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Mostrando postagens com marcador Jujuba. Mostrar todas as postagens
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11.4.25

Quatro anos de casa nova-velha, sem blog

Foi em 31 de março, mas eu não tinha como contar aqui, pois a Hostinger, empresa que hospeda o Gatoca, conseguiu nos deixar 27 dias fora do ar, por causa de um boleto que vencia no sábado e o banco jogou o pagamento para segunda-feira, respaldado tanto pela Lei 7089/83 quanto pelo Código Civil, no Art. 132 ― e comigo apelando por e-mail, Procon até parar no Juizado Especial Cível.

Ufa! Eu precisava muito botar isso para fora, desculpem. Quando chegou o aviso de que apagariam todo o conteúdo do servidor, no último sábado, vi 18 anos de projeto indo para o lixo ― o painel que me permitia acessar os arquivos já estava zerado, como se a gente nunca tivesse existido por lá. Quanto vale uma gastrite, seu juiz?

Agora, sim, a comemoração! No aniversário de 2024, eu disse que a gente havia instalado a lendária porta do banheiro, né? Mas a verdade é que, como faltava o batente do lado de dentro, Leo tirou para pintar tudo junto e, entre uma morte e outra de gato, mais um ano e meio se passou ― vocês também se perguntam para onde vai esse tempo, que parece tão lento quando se olha de dentro?

O desfecho da epopeia ocorreu em 23 de março e pedia registro, né? Spoiler alert: a gente ainda não sabia que a porta não cumpriria sua função a contento.


E esse foi o grande feito dos últimos 365 dias em Araçoiaba da Serra ― junto com os surtos de arrumação, doação, jardinagem e a visita de amigas cultivadas há três décadas. Isso porque na lista dos fatos esquecíveis estão a morte inesperada da Pimenta, apesar de velhinha, e as partidas esperadas, mas igualmente tristes, da Chocolate e da Keka, deixando Jujuba sozinha pela primeira vez em 17 anos e meio ― Jujuba, a gata que me rendeu uma escarificação e agora não desgruda.


Por falar em grude, outra transformação produzida ao longo desses 12 meses foi a do Intrú, que não perde uma oportunidade de ganhar carinho, inclusive quando me vê desmontada da caminhada ― e ainda espera uma casa onde possa morar do lado de dentro da porta de vidro lavanderia.


Termino este retorno de brasileiro-que-não-desiste-nunca com dois pedidos:

🚨 Divulguem aos amigos os links do Gatoca que permitem comprar no Petz (com 10% de desconto!), na Amazon, na Shopee e agora também no Mercado Livre, revertendo uma parte do valor ao projeto. Como a Hostinger derrubou o blog 17 horas depois que publiquei o post, ninguém viu ― e perdemos as vendas justo do Dia do Consumidor. 😢

🚨 Esse período todo inacessível prejudicou também a indexação no Google dos textos que ajudavam gatos doentes, principalmente renais, e acolhiam seus tutores, como mostra o relato que Aline compartilhou recentemente no Cluboca. Bora fazer uma força-tarefa para que eles voltem a aparecer nos resultados de busca? Preciso que vocês interajam com os posts que redivulgarei nas redes sociais ao longo das próximas semanas. 😊


Obrigada! Obrigada! Obrigada! ❤️

31.1.25

Projeto 2025: de pb, só os gatos!

Eu tenho zero habilidade manual, mas coala ocupou o posto de animal favorito na minha infância por causa de uma caixa de lápis de cor ― de que ninguém ousava usar o dourado e o prateado. Até hoje, entro em papelarias como se estivesse na Disney, a diferença é que me permito curtir o que compro.


Jujuba improvisando, na impossibilidade de se ter um coala

E, quando o financiamento coletivo do Gatoca estreou, lembro de comentar que esperava precisar de canetinhas novas para o Gramado da Fama em breve. Seis anos não é tão breve assim, mas, se a gente considerar os últimos quatro como um bloco (em que sobrevivi a pandemia, golpe na construção da casa, mudança de cidade e morte de oito gatos), parece ontem.

Para parar de ressuscitar as bichinhas com álcool, finalmente escolhi um estojo modernoso, de pontas duplas!




E quem estreia, em companhia da Jujuba, é a Paula Martinez, dona de um coração que resgata galinha de despacho, cria filhas empáticas em tempos egoístas, ainda trabalha como psicanalista nas horas vagas. Ela se junta aos apoiadores maravilhosos que garantem a sobrevida deste projeto, virtualmente apertados abaixo.


Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Marcelo Verdegay, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe...

...Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Marilene Eichinger, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura, Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida, Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim...

...Elisângela Dias, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva, Regina Hansen, Arina Alba, July Grafe, Vera e Gabriela Fromme, Lucia Trindade, Aline Silva, Caroline Rocha, Sara Gonçalves, Soraia Mancilha e Celina Matsuda. 🤗

Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada na nossa campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de Gatoca. ❤

24.1.25

Cluboca do Livro: obra russa com gato falante!

Para contrapor a pegada descompromissada de Vou te Receitar um Gato, livro de estreia do nosso clube, escolhemos logo um calhamaço, polêmico e com nomes impronunciáveis. O Mestre e Margarida, do escritor russo Mikhail Bulgakov, satiriza a vida e a repressão sob o regime soviético de Stálin.


E o curioso é que o próprio Stálin viu 16 vezes Os dias dos Turbin, uma das peças do Bulgakov, fez voltar em cartaz quando soube que tinham censurado, ainda arrumou um emprego para ele como diretor assistente no Teatro de Arte de Moscou ― as informações são do jornal O Globo.

Na trama do nosso livro, satanás e seu séquito diabólico, composto por um gato fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador, decidem visitar a Moscou dos anos 1930, deixando um rastro de destruição e loucura ― e inspirando a música Simpathy for the Devil, dos Rolling Stones.

Em algum momento, eles se cruzarão com mestre, autor malcompreendido de um romance sobre Pôncio Pilatos, e Margarida, que fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido ― já li um terço da obra e até agora nada. Estou apanhando, inclusive, para decorar as múltiplas alcunhas dos personagens com a privação de sono proporcionada pela Jujuba.

O encontro para conversar sobre a leitura ocorrerá no terceiro domingo de fevereiro, dia 16, das 16h às 19h. Para participar, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando os links abaixo, uma porcentagem vem para a gente. :)

- O Mestre e Margarida da Editora 34, traduzido pelo Irineu Franco Perpetuo
- O Mestre e Margarida da Companhia das Letras, traduzido pela Zoia Prestes, filha do Carlos Prestes
- Versão em e-book da edição da Companhia das Letras
- Vou te Receitar um Gato, para quem ficou curioso
- Qualquer compra na Amazon partindo deste link ajuda o projeto (vale até aspirador de pó!)

17.1.25

A batalha para ressignificar 2024 (sem 9 gatos)

O plano original era descansar em dezembro, a última chance do ano ― corpo, cérebro e alma. Mas eu já tinha repaginado o jardim, feito uma limpa no museu dos bigodes, separado as roupas e os livros da Mari para doação. E a casa gritava por uma faxina descarrego, à altura de quem finalmente faria a virada de 2020 para 2025.


Sabem aquele armário em que terra se tornou tempero, as paredes com sedimentos de catarro, secreção de olho, patê e patas, o toldo mofado pelos temporais que arrancaram o portão e as 283 janelas que exigiriam a criatividade de lavar internamente com o pulverizador das plantas? Fora o toalheiro e a luminária do banheiro nunca instalados. Além da porta de tela, cuja estrutura Leo construiu e eu fiquei de pintar e colar o mosquiteiro.


(Acreditem, não sobra muito tempo quando você está sempre cuidando de três gatos morrendo simultaneamente.)


Aí, a bateria do celular de dois anos estufou e a Samsung me deixou 22 dias sem WhatsApp e fotos boas, quebrando o galho com um iPhone de uma década atrás, justo nas comemorações de Natal, Ano-Novo e aniversário ― para querer me cobrar um terço do valor do aparelho pelo conserto. Da taxa de R$ 38 para constatar o óbvio não consegui fugir.


E só pude participar do Amigo Secreto de Talentos do meu próprio projeto usando a conta do Leo no aplicativo de mensagens do Zuckerberg. Ganhei da Karine a história do Gatoca ilustrada por inteligência artificial e editei na unha cinco cenários de Onde Está Wally? para a July procurar Amora, Batata, Matilda, Milka e Pobá ― as versões de IA pareciam saídas de filme de terror.


Para ampliar, cliquem na imagem

Cluboca teve até bolão da virada! Tudo porque Karine, que mora no Canadá, encontrou C$ 10 ao passear com a rata, jogou na Mega-Sena e ofereceu dividir o prêmio com o grupo. Antes mesmo de eu aceitar participar, as meninas já haviam decidido me dar um iPhone novo, comprar uma casa para o Intrú, destinar uma tonelada de ração para ONGs, abrir um cat-café e organizar uma excursão pela Europa para conhecer outros cat-cafés. Claro que não ganhamos.

E, se o Natal foi dia de pijama enquanto o Ano-Novo passamos à base de hambúrguer, não permiti que o cansaço e a frustração tecnológica arruinassem também os festejos de 45 anos. Sim, qualquer amigo precisaria enfrentar horas de estrada (e pedágios) até o interiorrr. Mas Eli, Bá, Tati e Fê trouxeram comida, presentes e lembranças da melhor fase da minha vida ― risadas que riem juntas há três décadas!


Imagina se eu não fizesse ioga! rs

Não, não esqueci da retrospectiva. Só demandava uma energia que não descobri de onde tirar. Sozinha pela primeira vez na existência, Jujuba se põe a miar quando fecho o quarto para dormir e na melhor hora do sono, porque acordou desorientada, e antes das 6h para ganhar sachê batido de café da manhã. Eu até poderia educá-la. Mas 17 anos e meio atrás.


Confesso que também falta estímulo para escrever contra os algoritmos e depois ainda ser roubada pela IA do Google ― acho que nunca fiquei tanto tempo sem atualizar o blog! Na semana que vem, quem sabe?

18.12.24

Gatificação: planejamento urbano antitreta | EG #34

Ninguém espera que vocês encham os cômodos com semáforos, faixas de pedestres e placas de trânsito, mas planejar o fluxo de tráfego da sua casa garante que humanos e animais se movam livremente, sem conflitos ― estruturar o mundo em dois eixos, horizontal e vertical, ainda ajuda quem tem cachorro e criança, porque o incompreendido do bichano pode encontrar seu lugar de confiança no alto.

Para colocar o planejamento urbano em prática, Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, sugere três passos.

Passo 1
Avalie a paisagem atual da sua residência, analisando a disposição dos móveis e recursos (comedouros, bebedouros, arranhadores, banheiros). O trânsito parece eficiente ou existem áreas problemáticas, como as descritas abaixo?

- Pontos de conflito: locais onde costumam acontecer brigas, agressões, xixis fora da caixa. Marque cada um deles com fita adesiva. Quanto mais marcações, pior é o espaço, demandando alternativas para não se tornar um ponto morto.


- Zonas de emboscada e pontos mortos: muitas vezes criados por aspectos da própria casa, como posicionamento da mobília, elementos arquitetônicos e até mesmo bagunça, deixam apenas uma opção de acesso aos recursos, possibilitando que um peludo impeça o outro de passar.

- Cavernas: já explicamos o significado e importância de bloqueá-las aqui.

Passo 2
Adicione "rotatórias" aos pontos de conflito para desviar o fluxo. Vale usar prateleiras ou qualquer estrutura de escalar que ofereça um nível alternativo de passagem, permitindo que o bichano suba para se afastar da área problemática. É preciso viabilizar também rotas de fuga, certificando-se que todas as prateleiras e locais de apoio tenham vários pontos de saída ― no caso do banheiro, basta tirar a tampa.

Passo 3
Otimize todo o espaço potencial dos cômodos com as dicas dos próximos capítulos.


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivoaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de Gatoca. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 32: Gatificação: um lugar para onde voltar
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem destruir a casa
CAPÍTULO 35: Gatificação: mundo vertical (estreia no dia 15 de janeiro de 2025!)

28.11.24

Renovação que veio de fininho

Tem gente que é incompetente para o descanso. Eu havia prometido um respiro neste fim de ano, depois de quase meia década de mortes felinas em sequência, para retomar os projetos com força total em 2025. E, quando me dei conta, estava com a casa virada do avesso. Tudo começou com a caminha da Chocolate, intocada desde abril, porque me faltou coragem para doar.

E como já teria de abrir espaço no depósito de jardim, resolvi rever todas as coisas guardadas ao longo da jornada com gatos ― pois poderia esfriar, ou esquentar, ou resgatar de novo uma ninhada, ou precisar de mais banheiros. Levei até a ONG que castrou o Intrú e nem fotografei porque não percebi o movimento que se iniciava.


Aí, Leo sugeriu uma ida ao Ceagesp para repor as plantas que não sobreviveram à rotina entre alarmes ― ele cuidando dos pais e eu, dos velhinhos quadrúpedes. Peguei a estrada determinada a recomprar a cinerária prateada que secou junto com a gangue e voltei com cristas-de-galo que, se crescerem como imagino, farão um pôr de sol no gatil ― Intrú ajudou com os vasos de fora, como não se nota na imagem anterior.


Mari pediu, então, para procurar na papelada que deixou comigo, antes de se mudar para a Itália, seus diplomas e históricos escolares. E aproveitou para desapegar dos livros e das roupas que já haviam vindo de Sorocaba para cá. A coleção do Sherlock Holmes entreguei na biblioteca da cidade, pequena, mas gracinha. E as obras de espiritualidade estou dividindo entre os amigos menos céticos.


As peças sociais poderiam ser vendidas no shopping, já que minha irmã não compartilha a estratégia de usar até virar pijama, depois jogar no reciclável porque não aceitariam nem como doação. Só que antes de qualquer destino preciso descobrir como tirar macha de botão que esverdeou o tecido ou de calça colorida que estampou a clara.


E lavar de novo a leva do varal que quebrou, para delírio do Intrú.



Tenho compartilhado mais registros do cotidiano nos stories do Instagram, porque vocês disseram que querem ver ― e talvez contribua para a fidelização da comunidade (já disse que odeio os algoritmos?).


Ainda deve rolar um bate e volta para Campinas, pois também consegui substituir, nesta Black Friday, os pneus que me obrigavam a dirigir com aventura pela Raposo. Perguntei ao mecânico se dava para saber a data da última troca, já que não me lembrava mais, e fiquei chocada com a resposta: 2008. Comprei o Focus em 2011.

15.11.24

O estranho mundo de quem só tem um gato

Nestas quase duas décadas de gateira, Mercvrivs foi filho único por apenas quatro meses. E, em um ano e meio, eu, que não gostava de animais, já havia juntado dez gatos ― mais nove temporários compartilharam simultaneamente a casa com eles (sem contato direto), além de dois cachorros (Marley no quintal e Pandora no veterinário, depois no hotelzinho).

Isso quer dizer que estou acostumada a trapezistas, cuspidores de fogo, mágico serrando a ajudante ao meio, não a saber de quem são todos os cocôs, xixis, vômitos e espirros de madrugada. Ou a cuidar de um único ser vivo, sem outros três doentes demandando. Muito menos a comprar um brinquedinho 100% fracassado porque não pôde ser repassado.


P.S.: vi essas molinhas no canal de um veterinário espanhol e, com o tigrinho xófen dele, elas fazem o maior sucesso. Guardei para testar com o Intrú, quando ele não morar mais em um chão de grama ― e elas conseguirem rolar.

13.11.24

Vou te receitar um Cluboca do Livro!

Neste 2024 de tantas perdas, o Gatoca conseguiu juntar dois band-aids para a alma: literatura e gatos. O Cluboca do Livro pretende ser um espaço seguro e acolhedor para viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar. Nosso grupo no WhatsApp já tem 25 integrantes e o primeiro encontro (por videoconferência) está agendado para o dia 8 de dezembro, um domingo, às 17h.

Jujuba encarou com desconfiança a transformação do dom de seu povo em mercadoria, mas Vou te Receitar um Gato, best-seller japonês de Syou Ishida, foi indicado pela Cora Rónai, gateira e jornalista das antigas, na coluna d'O Globo.

Ainda dá tempo de participar, basta assinar a recompensa de R$ 15 no Catarse, providenciar sua versão favorita da obra (em papel ou digital) e escolher uma bebida (chimarrão, suco verde, chá de cogumelo, drink com guarda-chuvinha) para acompanhar o bate papo.


*

Novidade: se vocês decidirem comprar o livro pela Amazon e usarem este link, o Gatoca agora recebe uns trocados. :)

23.10.24

Natureza selvagem como a gata

Aqui, ninguém compra calça jeans rasgada para acompanhar a moda ― a gente usa até rasgar organicamente. E de que adianta ter um gatil poser, com grama aparadinha, se Jujuba é roots? Eu ainda posso usar a estratégia do (des)prefeito de São Paulo e culpar as chuvas pelo crescimento mais rápido das sementes do que damos conta de cortar.


Ração, latinha e escovação, no entanto, estão em dia ― assim como as dez rodadas de comida na seringa para a Keka, que também aproveita a parte proibida do terreno. Quem compartilha com elas esta versão selvagem do Gramado da Fama é a tutora de outro idoso, a Caroline Rocha ― Nicolau chegou aos 16 anos demandando cuidados intensivos e ela queria "trocar com gente em jornadas parecidas e empatia especial por também serem pessoas de gatos".


No Cluboca, a paulistana foi acolhida pelos apoiadores maravilhosos do Gatoca, que não canso de agradecer: Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Marcelo Verdegay, Fernanda Leite Barreto...

... Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura...

...Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida, Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Elisângela Dias, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva, Regina Hansen, Arina Alba, July Grafe, Sandra Malacrida, Vera e Gabriela Fromme, Lucia Trindade e Aline Silva, um aperto a distância! 🤗


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp? Ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivoaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de projeto. ❤)

9.10.24

Gatoca lança um clube do livro diferente!

Com os cuidados que os bigodes idosos andam demandando e o dinheiro tão apertado quanto o coração, não viajo há mais de cinco anos ― nem bate e volta para a praia. E o que tem salvado meus dias são os livros. Sem sair de casa, posso investigar assassinatos com outros velhinhos, dançar balé em Paris, ser roteirista de programa de TV, dormir num quarto que se molda ao meu humor ― essa talvez não fosse uma boa ideia agora. rs

Na maioria das vezes, nem gasto nada porque aproveito o acervo da Biblion, do Skeelo (que vem no plano de celular) e as promoções agressivas de e-book da Amazon (precisa garimpar). Achei, então, que seria legal compartilhar esse passatempo com quem também gosta de gato.


O Cluboca do Livro nasceu no nosso grupo de apoiadores, como um espaço para viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco. Mas ganhará um puxadinho exclusivo, dentro da comunidade do Gatoca. E vocês podem participar só dele, assinando a recompensa de R$ 15 no Catarse. A única exigência, além de providenciar o livro, é escolher uma bebida para acompanhar o bate papo ― vale chimarrão, suco verde, chá de cogumelo, drink com guarda-chuvinha. :)


Começaremos por Vou te receitar um gato, best-seller japonês de Syou Ishida, que não está na foto porque ainda não comprei. Foi uma indicação da Cora Rónai, em sua coluna n'O Globo sobre healing literature, a "literatura de cura" surgida com a pandemia para quem não aguentava mais o clima de fim de mundo, cheia de livrarias, bibliotecas, cafés, lojinhas de conveniência e felinos.

E fiz questão de estabelecer um tempo de leitura é generoso (dois meses), porque todo mundo já se massacra para cumprir outros cronogramas. No começo de dezembro, então, a gente se encontra por videoconferência ― fiquem de olho no e-mail automático que o Catarse envia com o link para entrar no grupo!

4.10.24

Por que ver vídeo de gatinho faz bem à saúde?

Da próxima vez que você for surpreendido rindo alto com alguma peripécia felina na internet, pode alegar que está mantendo a saúde em dia. A afirmação é do veterinário espanhol Carlos Gutierrez, que repercutiu um estudo da Universidade de Indiana, feito em 2015, com 1 mil espectadores de vídeos de gatos.

Os cientistas concluíram que esse tipo de conteúdo aumenta o bem-estar, porque provoca mais emoções positivas, principalmente alegria, diminui a ansiedade e a tristeza, já que ajuda a esquecer o estresse e os problemas do cotidiano, e ao final do processo ainda dá aquela turbinada na energia e na vitalidade.

Há quem considere até uma alternativa à terapia com animais, principalmente para crianças que têm alergia. No Japão, constataram também que os trabalhadores ficavam mais focados e atentos. Mas os benefícios se perdem quando a gente usa para procrastinar, causando o efeito o contrário de culpa e sentimento de perda de tempo. Dizem. rs

2.10.24

Entardecer (e amor na seringa)

Keka engordou 200 g. Essa informação, assim jogada, dificilmente terá o impacto desejado se vocês não souberem que a frajola passou dos 17 anos, avançada na doença renal crônica, e chegou a 1,7 kg com as diarreias explosivas ― que já conseguimos reverter.

Sim, ela está velhinha e cada vez mais fraca, mas ainda mia na porta do quarto para ganhar um carinho se me ouve ir ao banheiro de madrugada, arrisca umas lambidas no sachê que bato para dar na seringa, pede para passear no terreno ― e ressuscita para caçar um lagartinho. rs


Eu trabalho em casa, décadas antes de ser modinha, e posso oferecer esse cuidado enquanto ela quiser receber ― já escrevi sobre o difícil equilíbrio de tratar animais que ainda preservam uma essência selvagem e por que escolho sempre a abordagem menos invasiva. Também alertei sobre os riscos da alimentação forçada.

Mas acho que ficou faltando falar sobre como as seringadas de comida deram (e ainda dão) uma qualidade de vida melhor para a gangue na velhice, porque garantem a hidratação, sem precisar recorrer ao soro subcutâneo (gatos ariscos!), e amenizam outros estragos da doença renal, como a gastrite.

Para Jujuba, que está bem, faço um patê com as latinhas da Pet Delícia ― dicas para deixar lisinho aqui. Para a Keka, que não pode ficar de estômago vazio, senão vomita sangue, alterno no blender sachês de peru e peixe branco ― os únicos que têm parado na barriga. E até suco de maçã testei com a Chocolate, quando não aceitava mais o resto.


Esse é meu limite. Apesar de a comida na seringa chamar "alimentação forçada", não soco goela abaixo. Com o peludo sentado ou deitado de barriga para baixo, dou doses pequenas (às vezes, 1 ml) e bem devagar, enquanto ele vai lambendo e engolindo sozinho ― encaixo a seringa na lateral da boca, nunca no fundo. E, se o pequeno cospe ou trava os dentes, suspendo.

Na pancinha deles cabe, confortavelmente, 20 ml por vez e a digestão demora cerca de 40 minutos. Mas um bichano debilitado dificilmente conseguirá comer tudo isso, então, comece com menos. Para a Keka, tem funcionado fazer dez rodadas de 14 ml por dia, somando 140 ml. Jujuba, que ainda devora a ração seca, só recebe um reforço úmido com quatro rodadas de 20 ml ― de manhã, na hora do almoço, à tarde e à noite.

De novo: sei o privilégio que é trabalhar em casa. Qualquer alimentação úmida, porém, que vocês puderem incluir no cardápio ajuda. Em qualquer idade, inclusive. As seringadas servem para esse estágio de paladar seletivo. :)

20.9.24

Gatificação: um lugar para onde voltar | EG #32

Na natureza, o território de um felino equivale a seis ou sete quarteirões, que precisam ser compensados quando a gente decide dividir com eles um "apertamento" ― se o mundo externo do Gato Essencial diminuir, enquanto o interno permanece igual, surgirão brigas, móveis destruídos, xixi fora da caixa.

O enriquecimento ambiental ou gatificação, como chama Jackson Galaxy, autor do livro que inspira esta série, permite construir um espaço que satisfaça as necessidades dos peludos de forma criativa, distribuindo marcações olfativas e explorando o universo vertical, sem ofender o senso estético dos donos da casa.

E tudo começa com o acampamento de base, coração do território do seu amigo. Trata-se de um porto-seguro para onde ele sempre pode retornar, minimizando o estresse em situações como mudança, obra, apresentação de um novo animal ou membro da família humana, chegada de visitas e emergências em geral.


Ao contrário do senso comum, ele deve ficar num cômodo em que os tutores passem bastante tempo, um lugar socialmente significativo, não na lavanderia, no porão ou na garagem ― e, em caso de apresentação, fora do quarto com que os veteranos estão acostumados.

E precisa de marcadores de território, ou seja, objetos em que os bichanos podem deitar, se esfregar ou arranhar para deixar seu cheiro, como caminhas, arranhadores e caixas de areia. Eles ajudam a estender esse território conforme o gato vai se acostumando com o resto da casa ― ao mudar os marcadores para ambientes próximos, sinalizamos que eles também fazem parte do seu lar.

Como saber quando o pequeno está pronto para expandir o acampamento? Quando ele demonstrar tranquilidade, explorando o espaço de rabo para cima, comendo e bebendo água normalmente, e usando os marcadores de cheiro.




(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

4.9.24

Testei a escova para gato que solta vapor!

É importante esclarecer que não se deve ligar o vapor na cara do gato, mesmo que ele esteja acostumado a brincar com a mangueira do jardim e não se intimide nem com o cortador de grama ― pouco importa que você tenha mirado na cabeça. Na dúvida, direcione o jato para áreas menos sensíveis (e mais amplas) do corpo.

Feito esse disclaimer, que nada tem a ver com o Intrú, motivo pelo qual Jujuba não herdou a escova do trauma, achei legal compartilhar os prós e os contras de um dos poucos produtos que as redes sociais acertaram em me mostrar como propaganda. Apesar de importada, a Electric Spray Handle Massage Brush não custou caro: R$ 25,22, já com o frete.


De escovinha, porém, ela não tem muita coisa. E o tamanho é a primeira desvantagem, porque dificulta o uso com bichanos magrinhos (e ossudos) como a Keka. A sujeira de terra da Jujuba, que gostou até do vaporzinho na fuça, também limpou mais fácil com o lenço umedecido. E precisa tomar cuidado no frio, pois o pelo acaba molhado pela insistência.




Na estação certa, por outro lado, a massagem refrescante ajuda a baixar a temperatura do corpo, enquanto os termômetros insistem em quebrar recordes de aquecimento global. E esta é a principal vantagem para mim (ou para eles). A névoa sai fininha, quase silenciosa e fria ― a menos que se coloque água quente no reservatório, só que não sei se pode, porque não achei o site da fabricante chinesa.

A carga demora cerca de meia hora ― na caixa vem um cabo minúsculo (USB-C), compatível com o carregador dos celulares Android. E a cabeleira sai relativamente fácil do meio das cerdas, basta deixar juntar um bolinho.


Se seu amigo é desconfiado, aconselho um período de adaptação, começando só com a escovação. Quando ele estiver acostumado, ligue o vapor durante o processo, de preferência com a escova colada ao pelo e uma musiquinha para disfarçar o barulho do botão e do jato. Uma vez que ele perceber o bem-estar, você não precisará mais se preocupar. :)

21.8.24

Gato velho pode tudo!

Atrapalhar o trabalho.


A insustentável leveza do ser

Fazer arte com a comida.


Ração sobre chão

Vomitar na capa do colchão que você acabou de lavar.


O importante é ter saú...

16.8.24

Novidade que junta gatos, arte e lubrificação ocular!

Eu achava que andar de roupa furada e comprar duas escovinhas importadas justamente para os meliantes que furaram as roupas me colocava no topo do ranking da abnegação. Conversando no Cluboca, porém, nosso grupo maravilhoso de apoiadores, vi que tem gente que chega a gastar 80% do salário com gatos que resolveram envelhecer ao mesmo tempo.

E você, qual foi a última vez que escolheu algo para você? Quantos brinquedinhos passaram na frente, sumariamente trocados pela embalagem? Talvez um granulado higiênico que deixe o apertamento com menos cheiro de banheiro? Certamente uma comida mais balanceada do que a que seu corpo cansado dá conta de cozinhar depois de uma jornada estendida de trabalho.

Neste fim de ciclo da gangue, tenho pensado muito sobre a vida que me trouxe até aqui e para onde gostaria de levá-la nos próximos anos ― nem tanto um destino, mais uma sensação, sabe? Dias sem sobressaltos, tempo para abraços presenciais, ludicidade. Na impossibilidade de um piquenique em Versalhes, comecei pelos livros: uma sequência de comédias românticas que beira a diabetes.

Pendurei a tapeçaria do Peru que ganhei da Amanda. Distribuí vidros com flores secas pela estante (alma gótica). Fotografo o nascer do sol sempre que as meninas me acordam vomitando. E escrevi para a Ana Roxo decidida a ter um original que ilustrasse a jornada do Gatoca.


Ela aceitou a parceria e sem saber desenhou a tatuagem que, duas décadas atrás, idealizei como lembrete de que nem tudo se resumia à razão ― com um coração do lugar do gato, porque ainda achava que não gostava de gato. Aí Mercv chegou arrancando emoções na unha (essa história vocês conhecem) e dispensou demais registros sobre a pele.

Acompanhando a aquarela, veio esta cartinha:

Fiquei muitos e muitos dias trabalhando em cima de tudo que eu sabia e de fotos do Mercvrivs, e a imagem da janela se abrindo pro sol entrar não saía da minha cabeça. Trabalhei no desenho digital, bastante tempo, achando tudo muito ruim, e sentindo que precisava caprichar, pelo Mercv (veja a intimidade) ter feito tudo o que ele fez, mesmo sem fazer muito nada, como os gatos fazem.

Depois de um tempo frustrada e não acessando o que eu realmente queria com aquilo, voltei pro analógico e peguei meu caderno de desenhos (em português chamam de
sketchbook), que é onde tenho os desenhos mais pessoais mesmo, coisas como estudos ou estados (de alma), e desisti de encontrar beleza pra ver se eu achava sentido em tudo que eu estava sentindo.


Quando meu cachorro Samuca morreu, estava no México. Desenhei o Samuca com asas muito coloridas, pra lidar com a dor, asas de alebrije (procure saber). E foi a partir do desenho do Samuca que voltei a desenhar, comecei a estudar, saí de uma (ainda que leve) depressão por não estar no Brasil e não estar fazendo teatro (minha arte materna, tipo que nem língua materna). Samuca fez isso por mim e entendi que o Mercvrivs tinha que ter asas. Aí o resto foi.

Não sei se está à altura dele e do que ele fez, mas foi feito com muito amor e em meio a lágrimas e patinhas dos meus gatos (impressionante como eles gostam de tomar água de aquarela).

Obrigada por me deixar desenhar o Mercv. Obrigada Mercv pelo Gatoca (que é culpa sua). Obrigada, Beatriz, por não deixar aquele e mail ir pro Céu dos E-mails.



Também chorei. A vida é bela e doída e maluca e intensa, mas, acima de tudo, um sopro. Se você estiver precisando recomeçar, quiser eternizar um amor que partiu, presentear um gateiro querido ou só achar que uma parede branca sempre pode ficar mais colorida, manda um "oi" para Ana: anaroxxo@gmail.com ― ela tem um livro infantil lindo, lindo em financiamento coletivo e um canal, junto com a Tati Fadel, cheio de vídeos essenciais, como a série sobre a culpa.

Ah! Os valores dependem do tamanho e da complexidade do desenho, 20% vem para o projeto poder explorar horizontes outros e leitores do Gatoca ganham 10% de desconto até o fim de agosto, para comemorar nossos 17 anos de resistência.

Como prefiro dar dinheiro a quem empodera e ajuda a sonhar outros mundos, em vez de deixar bilionário mais rico, os algoritmos das redes sociais provavelmente reduzirão o alcance da nossa parceria. Empresta seus dedos para subverter o sistema? Qualquer comentário, curtida, compartilhamento já faz valer o empenho da Jujuba na sessão de fotos. 😂

8.8.24

Feliz Dia Internacional da Maquininha de Ronrom!

E de matar também. rs



Aproveito a data para contar que tem parceria artístico-felina chegando por aí! E o risco de vocês amarem é enorme!

31.7.24

Não morar (mais) com uma gangue felina...

...é como estar de férias na sua própria casa. Não tem gato brincando e brigando e correndo e roncando e caçando e miando, tudo ao mesmo tempo. Se os sobreviventes passarem dos 17 anos, então, você pode sentar neles sem perceber.


Exceto durante as madrugadas, quando a velhice resolve botar os sintomas de fora.

16.7.24

Quadrilha escatológica

Jujuba vomitou na Keka, que vomitou na Pimenta, que não tem mais força para vomitar em ninguém. Parece releitura do Drummond, mas foi mais um dia em Gatoca, iniciado antes do sol, das galinhas e até de o Intrú chegar da rua gritando pelo café da manhã.

Frio de endurecer os dedos e eu esfregando o almofadão, tentando desgrudar as gatas e superaquecendo o secador. Para repetir tudo de novo à tarde, no colchão que fica no escritório, só trocando as personagens.

Este post é um choro a menos.