Animal solitário, o gato selvagem se refugiava em buracos de árvores ou fendas nas rochas, alimentava-se de pequenos mamíferos, aves e até répteis, e gostava de descansar à beira de rios e lagos. Gregários mas só no inverno, nossos bichanos se escondem embaixo do edredom ou atrás do sofá, comem ração, barata e até mamão, e são obrigados a se refrescar em volta do pote de água.
25.2.21
18.2.21
Cuidados paliativos para gatos: delicadeza e paciência
Quando a gente recebe o diagnóstico de doença sem cura de um ser amado (bípede ou quadrúpede), antecipa os cinco estágios do luto: primeiro se recusa a acreditar, depois sente raiva, tenta barganhar com uma força organizadora do caos, cai em depressão e acaba aceitando. Mas ainda resta o desafio dos cuidados paliativos, que garantirão alguma qualidade nesse finzinho de vida.
Escrevi "desafio" porque não é fácil gastar tempo e dinheiro cuidando de alguém que não ficará bem — e, no caso dos gatos, que rosna, morde e arranha porque não entende os remédios, a alimentação forçada, os curativos. No começo, sob o impacto da notícia e o despreparo para lidar com a morte, a coisa até que flui bem. Após meses da mesma rotina, repetitiva, cansativa e inglória, é preciso exercitar a paciência.
Meu desafio atual se chama Clara. E confesso que às vezes dou umas tropeçadas. Na maior parte do tempo, porém, procuro prestar atenção nos detalhes que tornam os dias da retalhinha mais leves. O ponto ideal em que o patê processado se sustenta na parte de trás da colher, que ela consegue lamber com gosto. A coçadinha no pescoço depois de colocar o colar elisabetano detestado. Um colo não pedido, mesmo que esteja quente e voe pus no teclado.
São 26 anos de jornada nessa estrada, que começou na adolescência, com o câncer da minha mãe. E sigo odiando a impotência. Mas aprendi a chorar só no final.
Escrevi "desafio" porque não é fácil gastar tempo e dinheiro cuidando de alguém que não ficará bem — e, no caso dos gatos, que rosna, morde e arranha porque não entende os remédios, a alimentação forçada, os curativos. No começo, sob o impacto da notícia e o despreparo para lidar com a morte, a coisa até que flui bem. Após meses da mesma rotina, repetitiva, cansativa e inglória, é preciso exercitar a paciência.
Meu desafio atual se chama Clara. E confesso que às vezes dou umas tropeçadas. Na maior parte do tempo, porém, procuro prestar atenção nos detalhes que tornam os dias da retalhinha mais leves. O ponto ideal em que o patê processado se sustenta na parte de trás da colher, que ela consegue lamber com gosto. A coçadinha no pescoço depois de colocar o colar elisabetano detestado. Um colo não pedido, mesmo que esteja quente e voe pus no teclado.
São 26 anos de jornada nessa estrada, que começou na adolescência, com o câncer da minha mãe. E sigo odiando a impotência. Mas aprendi a chorar só no final.
12.2.21
Aniversariante do mês – fevereiro de 2021
Chocolate* nunca relaxa — ela tem a quem puxar e preciso confessar que também me identifico com a rabugice, rs. Mas, na semana dos seus 14 anos de adoção, me deu de presente este colo, 100% horizontal, daqueles que se sabem em porto seguro. Sim, o presente foi meu, devidamente retribuído com a respiração presa para não atrapalhar. 🧡
*Novelinha: Conheça a história da Chocolate
Outros aniversários: 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008
*Novelinha: Conheça a história da Chocolate
Outros aniversários: 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008
5.2.21
6 coisas estúpidas que fiz quando adotei um gato
Não se nasce protetor, torna-se protetor. E vocês não têm noção de quanta cabeça eu bati nestes 15 anos! Comecei limpando as patas do Mercvrivs toda vez que ele saía da caixa de areia — vida de freelancer, oficina do diabo. Na semana seguinte, decidi levar o carro para lavar e voltar a pé com ele no colo, ganhando arranhões múltiplos no peito assim que passou o primeiro caminhão.
Para impedir o acesso à rua (e economizar o dinheiro das telas), improvisava gambiarras com papelão e sacos de lixo. Mas, incentivado pela Clara, vira-lata pura recém-chegada, o sem-noção um dia conseguiu fugir, caiu na clínica médica e tomou um balde de cândida na cabeça — que me rendeu os óculos quebrados, porque depois ainda tentei dar banho nele de chuveiro ligado.
E achei que seria uma ideia incrível me redimir passeando com os dois de coleira pelo bairro.
Por fim, e com um oferecimento do namorado da época, acendi uma vela durante a queda de luz e deixei no gaveteiro ao lado da cama, acreditando no mito do instinto de sobrevivência animal. Os bigodes encaracolados falam por si:
Espero que o Gatoca tenha poupado vocês de boa parte desses micos.
Para impedir o acesso à rua (e economizar o dinheiro das telas), improvisava gambiarras com papelão e sacos de lixo. Mas, incentivado pela Clara, vira-lata pura recém-chegada, o sem-noção um dia conseguiu fugir, caiu na clínica médica e tomou um balde de cândida na cabeça — que me rendeu os óculos quebrados, porque depois ainda tentei dar banho nele de chuveiro ligado.
E achei que seria uma ideia incrível me redimir passeando com os dois de coleira pelo bairro.
Por fim, e com um oferecimento do namorado da época, acendi uma vela durante a queda de luz e deixei no gaveteiro ao lado da cama, acreditando no mito do instinto de sobrevivência animal. Os bigodes encaracolados falam por si:
Espero que o Gatoca tenha poupado vocês de boa parte desses micos.
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