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Mostrando postagens com marcador Jujuba. Mostrar todas as postagens
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8.12.23

Parquinho vertical: como acostumar os gatos (ou não)

Envelhecer com os bigodes tem me feito enxergar o tempo de outra forma ― já escrevi sobre isso algumas vezes, mas neste ano cheguei perto do chefão. As adaptações demoram mais, o corpo não funciona da mesma forma, a gente precisa fazer um esforço ativo para não deixar a curiosidade morrer junto com o resto.

E foi assim que nosso projeto do parquinho vertical completou seis meses ― da obra para isolar e revestir as portas do contêiner à última rodada de croquetes felinos, no domingo. Só que estou me adiantando: a real é que achei que liberaria a entrada no escritório e as gatas de mais de 16 anos se estapeariam para ver quem experimentaria o playground primeiro.


Elas já trepam na estante do corredor, dormem na prateleira mais alta da sala, vira e mexe derrubam a caixa de Pet Delícia do topo da estante da lavanderia. Mas ignoraram solenemente o empreendimento doado pelas queridas Vanessa Aguiar e Laíze Damasceno.

Em 23 de julho, eu tentei sensibilizar a gangue com sachê ― o catnip nem contou. Keka conseguiu comer sem subir, equilibrada em duas patas. Jujuba, colocada por mim na primeira prateleira, derrubou o potinho e pulou em seguida, no maior estilo Joelma ― o edifício em chamas, não a cantora. Ninguém entendia a escada vazada.

No sábado seguinte, comprei Churu, que as meninas do Cluboca chamam de "cocaína dos gatos", na expectativa de guiar as peludas pelo circuito. Chocolate arremessou para todo lado. Pimenta cheirou e saiu andando. Jujuba derrubou o celular que filmava o mico, quebrando meu tripé. Só Keka aprovou, mas também não foi muito longe ― aí, quando eu já havia desistido, se aventurou sozinha.

O terceiro teste rolou no dia 5 de agosto, com Dreamies, que definitivamente fez mais sucesso, tirando a ânsia de vômito da Pips, que esfarelava os croquetinhos, e da Choco, que demorava tanto para mastigar que eles caíam da boca. Gostar do petisco, aliás, não significa gostar do parquinho. As criaturas ficavam atrás de mim (e do pacote), sem perceber o conteúdo espalhado no playground.

E só Pimenta venceu o desafio da ponte, a única parte instável do conjunto ― Keka levou mais duas semanas e Choco conseguiu apenas em 11 de setembro! O recorde de travessia da escadinha vazada ficou com a frajola, em 20 de agosto ― isso porque eu deixei uma distância conservadora entre os degraus!

De lá para cá, em todo fim de semana distribuo croquetes entre os módulos, que Pips nunca mais arriscou a procurar. Jujuba segue achando tudo muito estranho. E a maior emoção ocorreu quando Choco e Keka disputaram o mesmo petisco, por lados diferentes da ponte ― ainda um tabu.


Keka só vai mesmo pela comida. Mas a ranheta adora se isolar das irmãs no refúgio que apelidamos de "casa das montanhas".


Já valeu a empreitada. :)


P.S.: Eu gravei (e decupei e editei) 45 vídeos para vocês se divertirem rindo da minha cara, morrerem de fofura com as gatas e aprenderem uma ou outra coisinha ― mesmo que seja o que não fazer quando o assunto envolve parquinho vertical, guloseimas e gatos.

3.11.23

Que vergonha os gatos fazem vocês passarem?

Quem vê esta cena pensa que a gente deixa o pote do pior material, no lugar mais difícil da casa para não estragar a decoração e as gatas que se virem. Quando, na realidade, elas têm um de vidro, outro de alumínio e o grandão de cachorro para não encostar nos bigodes na borda, mais os bebedouros elétricos, nos modelos chafariz e com torneirinha ― esse último de barro para manter a água fresca.


O pote em questão, que nem cândida dá mais conta de livrar das manchas, foi colocado aí de improviso, porque Chocolate passava a maior parte do dia na máquina de lavar, cultivando uma inimizade unilateral pela Guda. E nunca consigo jogar fora, pois as pestes se revezam no favoritismo. Jujuba, inclusive, vira e mexe cai dentro do tanque, mas persiste.

Que constrangimento os gatos de vocês causam com as visitas? Compartilhem nos comentários para eu me sentir acolhida? rs

29.9.23

Cuidados que podem salvar seu gato no calor!

Neste fim de inverno, quando os termômetros de Araçoiaba alcançaram bizarramente 39ºC, peguei Chocolate hiperventilando dentro da caixa trambolhuda que havia deixado no jardim, para liberar a passagem (casa de 60 m2!). E achei importante compartilhar as dicas do veterinário espanhol Carlos Gutierrez — gatos são realmente sem-noção e quem deve ficar alerta somos nós.

Entre os primeiros sinais de calor estão:

- Trocar a cama ou o cobertor pelo chão, esparramando-se no piso frio.
- Passar a comer menos, porque a digestão também aquece o corpo.
- Respirar mais rápido para ajudar a baixar a temperatura.
- Dormir mais para gastar menos calorias.


Já o golpe de calor (ou hipertermia) pode ocorrer quando...

- A temperatura do ambiente sobe muito.
- Os peludos esquecem da vida no sol forte.
- O animal tem mais de 15 anos, pois doenças de coração, pulmões e rins, comuns nessa faixa etária, prejudicam a hidratação.

Para identificar os sintomas você não precisa de termômetro intrarrenal:

- O estado de consciência do bichano se altera, como se estivesse dormindo, e ele deixa de responder adequadamente aos estímulos.
- As mucosas ficam roxas.
- Podem surgir vômitos e diarreias — às vezes com sangue, porque os mecanismos para coagular não funcionam tão bem.
- O coração acelera — mede-se colocando a mão no peito e acima de 37 pulsações a cada dez segundos já indica problema (se não conseguir contar, pior ainda).

Curiosidade: a temperatura de um gato doméstico oscila entre 37ºC e 38ºC, cerca de 1ºC mais baixo do que a dos selvagens.

Para socorrer...

- Passe um pano com água fresca pelo corpo — não se deve baixar a temperatura bruscamente! Se optar pela gaze, deixe-a sobre o corpo para refrescar mais.
- Molhe as almofadinhas das patas, zonas por onde os felinos perdem muito calor.
- Evite estresse.
- Ofereça o caldinho do sachê ou ração úmida processada para reforçar a hidratação.
- Se o bicho não melhorar, leve ao veterinário.

E claro que a estratégia mais certeira é prevenir:

- Tire o joselito do sol forte.
- Coloque um abrigo na área externa — caixa de papelão com tampa não vale. rs
- Deixe água fresca sempre à disposição, espalhando bebedouros pelos cômodos.
- Faça picolés de ração úmida — basta colocar em forminhas, no congelador, com um tico de água.
- Ajude o peludo a se refrescar com um pano úmido — após se lamber, a temperatura corporal deles baixa até 1ºC.

8.9.23

Dormindo com o inimigo?

Primeiro Jujuba resolve tocar ao contrário, depois dou de cara com a Marie Kondo no potinho de ração:


Compartilho minha localização com amigos?

6.9.23

Ronco de gato ou possessão?

Estava eu jantando absorta em pensamentos sobre o sentido da vida, os rumos da humanidade e o preço do óleo de girassol, quando o além resolveu conversar comigo. Chequei a geladeira, os bebedouros elétricos, a velocidade do vento, até me tocar que o som bizarro vinha da Jujuba.


O veterinário respondeu que um diagnóstico certeiro demandaria água benta, mas o mais provável seria ronco mesmo. Quase 18 anos de gatos e não sabia que eles também roncavam! Não é comum, mas não precisam se preocupar se o bichano estiver dormindo pesado, quando a respiração profunda e lenta favorece o ruído.


Principalmente se ele for obeso ou pertencer a uma das pobres raças de focinho curto, fatores que atrapalham ainda mais a entrada e saída de ar — acordado, qualquer barulho no nariz, garganta ou peito demanda investigação. Só não confundam com o ronrom, né?

23.8.23

Tem um serial killer em Gatoca!

E o método dele é não ter método. Primeiro, decapitou a cabeça do adesivo de gatinho, comprado em Sorocaba para esconder as manchas de umidade que tentaram esconder da gente antes, em uma reforma-maquiagem — e acabei ficando com dó de gastar na casa alugada.


Recolada a pobre cabeça com a ajuda de uma tampinha de Pet Delícia, dois palitos de dente e cotonetes para o acabamento, o felino antidecoração voltou à cena do crime para levar a orelha esquerda como troféu.


E esperou o fim de semana para enviar bigodes mastigados à imprensa, sendo que todo mundo sabe que nesses dias jornalista freelancer que mora no interior está lutando com plantas, de computador desligado.

Procurei semelhanças nos arquivos de Gatoca com os célebres casos Pata de Sangue, AssassiGato e Assassinato no Bebedouro do Poente, sem sucesso — talvez precise começar a fumar. Keka, que anda pelas paredes justamente nessa região, sofreu uma tentativa de intimidação pelo frajola do bairro dentro do nosso gatil (sério!) e está sob cuidados.

A única certeza é a de que o adesivo teria durado mais do que nove dias na casa que alugamos por quatro anos.

18.8.23

Gatos se limpam como a cena de um crime | EG #21

Parece excesso de vaidade, mas, no ambiente selvagem, se um bichano descuida da limpeza, pode acabar morto por outros predadores, atraídos pelo cheiro da coitada que foi sua presa. Donos de uma língua magicamente áspera, eles costumam se lamber do focinho ao rabo, apelando às patas para alcançar as partes mais difíceis.

E, segundo Jackson Galaxy no livro O Encantador de Gatos, que inspira esta série, passam de 30% a 50% do tempo acordados fazendo isso — exceção aos idosos, que sentem mais desconforto ao se esticar, como comentei no post sobre artrose. O ritual também evita a infestação de parasitas e fortalece o odor individual.

Não estraguem com perfume!


P.S.: Este texto ficou curtinho porque incluiria informações de um estudo de 2009, que não consegui confirmar, pois Galaxy não cita os autores, a universidade nem onde foi publicado. E, depois de pedir ajuda às amigas do universo acadêmico, aprender a usar o Google Scholar e o Sci-Hub, e ler uma dezena de artigos chatíssimos em inglês, sem sucesso, achei melhor não compartilhar.

*

Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho criterioso e quer se tornar apoiador? Dá uma fuçada nas recompensas da campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 16 anos de projeto. ❤


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)

11.8.23

Marcação fantasma em gatos

A primeira vez que Jujuba levantou o rabinho mirando o armário da lavanderia e começou a tremer, me bateu o desespero: só faltava, uma década depois, os gatos (castrados!) resolverem marcar território. Mas não saiu xixi nenhum. E descobri, num post da veterinária especialista em comportamento Daniela Ramos, que esse movimento se chamava "marcação fantasma" ou "falso borrifo".


Quer dizer que o bichano está muito empolgado, geralmente com alguém de quem gosta, o que faz sentido porque a criatura era extremamente arisca antes, chegou a me machucar feio e só começou a desabrochar no apertamento em São Bernardo — o primeiro ronrom demorou 13 anos, já em Sorocaba!

Como quase não se encontra informação sobre isso na internet, fica aqui minha contribuição em vídeo. Tive a delicadeza de não filmar, mas Jujuba vem toda feliz assim quando uso a privada do lavabo 😂 — no banheiro do quarto eles não entram por causa da minha alergia... a gatos.


E se você for novato e quiser entender outras seis posições de rabo, mais um monte de explicações importantes e curiosidades do universo felino, dá uma fuçada na nossa série inspirada no livro O Encantador de Gatos, do Jackson Galaxy.

4.8.23

3 jeitos de oferecer ração úmida para seu gato

Depois de muito relutar, eu apelei ao Churu para ver se as gatas caquéticas davam uma chance ao parquinho vertical, que deveria ter chegado 16 anos antes. E a meleca que todo mundo chama de "cocaína felina" foi solenemente rejeitada por metade das integrantes de Gatoca, que gostaram mesmo é da Pet Delícia nova de escondidinho suíno, 100% natureba. rs


Como Pipoca e Pufosa já não estavam em seu melhor momento, demandando uma atenção especial à alimentação, tive a ideia deste post. Aumentar a umidade na dieta evita problemas renais, já que os peludos não têm o costume de beber água, pois as presas que caçavam na natureza forneciam toda a hidratação necessária — 70% de líquido contra cerca de 10% da ração seca, né?

Mas nem todo bichano curte ração úmida — dei dicas de adaptação aqui, aliás. E, se eles não vierem correndo ao ouvir o clique da latinha, como a Keka e a Jujuba, vocês podem amornar no micro-ondas.


Para a Pufosa, eu batia no processador com pouca água e ela lambia direto da xicrinha — no pote não fazia o mesmo sucesso (vai entender).


Já a da Pipoca, que precisava ficar bem lisinha para passar na seringa, levava mais água — também escrevi sobre como conseguir essa textura. E recentemente, por necessidade, descobri uma forma de bater quantidades maiores e posso compartilhar em um próximo post, se quiserem. :)

28.7.23

Uma gata chamada Carência

Se me perguntassem qual das meninas sentiria mais a morte da mãe e das irmãs, eu chutaria a Jujuba por último. Ela só recorria ao grupinho quando a temperatura baixava dos 10ºC e sua sociabilidade me proporcionou a maior cicatriz destes quase 18 anos entre bichos. Acontece que, desde a mudança para o apertamento, a pequena foi desabrochado e fez questão de cuidar das três gatas no final.








Mesmo com Keka e Pimenta ainda por aqui, toda a madrugada agora ela se põe a miar, em um misto de lamento e urgência. E vem pedir carinho animada assim que levanto — sim, a ex-praticante da modalidade playcenter, que passava correndo pela mão, alternando entre medo e prazer, e voltava para o fim da fila.

Até durante as refeições Jujuba tem marcado presença — à distância exata de um cafuné, sem o risco de ser atingida por um colo. rs


Eu não poderia escolher outra modelo (e o sorriso?) para acompanhar a querida Sandra Malacrida, gateira da velha guarda experiente, no Gramado da Fama deste mês!


O apoio de vocês faz toda a diferença para o Gatoca, que não aceita publicidade para manter a independência. Quer se juntar aos despioradores de mundo (e participar do grupo de WhatsApp mais acolhedor e divertido da internet)? Acesse o Catarse — nossa jornada é longa e só pretendo parar na ONU. :)

Obrigada pela parceria também, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo...

...Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura...

...Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Liam Paim, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva, Regina Hansen, Arina Alba e July Grafe! 🤗

21.7.23

Silêncio no silêncio

Eu moro numa rua em que praticamente não passa gente, sem vizinhos a olho nu, cujo comércio mais próximo fica a 7 minutos de carro. E descobri que a casa podia se tornar ainda mais quieta com a morte tripla da família Guda, em menos de quatro meses.

A dinâmica mudou completamente: 16 anos de miados e cores, que enchiam os almofadões e se espalhavam pelos cômodos, resumidos a três gatas PB e uma agregada — pensem que Gatoca já teve simultaneamente, além da gangue de dez, nove temporários, mais dois cachorros!

Em todo o canto falta e a cada luto se somam os anteriores.



24.5.23

Aniversariantes do mês – maio de 2023

Na segunda-feira, as Gudinhas* fizeram 16 anos — quase um centenário em gatas!

Pimenta ganhou um lagartinho de catnip para parar de caçar os de verdade, passou o sábado das comemorações de nariz tampado e não deu a menor bola para o coitado. De madrugada, ele sumiu do balcão da cozinha, onde esperava por fotos melhores, e só foi encontrado dias depois embaixo do sofá, imundo, para desaparecer de novo.


Almejando poupar justamente esse sofá, repaginado, Jujuba ganhou um arranhador, que até agora não usou. Mas, como havia se rendido à versão de papelão, o acquablock segue intacto. E Keka, aquele parente difícil de presentear, ficou com o cone de sisal para ela.


Jujuba tentou roubar, então, o sachê da Pufosa e acabou se contentando com o sol no gatil, cortesia de São Pedro.




Já Pufosa descontou o sachê subtraído no patê da Pipoca.


E a ex-magrela nem reclamou, porque ganhou mais uma vida.


Foi o primeiro aniversário sem Guda, que deve ter repassado às filhas felinas o ensinamento da minha mãe humana: irmãos cuidam uns dos outros, porque são nossos melhores amigos.


P.S.: Ainda vou escrever sobre o novo cantinho dos bigodes, nosso primeiro arranhador (com passo a passo!) e a ressurreição da Pipoca. Tenham paciência. rs


*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2022 | 2021 | 2020 | 2019 (especial Dia do Abraço) | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

17.5.23

Se tivesse um reality show de Gatoca...

As adoções de gato diminuiriam drasticamente. Na mesma madrugada, por exemplo, Jujuba conseguiu vomitar metade do bebedouro no lavabo e escorreu tudo para baixo da privada. Enquanto Pufosa ejetou na sala uma quantidade considerável de ração digerida, em que Keka escorregou, andou pelas paredes, fez um Matrix no armário do escritório e se enfiou embaixo da cama.

Dez minutos de limpeza-CSI depois, descubro que ainda sobrou um tico. Quem enxerga onde?


Aproveito o post para agradecer os gateiros que apoiam este projeto na alegria e na tristeza, estreando no Gramado da Fama a Marina Fioretti, que pesquisava como aplicar soro subcutâneo e encontrou no Cluboca o acolhimento que faltou no veterinário, e a Valeria Werneck, mineira de Sete Lagoas, terra do Centro de Apoio ao Turista Presidente Juscelino Kubitschek, o CAT JK, que não tem absolutamente nada a ver com gatos.


Esse suporte permite que o blog continue ajudando bípedes e quadrúpedes, em uma jornada que já dura 16 anos, com ações on e offline. Quer se juntar aos despioradores de mundo também e participar do melhor grupo de WhatsApp da internet? Basta acessar o Catarse. :)

Um aperto especial para Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande...

...Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura, Ana Paula de Vilas Boas...

...Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Liam Paim, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva, Regina Hansen, Arina Alba e July Grafe!

28.4.23

11 anos depois, Pipoca pede outra escolha de Sofia

Em 2012, Pipoca era uma gata intocável, prestes a morrer de micoplasmose (anemia causada pela picada de pulga contaminada por um parasita), com a creatinina alterada. E eu enfrentava o dilema de enfiar os 28 dias de remédio goela abaixo, para os rins colapsarem e não ter permitido a ela um finzinho de vida boa.

Esse "finzinho" já dura 11 anos, a maior sobrevida que conheço de um animal com doença renal — caçando passarinho! Na quarta-feira passada, porém, recebi a confirmação de outro diagnóstico angustiante: a demora na recuperação da última crise de vômitos, com desidratação e letargia, associada a sintomas respiratórios (secreção no nariz e rangido no peito) e zero grama de peso perdido, se devia a um derrame (ou efusão) pleural.


Precisei pagar um veterinário da cidade para vir aqui em casa, que me obrigou a trazer também uma equipe de raio-x porque, sem tosse, todo mundo considerava a hipótese pessimista. Acontece que vi minha mãe dormir sentada várias noites antes de sucumbir à última internação, justamente por derrame pleural — no caso dela, desdobramento do câncer.


E diferente dos humanos, os gatos não entendem a drenagem. Pipoca ainda tem suspeita de ser cardiopata, porque ficou roxa com a simples tentativa de coleta sangue, fato que já havia ocorrido em 2018, quando desisti de monitorar a evolução renal — o raio-x esclareceria, se o líquido não estivesse cobrindo o coração. E seus 16 anos tornam a anestesia um risco ainda maior.


Me toquei que não expliquei o que é derrame pleural, né? Entre os pulmões e a caixa torácica existe uma membrana chamada pleura, recheada de líquido para reduzir o atrito enquanto a gente respira. Quando acumula líquido demais nessa região, por causas variadas e de tipos diferentes também, dificultando a respiração, o pessoal do jaleco branco chama de derrame pleural.

Além do suposto problema no coração (e da doença renal), o vet não descarta a possibilidade de FeLV (leucemia felina), que sempre aparece no fim de vida dos bigodes de Gatoca — adotados numa época em que não se testava e cujo resultado do Mercv, no ano passado, deu negativo. Só que nunca saberemos porque, dessa vez, decidi não fazer o procedimento.

Não acho justo que a última lembrança da pequena seja o terror de um lugar estranho, com gente desconhecida, depois de uma viagem interminável de carro — não tem hospital veterinário em Araçoiaba da Serra. E, mesmo que ela sobreviva, em alguns pacientes o líquido volta a descompensar na semana seguinte.

Existe a chance inversa também, de o corpo reabsorver sozinho, mas o vet duvida que dê tempo. Ele não sabe que Pipoca é uma boa vivedora. E está sendo cuidada por mim e pela Jujuba, enquanto puder aproveitar.

31.3.23

2 anos de casa nova, menos 3 gatos

Eu sei que escolhi vir morar no interiorrr para os bigodes terem de volta um gramadinho no fim da vida — que acabou virando gramadão. E que gatos de 15 e 16 anos não atravessariam uma década. Mas sou de humanas, deem um desconto pelas linhas salgadas. Entre os cuidados com a Clara, o Mercv e a Guda, sobrou pouco tempo para curtir.


Continuamos, inclusive, sem porta no banheiro — existe estresse pós-traumático de obra? Até paguei por um toldo contra o alagamento da lavanderia, só que o gênio instalou um modelo que vaza água quando chove, deixa a casa escura nos dias de sol e faz barulho com o vento. Talvez, meta uma cortina de miçangas entre a privada e o quarto.

Já as plantas não podem reclamar: cresceram quase tanto quanto o mato, floriram de todas as formas, renderam caipirinha, moqueca, cupcake. E a gangue também aproveitou — o gatil improvisado, o gatil oficial, as escapadas do gatil (privilégio de quem não conseguiria mais alcançar a rua).

Ainda restam seis.

Decidi embrulhar o passado em contact e acquablock para recomeçar com outras cores. Mas pega leve, Universo!










2.2.23

Desafio: qual é a série do seu gato?

Com dez gatos, dá para lançar o Emmy de Gatoca — sim, eu incluí estrelas que não brilham mais na terra porque são estrelas, oras! E tem bigode que merece mais de um seriado, sorry. Ficam as sugestões para os humanos, já que se tratam de algumas das minhas séries favoritas. :)

Fofo, engraçado, totalmente sem jeito com as meninas e me considerando um porto-seguro, Mercv ficaria dividido entre Atypical e The Big Bang Theory. Simba, que chegou com as orelhas comidas de briga, sem castrar e virou mocinho, embora apegado aos prazeres mundanos, amaria Lucifer. A sagacidade da Clara para fugir de casa, nos primórdios sem telas, a faria maratonar Lupin e Sherlock com o bloquinho de anotações.

Guda, às voltas com a educação de cinco filhas de personalidades complicadas, só poderia ser fã de Modern Family. Chocolate, que compartilha com ela uma rotina de amor e ódio, assistiria resmungando Grace and Frankie. Pimenta, batizada pela Mariana de Devedora Temedora, alternaria entre La Casa de Papel e Family Business.

Uma gata como Pufosa, que come mais do que cabe na barriga, vomita e come de novo (o das irmãs também!), não perderia Community. Pipoca, desabrochando conforme crescia, depois de quase morrer várias vezes, fez a jornada do herói da Anne with an E. Keka, arisca e com cara de mal-humorada, mas doce por dentro, se identificaria com Wandinha.


Ao falhar na missão de me arrancar um braço, em 2013, Jujuba trocaria Dexter por Only Murders in the Building, mais moderna e com menos sangue. Vocês provavelmente me associariam com Call me Kat, acertei? E o Gatoca tem um quê de The Good Place — entendedores entenderão. 😂

Contem nos comentários as séries dos bichanos de vocês!

8.12.22

Como fazer gatos e árvore sobreviverem ao Natal

Acreditem: em 17 anos, os bigodes nunca compartilharam o recinto com uma árvore de Natal. Quando era pequena e a gente trazia o pinheiro pendurado para fora do porta-malas, meu pai contava que eu balançava as mãozinhas freneticamente, trepada no banco de trás, instruindo os outros carros a desviarem. Amava os enfeites dourados, as luzes piscantes, os sininhos que decoravam as árvores das edições anteriores no jardim.

Mas o Natal morreu em novembro de 2003, pouco depois da adesão ao pinheiro artificial. Mariana, João e eu até tentamos manter a tradição. Já havíamos superado a inexistência do Papai Noel! Só que a ausência da dona Vera foi demais — e logo levou seu Humberto com ela. Restou um ursinho temático, que faço questão de manter à vista o ano inteiro, pelo mesmo motivo que como panetone e a farofa de lentilha da minha sogra fora de época.


Neste 2022, porém, Vanessa Araújo pediu socorro no Cluboca, o grupo dos apoiadores maravilhosos do Gatoca, e parece que Jackson Galaxy ouviu lá nos Estados Unidos. Em vez de publicar mais um capítulo da série inspirada em seu livro O Encantador de Gatos, portanto, investi em uma releitura das dicas deste vídeo, para todo mundo atravessar as festas de fim de ano sem contratempos. :)

:: Decoração segura

Prenda a árvore de Natal na parede
Bichanos são arborícolas e há uma grande chance de tentarem escalar a coitada em busca de um ponto de vista diferente da sala.

Escolha enfeites não-quebráveis
Vidro, por exemplo, nem pensar! E amarre bem nos galhos, para o caso (bem provável) de virarem brinquedo.


Proteja a fiação das luzinhas
Pelo menos o pedaço que pode ir parar na boca, chiclete sabor choque. Eu fiz isso com os cabos do computador, nove anos atrás, e os spiradutos seguem firmes e fortes.

Evite pinha, festão e neve artificial
Pinha pelas pontas afiadas. Festão porque, se engolido, pode enganchar em vários pontos da garganta até o intestino, causando asfixia, bloqueios, infecções e até morte. E neve artificial, você deve imaginar, por causa da toxidade.

Tome cuidado com a rega
A água saborizada de pinheiro que fica no pratinho do vaso também é tóxica — claro que quem optar pela versão artificial não enfrentará esse problema. rs


Use raspas de frutas cítricas
Nunca testei, mas dizem que o cheiro da casca da laranja e do limão mantém os gatos mais atentados afastados — conte nos comentários se realmente funciona!

Improvise uma árvore para eles
Da modesta estante àqueles arranhadores fortunosos de múltiplos andares, vale qualquer recurso que permita aos peludos participarem das comemorações nas alturas — só não coloque colado à árvore oficial por motivos óbvios.

Esconda os presentes
Você não quer embrulhos personalizados para um Halloween que já passou, né? — sem contar que os laços de fita apresentam os mesmos riscos do festão.


:: Comidas perigosas

A lista escrola, mas estas costumam estar em todas as ceias…

- Chocolate: é tóxico.
- Temperos, como cebola e alho: são tóxicos também.
- Osso cozido: pode perfurar os órgãos internos.
- Leite e derivados: tendem a provocar vômitos e diarreia — a maioria dos gatos tem intolerância à lactose, ao contrário do que mostravam os desenhos animados.
- Álcool: não deveria ser consumido nem por humanos em festas de família. rs

:: Plantas tóxicas natalinas

- Azevinho
- Visco
- Amarílis
- Narcisos
- Lírio

E as principais não-natalinas aqui.