes já passaram dos 16. E não identifiquei que aquela patada na cara que tirou sangue, durante a escovação que a peluda tanto amava, era o começo de tudo.

De dezembro de 2020 para cá, ela foi ficando cada vez mais resistente ao toque, irritadiça, paradona. E só liguei os pontos quando este pezinho começou a sobrar de lado ao sentar.


Mas em que consiste a artrose, afinal? Trata-se de um desgaste nas almofadinhas de cartilagem que deveriam impedir o atrito dos ossos nas articulações, especialmente as do colo do fêmur e dos quadris, provocando dor — que piora no frio e com a umidade, sua avó concordará.

Quem tem bichanos a partir de 7 anos já pode começar a prestar atenção. Eles tendem a ficar mais sedentários, sensíveis nas zonas afetadas, mal-humorados. Também se limpam menos, porque precisam esticar muitas partes do corpo para isso. Cerca de 75% evitam saltar e 43% mancam de leve — a maioria dos tutores nem percebe. No esterno (osso do peito), a artrose atrapalha até o colo aéreo.

A prevenção deve ocorrer ao longo da vida, mantendo seu amigo no peso adequado e estimulando a prática de exercícios para fortalecer os músculos, com brincadeiras e enriquecimento ambiental. E, se ele começar a manifestar sintomas, baixe as coisas que costuma usar, incluindo a borda da caixa de areia, providencie uma cama mais fofinha e quentinha, dê uma força na higiene.

Para controlar o incômodo, vale investir também em rações à base de peixes azuis, como sardinha e salmão, que contêm mais ômega 3. E deixe os suplementos para prescrição veterinária, porque ômega 3 é gordura e gordura, amantes de fritura sabem bem, engorda.

Na sequência da fila de cuidados da geriatria de Gatoca vem Pipoca, que começou a reclamar da escovação recentemente, mas ainda escala o arranhador. Pimenta continua caçando lagartinhos (reais e de brinquedo), Keka andando pelas paredes, Jujuba dominando a prateleira mais alta da sala e Chocolate morando na máquina de lavar — além de já ter nascido resmungona.

26.5.23

Aprenda a se declarar para seu gato com os olhos!

Eu achava que dava sono nos bigodes, mas talvez eles estivessem tentando dizer que me amam. O ato de estreitar os olhos parece estar associado à comunicação emocional positiva em várias espécies. E um estudo da Universidade de Sussex, no Reino Unido, mostrou que nós também podemos interagir com os gatos usando uma sequência de piscadas lentas!

Elas normalmente envolvem uma série de semipiscadas, seguidas por um estreitamento prolongado dos olhos ou um fechamento total. O primeiro experimento revelou que os bichanos respondiam mais frequentemente as piscadelas dos tutores, em comparação a nenhuma interação entre humano e felino.

Já no segundo teste, em que um experimentador desconhecido forneceu o estímulo do piscar lento, os gatos tiveram maior propensão a se aproximar, em comparação à expressão neutra. Esses resultados sugerem que piscar para seu amigo é uma forma de estreitar laços. ❤

24.5.23

Aniversariantes do mês – maio de 2023

Na segunda-feira, as Gudinhas* fizeram 16 anos — quase um centenário em gatas!

Pimenta ganhou um lagartinho de catnip para parar de caçar os de verdade, passou o sábado das comemorações de nariz tampado e não deu a menor bola para o coitado. De madrugada, ele sumiu do balcão da cozinha, onde esperava por fotos melhores, e só foi encontrado dias depois embaixo do sofá, imundo, para desaparecer de novo.


Almejando poupar justamente esse sofá, repaginado, Jujuba ganhou um arranhador, que até agora não usou. Mas, como havia se rendido à versão de papelão, o acquablock segue intacto. E Keka, aquele parente difícil de presentear, ficou com o cone de sisal para ela.


Jujuba tentou roubar, então, o sachê da Pufosa e acabou se contentando com o sol no gatil, cortesia de São Pedro.




Já Pufosa descontou o sachê subtraído no patê da Pipoca.


E a ex-magrela nem reclamou, porque ganhou mais uma vida.


Foi o primeiro aniversário sem Guda, que deve ter repassado às filhas felinas o ensinamento da minha mãe humana: irmãos cuidam uns dos outros, porque são nossos melhores amigos.


P.S.: Ainda vou escrever sobre o novo cantinho dos bigodes, nosso primeiro arranhador (com passo a passo!) e a ressurreição da Pipoca. Tenham paciência. rs


*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2022 | 2021 | 2020 | 2019 (especial Dia do Abraço) | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

17.5.23

Se tivesse um reality show de Gatoca...

As adoções de gato diminuiriam drasticamente. Na mesma madrugada, por exemplo, Jujuba conseguiu vomitar metade do bebedouro no lavabo e escorreu tudo para baixo da privada. Enquanto Pufosa ejetou na sala uma quantidade considerável de ração digerida, em que Keka escorregou, andou pelas paredes, fez um Matrix no armário do escritório e se enfiou embaixo da cama.

Dez minutos de limpeza-CSI depois, descubro que ainda sobrou um tico. Quem enxerga onde?


Aproveito o post para agradecer os gateiros que apoiam este projeto na alegria e na tristeza, estreando no Gramado da Fama a Marina Fioretti, que pesquisava como aplicar soro subcutâneo e encontrou no Cluboca o acolhimento que faltou no veterinário, e a Valeria Werneck, mineira de Sete Lagoas, terra do Centro de Apoio ao Turista Presidente Juscelino Kubitschek, o CAT JK, que não tem absolutamente nada a ver com gatos.


Esse suporte permite que o blog continue ajudando bípedes e quadrúpedes, em uma jornada que já dura 16 anos, com ações on e offline. Quer se juntar aos despioradores de mundo também e participar do melhor grupo de WhatsApp da internet? Basta acessar o Catarse. :)

Um aperto especial para Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande...

...Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura, Ana Paula de Vilas Boas...

...Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva, Regina Hansen, Arina Alba e July Grafe!

11.5.23

Como e o que os gatos caçam? | EG #19

Preparem-se para uma informação chocante: se o potinho de ração do seu gato não enchesse como mágica, ele caçaria de dez a 30 vezes por dia para conseguir oito ratos, cada um garantindo, em média, 30 calorias. Sim, roedores são as presas favoritas para 75% dos bichanos, deixando os pássaros em segundo lugar, provavelmente pela dificuldade na captura.

Mas os bichanos comem qualquer coisa menor do que eles um pombo, incluindo insetos, répteis e anfíbios. A maioria, inclusive, se torna especialista em um ou dois tipos de cardápio, influenciado pela disponibilidade de alimentos e pelo que a mãe oferecia quando eram bebês. E essa preferência, por sua vez, define o estilo e as estratégias para matar:

- Emboscada em campo aberto.
- Esconderijo para ataque surpresa.
- Tocaia em buracos ou tocas.


Eles agarram, então, a presa com as patas e depois enfiam os caninos, finalizando com uma mordida letal na nuca para quebrar a medula espinhal — os menos experientes podem morder várias vezes. Quando a vítima é perigosa, os peludos ainda costumam bater ou atirá-la de um lado a outro, como em uma sessão de tortura, para cansar.

E lembram do papel dos bigodes na confirmação sensorial para o abate, já que os felinos não enxergam muito bem de perto? Pois os dentes também ajudam no processo ao detectar pequenos movimentos com seus nervos. Foi essa caçada eficientes, meticulosa e segura que manteve os gatos vivos até hoje, sendo, ao mesmo tempo, predador e presa.

Mas por que todo esse papo, se o texto começa atestando a existência do pote de ração mágico? Por que seu amigo também tem um estilo de caça e ele se refletirá nas brincadeiras, essenciais ao Gato Essencial, que abordaremos nos próximos capítulos desta série, inspirada em O Encantador de Gatos, livro do Jackson Galaxy.

(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes quase 16 anos de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)