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10.8.23

16º aniversário do Gatoca!

Eu tenho memória de fingir estar doente para não ir à festa de uma amiguinha e ficar com o presente. Capricorniana com virgem emprestado no mapa, sempre trabalhei mais do que demandavam, tocava a vida impecavelmente organizada, jamais pagaria quatro dígitos em rações de combinações duvidosas, como salmão com melão ou frango com mamão.

Foi em dezembro de 2005, data da chegada do Mercvrivs, que tudo desandou. E meu projeto de sucesso mais longo é voluntário — com o apoio de vocês, claro, em forma de rifa, lojinha, financiamento coletivo, clube de assinaturas. Este espaço online hoje completa 16 anos, colecionando 1.745 textos informativos, engraçados, emocionantes, mobilizadores.

Mais e-book, boletim, tentativa de canal no Youtube. Sementes em forma de jogo (Gatonó), livro (Depois da Quarentena), série (AssassiGato). Uma comunidade engajada, com experiências trocadas em 12,7 mil comentários, grupo acolhedor no WhatsApp e 27 parceiros ao longo da jornada — destaque especial ao Wings For Change, à Pet Delícia e à prefeitura de Sorocaba, na gestão anterior.

Os tentáculos offline do Gatoca ainda abraçaram 115 gatos, oito cachorros e quatro aves, um mutirão de castração, oficina com escoteiros e bandeirantes, roda de conversa com adolescentes, curso no Sesc sobre o poder do coletivo, clube de leitura na ONU, sob a imaginação da Rosana Rios.

Será o primeiro aniversário sem comemoração, mas não por motivos de cobiça ao presente alheio, rs. Decidi respeitar o corpo cansado e o emocional combalido pelas três mortes em sequência dos últimos meses (Guda, Pipoca e Pufosa) — cinco em menos de dois anos (+ Clara e Mercv). Está liberado, porém, mandar lembrancinhas — chave pix: doacoes@gatoca.com.br! :)

E quem quiser se juntar aos despioradores de mundo basta escolher um valor mensal ou uma das recompensas-amor da nossa campanha no Catarse.

Seguimos juntos? ❤


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29.6.23

16º quase-aniversário do Gatoca e bastidores

É praticamente impossível ganhar na loteria duas vezes, ser atingido duas vezes por um raio ou conseguir duas vagas para estacionar no centro de São Paulo. Mas dá perfeitamente para pegar uma dobradinha de covid morando no meio do mato, na mesmíssima época do ano passado, marcada pelo quase-aniversário do Gatoca.

E para encontrar um tucano na árvore do jardim!


Durante os dois dias em que fiquei de cama (grata, comorbidade!) segui batendo a comida da Pufosa no processador, por causa do combo avançado de gastrite + doença renal. E dando na seringa em intervalos de 40 minutos. E acordando a cada barulho de vômito. Mas também vi a magrela sendo cuidada pelas irmãs, incluindo a Pipoca, desenganada pelo veterinário em abril.


Altos e baixos continuam desenhando a passagem do tempo, em uma jornada que se aproxima das duas décadas — os gatos vieram antes do blog (e de eu descobrir que gostava de animais, rs).

Já colecionamos 1.736 posts, e-book, mutirão de castração, oficina com crianças, roda de conversa com adolescentes, canal no YouTube, websérie felina, loja colaborativa, newsletter, Gatonó, edital do Condeca com a prefeitura de Sorocaba — os links estão aqui.

E renovo a esperança de voltar no dia 10 de agosto, data do aniversário oficial, com novidades! — explicando aos novatos, "quase-aniversário" é quando você cria um blog e demora 42 dias para juntar coragem de escrever nele. 😂


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31.3.23

2 anos de casa nova, menos 3 gatos

Eu sei que escolhi vir morar no interiorrr para os bigodes terem de volta um gramadinho no fim da vida — que acabou virando gramadão. E que gatos de 15 e 16 anos não atravessariam uma década. Mas sou de humanas, deem um desconto pelas linhas salgadas. Entre os cuidados com a Clara, o Mercv e a Guda, sobrou pouco tempo para curtir.


Continuamos, inclusive, sem porta no banheiro — existe estresse pós-traumático de obra? Até paguei por um toldo contra o alagamento da lavanderia, só que o gênio instalou um modelo que vaza água quando chove, deixa a casa escura nos dias de sol e faz barulho com o vento. Talvez, meta uma cortina de miçangas entre a privada e o quarto.

Já as plantas não podem reclamar: cresceram quase tanto quanto o mato, floriram de todas as formas, renderam caipirinha, moqueca, cupcake. E a gangue também aproveitou — o gatil improvisado, o gatil oficial, as escapadas do gatil (privilégio de quem não conseguiria mais alcançar a rua).

Ainda restam seis.

Decidi embrulhar o passado em contact e acquablock para recomeçar com outras cores. Mas pega leve, Universo!










17.2.23

Carnaval 2023: gatos fazendo gatices!

Eu não curto carnaval, cerveja tem gosto de tristeza e gatos odeiam fantasia. Mas não é por isso que vocês vão deixar de se divertir no Gatoca durante o feriadão, certo? A ideia para este post surgiu no Cluboca, nosso grupo maravilhoso de apoiadores. E não precisa consumir com moderação!

Bom senso fail, por Adrina Barth



Múltiplos disfarces, por Fernanda Barreto




Gato aéreo, por Alice Gap




Exercício engorda: método científico, por Roberta Herrera



Bichano ao forno, por Renata Godoy


Aquecimento global, por Guiga Müller


Prato principal, por Paula Melo


Pé de sorte, por July Grafe


Sofá à prova de humanos, por Roberta Herrera

13.1.23

2022

Atualizado em 16 de janeiro de 2023

Sexta-feira 13, duas semanas atrasada e sem energia elétrica, eu escrevo esta retrospectiva em um laptop (meu primeiro laptop) comprado com os danos morais de espreguiçadeiras que não recebemos e lutando com a montanha-russa emocional de cuidar de uma gata para morrer.


Este é um texto sobre exaustão, contradições e impotência, mas também sobre abrir mão do controle, se deixar surpreender, rir de si mesmo ─ um resumo de 2022, com mais fracassos (e rinite alérgica) do que gostaria de admitir.

E o Gatoca seguiu, apesar de mim, porque virou comunidade, semente digital, transformação silenciosa. Mesmo que desista do blog (e de lutar contra os algoritmos das redes sociais), outras estratégias de despioramento de mundo ocuparão este espaço, propósito de vida.

Nos últimos 12 meses, aninhei um beija-flor, provoquei o pensamento crítico falando de clonagem, insisti na formação política dos leitores, entrevistei Fabio Chaves e Luli Sarraf, do Mandato Animal, que ousaram pensar um país mais justo para todos os seres, sem exploração nem maus-tratos. E inaugurei um puxadinho para divulgar resgates dos apoiadores que botam a mão na massa.

Teve post também sobre a polêmica roupinha para gato, o tempo deles, o melhor bebedouro de verão, o milagre da água na seringa, calculadora de ração (seca e úmida), suporte para comedouro contra vômitos, cocô fora da caixa, arranhador de papelão, olhos tremelicantes (nistagmo), FIV e FeLV, cistite recorrente por ansiedade (Síndrome de Pandora), bicho correndo loucão (três causas que eu desconhecia).

E como fazer inalação, diferenciar tosse e espirro (com vídeo), ajudar a comer em caso de problema na boca, ensinar a amar ração úmida natural, dar alimentação forçada sem piorar o quadro, sobreviver ao Natal (com árvore e quadrúpede inteiros), identificar cara de dor (em forma de teste).

As séries Vida com gatos (1 e 2) e O que eu faria diferente com os gatos (1 e 2) ganharam só dois capítulos. Mas a epopeia inspirada em O Encantador de Gatos, livro do Jackson Galaxy, com fotos divertidas da gangue, teve nove, que merecem um parágrafo exclusivo.

O mistério do ronronar, O que seu amigo quer dizer?, 7 posições de rabo explicadas, Decifrando expressões faciais, Como é um abraço felino?, Feromônios e os cheiros na comunicação, Existe outro bichano vivendo dentro do seu, O segredo da gatitude e Conhecendo sua maquininha de matar: bigodes.

Os textos que mais curti produzir foram sobre os melhores jogos de gato (eletrônicos, de tabuleiro e para celular), os melhores filmes (clássicos, lançamentos e inéditos), e a Bíblia Gatólica, desenhada pelo Carlos Ruas. Já Guda adorou modelar com a japamala felina, presente para dar uma força na reconexão.

E doeu compartilhar quando ela entrou em crise renal, rodando pelos bebedouros da casa (oito, de tamanhos, formatos e materiais diferentes), quando Pufosa inventou o chiclete de dente (sem possibilidade de anestesia), quando Pimenta resolveu andar desequilibrada do nada, quando Chocolate ficou surda. Mas foquei no serviço para socorrer outros corações angustiados.

Quase duas décadas não passariam sem mortes, aliás. Ainda sob o luto da Clara, contando o tempo em girassóis até desfolhar o primeiro ciclo, Mercvrivs se foi. Leitores novatos talvez não entendam o peso dessa partida e por que ela rendeu tantas linhas sobre nossa cicatriz, luto seco, negação, colo vazio e o primeiro aniversário sem aniversariante.

É que, 17 anos e três meses atrás, eu não gostava de animais.

O final feliz do Jacob também acabou, uma década depois. A (terceira) doação dele, porém, permanece entre as histórias mais emocionantes do Gatoca. Imagino que a próxima despedida seja da Guda, há duas semanas no soro (obrigada, Leo! ❤️) e na alimentação forçada — mas aproveitando os carinhos, o sol, os passeios na parte proibida do terreno, que escolhi para ilustrar esta retrospectiva.

Não foram poucas as vezes em que apelei ao humor para continuar. Teve tutorial de como descansar no sofá, amor platônico por pão francês, contradições felinas, pesadelo dos lagartinhos, gata empreendedora automotivada, cocô de pássaro vingativo, explosão de bebedouro, carnaval da ressaca, fiscal de horta orgânica, riqueza com tornozelo quebrado, dieta secreta, escavações no computador de Tutancâmon.

E transformei buraco em arte, unindo Tim Burton à almofada de joaninha da Choco, escrevi Gata Barraqueira, uma releitura do conto de fadas que envolve relacionamentos conturbados e abóbora, e Assassinato no Bebedouro do Poente, adaptação de Agatha Christie estrelada por Levischot.

Nossa casa araçoiabana completou um ano e a florestinha também, com dez lições. Já o Gatoca festejou 15, com quase aniversário e aniversário oficial (só lendo para entender, rs), mesma idade das Gudinhas. E Guda e Chocolate dividiram os 16. Todos devidamente comemorados com petiscos e apertos!

Devo agradecer, inclusive, a Pet Delícia pelo quinto ano de parceria, que me permite não só prolongar a existência dos bigodes, que precisam de umidade na alimentação, como manter a barriguinha deles cheia quando não conseguem mais comer sozinhos — ansiosa pelos sabores em molho!

Espero continuar acolhendo e inspirando pequenas revoluções, independente do formato. E sou imensamente grata pelo Cluboca, nosso grupo de apoiadores, com quem aprendo sempre e onde me sinto à vontade para pedir colo. O Gramado da Fama anda fraco (com edições em janeiro, fevereiro, abril e julho), mas aposto em recomeços múltiplos.

Que 2023 seja de jogatina e afetos positivos!


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8.12.22

Como fazer gatos e árvore sobreviverem ao Natal

Acreditem: em 17 anos, os bigodes nunca compartilharam o recinto com uma árvore de Natal. Quando era pequena e a gente trazia o pinheiro pendurado para fora do porta-malas, meu pai contava que eu balançava as mãozinhas freneticamente, trepada no banco de trás, instruindo os outros carros a desviarem. Amava os enfeites dourados, as luzes piscantes, os sininhos que decoravam as árvores das edições anteriores no jardim.

Mas o Natal morreu em novembro de 2003, pouco depois da adesão ao pinheiro artificial. Mariana, João e eu até tentamos manter a tradição. Já havíamos superado a inexistência do Papai Noel! Só que a ausência da dona Vera foi demais — e logo levou seu Humberto com ela. Restou um ursinho temático, que faço questão de manter à vista o ano inteiro, pelo mesmo motivo que como panetone e a farofa de lentilha da minha sogra fora de época.


Neste 2022, porém, Vanessa Araújo pediu socorro no Cluboca, o grupo dos apoiadores maravilhosos do Gatoca, e parece que Jackson Galaxy ouviu lá nos Estados Unidos. Em vez de publicar mais um capítulo da série inspirada em seu livro O Encantador de Gatos, portanto, investi em uma releitura das dicas deste vídeo, para todo mundo atravessar as festas de fim de ano sem contratempos. :)

:: Decoração segura

Prenda a árvore de Natal na parede
Bichanos são arborícolas e há uma grande chance de tentarem escalar a coitada em busca de um ponto de vista diferente da sala.

Escolha enfeites não-quebráveis
Vidro, por exemplo, nem pensar! E amarre bem nos galhos, para o caso (bem provável) de virarem brinquedo.


Proteja a fiação das luzinhas
Pelo menos o pedaço que pode ir parar na boca, chiclete sabor choque. Eu fiz isso com os cabos do computador, nove anos atrás, e os spiradutos seguem firmes e fortes.

Evite pinha, festão e neve artificial
Pinha pelas pontas afiadas. Festão porque, se engolido, pode enganchar em vários pontos da garganta até o intestino, causando asfixia, bloqueios, infecções e até morte. E neve artificial, você deve imaginar, por causa da toxidade.

Tome cuidado com a rega
A água saborizada de pinheiro que fica no pratinho do vaso também é tóxica — claro que quem optar pela versão artificial não enfrentará esse problema. rs


Use raspas de frutas cítricas
Nunca testei, mas dizem que o cheiro da casca da laranja e do limão mantém os gatos mais atentados afastados — conte nos comentários se realmente funciona!

Improvise uma árvore para eles
Da modesta estante àqueles arranhadores fortunosos de múltiplos andares, vale qualquer recurso que permita aos peludos participarem das comemorações nas alturas — só não coloque colado à árvore oficial por motivos óbvios.

Esconda os presentes
Você não quer embrulhos personalizados para um Halloween que já passou, né? — sem contar que os laços de fita apresentam os mesmos riscos do festão.


:: Comidas perigosas

A lista escrola, mas estas costumam estar em todas as ceias…

- Chocolate: é tóxico.
- Temperos, como cebola e alho: são tóxicos também.
- Osso cozido: pode perfurar os órgãos internos.
- Leite e derivados: tendem a provocar vômitos e diarreia — a maioria dos gatos tem intolerância à lactose, ao contrário do que mostravam os desenhos animados.
- Álcool: não deveria ser consumido nem por humanos em festas de família. rs

:: Plantas tóxicas natalinas

- Azevinho
- Visco
- Amarílis
- Narcisos
- Lírio

E as principais não-natalinas aqui.

10.8.22

15º aniversário do Gatoca!

Este é um post sobre amor. Porque, sim, a história do Gatoca tem marcos importantes: 1.662 textos informativos, engraçados, emocionantes, mobilizadores — mais e-book, boletim, canal no Youtube. 115 gatos, oito cachorros, quatro aves socorridos e um mutirão de castração. Uma comunidade engajada, com experiências trocadas em 12 mil comentários.

Gente linda que comprou rifa para ajudar nos resgates e produtos da extinta lojinha, contribuiu para o financiamento coletivo, participa do nosso clube de assinaturas — falta 1% para bater a quarta meta! Projetos extrapolados indiretamente para a ONU, Sesc, Yahoo!. 27 parceiros ao longo da jornada, com destaque especial ao Wings For Change, à Pet Delícia e à prefeitura de Sorocaba.

Mas esses números não bastam para me roubar da cama nos dias chuvosos. Nem honram todos os boletos, sejamos honestos.

Eu continuo porque amo o universo que os bigodes pariram em mim e sei que o planeta nasceria outro se aprendêssemos a sentir os animais. Planto sementes em forma de jogo (Gatonó), livro (Depois da Quarentena), série (AssassiGato). Tomo porta na cara, desanimo frequentemente e então lembro que o tempo está ao meu lado — foram só 42 anos.

Desta vez, por causa da covid e da morte do Mercv, não consegui organizar o clássico festerê virtual. Mas comemorei com Leo, parceiro de vida, e com os bigodes, recomeço. E quem se inscrever no Cluboca até o fim do mês vai ganhar de presente todas as nossas superproducinhas!

Obrigada por despiorarem o mundo comigo nestes 15 anos! ❤




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29.6.22

15º quase-aniversário do Gatoca e bastidores

Lembram do Pequeno Wilber, na época em que a gente ouvia rádio FM, "sem os braços, sem as pernas, mas ainda vivo"? Pois é assim que eu me sinto às vésperas dos 15 anos do Gatoca. Não só por todos os blogs e protetores que ficaram pelo caminho, mas porque eu mesma quase fiquei pelo caminho — primeiro com a obra da casa, dia desses com covid.

Após dois anos e meio enraizada no concreto de Sorocaba, sem muitos frutos, e no terreno de Araçoiaba, com muitas formigas, fui a um evento em São Paulo, cujos ingressos estavam comprados desde o fim de 2019, para ajudar no desenvolvimento do primeiro jogo de tabuleiro do projeto — que deve começar, na verdade, por um jogo de cartas.

Enchi uma sacola com todo tipo de pecinha que vocês podem imaginar, deixei Chocolate autografar o saquinho de dados e caí doente.


Cinco dias ruim e dois de cama, com febre, falta de ar mesmo no corticoide, corpo atropelado, garganta queimando, tosse catarrenta.

Tentei confirmar o diagnóstico para não ficar circulando por aí e contaminar mais gente, mas me fizeram circular por aí e contaminar mais gente sem um diagnóstico — duas idas ao hospital do SUS, a primeira com quatro horas de espera, e três a farmácias com testes custando o dobro porque moramos em um fim de mundo turístico.

Só quando precisei correr com o Leo de madrugada para o pronto socorro é que tivemos o resultado duplamente positivo para covid. E ele ainda me rendeu uma discussão com o médico, que conseguiu chamar de irresponsável a única pessoa que segue usando máscara na cidade e sai de casa apenas para ir ao supermercado, uma vez por mês. Capricorniana!

Retruquei perguntando se ele era vegano e, enquanto contextualizava que a pandemia estava diretamente ligada ao consumo de carne e ao desmatamento, sugerindo uma mudança de dieta, ele gritava e me enxotava do consultório. Cena bonita de se ver, principalmente para ativistas que precisam acreditar na humanidade para continuar seu trabalho.

Aqui, retomo o início do texto: de nariz entupido e respirando pela boca, o Gatoca também persiste. E já fizemos de tudo: 1.651 posts (contando este!), e-book, mutirão de castração, oficina com crianças, roda de conversa com adolescentes, canal no YouTube, websérie felina, loja colaborativa, newsletter, Gatonó, edital do Condeca com a prefeitura de Sorocaba — os links estão aqui.

Espero voltar no dia 10 de agosto, data do aniversário oficial, com mais uma novidade! — esqueci de explicar o que é um quase-aniversário, né? É quando você cria um blog e demora 42 dias para juntar coragem de escrever nele. rs


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31.3.22

1 ano de casa nova!

Eu já comemorei mesversário de relacionamento (que obviamente não durou muito), festejo todos os aniversários dos bigodes, faço questão de pegar a estrada para brindar adoções longevas. Acho que é a primeira vez, porém, que decoro uma data de mudança de casa: 31 de março de 2021, o dia em que muita coisa deu errado, depois de meses dando errado e de outros meses que ainda viriam.

Vocês devem se lembrar que este blog ficou semanas em silêncio. E logo a Clara morreu. A inauguração do gatil rolou praticamente ontem! Foram tempos difíceis, porta adentro e afora. Mas a gente seguiu — Leo de tornozelo quebrado, eu à base de corticoide, os gatos velhinhos. E finalmente consegui gostar da casa nova! Das caminhadas floridas, de trabalhar com grilos, dos almoços na mesinha improvisada do jardim.

Até ri da oferenda que deixaram na nossa calçada (dá para chamar barranco de calçada?). E recebemos visitas para uma jogatina de tabuleiro — esses causos de bastidores conto no seriado apócrifo do Gatoca, enviado no grupo dos apoiadores (para se juntar, acessem o Catarse). Aqui, é lugar de falar de gatos, né?

Escolhi três fotos que resumem bem os últimos 365 dias. E espero que os magrelos possam aproveitar os próximos 365. ❤️





7.1.22

2021

Ano de baixar as expectativas.

Era para falar de pandemia no passado, comemorar a casa nova com os bigodes, realizar um projeto antigo. Mas nós continuamos quarentenados, tomamos golpe da empresa de customização dos contêineres enquanto Clara morria, vimos expirar o edital que viabilizaria a trilogia de livros infantis nos portões fechados das escolas municipais.

E integramos o grupo dos privilegiados, em um país de 19,1 milhões de famintos. Como não desanimar? A verdade é que eu desanimei. E, pela primeira vez, em 14 anos, este blog passou dois meses sem atualizações. Só voltei, na real, por causa de vocês — e dos relatos de como o Gatoca ainda ajuda e acolhe leitores.

Nosso banheiro segue sem porta. As brigas quase viraram divórcio. E o luto da Clara durou meses, da despedida aos girassóis — plantados com bolhas nas mãos, regados nem sempre com água da torneira e germinados timidamente. Mas a vida foi assentando. Dentro e fora.

Nasceram, então, girassóis exuberantes, a gangue ganhou uma floresta, o gatil lendário saiu do papel! Pipoca, na batalha de uma década contra a doença renal, até caçou um passarinho — o que me rendeu sentimentos mais conflitantes do que o episódio do atum vegano.

O livro da Rosana Rios inspirado no nosso trabalho entrou para o clube de leitura da Organização das Nações Unidas (ONU), na categoria redução das desigualdades. E nós recebemos do Catarse o selo de "projetos que amamos" — seletos 181, entre mais de 5 mil.

Teve texto também sobre roupinha para gato, cuidados paliativos, seringa perfeita para dar remédio, larvas e bicheira, o perigo das coleiras, esponja mágica para sujeira pesada, ração úmida improvisada, o barato do matatabi, luto em animais, riscos de não urinar, bebedouro inusitado, dosador oral que goteja, o que eu faria diferente com os bigodes, brinquedos para qualquer idade, como os bichanos gastariam seu tempo na natureza.

E a série nova, baseada na bíblia O Encantador de Gatos, escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado: Existe um canto do planeta sem eles?, A primeira gateira da história, Como a humanidade se curvou aos felinos, Seu amigo vem da América ou do Velho Mundo?, 8 mudanças genéticas modernas e 44 raças lindas, mas doentes.

No ativismo, a gente divulgou a Leia, deu entrevista para o UOL (e acabou obrigado a discutir a estigmatização da "louca dos gatos"), participou de bate-papo com ambientalistas sobre educação, homenageou a luta LGBTQIA+, levou a polêmica dos testes com animais à Folhinha, descobriu que ajudou a salvar um filhote famoso, arrecadou dinheiro para o tratamento do Conan.

E não dava para abandonar, justo neste ano-bomba, os posts de entretenimento, né? Vida com gatos #8, Felinos modernos, 6 coisas estúpidas que fiz quando adotei, Guardiãs felinas, Quando o X marca o tesouro, Pimenta à milanesa, Gatos, tijolos e frases desmotivacionais, A causa da rabugice felina, Cantinho da reflexão, Receita de pão de gato, 'Abaporu', de Gatinha do Amaral e Uma caixinha especial.

Clara, Guda e Gudinhas tiveram seus aniversários ignorados no caos da mudança para Araçoiaba da Serra, interior do interiorrr. Mas nós comemoramos o da Chocolate, o do Mercvrivs (nascimento e adoção), os 14 anos de concepção e lançamento do Gatoca (jornalista de papel, gente), o primeiro botãozinho da Clara coincidindo com o quinto ano sem Simba, seu grande amor. E o amigo secreto de talentos, que já virou um clássico!

Tudo isso só aconteceu porque vocês nos apoiam. ❤️ E continuaram mesmo com o Brasil em crise — o Gramado da Fama mais emocionante foi o de Natal! Lembram que eu disse que não ia fazer dancinha no TikTok, aliás? As meninas do Cluboca insistiram, a Cat Friday e o boletim do Catarse compactuaram e nós acabamos de bater a meta de desbravar a rede social chinesa!

Que em 2022 a gente só precise rebolar por ludicidade!


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29.10.21

Girassóis góticos de Halloween

Foram dez semanas esperando os botões vermelhos de girassol desabrocharem. Eles comporiam o mausoléu da Clara, junto com a versão ensolarada, que a gente plantou ao final do pesadelo do carcinoma.


E eu pretendia escrever outro capítulo ordinário da epopeia de jardineira esforçada, mas as criaturas sussurraram para virar post de Halloween. Dá para ser mais gótico?


Tenho lugar de fala porque colecionei por anos um guarda-roupa trevoso e contos do Edgar Allan Poe. Só que, naquela época, não gostava de planta.

Nem de gato.



Despedida da Clara:

:: Saudade
:: Nunca foi tão difícil plantar girassóis
:: Os primeiros 30 dias
:: Clara finalmente virou girassol!

10.8.21

14º aniversário do Gatoca!

Atualizado em 16 de agosto de 2021, com a foto do festerê

A vida já estava difícil com a pandemia — tanto que passei a investir mais em conteúdo leve e divertido por aqui. Aí veio a mudança para Araçoiaba da Serra com a casa inacabada, depois de tomar um golpe da empresa de contêineres que quase enterrou o Gatoca. E, na semana passada, Clara morreu — exatamente 12 meses depois de eu escrever que ela começara a escurecer.

Mas um projeto que resiste há 14 anos, o mais longevo desta jornalista freelancer, merece um esforço comemorativo, né? Desde a primeira crônica, com pretensões exclusivamente literárias, até o quase-resgate de uma vaca, que acabei contando só no Cluboca, foram muitas frentes:

:: Educação e disseminação de informação
1.576 posts, sem fugir de tabus ou polêmicas, série nova, inspirada na bíblia O Encantador de Gatos, boletim e canal no Youtube, lives com Raul Marcelo e Gabriel Bitencourt + Mônica Campiteli, livro adotado pelo clube de leitura da ONU, oficina no Sesc, roda de conversa no CCSP, projeto com crianças, puxadinho no Yahoo!, entrevista na Rádio Bandeirantes, e-book.

:: Engajamento e formação de comunidade
11.554 comentários, 6.324 seguidores no Facebook, nosso primeiro milhar Instagram e mais uma meia-dúzia no Twitter, 27 parceiros ao longo da jornada, com destaque especial à Pet Delícia, pelo quarto ano consecutivo, e o maravilhoso grupo de apoiadores, que relutei em criar e virou meu porto-seguro.

:: Ativismo mão-na-massa
115 bigodes, oito focinhos e quatro bicos socorridos (dos esqueletinhos da dona Lourdes, que me transformaram em protetora, ao filhote de rolinha, que ensinei a voar), mutirão de castração para 50 cães e gatos da comunidade do DER, em São Bernardo do Campo (SP), denúncia no Ministério Público pelos animais abandonados em Paranapiacaba — que demorou três anos para caminhar.

:: Captação de recursos
Quatro dígitos arrecadados em financiamento coletivo, com 240 apoiadores e o apadrinhamento do Wings For Change, lojoca em versão beta, pausada no momento, clube de assinaturas quase batendo a terceira meta (16%!).

:: Projeto Amigão Bicho
Iniciativa em parceria com a prefeitura de Sorocaba, aprovada no edital do Condeca (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente), esperando o final da pandemia para sensibilizar o olhar de estudantes de escolas públicas localizadas em regiões de vulnerabilidade social da cidade.

:: Entretenimento
Gatonó, o primeiro dominó de gatos do mundo (grátis!), recriação de pinturas famosas com o Leo, quiz Bichanos x Família, enquete do peludo falante, Depois da Quarentena, antologia idealizada pela Rosana Rios, AssassiGato, um suspense-drama-comédia felino, a ressurreição da série Vida com Gatos.


Nada disso seria possível sem vocês!

No sábado (14), aliás, rolou o festerê virtual. E os apoiadores, que acompanharam todo o perrengue dos últimos meses, em 24 capítulos apócrifos, compartilhados no grupo do WhatsApp, finalmente conheceram a casóca. Eu fiz faxina até a hora da videoconferência, porque ficamos sem água na sexta e ainda não deu para instalar a caixa. Choveu em cima da roupa lavada três vezes. E não sobrou tempo nem para um batonzinho. Mas me diverti demais!


Para ampliar, cliquem na imagem

Obrigada pela companhia, e especialmente pelo suporte, destes 5.114 dias! ❤

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29.6.21

14º quase-aniversário do Gatoca

É fato que neste 2021 o Gatoca quase acabou. Mas o quase-aniversário a gente comemora faz tempo, porque eu consegui criar um blog e demorar 42 dias para juntar coragem de escrever nele. Isso há 14 anos! Vocês têm noção de quantas iniciativas tombaram pelo caminho? Na minha vida mesmo acho que nada durou tanto.

E fica ainda mais engraçado quando lembro que não gostava de gatos nem de tecnologia. Aí, tropecei nos esqueletinhos da dona Lourdes e virei ativista da causa animal sem gostar de política também. Pensando agora, deveria me esforçar para não gostar de ganhar na loteria.

Juntos, a gente foi parar até no clube de leitura da ONU — para os novatos, aqui estão as principais ações do projeto.

No dia 10 de agosto, festejaremos virtualmente de novo. E os apoiadores, que acompanharam o estresse com a obra e nossa mudança para Araçoiaba da Serra, em 24 capítulos apócrifos, compartilhados no grupo do WhatsApp, finalmente conhecerão a casóca — ainda dá para se juntar aos despioradores de mundo!

Os bigodes mal podem esperar. rs


Festinhas anteriores: 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

28.6.21

Orgulho LGBT: direitos se conquistam com luta

Eu acompanhei o movimento LGBTQIA+ crescer no Brasil, desde quando a parada na Paulista ostentava bem menos letras e os organizadores pediam no megafone para que ocupássemos apenas as duas pistas da direita — não precisa ser lésbica, gay, bissexual, transgênero, queer, intersexual ou assexual para defender o amor desencaixotado, né?

E, se tem uma coisa que aprendi, daquele distante 2000 para cá, principalmente militando pela causa animal, é que direitos não caem do céu. 28 de junho se eternizou pelo orgulho, as mãos dadas, o arco-íris. Mas nasceu de uma rebelião, porque os frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, cansaram da humilhação e da violência praticadas pela polícia.

Gatoca também adora um colorido e já abrigou gatos de todas as pelagens. Mas a gente pode fazer mais!

21.1.21

2020

Eu comecei 2020 sem entender como as pessoas podiam reclamar de trabalhar em casa. Quinze anos de home office depois, a quarentena de coronavírus não fazia cócegas — exceto pelas finanças, já combalidas. E nunca produzi tanto! Leo e eu arriscamos nossa releitura de pinturas famosas, escrevi uma crônica para a antologia "Depois da Quarentena", da badalada Rosana Rios, dei uma oficina sobre financiamento coletivo no #EmCasaComSesc (1 e 2).

Também fiz curso de latim com o ex, de marketing digital para escritores, entrei num grupo de estudos de mídias lúdicas, criei o tão adiado perfil no LinkedIn (para nunca mais usar, rs) e o primeiro dominó de gatos do mundo. Ainda arrumei tempo para ler duas dezenas de livros — incluindo os clássicos de Dostoiévski, Saramago, Stevenson, Edgar Allan Poe, Júlio Verne, Virginia Woolf, Umberto Eco e Frances Hodgson Burnett.

Aí, a bad adiada bateu de um jeito, meus amigos, que passei dias repetindo o mantra: "Odeio minha vida", enquanto lutava com a papelada de um processo jurídico virtual e o estresse de um processo de mudança física, perdendo quilos como quem perde fivelas de cabelo. Acreditem: eu não queria passar as festas de fim de ano ao meu lado — mas Leo resistiu bravamente. rs

Esta retrospectiva fala, portanto, de limites. E como nunca é tarde para acolher nossas fragilidades. Por isso, inclusive, ela está saindo em 2021, não no pavoroso 2020. Não dei conta, admito — não tinha vontade de escrever, não conseguia olhar a história do Gatoca com o coração cheio e, pela primeira vez em 13 anos e meio, não me forcei.

Falta muita coisa para desenroscar ainda. Mas ganhei uma energia extra com a trégua do inferno astral, no dia 6 — continuo amando fazer aniversário! E nossa resistência precisa ser comemorada, né? Foram 76 posts, 25 a menos do que em 2019, só que com textos mais longos, focando esforços na missão de despiorar o mundo — que desceu mais um círculo de Dante com a pandemia.

Conscientizamos sobre a crueldade dos zoológicos e mostramos na prática como se faz um trabalho sério num santuário de animais. Criticamos os incêndios na Austrália e nos posicionamos politicamente aqui no Brasil — participando de uma live com o Raul Marcelo, candidato a prefeito de Sorocaba, para desenhar um plano de governo efetivo e factível para os animais, e sabatinando duas candidatas a vereadoras da causa, a Luli Sarraf e a Manu Barros.

Salvamos uma rolinha, ajudamos a Nina a voltar para casa, divulgamos para adoção um pretolino cego e FIV+ (1 e 2), e um tigrinho paraplégico — sem sucesso ainda, mas não desistimos! Incentivamos a aquecer os peludos que vivem nas ruas. Durante 12 meses, nos oferecemos como espaço de informação, entretenimento e, principalmente, acolhimento.

Teve post sobre síndrome de pica, bebedouro para gato que não toma água, tipos de soro, ração úmida barata para renal, alimentação de emergência, diarreia, coronavírus felino, como separar ração de dietas diferentes, recuperar bicho perdido, denunciar veterinários criminosos, estimar a idade do pet, fazê-lo amar a caixa de transporte, diminuir o desconforto do colar elisabetano — e se a versão de tecido vale a pena.

Também investi na descontração publicando a série Vida com Gatos, alguns relatos de quarentena, uma coletânea de vídeos queridos do Gatoca, o teste separa-famílias, um desafio musical, os bigodes Toy Story, a disputada cadeira à trois, uma enquete natalina usando frases dos peludos de vocês. E espalhei fofura com Mercv, o quadrúpede mais figura do universo, a visita ao primeiro cat café do Brasil, o primeiro ronrom da Jujuba (13 anos depois!), um coração felino de Dia dos Namorados, outra ressurreição da Pipoca.

Não faltou piripaque, aliás: o carnaval foi de cinzas, Dr. Eduardo Carneiro veio de São Paulo atender os bigodes no pacotão, Chocolate teve um fungo básico, o carcinoma da Clara entrou em estágio avançado, a morte do Simba por falência renal completou quatro anos. Depois de chorar no chuveiro (aquele choro do A-ha, sabem?) e xingar o além, eu transformava tudo em serviço para ajudar outros tutores.

E vocês retribuíram apoiando o projeto por mais um ano — teve Gramado da Fama em janeiro, fevereiro, março, maio e setembro, uma vitória em tempos de crise! Se algumas pessoas precisaram cancelar a assinatura do Catarse, outras reativaram ou aumentaram o valor de contribuição. E Gatoca foi parar até na Maratona Marketing de Gentileza.

Fiz questão de agradecer criando um canal no Telegram e o Cluboca, nosso grupo de WhatsApp para estreitar laços, onde compartilho a epopeia da busca pela casóca nova e as superproducinhas em vídeo, exclusivas para apoiadores — em dezembro rolou até amigo secreto de talentos! Também disparei 52 boletins com infos de bastidores — para receber é só preencher o formulário vapt-vupt.

E continuamos celebrando a vida! Desta jornalista, da Chocolate, da Clara, da Guda, das Gudinhas, do Mercvrivs — e da adoção dele. Os 13 anos de projeto, com videoconferência. E as parcerias — Pet Delícia me salvou da falência mais uma vez com o patê das seringadas da Pipoca e da retalhinha. Este ano não teve aniversário de adoção da Pandora, mas ela apareceu em sonho exatamente no dia 17 de janeiro!

Nos próximos 12 meses, espero tirar do papel a série ilustrada pelos bigodes sobre o livro "O Encantador de Gatos", escrito pelos especialistas em comportamento felino Jackson Galaxy e Mikel Delgado — falta pouco para bater a meta! Mas também torço para que a gente consiga se permitir momentos de ócio. Aquele dos velhos tempos mesmo, com preguiça em vez de criatividade.


Retrospectivas dos anos anteriores: 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

31.12.20

Obrigada!

Hoje era dia da clássica retrospectiva do Gatoca, publicada desde 2007. Dá um trabalhão escrever, mas eu gosto de acompanhar a evolução do projeto depois — que foi se tornando mais educativo, ativista, coletivo (comparem com a de 2019!). Neste 2020 pandêmico, porém, não consegui. Faltou tempo, por causa de uma novidade que ainda não posso contar. E ânimo também, confesso.

Em outro momento, teria feito caber. Mesmo sabendo que ninguém lê nada entre o Natal e o Ano-Novo, rs. Neste, preferi respeitar meus limites — quando um capricorniano diz isso, um astrólogo morre de desgosto em São Thomé das Letras. E aproveitei para retribuir quem me acolheu ao longo dos últimos 12 meses.

No sábado, rolou o primeiro amigo secreto do Cluboca, nosso clube de apoiadores. A ideia era trocar talentos e paixões, sem gastar dinheiro nem sair de casa. E teve coletânea de tirinhas, músicas e textos favoritos, inspirações veganas — dei risada com o Carlos Ruas, chorei com a Mercedes Sosa e já comprei berinjela para o antepasto.


Gente querida se gravou lendo Salmo, habilidosa desenhou, tecnológica criou stickers, sensível cantou no coral, criativa customizou calendário. Minha amiga secreta ganhou o rascunho do primeiro livro do projeto para crianças. E eu recebi fotografias dos gatos que colorem as paredes baianas de uma das leitoras mais antigas destas linhas. Todo mundo saiu quentinho. 💕


Ontem, publiquei a última superproducinha do ano: "Sonhando 2021", uma junção de bigodes dormindo tremelicantemente com os desejos do Gatoca para os próximos 12 meses. A retrospectiva ainda vai ao ar, mas sem pressa. E com o carinho que nossa história merece. Obrigada por seguirem requebrando comigo nas adversidades!

E não poderia encerrar este post sem apertar virtualmente os corações que ajudam a financiar nosso despioramento de mundo:

Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe...

...Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Amanda Midori, Karine de Cabedelo, Natalia e Lívia Pantarotto, Michely Nishimura, Maira Fischer, Ana Paula de Vilas Boas, Danilo, Paolla Alberton, Aline Fagundes e Elaini da Silva! 🤗

Feliz recomeço para vocês!

24.12.20

Especial: se seu gato falasse, o que diria neste Natal?

Pela cara dos bigodes, eu não esperaria nada muito otimista. E, analisando as respostas que recebi nas redes sociais, parece que eles refletem o espírito dos tutores — 2020, para mim, foi o ano-que-não-existiu mais lento da história da humanidade: ao mesmo tempo em que parecia que nunca ia acabar, chego ao final com a sensação de não ter feito nada (além de passar raiva).


Teve bichano botando limite na família, cobrando bom senso da humanidade, sonhando com a adoção, agradecendo o gramado novo, fazendo ativismo, comemorando mais um ano de vida. Os leitores do Gatoca são diversos e isso me enche de orgulho! ❤

"Chega de mais gatos, tá?", Michele Strohschein.

"Fica em casa!", Roberta Herrera.

"Quanto tempo mais você vai passar as 24 horas do dia aqui?", Camila Ornelas.

"Pedi para não ter fogos. Papai Noel me atendeu?", Tatiana Pagamisse.

"Não aglomerem, humanos. Aproveitem o Natal com seus gatos", Lorena Correia.

"Põe e máscara!!!", Aline Silpe.

"Obrigado, covid, por deixar minha mãe 24 horas comigo", Guiga Müller.

"Quero sachê gourmet e uma casinha segura logo, ok?", Fernanda Barreto.

"Fique em casa", Márcia Aono.

"Querido Papai Noel, manda essa louca para o trabalho de novo, porque a gente não aguenta mais!!!", Daniela Gomes.

"Me dá comida/ração em sobro!", Samanta Ebling.

"Quase gastei minhas vidas neste ano. Mas em 2021 vou recuperar todas", Inês Ocanã.

"Estou aqui com vocês", Thereza Schittini.

"No ano que vem, não quero te ver em casa o dia todo, falou?", Marina Kater.

"Fora, Bozonazi!", Rosana Rios.

"Por favor, não soltem fogos, não gritem nem batam tampas de panelas. Natal é época de gratidão, silêncio e orações. Em especial neste 2020", Regina Hein.

"Senhor, que em 2021 o home office seja pelo menos meio expediente!", Paula Guima.

"Estamos felizes com a casa nova. Agora podemos andar na grama e tomar sol!", Adrina Barth.

"Maria Isabella perguntaria a hora da ceia — só pensa em comer! Micefufe talvez não fizesse nada, ficaríamos nos curtindo um pouco mais, já que sabemos que nosso tempo é curto. Jack contaria uma piada para manter nosso bom humor. Tequila soltaria um 'aff' depois da piada do Jack, coisa de irmãos", Liliane Garcia.

"Gaia diria que é grata pois, apesar de 2020 ter sido um ano difícil, ela tem razões para comemorar seu sexto aniversário: Gaia é FIV+", Andreia Lionco.

Que todos nós encontremos motivos para comemorar! E energia para mudar o que não merece comemoração. :)