.
.
Mostrando postagens com marcador Dicas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dicas. Mostrar todas as postagens

14.5.25

Gatificação: mundo vertical e autoestradas | EG #35

Para invadir Gatoca, Intrú teve de ultrapassar 2 m de muro. E a maioria dos gatos-almofada que vivem em nossas casas se divertiria explorando o ambiente do chão ao teto, porque são escaladores naturais. Nem precisa de parquinho elaborado ― mas, se puder, invista! Qualquer superfície longe do chão, de cadeira a topo de estante, pode virar paisagem vertical.


Se conseguir criar um caminho entre os móveis, permitindo que os peludos transitem por eles sem descer, mais legal ainda. Segundo Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, uma autoestrada bem-construída conta com:

Faixas múltiplas
Elas possibilitam o acesso de vários bichanos ao circuito vertical, sem tumulto.

Rampas de acesso
Servem para entrar e sair da brincadeira.

Destinos e paradas de descanso
São lugares onde seu amigo passará mais tempo, contemplando o entorno, como nos poleiros, ou tirando um cochilo, por exemplo, em uma caminha no alto do armário.

Devem-se evitar, portanto, as seguintes armadilhas:

Vias apertadas
Passagens com menos de 20 cm de largura (e sem rotas alternativas) tendem a gerar confusão, porque dificultam a travessia simultânea.

Áreas inalcançáveis
Em caso de emergência ou visita de rotina ao veterinário, vocês não conseguirão pegar a criatura ― do malabarismo para limpar nem preciso falar, né?

Pontos de conflito
No post sobre planejamento urbano antitreta, explico em detalhes como contornar as zonas de emboscada e pontos mortos.

Não, Intrú não subiu na árvore. Ele prefere cimento. rs


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivoaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes quase 18 anos de Gatoca. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 32: Gatificação: um lugar para onde voltar
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem destruir a casa
CAPÍTULO 34: Gatificação: planejamento urbano antitreta
CAPÍTULO 36: Gatificação: necessidades especiais (estreia no dia 20 de junho de 2025)

9.5.25

Cluboca do Livro: quando o assassino não é o gato

Eu queria uma história de mistério/policial para estrear o gênero na próxima leitura do Cluboca do Livro e cheguei a pensar em A Última Casa da Rua Needless, da estadunidense Catriona Ward, porque tem uma gata narradora. Mas li antes de sugerir, pois, apesar do burburinho, não conhecia a autora e achei meio pesado ― já teremos clássicos do terror no Halloween.

Descobri, então, Um Gato Entre Pombos, da Agatha Christie, que é uma expressão idiomática, sem bichanos efetivamente, e o grupo topou para não restringir tanto as opções ― vale também ilustração do peludo na capa ou presença na vida real do escritor. A rainha do crime ainda vem da Inglaterra, país inédito no nosso clube, além de quebrar a hegemonia dos autores homens.

Oitenta romances e contos publicados, com quatro bilhões de exemplares traduzidos para mais de 100 idiomas, ficando atrás apenas da Bíblia e de Shakespeare, está bom para vocês? Pode não ser a melhor atuação do detetive Hercule Poirot, mas certamente renderá uma boa diversão. Tenho aproveitado para ler na rede, em companhia do Intrú, por causa da fonte pequena demais para quem está acostumada a configurar letra-cartaz no Kindle. rs


E do que se trata o livro? De Meadowbank, uma escola para filhas de ricos e poderosos da alta sociedade britânica, onde, graças a uma de suas fundadoras, Miss Bulstrode, escândalos nunca acontecem. Até que a professora de educação física aparece morta ― por culpa dos próprios segredos ou protegendo alguém. E, conforme a investigação avança, fica claro que assassino ainda não terminou.

O encontro para conversar sobre a leitura ocorrerá no terceiro domingo de junho, dia 15, das 16h às 19h, pelo WhatsApp. Para participar, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando os links abaixo, uma porcentagem vem para a gente. :)

- Um Gato Entre Pombos, impresso da HarperCollins
- Um Gato Entre Pombos, e-book da L&PM
- Qualquer item adquirido na Amazon partindo deste link ajuda o projeto

Discussões anteriores

:: Vou te Receitar um Gato, da japonesa Syou Ishida
:: O Mestre e Margarida, do russo Mikhail Bulgakov
:: Um Homem Chamado Ove, do sueco Fredrik Backman

7.5.25

Agressividade em gatos por frustração?

Sim, existe e eu senti na pele. Depois que os hormônios da guerra se viram obrigados a deixar o corpo com a castração, Intrú nunca mais havia me atacado. Mas aí ele descobriu o gostinho de entrar em casa, primeiro aproveitando as frestinhas de janela que a gente esquecia abertas, depois trabalhando com o Leo no estúdio, e para a cama da Seila foi um passo.

Agora, a criatura se recusa a dormir no chalé, do lado de fora (FeLV+). Passou até a se esquivar dos carinhos. E no feriado de 1º de maio, quando voltou para cá porque tinha cachorro hospedado na Seila e ainda apliquei o vermífugo, que tentou tirar rolando na terra, o rebelde pulou com as duas mãozinhas no meu rosto ― a esquerda furou, a direita arranhou e tchan, tchan, tchan, tchan! 😂


Não, ele não fica sozinho no estúdio, gente. Leo liberou, quando viu que não subia nas coisas nem destruía nada. Só que o gordinho quer companhia.



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
:: Quando as Cataratas do Niágara visitaram Intrú
:: Um post mal-humorado fofo de Natal
:: O gato que só falta tocar a campainha!
:: Intrú adoeceu antes de ganhar uma casa
:: Ressurreição e mordidas literárias
:: Quase grudinho
:: Lado errado?
:: História de filme: a vida dupla de Intrú!

2.5.25

Pode uma caminha substituir toda uma família?

Se Jujuba soubesse falar, fundaria o Movimento dos sem Montinho. Acostumada a dormir soterrada por outros oito gatos (Chocolate se recusava a participar), viu o amontoado peludo sofrer perdas drásticas nos últimos dois anos e, desde que a Keka morreu, em novembro, não tem mais uma fonte sequer de calor quadrúpede para trocar.

Muito antes de as temperaturas baixarem, já sonorizava nossas madrugadas com uma miação sofrida ― parte pela solidão, parte pela idade (quase 18 anos!). Decidi, então, comprar uma caminha fechada, na esperança de emular acolhimento e, seguindo as regras da física, manter a pequena aquecida.

Podia ter escolhido um modelo tradicional, mas, nessas raras oportunidades da vida, o mais barato era justamente o mais legal: um tubarão!


A caminha chegou em 9 de abril e Jujuba saltou direto na bocarra dentuça, enquanto eu estava filmando ― qual é a chance de isso acontecer duas vezes? Lavei o bicho para ficar com o cheirinho da nossa casa e, graças ao sol araçoiabano e ao material importado, depois do almoço já peguei a criatura encolhida lá dentro.


Esgotada a sorte de principiante, porém, ela nunca mais quis saber da novidade ― testei os dois lados da almofada: o liso, que pela cor imita melhor uma língua, e o peludinho, que usa o mesmo material azul da parte externa do tubarão. Até uma semana atrás, quando a carente finalmente tomou coragem de deitar e relaxar.


O lance da física funcionou ― fazia tempo que suas orelhas não ficavam tão quentinhas! Mas os lamentos noturnos continuam.

Não, uma caminha não pode substituir uma família.

23.4.25

Dicas para cortar unha de gato antissocial (sobrevivi!)

Jujuba vai fazer 18 anos no mês que vem, a única gata, em duas décadas, de quem eu nunca havia arriscado cortar as garras por motivos de: trauma ― diferente das irmãs, assustadas-passivas, a criatura sempre foi assustada-agressiva. Ainda usa o arranhador, sobe e desce da minha mesa de trabalho sem escadas, corre enlouquecida pela casa. Mas tem se enroscado no cobertor e cheguei a pegá-la com uma pata presa à outra pela unha. rs

Como um gladiador prestes a entrar no Coliseu, no dia 25 de março tirei, então, o cortador enferrujadinho da gaveta, parti para cima da fera e acabei caindo na risada ao constatar que boa parte das Gudinhas deu mais trabalho durante a manicure do que a encardida. Sim, ela está mais velha. Só que eu também acumulei mais experiência ― pelo amor e pela dor.


Se vocês também precisam encarar esse desafio, principalmente no caso de gatos idosos, que tendem a afiar menos as garras, sob o risco, inclusive, de atravessarem as almofadinhas, seguem minhas dicas salvadoras:

Use um cortador específico
O formato que acompanha a curvatura da unha do bichano facilita a missão.

Pegue seu amigo sonolento
Apesar de a estratégia não ter funcionado com os outros bigodes, Jujuba se mostrou bem menos resistente interrompida em seu sono de beleza.

Se adapte à posição escolhida pelo gato
Talvez você precise voltar para a ioga, mas garanto que vale a pena. Contenção aqui em casa, aliás, só irritava mais a gangue.

Seja paciente
Se a tolerância do felino permitir aparar apenas uma garra por vez, não insista. Quanto maior o estresse, mais adrenalina e cortisol o organismo libera, deixando o animal mais agressivo.

Corte apenas as pontinhas
Ao pressionar a pata, as unhas ficam à mostra, devendo-se encaixar o cortador o mais longe possível da base rosada.


A prova do feito, apesar de o celular da Samsung deixar as garras parecendo falsas

Ofereça recompensas
Como Jujuba não gosta de croquetes e já come sachê todos os dias, caprichei na escovação ― que ela ama. Se não for o caso aí, substitua por uma sessão demorada de carinho. E, se seu peludo curtir petiscos cremosos, tem esse truque que o veterinário Dan Baeta testou, aplicando nas costas da mão que segura a pata, para distrair a Snow durante o processo.

*

Alerta! As garras ajudam no equilíbrio e na mobilidade do bicho, incluindo os atos de pular e escalar, portanto, não podem ser extraídas (onicectomia) — sem contar que isso é proibido no Brasil, desde 2008, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. Quem não quer ter o sofá customizado deve investir em enriquecimento ambiental.

17.4.25

Um Homem Chamado Ove: encontro 'Cluboca do Livro'

Eu amo os livros do Fredrik Backman porque ele consegue escrever sobre temas complexos de um jeito leve, tirando sarcasmo da manga sempre que a gente está embargado, prontinho para desaguar. Em Um Homem Chamado Ove (sinopse aqui), o autor-jornalista fala de velhice e morte com irônica propriedade, uma vez que é mais jovem do que eu.

A gente já começa sorrindo com os títulos dos capítulos ― ao menos a maior parte deles. Embarca, então, em uma montanha-russa de definições impagáveis: crianças, pequenos erros linguísticos balançantes, que crescem sem o menor respeito; gentileza, uma caixa contendo nitroglicerina; aposentar-se, tornar-se desnecessário; gente, desperdício de oxigênio; vencedor de uma discussão, aquele que conhece as palavras mais difíceis; medo da morte, ela passar batido e nos deixar sozinhos.

E tem o gato, que "vai perambulando com o porte de um bicho convencido, talvez um pastor-alemão de 60 kg do esquadrão antidrogas da polícia. Ove desconfia que é justamente a ausência total de autopercepção que fez com que ficasse sem cauda e metade da pelagem". Por outro lado, quando o bichano constata a prisão no carro, deita e dorme, "uma forma muito direta de resolver problemas". E, ao ser questionado se sete vidas não bastam, "lambe a pata, parecendo não ser do tipo que considera importante ficar fazendo a contagem".

Chorei de rir com os capítulos em que o velho rabugento tenta comprar um iPad, agride um palhaço e ensina Parvaneh a dirigir. E chorei de chorar no final. Ove também perdeu os pais precocemente, antes de poder formar sua família, "um tipo muito peculiar de solidão", acreditava que não gostava do gato, via-se cercado por idiotas e adoraria que quem estivesse certo estivesse certo e quem estivesse errado estivesse errado.

No último domingo, o livro nos deu a oportunidade de trocar experiências sobre nossos idosos e nossos próprios planos para a velhice, em um raro espaço de acolhimento, já que os tabus sobre o assunto se sobrepõem: pagar um cuidador para manter o familiar em casa (o que não custa barato) ou trazer para morar conosco e mudar toda a rotina? ― mesmo trabalhando fora, essa função ainda sobra para as mulheres. E na clínica de repouso, pode colocar contra a vontade? Até quando se tem condições de decidir? Como envelhecer com qualidade?


Fernanda Barreto citou a médica Ana Claudia Quintana, sobre quem envelhece bem ter as melhores relações, não necessariamente a melhor saúde ― na contramão da Era das telas e dos algoritmos das redes sociais, programados para engajar no ódio, gerando atomização. Embora não possamos descartar a importância da alimentação na longevidade, como lembrou Neide Rodrigues. Sua avó, que plantava a comida no interior sem agrotóxicos, viveu até os 94 anos, independente e ativa.

Se manter em movimento, aliás, talvez seja o terceiro pé do andador. A mãe da Cristina Rebouças, também com 94 anos, morava sozinha e viajava todo ano de navio, até a pandemia. Sua tia, de 92, ainda vai ao shopping com as amigas e não perdem um filme ou show. Ela faz Universidade da Memória e, em 2024, lançou um livro com as receitas da família.

Um andador precisa de quatro pés, certo? Exercitar o cérebro, como qualquer outro músculo do nosso corpo, atende os requisitos. A própria Cris, de 71, está estudando inglês para bater papo com a sogra irlandesa. Já a mãe da Paula, aos 86, divide a assinatura do Kindle com as filhas para ler digitalmente. Para a maioria das famílias, porém, a velhice vem cheia de desafios.

A negação das doenças sem cura, a sobrecarga em um dos familiares, a culpa de quem está longe, cobranças de todos os lados. Vanessa Araújo ressalta que é preciso acolher o comportamento do outro, por mais que a gente não entenda: "Idosos viram crianças, mas são crianças que já tiveram autonomia. Despedir-se de si mesmo não deixa de ser um processo de luto".

Por isso Aline Silpe, que tem como ritual ir ao teatro com o pai, "a criatura de 76 anos mais marrenta do universo", reforça que todo mundo deveria fazer terapia: "Nós precisamos de alguém de fora para ajudar a entender a nós mesmos e as pessoas ao redor".

Na lógica do capitalismo, inclusive, a aposentadoria nos torna inúteis, mas sempre se pode encontrar outros motivos para sair da cama e ser importante para alguém, como mostra o livro do Fredrik ― provocando o sistema, Cris confessa se sentir bastante útil cuidando de si, dos seus gatos e assessorando uma ONG baiana. Quatro amigas juntaram suas famílias em um pequeno condomínio, dividindo o cuidador, e ela pensa em repetir o combinado com outro grupo.

Ao longo das quatro horas de conversa, não faltaram indicações...


Para lidar melhor:

A Máquina de Fazer Espanhóis, livro do português Valter Hugo Mãe
"Eu me coloquei no lugar do personagem principal. Quando chegar a minha vez, já tenho uma ideia de como será", Cristina Rebouças.

O Incrível Dom de Oscar, livro do estadunidense David Dosa
"Mostra como as pessoas reagem a seus idosos internados", Paula Melo.

E se eu Morrer Amanhã?, livro da portuguesa Filipa Fonseca Silva
"Fala sobre descobrir o sexo na terceira idade", Fernanda Barreto.

Finitude Familiar, livro da brasileira Luiza Gonçalves de Paula
"Aborda a jornada que antecede a morte, os aprendizados, a importância dos cuidados paliativos", Vanessa Araújo.

A Luz Difícil, livro do colombiano Tomás González
"Conta a história de quem fica", Cristina Rebouças.

E se Vivêssemos Todos Juntos?, comédia dramática francesa (Prime Vídeo)
"Fala sobre cuidar de quem está perdendo a acuidade mental", Aline Silpe.


Para saber mais:

Como se prevenir contra as demências?
Vídeo do Drauzio Varella que também discute o papel do Estado no desenvolvimento de políticas públicas que garantam uma estrutura de cuidados aos idosos, como as que existem atualmente para bebês e crianças.

Cidades não gostam de pessoas mais velhas?
Vídeo da jornalista Mariana Mello, indicado pela Fernanda Barreto, sobre como as cidades precisam se preparar para acolher os idosos, estimulando que saiam de casa e tenham vida social.

O Bom do Alzheimer
Perfil da gerontóloga Claudia Alves Silva, indicado pela Lorena Fonseca.


Para se divertir (lista toda minha, porque ninguém é de ferro, né?):

Minha Avó Pede Desculpas
Livro fofo do mesmo autor de Ove.

O Clube do Crime das Quintas-Feiras
Coleção de detetive de Richard Osman.

Grace and Frankie (Netflix)
Série de comédia com a Jane Fonda e Lily Tomlin.

O Método Kominsky (Netflix)
Série de comédia-drama com Michael Douglas.

Only Murders in the Building (Disney+)
Série de comédia-policial com Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez.

A Gangue da Luva Verde (Netflix)
Série de comédia com atrizes polonesas maravilhosas.

Um Espião Infiltrado (Netflix)
Série de comédia com Ted Danson.

*

Volto para contar quando o livro de junho for decidido. Para viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando nosso link da Amazon (para qualquer produto, aliás), uma porcentagem vem para o projeto. :)


Discussões anteriores

:: Vou te Receitar um Gato, da japonesa Syou Ishida
:: O Mestre e Margarida, do russo Mikhail Bulgakov

14.3.25

Como apoiar o Gatoca sem gastar um centavo!

Atualizado em 10 de abril de 2025

Antigamente, só os ricos podiam financiar pinturas e esculturas da própria cara e fazer filantropia enquanto mantêm a população na miséria. Agora, vocês conseguem comprar a ração dos bigodes no Petz com 10% de desconto, ainda ajudar o Gatoca a seguir na luta contra os algoritmos das redes sociais e a inteligência artificial do Google para educar e mobilizar corações pelos animais.

Ou trocar na Amazon aquele aspirador que só falta tossir os pelos da bicharada de volta e patrocinar a criação do primeiro card game do projeto. Dá até para renovar o guarda-roupa (bípede e quadrúpede) na Shopee, garantindo a vida boa do Intrú ― que ainda espera sua família definitiva. Se quiser algo do Mercado Livre, aliás, escreve por aqui ou pelo Instagram que incluo na vitrine!

Ao usar nossos links para adquirir qualquer produto em um desses parceiros, uma porcentagem da sua compra é automaticamente revertida para deixar o mundo melhor ― de 7% no Petz (também válido com o cupom GATOCA) até 16% no ML, dependendo do item.

Não custa nada a mais para vocês e faz toda a diferença para a gente ― só para manter o blog no ar vão, anualmente, R$ 300 de servidor + R$ 40 do domínio nacional + R$ 90 do domínio gringo (sim, nós cultivamos grandes ambições, rs).

Ah! O incompetente do Bezos não consegue rastrear que a compra vem do Gatoca se abrir no aplicativo. Para ter certeza, vale copiar e colar o link num navegador em que dê para enxergar em alguma parte da url gigante: gatoca07-20.

Obrigada! Obrigada! Obrigada! ❤️

7.3.25

Cluboca do Livro: gato sueco dribla velho rabugento

Em Gatoca seria "gato rabugento dribla velha nada sueca" ― a foto não me deixa mentir. A boa notícia que acompanha as mordidas empolgadas, aliás, é que Intrú se recuperou da gastrite, inflamação intestinal ou qualquer revertério que tenha me feito pensar que ele morreria antes de ganhar uma casa.


Voltando ao livro, Um Homem Chamado Ove, do sueco Fredrik Backman, me abraçou durante os cuidados intensivos da despedida da Keka e é tão deliciosamente escrito que, ao concluir a leitura em e-book, acabei comprando também a versão impressa, só para poder grifar inteirinha e mandar para minha sogra, igualmente precisada de um intervalo de vida.


A gente ri da rabugice de Ove, que acredita estar cercado por idiotas, se emociona com as brechas que os vizinhos novos conseguem abrir entre as tentativas frustradas de abreviar uma existência sem sentido após a morte da esposa e torce o tempo inteiro pelo gato ― mais do que isso não posso contar! Se deem de presente esse afago na alma, mesmo fora do Cluboca do Livro.

Tem filme fofo também com o Tom Hanks, em que o personagem foi rebatizado de Otto, mais norte-americano, e no Brasil se chama O Pior Vizinho do Mundo, para manter a linha editorial da Sessão da Tarde. Mas não chega aos pés do texto do Backman ― quem descreve a passagem dos anos em modelos de carro? Depois desse, devorei Minha Avó Pede Desculpas e já botei na lista Gente Ansiosa.

O encontro para conversar sobre a leitura ocorrerá no segundo domingo de abril, dia 13, das 16h às 19h, pelo WhatsApp. Para participar, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando os links abaixo, uma porcentagem vem para a gente. :)

- Um Homem Chamado Ove, em papel
- Um Homem Chamado Ove, em e-book
- Qualquer item adquirido na Amazon partindo deste link ajuda o projeto

Discussões anteriores

:: Vou te Receitar um Gato, da japonesa Syou Ishida
:: O Mestre e Margarida, do russo Mikhail Bulgakov

26.2.25

O Mestre e Margarida: encontro do Cluboca do Livro

Parecem limões afogados, mas a bebida que me acompanhou durante a segunda edição do Cluboca do Livro foi uma caipirinha, cujo gelo derreteu completamente, pois o papo estava bom demais. A leitura custou a engatar, confesso, porque o russo Mikhail Bulgakov escreveu em outros tempos (e ritmo), sobre um país diferente do nosso, em que nos escapam as sutilezas ― senti falta de referências aprofundadas sobre a obra em português.


Foto ilustrativa, porque não saiu todo mundo

Sem contar que falamos de um calhamaço, completamente non sense ― quando você acha que não tem como ficar mais absurdo, aparece uma mulher voando pelada em cima de um porco. A sinopse compartilhei no post de janeiro, neste texto quero abordar os temas que discutimos no domingo, começando pelo prefácio da Zoia Prestes, filha do Carlos Prestes, que morou na União Soviética enquanto rolava a ditadura no Brasil.

Ela destaca a indignação do Bulgakov com a censura às empreitadas literárias que criticassem as distorções da primeira experiência socialista, expressa pelo alter ego do autor, o mestre, que também tenta publicar uma história incompreendida, num recurso clássico de metalinguagem ― Zoia não deixa de admitir, por outro lado, que o governo garantia o básico a toda a população, incluindo exilados como sua família.

Já a perseguição religiosa, que o escritor, ligado à Igreja Ortodoxa Russa, considerava um ataque à liberdade de expressão, provavelmente explica a escolha por contar, alternando com o caos da visita do diabo e seu séquito a Moscou, o martírio de Pilatos ― figura que ilustra a ideia antimaniqueísta presente nas 456 páginas de que não existe bem que seja só bom ou mal que seja só mal. Nem Woland, o capiroto, binga a cartelinha da perversidade absoluta. Behemoth, o gato, ganha fácil. rs

Por fim, o problema habitacional se reflete nos room mates do misterioso apartamento de número 50: Berlioz, que perde a cabeça embaixo de um bonde, e Stiopa, diretor do Teatro de Variedades onde acontece o espetáculo de magia negra que lota a clínica do doutor Stravinski ― e vale contextualizar que essa situação começou a mudar no início dos anos 80, com a expansão do programa habitacional, mas Bulgakov não viveu para ver.

Do mestre, criatura molenga e irritante, não há mais muito o que dizer. Margarida, porém, salva o livro: mulher empoderada (para a época), dobra o diabo no pacto fáustico, aquele de Goethe, e é a única que consegue ter seus desejos atendidos ― primeiro por Frida (sororidade), depois pelo seu grande amor (infelizmente, a criatura molenga e irritante).

Para fazer justiça, imaginei uma terceira camada na obra, em que ela narra a história do autor atormentado que escreve sobre Pilatos arrependido. O filme (sim, tem filme e assisti quase três horas em russo, com legendas em inglês), no entanto, opta pelo caminho inverso e esvazia completamente a personagem. Só vale pela fotografia.

Já em papel (ou e-book), O Mestre e Margarida provoca risos com a conversa entre ela e Azazello, um dos ajudantes de Woland, sobre sua especialidade em matar pessoas, não convencer corações apaixonados. A declaração que Nikolai Ivanovitch (não confundir com Ivan Nikolaievitch) pede para comprovar à esposa o sequestro por uma bruxa e a transformação em porco ― sem data, o gato enfatiza, senão o papel perde a validade. E a máxima de que a ofensa é o prêmio comum por um bom trabalho ― essa vou levar para a vida!

Convida a refletir quando o demônio apresenta Abadon, a morte, como imparcial, tendendo à compaixão pelos dois lados. Quando Koroviev, outro integrante do séquito infernal, esbraveja com a recepcionista da casa Griboiedov que não se pede a identidade para se certificar que alguém é escritor ― ao menos não fariam isso com Dostoievski. Ou quando Woland mostra a Mateus Levi que não existe luz sem sombra e até a sombra, no caso das árvores, pode ser boa.

E o que foi aquele baile do diabo, com criaturas em caixões e forcas chegando pela lareira, uma mistura de Labirinto e Beetlejuice? Claro que nem todo mundo curtiu o livro. Muita gente sequer conseguiu terminar. Mas o encontro bateu o recorde de participação ― convenci até o Leo, porque política ele se anima a debater (essa parte, no entanto, deixei de fora para manter o foco).

Marina Kater, que cursou dois semestres de literatura russa na faculdade de letras, comentou que, mais do que atacar ou defender um sistema de governo, a arte russa critica a falibilidade em nós, mostrando que todo mundo é humano, sem pretensão de apontar o certo: "Ninguém fica na categoria de bem e mal, nem os heróis. A gente é essa mistura".

E ilustrou com o exemplo de Pilatos, trabalhador correto, mas covarde, que se arrepende, não ouve a própria intuição: "Bulgakov tem uma visão crua, de olhos nítidos, sabe?". Karine Eslabão completou que o sistema tende a forçar as pessoas a serem complacentes, mesmo que esse arrependimento dure 2 mil anos: "Já as ações do diabo trazem justiça para quem merece".

Paula Melo, que viajou para a Rússia em 2005, se incomodou com a nudez, considerando objetificação das mulheres. Marina, porém, a enxergou associada ao poder, não ao deleite masculino: "Elas são endeusadas, não objetificadas. Não há estranhamento com a própria nudez". E eu, que participei até de casamento druida, lembrei dos rituais pagãos, em que a nudez representa liberdade e integração com a natureza.

Nós três concordamos, no entanto, que Margarida viver em função do mestre, segundo Paula, "um homem inexpressivo, que precisa de uma mulher para resolver seus problemas", não é superfeminista. Mas Marina bem pontuou que se tratava do contexto da época: "Senti falta, inclusive, de explicarem o que esse mestre tem de tão importante".

E Cris Barreto linkou com o machismo de botar as damas se estapeando para trocar suas roupas por modelos da alta costura de Paris, no espetáculo demoníaco do Teatro de Variedades, visão que Marina contrapôs com a cena, no mesmo espetáculo, dos homens se matando pelo dinheiro que caía do teto: "Bulgakov categoriza os personagens em dois grupos. Os fúteis, que brigam por roupa e dinheiro, e os elevados, como Natasha, que podia ter todas as roupas de Margarida e escolhe a liberdade".

A gente discutiu, ainda, que liberdade e democracia dependem de posição que se ocupa em determinada estrutura, qualquer uma. Que um mundo governado por mulheres, na pior das hipóteses, seria menos violento, dadas as experiências das sociedades matriarcais. Que a lua cheia, marcante na jornada de vários personagens, simboliza a metáfora do enlouquecimento ― de onde, inclusive, nasce a palavra "lunático".

E que o gato é um tremendo canalha, sem moral nem ética, de acordo com Marina, que se coloca sempre como antagonista, por pura filha-da-putagem. Ainda assim, Lorena Fonseca considerou um equívoco enorme existir um bichano no livro que não seja o mestre: "Isso está obviamente muito errado".

*

Volto para contar quando o livro de abril for decidido. Para viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando nosso link da Amazon (para qualquer produto, aliás), uma porcentagem vem para o projeto. :)

- O Mestre e Margarida da Editora 34, traduzido pelo Irineu Franco Perpetuo
- O Mestre e Margarida da Companhia das Letras, traduzido pela Zoia Prestes
- Versão em e-book da edição da Companhia das Letras

24.1.25

Cluboca do Livro: obra russa com gato falante!

Para contrapor a pegada descompromissada de Vou te Receitar um Gato, livro de estreia do nosso clube, escolhemos logo um calhamaço, polêmico e com nomes impronunciáveis. O Mestre e Margarida, do escritor russo Mikhail Bulgakov, satiriza a vida e a repressão sob o regime soviético de Stálin.


E o curioso é que o próprio Stálin viu 16 vezes Os dias dos Turbin, uma das peças do Bulgakov, fez voltar em cartaz quando soube que tinham censurado, ainda arrumou um emprego para ele como diretor assistente no Teatro de Arte de Moscou ― as informações são do jornal O Globo.

Na trama do nosso livro, satanás e seu séquito diabólico, composto por um gato fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador, decidem visitar a Moscou dos anos 1930, deixando um rastro de destruição e loucura ― e inspirando a música Simpathy for the Devil, dos Rolling Stones.

Em algum momento, eles se cruzarão com mestre, autor malcompreendido de um romance sobre Pôncio Pilatos, e Margarida, que fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido ― já li um terço da obra e até agora nada. Estou apanhando, inclusive, para decorar as múltiplas alcunhas dos personagens com a privação de sono proporcionada pela Jujuba.

O encontro para conversar sobre a leitura ocorrerá no terceiro domingo de fevereiro, dia 16, das 16h às 19h. Para participar, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando os links abaixo, uma porcentagem vem para a gente. :)

- O Mestre e Margarida da Editora 34, traduzido pelo Irineu Franco Perpetuo
- O Mestre e Margarida da Companhia das Letras, traduzido pela Zoia Prestes, filha do Carlos Prestes
- Versão em e-book da edição da Companhia das Letras
- Vou te Receitar um Gato, para quem ficou curioso
- Qualquer compra na Amazon partindo deste link ajuda o projeto (vale até aspirador de pó!)

18.12.24

Gatificação: planejamento urbano antitreta | EG #34

Ninguém espera que vocês encham os cômodos com semáforos, faixas de pedestres e placas de trânsito, mas planejar o fluxo de tráfego da sua casa garante que humanos e animais se movam livremente, sem conflitos ― estruturar o mundo em dois eixos, horizontal e vertical, ainda ajuda quem tem cachorro e criança, porque o incompreendido do bichano pode encontrar seu lugar de confiança no alto.

Para colocar o planejamento urbano em prática, Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, sugere três passos.

Passo 1
Avalie a paisagem atual da sua residência, analisando a disposição dos móveis e recursos (comedouros, bebedouros, arranhadores, banheiros). O trânsito parece eficiente ou existem áreas problemáticas, como as descritas abaixo?

- Pontos de conflito: locais onde costumam acontecer brigas, agressões, xixis fora da caixa. Marque cada um deles com fita adesiva. Quanto mais marcações, pior é o espaço, demandando alternativas para não se tornar um ponto morto.


- Zonas de emboscada e pontos mortos: muitas vezes criados por aspectos da própria casa, como posicionamento da mobília, elementos arquitetônicos e até mesmo bagunça, deixam apenas uma opção de acesso aos recursos, possibilitando que um peludo impeça o outro de passar.

- Cavernas: já explicamos o significado e importância de bloqueá-las aqui.

Passo 2
Adicione "rotatórias" aos pontos de conflito para desviar o fluxo. Vale usar prateleiras ou qualquer estrutura de escalar que ofereça um nível alternativo de passagem, permitindo que o bichano suba para se afastar da área problemática. É preciso viabilizar também rotas de fuga, certificando-se que todas as prateleiras e locais de apoio tenham vários pontos de saída ― no caso do banheiro, basta tirar a tampa.

Passo 3
Otimize todo o espaço potencial dos cômodos com as dicas dos próximos capítulos.


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivoaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de Gatoca. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 32: Gatificação: um lugar para onde voltar
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem destruir a casa
CAPÍTULO 35: Gatificação: mundo vertical (estreia no dia 14 de maio de 2025!)

11.12.24

Vou te Receitar um Gato: encontro do Cluboca do Livro

Domingão rolou a primeira edição da pata literária (e etílica) do Gatoca, com participantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Bahia, Canadá e do plantão do hospital (nutricionista, calma!). Movida a chocolate quente com rum, na caneca do Simba ilustrada pela Marina Kater, nem vi as três horas passarem.

A gente conversou sobre Vou te Receitar um Gato, best-seller japonês de Syou Ishida, indicado pela Cora Rónai na coluna d'O Globo, que divertiu parte dos leitores pela leveza e abandonou outros no caminho pela superficialidade e ritmo mais lento.


Para ampliar, cliquem na imagem

Eu mesma achei uma boa ideia mal-executada, como se toda a experiência que a autora demonstra com bichanos faltasse à escrita ― diálogos artificiais, inconsistências no enredo, soluções convenientes. O tom de "manual para acompanhar a adoção" ainda se alternava com animais de raça, romantização de fuga e lições de moral blé, como a de que ninguém é insubstituível.

Mas gostei da proposta do realismo mágico e confesso que fui pega de surpresa pelo plot twist, pós-chá de matatabi. Das cinco histórias, a que mais me tocou foi a da mãe cansada e sem tempo, que faz a filha devolver um filhote, porque já estive no lugar da criança e dezenas de vezes no lugar da mãe, como protetora que sobra com o gosto amargo de não poder ajudar quem repassa o problema para dormir tranquilo.

Lúcia Trindade notou que todos os personagens começam autocentrados e acabam mudando por causa dos gatos. "Quando um gato entra na sua vida, tudo muda", emendou Cristina Barreto. E Vanessa Araújo enfatizou o reestabelecimento de conexões perdidas também nas famílias desfuncionais.

Não passou despercebido para Viviane Silva que as mulheres têm mais visão de contexto, enquanto os homens parecem mais alienados. Já Lorena Fonseca sacou que a personalidade do médico e da enfermeira que trabalham na clínica que receita felinos era condizente com a deles. Aline Silpe recomenda para quem gosta de dorama, o que não é seu caso.

E quem melhor resumiu a experiência, na minha opinião, foi a Paula Melo, que sentiu falta de aprofundamento nas 224 páginas: "Amei, duas estrelas!". rs

*

O Cluboca do Livro é uma das recompensas do nosso financiamento coletivo e a segunda edição está programada para o início de fevereiro ― divulgo o nome do livro e a data certinha assim que decidirmos. Se você também quiser viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco, clique aqui e escolha sua bebida! :)

15.11.24

O estranho mundo de quem só tem um gato

Nestas quase duas décadas de gateira, Mercvrivs foi filho único por apenas quatro meses. E, em um ano e meio, eu, que não gostava de animais, já havia juntado dez gatos ― mais nove temporários compartilharam simultaneamente a casa com eles (sem contato direto), além de dois cachorros (Marley no quintal e Pandora no veterinário, depois no hotelzinho).

Isso quer dizer que estou acostumada a trapezistas, cuspidores de fogo, mágico serrando a ajudante ao meio, não a saber de quem são todos os cocôs, xixis, vômitos e espirros de madrugada. Ou a cuidar de um único ser vivo, sem outros três doentes demandando. Muito menos a comprar um brinquedinho 100% fracassado porque não pôde ser repassado.


P.S.: vi essas molinhas no canal de um veterinário espanhol e, com o tigrinho xófen dele, elas fazem o maior sucesso. Guardei para testar com o Intrú, quando ele não morar mais em um chão de grama ― e elas conseguirem rolar.

13.11.24

Vou te receitar um Cluboca do Livro!

Neste 2024 de tantas perdas, o Gatoca conseguiu juntar dois band-aids para a alma: literatura e gatos. O Cluboca do Livro pretende ser um espaço seguro e acolhedor para viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar. Nosso grupo no WhatsApp já tem 25 integrantes e o primeiro encontro (por videoconferência) está agendado para o dia 8 de dezembro, um domingo, às 17h.

Jujuba encarou com desconfiança a transformação do dom de seu povo em mercadoria, mas Vou te Receitar um Gato, best-seller japonês de Syou Ishida, foi indicado pela Cora Rónai, gateira e jornalista das antigas, na coluna d'O Globo.

Ainda dá tempo de participar, basta assinar a recompensa de R$ 15 no Catarse, providenciar sua versão favorita da obra (em papel ou digital) e escolher uma bebida (chimarrão, suco verde, chá de cogumelo, drink com guarda-chuvinha) para acompanhar o bate papo.


*

Novidade: se vocês decidirem comprar o livro pela Amazon e usarem este link, o Gatoca agora recebe uns trocados. :)

31.10.24

4 explicações para os fantasmas que seu gato vê

Eu costumo brincar que se uma criatura do além resolver me assombrar, vai precisar se esforçar mais do que os bigodes, que passaram quase duas décadas fazendo barulhos estranhos e parando em posições bizarras ― Jujuba agora deu para conversar com a parede, mas ela tem 17 anos e meio. rs

A justificativa que todo gateiro conhece para esses comportamentos aparentemente inexplicáveis dos bichanos é inseto, primeiro tópico da nossa listinha. Mas o veterinário espanhol Carlos Gutierrez, do canal Mascotas y Familias Felices, pontua também outras causas, que achei interessante trazer neste Dia das Bruxas.

Vibrações misteriosas
Os felinos conseguem detectar movimentos sutis, como correntes de ar, porque seus bigodes e sobrancelhas possuem vasos sanguíneos e terminações nervosas. Isso permite que notem a presença de um passarinho ou uma borboleta que ainda não entraram no nosso radar.


Audição supersônica
Sua capacidade auditiva muito mais desenvolvida do que a nossa, aliada à habilidade de girar as orelhas na direção do som, possibilita escutar frequências que o ouvido humano nem sonha em captar.

Surdez seletiva
Sim, seu gato te ignora de propósito. Esse poder de isolar ruídos de fundo, a que estão acostumados, para focar nos novos faz com que prestem atenção apenas no que interessa ― provavelmente algo para o qual a gente não daria a menor bola.

Câmera lenta
Por quanto tempo você olharia uma preguiça atravessando a rua? Pois é assim, em slow motion, que os peludos enxergam movimentos super-rápidos para nós, como o bater das asas de um beija-flor ― uma vantagem na natureza, já que permite se antecipar a possíveis ataques. Uma janela, para eles, dificilmente é apenas uma janela.

E por que as esquisitices acontecem sempre à noite, hora favorita dos fantasmas? Porque os bichanos são crepusculares, ou seja, ficam mais ativos ao cair da noite, nossas luzes atraem mais insetos e as sombras que eles produzem ainda criam efeitos mágicos.


Os estudos que embasaram o vídeo estão em inglês e espanhol, por isso não linkei no texto. Mas seguem abaixo:

:: The advantages of a tapered whisker
:: Effects of continuous noise backgrounds on rate response of auditory nerve fibers in cat
:: El mundo en "cámara lenta" de los animales pequeños
:: Chasing perception in domestic cats and dogs

18.10.24

Gatificação: arranhar sem destruir a casa | EG #33

Seu coração acelera quando o gato bota as garras para fora perto do sofá? Esse hábito de arranhar objetos pode ser um estorvo para nós, humanos, mas é essencial aos peludos, porque permite que alonguem os músculos das costas e do peito, desestressem e se livrem das camadas soltas de unha.


Arranhões ainda marcam posse e ajudam a misturar o cheiro deles ao nosso e de outros animais, indicando que compartilhamos o mesmo território ― assim como a gente deixa a casa com a nossa cara usando móveis, quadros e lembranças, os bichanos decoram o ambiente com sinais visuais e olfativos, que gostam de manter frescos. Isso dá a sensação de segurança.

O que você precisa é descobrir a melhor forma de substituir o sofá, perfeito para a função pelo material, estrutura firme e localização em espaço socialmente significativo ― além de ter o cheirinho da família. Sim, essas características podem se unir em um arranhador pensado exclusivamente para felinos!

Na hora de escolher, Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, aconselha a considerar os seguintes critérios:

Formato
Seu amigo prefere superfícies horizontais, como tapetes, ou verticais como a lateral do pobre do sofá? ― há aqueles que não fazem distinção.


Tamanho
O peludo precisa conseguir se esticar e sentir que o arranhador não vai cair na cabeça dele ― se balançar, o sofá ganha.


Textura
Sisal, juta, madeira, cortiça, carpete, papelão ou qualquer material em que ele enfie a unha tende a funcionar. Ofereça opções ou copie o que já está destruído.

Localização
Não adianta esconder o arranhador na lavanderia, onde não fica ninguém. Lembra que osgat bichanos marcam objetos socialmente significativos? Melhor ainda se tiver vários modelos espalhados pela casa.


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivoaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de Gatoca. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 32: Gatificação: um lugar para onde voltar
CAPÍTULO 34: Gatificação: planejamento urbano (estreia no dia 15 de novembro!)

11.10.24

Saruoca: o dia em que Intrú desmantelou um Airbnb

Quando Intrú encasqueta com um bichinho, não tem ração, carinho ou brinquedinho que tire o foco. E foi assim que ele se plantou ao lado do buraco que conecta a fiação elétrica da nossa casa ao poste de luz, esquecido aberto pelo Leo no último domingo.

Na escuridão do interior, enxerguei um ratinho lá no fundo, fiz uma barricada para protegê-lo durante a madrugada e Leo jogou uma banana antes de ir para São Paulo, na manhã seguinte, que desapareceu quase instantaneamente.


Sozinha com o gato e o rato, que na verdade era um saruê, apelei à Defesa Civil (199). Das 10h24 às 11h11, o agente Barros pescou folhas, fios, um filhote, o pai, a mãe e outro filhote acoplado na bolsinha!






Eu participei com interjeições, água e amoras. A família sortuda rumou para o centro de reabilitação de Araçoiaba da Serra, onde passará por exames para mapear o total de bebês, paridos ou não.



O gorducho nem se importou com a movimentação. Mas, à noite, lamentou a partida do jantar.

9.10.24

Gatoca lança um clube do livro diferente!

Com os cuidados que os bigodes idosos andam demandando e o dinheiro tão apertado quanto o coração, não viajo há mais de cinco anos ― nem bate e volta para a praia. E o que tem salvado meus dias são os livros. Sem sair de casa, posso investigar assassinatos com outros velhinhos, dançar balé em Paris, ser roteirista de programa de TV, dormir num quarto que se molda ao meu humor ― essa talvez não fosse uma boa ideia agora. rs

Na maioria das vezes, nem gasto nada porque aproveito o acervo da Biblion, do Skeelo (que vem no plano de celular) e as promoções agressivas de e-book da Amazon (precisa garimpar). Achei, então, que seria legal compartilhar esse passatempo com quem também gosta de gato.


O Cluboca do Livro nasceu no nosso grupo de apoiadores, como um espaço para viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco. Mas ganhará um puxadinho exclusivo, dentro da comunidade do Gatoca. E vocês podem participar só dele, assinando a recompensa de R$ 15 no Catarse. A única exigência, além de providenciar o livro, é escolher uma bebida para acompanhar o bate papo ― vale chimarrão, suco verde, chá de cogumelo, drink com guarda-chuvinha. :)


Começaremos por Vou te receitar um gato, best-seller japonês de Syou Ishida, que não está na foto porque ainda não comprei. Foi uma indicação da Cora Rónai, em sua coluna n'O Globo sobre healing literature, a "literatura de cura" surgida com a pandemia para quem não aguentava mais o clima de fim de mundo, cheia de livrarias, bibliotecas, cafés, lojinhas de conveniência e felinos.

E fiz questão de estabelecer um tempo de leitura é generoso (dois meses), porque todo mundo já se massacra para cumprir outros cronogramas. No começo de dezembro, então, a gente se encontra por videoconferência ― fiquem de olho no e-mail automático que o Catarse envia com o link para entrar no grupo!

4.10.24

Por que ver vídeo de gatinho faz bem à saúde?

Da próxima vez que você for surpreendido rindo alto com alguma peripécia felina na internet, pode alegar que está mantendo a saúde em dia. A afirmação é do veterinário espanhol Carlos Gutierrez, que repercutiu um estudo da Universidade de Indiana, feito em 2015, com 1 mil espectadores de vídeos de gatos.

Os cientistas concluíram que esse tipo de conteúdo aumenta o bem-estar, porque provoca mais emoções positivas, principalmente alegria, diminui a ansiedade e a tristeza, já que ajuda a esquecer o estresse e os problemas do cotidiano, e ao final do processo ainda dá aquela turbinada na energia e na vitalidade.

Há quem considere até uma alternativa à terapia com animais, principalmente para crianças que têm alergia. No Japão, constataram também que os trabalhadores ficavam mais focados e atentos. Mas os benefícios se perdem quando a gente usa para procrastinar, causando o efeito o contrário de culpa e sentimento de perda de tempo. Dizem. rs

2.10.24

Entardecer (e amor na seringa)

Keka engordou 200 g. Essa informação, assim jogada, dificilmente terá o impacto desejado se vocês não souberem que a frajola passou dos 17 anos, avançada na doença renal crônica, e chegou a 1,7 kg com as diarreias explosivas ― que já conseguimos reverter.

Sim, ela está velhinha e cada vez mais fraca, mas ainda mia na porta do quarto para ganhar um carinho se me ouve ir ao banheiro de madrugada, arrisca umas lambidas no sachê que bato para dar na seringa, pede para passear no terreno ― e ressuscita para caçar um lagartinho. rs


Eu trabalho em casa, décadas antes de ser modinha, e posso oferecer esse cuidado enquanto ela quiser receber ― já escrevi sobre o difícil equilíbrio de tratar animais que ainda preservam uma essência selvagem e por que escolho sempre a abordagem menos invasiva. Também alertei sobre os riscos da alimentação forçada.

Mas acho que ficou faltando falar sobre como as seringadas de comida deram (e ainda dão) uma qualidade de vida melhor para a gangue na velhice, porque garantem a hidratação, sem precisar recorrer ao soro subcutâneo (gatos ariscos!), e amenizam outros estragos da doença renal, como a gastrite.

Para Jujuba, que está bem, faço um patê com as latinhas da Pet Delícia ― dicas para deixar lisinho aqui. Para a Keka, que não pode ficar de estômago vazio, senão vomita sangue, alterno no blender sachês de peru e peixe branco ― os únicos que têm parado na barriga. E até suco de maçã testei com a Chocolate, quando não aceitava mais o resto.


Esse é meu limite. Apesar de a comida na seringa chamar "alimentação forçada", não soco goela abaixo. Com o peludo sentado ou deitado de barriga para baixo, dou doses pequenas (às vezes, 1 ml) e bem devagar, enquanto ele vai lambendo e engolindo sozinho ― encaixo a seringa na lateral da boca, nunca no fundo. E, se o pequeno cospe ou trava os dentes, suspendo.

Na pancinha deles cabe, confortavelmente, 20 ml por vez e a digestão demora cerca de 40 minutos. Mas um bichano debilitado dificilmente conseguirá comer tudo isso, então, comece com menos. Para a Keka, tem funcionado fazer dez rodadas de 14 ml por dia, somando 140 ml. Jujuba, que ainda devora a ração seca, só recebe um reforço úmido com quatro rodadas de 20 ml ― de manhã, na hora do almoço, à tarde e à noite.

De novo: sei o privilégio que é trabalhar em casa. Qualquer alimentação úmida, porém, que vocês puderem incluir no cardápio ajuda. Em qualquer idade, inclusive. As seringadas servem para esse estágio de paladar seletivo. :)