Ontem, quase um ano depois, os três últimos esqueletinhos dona Lourdes* foram resgatados pelo Rodrigo, voluntário do AUG! Desde fevereiro, ela se recusava a entregá-los, alegando que faziam parte da "família". E apesar de sabermos que no cortiço eles morreriam (como ocorreu com a Cinza), não dava para massacrar alguém que nos permitira, ainda que alternando humores, salvar 23 outras vidas. Resignadas, continuamos então a alimentar os mártires, até que um milagre acontecesse.
Eis que domingo a sobrinha da velha ligou, avisando que a tia quebrara a bacia e o fêmur e que não voltaria mais para casa. A irmã também se mudaria do imóvel, pois ficara cega de um olho, necessitando do auxílio dos parentes para as tarefas básicas do dia-a-dia – não me perguntem o destino do sobrinho maluco! Finalmente os gatos estavam livres. Sei que eu devia comemorar. Mas não consigo parar de pensar que dona Lourdes, que já tinha tão pouco, agora perdeu tudo.
*História completa dos montinhos de ossos, constantemente atualizada.
P.S.: No cortiço, havia também um filhote de cachorro amarelo, com cerca de seis meses, que rumou para um hotelzinho na zona norte, graças ao imenso coração de pudim das voluntárias do AUG.
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26.8.08
17.3.08
Ex-queletinhos: mais uma alta!
No último sábado, Pinta quase cruzou a divisa de Osasco com Carapicuíba, rumo ao seu novo lar. Susan, a motorista, garante que a viagem valeu a pena, porque doar gato preto e branco, adulto, para apartamento telado é coisa rara! David e a mãe já tinham uma filhotona Siamesa de oito meses, mas acharam que ela sentia falta de companhia. O ex-queletinho* chegou assustado e continua escondido pelos cantos. Rezemos para haja paciência extra nesses corações!
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
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13.3.08
Esqueletinhos: mais uma baixa
Ontem, quando Meg deixou a ração semanal para os quatro esqueletinhos* que sobraram no cortiço, dona Lourdes contou que a Cinza havia ficado doente e morreu. Assim a seco, sem mais explicações. Não consigo parar de pensar a que ponto chega o egoísmo do ser humano. Sei que a gente se apega aos bichinhos, mas recusar-se a doar sem ter dinheiro para alimentá-los com algo diferente de arroz, muito menos para levar ao veterinário em casos extremos me soa deveras cruel. Espero que o imóvel seja vendido antes dos outros virarem estrelinha também. Essa gatinha (pasmem!) era de raça (Azul da Rússia) e encontraria fácil uma família de comercial de margarina para encher-lhe de mimos. Inclusive os desnecessários! Ai, ai... Estou melancólica demais hoje. :\
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
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7.2.08
The end?
Nesse feriado de Carnaval, Susan conseguiu doar vários bigodes e pôde pegar o esqueletinho com a mancha no nariz de volta. O frajola que havia ficado na clínica veterinária por falta de espaço, aliás, já está na casa dela [foto abaixo]. E o pretão fugitivo, infelizmente, não apareceu mais. Isso quer dizer que restam no cortiço apenas as três fêmeas "castradas" e o amarelo, peludos que dona Lourdes se recusa a abrir mão. Seria o fim do nosso caso*?!
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
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2.2.08
Esqueletinhos: tudinho-num-montão-no-fim-do-ano
Deixei as notícias sobre esqueletinhos* da dona Lourdes acumularem por causa de uma contratura muscular, uma pomba com a cloaca prolapsada e um sanhaço filhote suicida. Ainda bem que o feriado de Carnaval existe (e que no meu bairro só moram velhinhos!).
Tricolores ao cubo
No dia 25, como dona Lourdes havia me prometido, Susan resgatou a família tricolor nascida no armário das baratas. Eles estão hospedados com a Mariana Bellegarde, por causa da superlotação (e das viroses) dos nossos lares.
Las cucarachas
Cansei de escrever que o cortiço é infestado de baratas, né? Nessa mesma sexta-feira, Susan teve o prazer de visitá-lo à noite e contou que não dava nem para ver o fundo dos potes de arroz, de tanta cascuda! Elas haviam tomado as paredes, o teto, despencavam em cachos para todos os lados. Eis que a velha resolve matar uma branca e ainda explica que não gostava delas porque devoravam as pretas: "Eu morro de dó, sabe? Elas levam uma vida miserável em busca de abrigo e comida". ?!?!
Castração em massa
Dia 30, rolou uma verdadeira "operação castração" no cortiço. Dona Lourdes separou cinco machos, já que um havia fugido. As três fêmeas ela jurou serem operadas.
Dirigi até a clínica veterinária com o nariz tampado, porque dentro das caixinhas de transporte havia uma mistura de cocô, ração e pedaços de salsicha. Isso mesmo: a maluca encheu o povo de comida antes da cirurgia. Para evitar que tivessem um treco, Drª. Angélica deixou-os por último e Susan acabou abrigando-os em casa. Não dava para devolver todo mundo bêbado da anestesia num sobrado sem porta para a rua, né?
Na manhã seguinte, a velha fez questão de comentar com as meninas que eu estava um amor. Chamei seu nome quando cheguei, peguei os esqueletinhos e me despedi sem dizer mais que três palavras. rs
Coração de melão
Dos cinco castrados, Susan acabou ficando (mesmo sem poder!) com o tigrado e o frajola. Um outro frajola, de quem ainda não temos foto, sequer saiu da clínica. E o amarelo e o da manchinha no nariz, infelizmente, voltaram para a dona Lourdes. Restam, portanto, seis gatos no cortiço: três machos e três fêmeas!
Rumo a Pasárgada
Lembram que eu falei que o imóvel estava à venda? Pois essa semana Meg constatou que não há mais móveis na sala. Nem geladeira na cozinha. Parece que o sobrinho interesseiro passou tudo para frente, porque andam recebendo propostas de compra. Temos medo de que eles levem dona Lourdes embora sem avisar e larguem os gatos para serem demolidos com a construção. Alguém tem um banheirinho temporário dando sopa?
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
Tricolores ao cubo
No dia 25, como dona Lourdes havia me prometido, Susan resgatou a família tricolor nascida no armário das baratas. Eles estão hospedados com a Mariana Bellegarde, por causa da superlotação (e das viroses) dos nossos lares.
Las cucarachas
Cansei de escrever que o cortiço é infestado de baratas, né? Nessa mesma sexta-feira, Susan teve o prazer de visitá-lo à noite e contou que não dava nem para ver o fundo dos potes de arroz, de tanta cascuda! Elas haviam tomado as paredes, o teto, despencavam em cachos para todos os lados. Eis que a velha resolve matar uma branca e ainda explica que não gostava delas porque devoravam as pretas: "Eu morro de dó, sabe? Elas levam uma vida miserável em busca de abrigo e comida". ?!?!
Castração em massa
Dia 30, rolou uma verdadeira "operação castração" no cortiço. Dona Lourdes separou cinco machos, já que um havia fugido. As três fêmeas ela jurou serem operadas.
Dirigi até a clínica veterinária com o nariz tampado, porque dentro das caixinhas de transporte havia uma mistura de cocô, ração e pedaços de salsicha. Isso mesmo: a maluca encheu o povo de comida antes da cirurgia. Para evitar que tivessem um treco, Drª. Angélica deixou-os por último e Susan acabou abrigando-os em casa. Não dava para devolver todo mundo bêbado da anestesia num sobrado sem porta para a rua, né?
Na manhã seguinte, a velha fez questão de comentar com as meninas que eu estava um amor. Chamei seu nome quando cheguei, peguei os esqueletinhos e me despedi sem dizer mais que três palavras. rs
Coração de melão
Dos cinco castrados, Susan acabou ficando (mesmo sem poder!) com o tigrado e o frajola. Um outro frajola, de quem ainda não temos foto, sequer saiu da clínica. E o amarelo e o da manchinha no nariz, infelizmente, voltaram para a dona Lourdes. Restam, portanto, seis gatos no cortiço: três machos e três fêmeas!
Rumo a Pasárgada
Lembram que eu falei que o imóvel estava à venda? Pois essa semana Meg constatou que não há mais móveis na sala. Nem geladeira na cozinha. Parece que o sobrinho interesseiro passou tudo para frente, porque andam recebendo propostas de compra. Temos medo de que eles levem dona Lourdes embora sem avisar e larguem os gatos para serem demolidos com a construção. Alguém tem um banheirinho temporário dando sopa?
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
25.1.08
Carta à dona Lourdes (ou Um dia de fúria)
Acabei não contando que, apesar de sair de mãos abanando do cortiço quinta-feira passada, consegui convencer dona Lourdes a entregar a ninhada recém-nascida na semana seguinte (quando os filhotes estivessem mais fortinhos) e a castrar os esqueletinhos* restantes na outra. Hoje, Susan foi buscar os pacotinhos. Eu ficaria responsável pelas cirurgias. Para a minha surpresa, porém, a velha confessou-lhe que preferia que alguém menos insistente, e que não lhe enchesse de cobranças, o fizesse. "O Roger [marido da Meg incumbido de levar ração duas vezes por semana lá], é que é amigo", comentou. Fiquei com vontade de chutar o portão e dizer-lhe um monte de verdades. Mas só os gatos sairiam perdendo. Resolvi, então, escrever esse desabafo (já aviso, de antemão, que tenho sangue correndo nas veias e não pretendo, nem de longe, ser politicamente correta):
Cara dona Lourdes,
Gostaria que a senhora soubesse que tirei os R$ 77 da primeira compra de supermercado que lhe entreguei do meu bolso, quando estava sem freelas há dois meses. Também arquei com o custo do primeiro saco de ração Cat Meal, que pesava incarregáveis 30 kg e só era vendido em São Caetano. Naquele domingo em que nos conhecemos, deixei de almoçar com o meu namorado na Paulista para buscar comida para os seus gatos esqueléticos em São Bernardo. Nem o jantar desceu, de tristeza. Liguei para Deus e todo mundo, procurando uma ONG que pudesse acolher 30 corpos doentes e famélicos. Ignorava as mazelas da proteção animal. Recorri, então, às listas de discussão, quando Meg me colocou em contato com a Susan, que ofereceu uma visita para diagnosticar a situação do cortiço e acabou abraçando o caso com o maior coração do universo. Continuei articulando parcerias, captando doações, divulgando apelos, prestando contas aqui no Gatoca. Consegui um quadro de R$ 1,2 mil para organizar a rifa dos bigodes famosos e vários Frontlines da Merial. Enquanto a maioria dos meus amigos passeava nos finais de semana, eu agüentava suas mudanças de humor, rodeada de baratas, numa espelunca cheirando à urina. Perdi a comemoração de aniversário do Eduardo para te levar cesta básica. Ainda gasto boas horas do meu dia com essa novela porque sonho em dar às vidas que a senhora coleciona, sem a menor condição e bom senso, um pouco de paz. Detalhe: sou jornalista e não protetora. Talvez, agora, a senhora me julgue melhor. Ao menos pense com carinho.
Beatriz Levischi
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
Cara dona Lourdes,
Gostaria que a senhora soubesse que tirei os R$ 77 da primeira compra de supermercado que lhe entreguei do meu bolso, quando estava sem freelas há dois meses. Também arquei com o custo do primeiro saco de ração Cat Meal, que pesava incarregáveis 30 kg e só era vendido em São Caetano. Naquele domingo em que nos conhecemos, deixei de almoçar com o meu namorado na Paulista para buscar comida para os seus gatos esqueléticos em São Bernardo. Nem o jantar desceu, de tristeza. Liguei para Deus e todo mundo, procurando uma ONG que pudesse acolher 30 corpos doentes e famélicos. Ignorava as mazelas da proteção animal. Recorri, então, às listas de discussão, quando Meg me colocou em contato com a Susan, que ofereceu uma visita para diagnosticar a situação do cortiço e acabou abraçando o caso com o maior coração do universo. Continuei articulando parcerias, captando doações, divulgando apelos, prestando contas aqui no Gatoca. Consegui um quadro de R$ 1,2 mil para organizar a rifa dos bigodes famosos e vários Frontlines da Merial. Enquanto a maioria dos meus amigos passeava nos finais de semana, eu agüentava suas mudanças de humor, rodeada de baratas, numa espelunca cheirando à urina. Perdi a comemoração de aniversário do Eduardo para te levar cesta básica. Ainda gasto boas horas do meu dia com essa novela porque sonho em dar às vidas que a senhora coleciona, sem a menor condição e bom senso, um pouco de paz. Detalhe: sou jornalista e não protetora. Talvez, agora, a senhora me julgue melhor. Ao menos pense com carinho.
Beatriz Levischi
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
17.1.08
Esqueletinhos: maré de azar
Logo cedo, tomei banho de balde porque havia acabado a luz aqui em casa, derrubei água fervendo na mão com a correria, coloquei o UnBra sob a blusa de costas de fora almejando encontrar o Eduardo, já que era aniversário dele, passei batom, perfume, pintei os olhos, apareci no apartamento da Liana para retirar a cesta de Natal da dona Lourdes quando a coitada tinha acabado de voltar do plantão médico, pisei no chão urinado do cortiço de sandália nova, fiquei MAIS DE UMA HORA conversando com a velha e não consegui pegar a ninhada que nasceu dentro do armário das baratas no começo da semana.
Sequer fotografar os filhotes ela deixou. Deve achar que não soubemos cuidar dos bebês da tigradinha e prefere que eles fiquem "mais fortes" antes de partir. Ainda arremessou uma cascuda gigante no meu peito nu ao espantá-la com a mão das fotografias dos esqueletinhos* (presente da Susan)! Noooooooooojo! Para melhorar, perdi o almoço com o Eduardo.
E a desgraça não termina por aí! Gianecchini será devolvido amanhã, porque a gatinha da família não foi com a sua cara. Antes de eu conseguir publicar o post sobre a adoção da Sayuri, no último domingo, ela também voltou para o abrigo, sob a justificativa de que subia nos móveis do apartamento. Por fim, um lar temporário que parecia perfeito acabou não rolando, graças à intolerância materna.
Querem mais? Pois dona Lourdes confessou que tem de esconder a ração que levamos para os felinos porque o sobrinho maluco come tudo. É mole?
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
Sequer fotografar os filhotes ela deixou. Deve achar que não soubemos cuidar dos bebês da tigradinha e prefere que eles fiquem "mais fortes" antes de partir. Ainda arremessou uma cascuda gigante no meu peito nu ao espantá-la com a mão das fotografias dos esqueletinhos* (presente da Susan)! Noooooooooojo! Para melhorar, perdi o almoço com o Eduardo.
E a desgraça não termina por aí! Gianecchini será devolvido amanhã, porque a gatinha da família não foi com a sua cara. Antes de eu conseguir publicar o post sobre a adoção da Sayuri, no último domingo, ela também voltou para o abrigo, sob a justificativa de que subia nos móveis do apartamento. Por fim, um lar temporário que parecia perfeito acabou não rolando, graças à intolerância materna.
Querem mais? Pois dona Lourdes confessou que tem de esconder a ração que levamos para os felinos porque o sobrinho maluco come tudo. É mole?
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
7.1.08
Resultado da rifa!
Após três eternidades e 17 horas, a Caixa divulgou o número do bilhete premiado na Loteria Federal do último sábado (não consegui publicar simultaneamente aqui no Gatoca por causa da correria de aniversário, me desculpem!): 34.032. Quem ganhou a rifa em prol dos esqueletinhos da dona Lourdes foi a Denise Pinheiro, que escolheu a bigode famosa Duquesa ("Aristogatas")! Ainda essa semana, portanto, os "Gatos Egípcios" de Vicky Dolabella devem viajar para Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde tomarão muito chope gelado na Pingüim.
2.1.08
Sorteio da rifa!
Algumas horas antes de encerrar o ano (e contrariando as nossas expectativas), conseguimos fechar a rifa organizada em prol dos 30 montinhos de ossos da dona Lourdes! Teve gente que comprou bigodes famosos de baciada, gente que disse que, se ganhar, devolverá o quadro da Vicky Dolabella para uma nova rifa. Viviane Cambero levou os três últimos nomes! O sorteio rola no primeiro sábado de 2008 e poderá ser conferido no site da Caixa. Obrigada a todos que se sensibilizaram com o caso dos esqueletinhos. E que vença o mais azarado no amor! ;)
28.12.07
Cinco minutos de fama!
Essa madrugada, o rostinho da Smeagol ganhou projeção nacional no telão do Programa do Jô (6:26)! E eu fiquei acordada até a 1h30 para assistir a entrevista com as meninas do Adote um Gatinho numa TV que, por falta de antena externa, só exibe fantasmas. O gordo fez piada na hora errada, cortou respostas interessantes e perdeu um tempão mostrando vídeos do Youtube, ao invés de conversar sobre o trabalho que elas têm para transformar sapos em príncipes. Ozzy ainda deu um banho na platéia mal educada, que não parava de grunhir, como se o retardo mental fosse deles. Notar quão distante da memória estavam as primeiras fotos que tirei da ratinha no cortiço da dona Lourdes, porém, valeu cada minuto.
24.12.07
2007
Dezembro é época de retrospectiva, quando colocamos na balança as conquistas e incompetências dos últimos 12 meses para decidir o gosto das lágrimas da virada. Esse ano eu não casei, não tive quatro filhos de cabelos encaracolados, não voltei a tocar piano clássico, não arrumei o emprego ideal, não terminei de ler "Memórias, Sonhos, Reflexões" (Jung), não encontrei os amigos que prometi no final de 2006, não conheci os tablados de flamenco da Espanha, não engordei o suficiente para deixar de ser chamada de magrela, não experimentei o sorvete vegano da Soroko, não acertei na loteria sem jogar.
Ironicamente, pela primeira vez em 27 anos, sinto que fui uma pessoa melhor. Recebi Chocolate e seu rabinho quebrado aqui em casa, driblando os rosnados bélicos que persistem até hoje! Dei à Gudona a chance de parir cinco bolinhas de pêlo num edredom com cheiro de Comfort e, assim, as Gudinhas puderam crescer amigas, travando verdadeiros campeonatos de bolinha pela sala.
No dia em que descobri os 30 montinhos de ossos da dona Lourdes, não dormi. Nem no seguinte. Nem no outro. Até que duas malucas (Susan Yamamoto e Meg Miau) resolveram me ajudar a socorrê-los e um monte de gente colaborou doando ração, depositando dinheiro, comprando um número da rifa da Vicky Dolabella. Essa história está longe de terminar. E a cada perda me pego pensando se vale o esforço, enquanto o resto da humanidade entope os shoppings centers, dirige carros novos, curte as férias no exterior. Lembro, então, dos trapinhos que já resgatamos e me conforto na certeza de que, ao menos para eles, não ter virado as costas fez toda a diferença.
Não salvei o gatinho atropelado da rua ao lado, admito. Mas arrumei uma família para o filhote preto do cemitério que corria o risco de virar macumba. Deixei a MiniClara desaparecer, mas acolhi o Léo de colar elisabetano após a biópsia por causa de um possível câncer de pele. Encontrei Wally morta, mas não desisti de procurar um lar para que a Trufadinha viva muito feliz.
Graças às horas extras do Eduardo, outros 24 bichinhos fizeram exames clínicos essenciais, passaram por intervenções cirúrgicas complicadas ou simplesmente ganharam um saco de ração para abrandar a fome. As gateiras acham que eu dei sorte de namorar alguém que me apóia. Pois eu digo que se não fosse ele, nada disso existiria. Nem o Gatoca.
Por falar em Gatoca, compartilhar os rascunhos das peripécias dos bigodes foi bem menos doloroso do que eu imaginava. E ainda rendeu contatos muito legais nesse 2007 que se vai. Não tenho conseguido responder os comentários, mas juro que leio todos! :)
Se Papai Noel puder segurar o trenó para atender um pedido de última hora, aí vai:
Espero que em 2008 as crônicas publicadas nesse espaço alcancem visibilidade invejável para que muitas outras vidinhas recuperem suas cores.
Obrigada! E dê um beijo na Mamãe Noel, que deve estar doidinha organizando os carregamentos de presentes destinados às crianças mimadas da atualidade.
P.S.: Aproveitando a deixa, o senhor não acha um absurdo os restaurantes aí da Finlândia venderem carne de rena como iguaria!?
Ironicamente, pela primeira vez em 27 anos, sinto que fui uma pessoa melhor. Recebi Chocolate e seu rabinho quebrado aqui em casa, driblando os rosnados bélicos que persistem até hoje! Dei à Gudona a chance de parir cinco bolinhas de pêlo num edredom com cheiro de Comfort e, assim, as Gudinhas puderam crescer amigas, travando verdadeiros campeonatos de bolinha pela sala.
No dia em que descobri os 30 montinhos de ossos da dona Lourdes, não dormi. Nem no seguinte. Nem no outro. Até que duas malucas (Susan Yamamoto e Meg Miau) resolveram me ajudar a socorrê-los e um monte de gente colaborou doando ração, depositando dinheiro, comprando um número da rifa da Vicky Dolabella. Essa história está longe de terminar. E a cada perda me pego pensando se vale o esforço, enquanto o resto da humanidade entope os shoppings centers, dirige carros novos, curte as férias no exterior. Lembro, então, dos trapinhos que já resgatamos e me conforto na certeza de que, ao menos para eles, não ter virado as costas fez toda a diferença.
Não salvei o gatinho atropelado da rua ao lado, admito. Mas arrumei uma família para o filhote preto do cemitério que corria o risco de virar macumba. Deixei a MiniClara desaparecer, mas acolhi o Léo de colar elisabetano após a biópsia por causa de um possível câncer de pele. Encontrei Wally morta, mas não desisti de procurar um lar para que a Trufadinha viva muito feliz.
Graças às horas extras do Eduardo, outros 24 bichinhos fizeram exames clínicos essenciais, passaram por intervenções cirúrgicas complicadas ou simplesmente ganharam um saco de ração para abrandar a fome. As gateiras acham que eu dei sorte de namorar alguém que me apóia. Pois eu digo que se não fosse ele, nada disso existiria. Nem o Gatoca.
Por falar em Gatoca, compartilhar os rascunhos das peripécias dos bigodes foi bem menos doloroso do que eu imaginava. E ainda rendeu contatos muito legais nesse 2007 que se vai. Não tenho conseguido responder os comentários, mas juro que leio todos! :)
Se Papai Noel puder segurar o trenó para atender um pedido de última hora, aí vai:
Espero que em 2008 as crônicas publicadas nesse espaço alcancem visibilidade invejável para que muitas outras vidinhas recuperem suas cores.
Obrigada! E dê um beijo na Mamãe Noel, que deve estar doidinha organizando os carregamentos de presentes destinados às crianças mimadas da atualidade.
P.S.: Aproveitando a deixa, o senhor não acha um absurdo os restaurantes aí da Finlândia venderem carne de rena como iguaria!?
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Vale a pena ler de novo
22.12.07
Tudo que você sempre quis saber sobre os esqueletinhos da dona Lourdes
Atualizado em 07.11.11
Gatoca é um blog de crônicas sobre os dez bigodes que se esparramam pelos cômodos ensolarados aqui de casa, enroscam-se em nossas pernas, atropelam objetos deixados nas mesas, choram por guloseimas em frente à geladeira. Mas como eu não pude fechar os olhos aos montinhos de ossos que cruzaram meu caminho em setembro de 2007, aproveitei o espaço também para ajudar a socorrê-los.
Alguns anjos abraçaram a idéia e nós conseguimos resgatar 26 esqueletinhos para adoção. Nos lares temporários, já despulgados, eles recebiam atenção especial para rebater a desnutrição e problemas variados. Em "Apelo-desabafo" a gente explicou como funcionava o processo. Marina Kater-Calabró, Cris e Yone, as primeiras candidatas, falaram sobre a experiência, almejando quebrar tabus. Se alguém ainda tinha dúvida, nós listamos dez motivos irresistíveis para colaborar na decisão.
Tratar os esqueletinhos no lugar em que viviam mostrou-se inviável porque, logo que a gente chegava, eles corriam para disputar espaço com as cascudas nos buracos dos móveis. Dona Lourdes era uma senhora de humor inconstante, velhinha e pobre, sem condições de cuidar de si própria. Parentes e vizinhança abominavam os felinos, que freqüentemente surgiam envenenados.
Para melhorar, o sobrinho interesseiro insistia em dizer que o imóvel estava praticamente vendido e que "se desfaria" da prole, caso demorássemos para resolver a situação. Nem vou comentar sobre o sobrinho maluco, que comia a ração que a gente entregava semanalmente.
Quando sobraram nove gatos na espelunca, nós colocamos em prática a "operação castração" e, mesmo superlotada, Susan (AUG) recolheu três machos. Mamãe e ninhada tricolor nascida no armário infestado de baratas rumaram para o banheiro de Mariana Bellegarde e, no feriado de Carnaval, buscamos o branco da mancha no nariz.
Eis que a velha desistiu de doar os quatro últimos sobreviventes! Não tardou para a Cinza adoecer e morrer, sem qualquer chance de atendimento especializado. A situação dos bichinhos era bastante crítica e, apesar de todo o esforço, cinco já haviam virado estrelinha. Magros, sujos e tristes. Nem assim a teimosa se convenceu.
Seis meses se passaram, até que recebemos a notícia de sua internação forçada, por causa de uma fratura na bacia e no fêmur. Em 25 de agosto de 2008, os três moicanos finalmente estavam livres. Não levou 45 dias, aliás, para encontrarem sua cara-família. E dona Lourdes, que já tinha tão pouco, perdera tudo.
Rifa
Como a quantidade de animais acumulados no cortiço excedia os padrões, nós organizamos uma rifa do quadro "Gatos Egípcios", cedido por Vicky Dolabella, artista conhecida pela simpatia à causa. O sorteio ocorreu no primeiro sábado de 2008 e a vencedora foi a Denise Pinheiro, moradora de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ela contou que seu ateliê virou ponto turístico e, para fazer jus à obra, receberia retoques na decoração, incluindo a reforma do sofá e novos juramentos sobre melhorar a organização.
Adoções
Gianecchini foi o primeiro a ganhar uma amiga fiel, comida sem restrições e a sonhada cota de dois sofás macios para estragar à vontade na vigência da vida! Acontece que a gatinha da família não gostou da sua cara e ele quase voltou para o abrigo. Sorte que Aelita se arrependeu.
Sayuri enfrentou semelhante rejeição porque subia na mobília de um apartamento no Ipiranga e, em menos de um mês, estava morando no Morumbi! Thaís garantiu que Umaga teria um lar até o último suspiro e não pensou meia vez em desová-la quando se separou do marido. Agora, a pequena contempla a Paulista ao lado de uma professora de história e seu filho advogado.
Smeagol, a ratinha que virou princesa e brilhou no telão do Programa do Jô, saiu da clínica veterinária direto para a residência da Liliam, que nem se importou com o fato dela não possuir mais as orelhinhas. Satie, outra branquinha marcada pelo câncer de pele, ficou com a Letícia, garota de 17 anos que procurava por um peludo que as pessoas desprezassem.
Keiko trocou muitos fuzzzzzzzzzzz com a irmã postiça, mas Clara sabia que adaptação era assim mesmo. Chococat e Lourdes dormiam juntos embaixo da máquina de lavar roupa. Smoo passava o dia atrás de Mika, levando patadas. Pinta quase cruzou a divisa de Osasco com Carapicuíba para fazer companhia a uma Siamesa de oito meses.
Depois de parar na UTI por culpa de um pontapé, Conie não podia encontrar melhor mãe do que a Su. As meninas tricolores se separaram, mas ninguém sobrou sem cafuné. Brother tem até álbum de fotografias no Flickr. Piri Piri foi reinar num apartamentão da Vila Mariana.
Talita conquistou a simpatia de José Renato. Diz a lenda que Romeu montará o primeiro time de qualquer-coisa-com-bola felino. Leão esperou sua chance por quase dois anos. E Cartoon nem chegou a sair da casa da Taimi.
Quem vê os ex-queletinhos brincar não reconhece as criaturas assustadas do cortiço da dona Lourdes. Tanto que a Cristina Barreto também decidiu ficar com seus três hóspedes provisórios. E até o Menino, que a Su não conseguia pegar nem para vacinar, agora rola de barriga para cima pedindo carinho para a Vanessa. Case closed, quatro anos depois.
Números
* 26 esqueletinhos resgatados (incluindo 3 filhotes recém-nascidos).
* 25 adotados (Satie, Smeagol, os ex-provisórios da Cris, Keiko, Gianecchini, Chococat, Lourdes, Smoo, Conie, Pinta, família tricolor, Brother, Piri Piri, Talita, Romeu, Cartoon, Leão, Menino, Umaga e Sayuri – as duas últimas devolvidas e adotadas novamente).
* 6 adultos mortos (inclusive uma gravidinha desnutrida e toda a sua ninhada).
* Zero vida restante no cortiço!
* 100 bigodes famosos da rifa vendidos em 75 dias e o quadro da Vicky Dolabella sorteado para Denise Pinheiro, de Ribeirão Preto (SP).
Links abertos
* Prólogo do Gatoca:
http://gatoca.blogspot.com/2007_06_01_archive.html
* Como começou a epopéia dos esqueletinhos da dona Lourdes:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/eu-podia-estar-roubando-eu-podia-estar.html
* Anjos e doações:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/puxadinho.html
* Ajuda da Merial com os Frontlines:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/quem-ama-protege.html
* Site da ONG Adote um Gatinho (AUG), comandada por Susan Yamamoto e Juliana Bussab:
http://www.adoteumgatinho.org.br
* Explicações sobre lar temporário:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/apelo-desabafo.html
* Relatos da Marina Kater-Calabró, Cris e Yone, as primeiras adotantes temporárias:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/notcias-do-primeiro-lar-temporrio.html
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/notcias-do-segundo-e-do-terceiro-lar.html
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/sinais-de-fumaa-dos-trs-lares.html
* 10 motivos para abrigar um esqueletinho:
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/10-motivos-irresistveis-para-abrigar-um.html
* Baratas versus sobrinho assassino:
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/baratas-versus-sobrinho-assassino.html
* Por que dona Lourdes coleciona cascudas:
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#cucarachas
* Humor inconstante (ou "Um dia de fúria!"):
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/carta-dona-lourdes.html
* Casa sem móveis, praticamente vendida:
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#pasárgada
* Operação castração:
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#castração
* Família tricolor nascida dentro do armário infestado de baratas:
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/esqueletinhos-mar-de-azar.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#famíliatrica
* Penúltimos resgatados:
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#novosresgates
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/end.html
* Cinza, gata que virou estrelinha porque dona Lourdes não quis doar os quatro sobreviventes do cortiço:
http://gatoca.blogspot.com/2008/03/esqueletinhos-mais-uma-baixa.html
* Tigrada recheada de bigodinhos surpresa, morta com toda a ninhada:
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/histrias-que-se-renovam.html
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/histrias-que-perdem-cor.html
* Os últimos moicanos:
http://gatoca.blogspot.com/2008/08/os-ltimos-moicanos.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/10/os-ltimos-moicanos-adotados.html
* Blog da rifa do quadro "Gatos Egípcios":
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/rifa-de-bigode.html
* Sorteio do bigode famoso vencedor:
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/vencedora-da-rifa.html
* Site da artista plástica Vicky Dolabella:
http://www.vickydolabella.com.br
* Foto do ateliê da Denise, com o quadro pendurado na parede: http://linagatolina.blogspot.com/2008/02/o-prmio.html
* Conie, filhote que foi parar na UTI por causa de um pontapé:
http://gatoca.blogspot.com/2007/12/conie-72-horas-depois.html
* Fotos dos sapos que viraram príncipes:
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/10-motivos-irresistveis-para-abrigar-um.html#smeagol
* Smeagol sem as orelhinhas:
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/frio-na-barriga-ao-cubo.html#smeagol
* Cinco minutos de fama no Programa do Jô:
http://gatoca.blogspot.com/2007/12/cinco-minutos-de-fama.html
* Transformação das criaturas assustadas:
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/sorriso-bobo-na-cara.html
* Ex-queletinhos doados:
http://gatoca.blogspot.com/2007/12/milagre-natalino.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/adoo-em-dose-tripla.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/mais-uma-ex-queletinha-encaminhada.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/03/ex-queletinhos-adoes-no-atacado.html#chocolourdes
http://gatoca.blogspot.com/2008/03/ex-queletinhos-adoes-no-atacado.html#smoo
http://gatoca.blogspot.com/2008/03/ex-queletinhos-adoes-no-atacado.html#conie
http://gatoca.blogspot.com/2008/03/ex-queletinhos-mais-uma-alta.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/05/famlia-tricolor-adotada-em-peso.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/06/brother-ganha-sister.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/10/os-ltimos-moicanos-adotados.html
http://gatoca.blogspot.com/2009/09/sobre-esperanca-e-desapego.html
(Gianecchini: adoção, devolução e arrependimento)
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/adoo-relmpago.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/esqueletinhos-mar-de-azar.html#gianesayuri
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/antes-tarde-do-que-nunca.html
(Sayuri: rejeição e nova adoção)
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/esqueletinhos-mar-de-azar.html#gianesayuri
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/ascenso-social.html
(Umaga: palavras ao vento e nova adoção)
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/chegou-vez-da-umaga.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/05/esqueletinhos-palavras-ao-vento_08.html
(Menino: adoção quatro anos depois!)
http://blog.gatoca.com.br/2011/11/nunca-e-tarde.html
Gatoca é um blog de crônicas sobre os dez bigodes que se esparramam pelos cômodos ensolarados aqui de casa, enroscam-se em nossas pernas, atropelam objetos deixados nas mesas, choram por guloseimas em frente à geladeira. Mas como eu não pude fechar os olhos aos montinhos de ossos que cruzaram meu caminho em setembro de 2007, aproveitei o espaço também para ajudar a socorrê-los.
Alguns anjos abraçaram a idéia e nós conseguimos resgatar 26 esqueletinhos para adoção. Nos lares temporários, já despulgados, eles recebiam atenção especial para rebater a desnutrição e problemas variados. Em "Apelo-desabafo" a gente explicou como funcionava o processo. Marina Kater-Calabró, Cris e Yone, as primeiras candidatas, falaram sobre a experiência, almejando quebrar tabus. Se alguém ainda tinha dúvida, nós listamos dez motivos irresistíveis para colaborar na decisão.
Tratar os esqueletinhos no lugar em que viviam mostrou-se inviável porque, logo que a gente chegava, eles corriam para disputar espaço com as cascudas nos buracos dos móveis. Dona Lourdes era uma senhora de humor inconstante, velhinha e pobre, sem condições de cuidar de si própria. Parentes e vizinhança abominavam os felinos, que freqüentemente surgiam envenenados.
Para melhorar, o sobrinho interesseiro insistia em dizer que o imóvel estava praticamente vendido e que "se desfaria" da prole, caso demorássemos para resolver a situação. Nem vou comentar sobre o sobrinho maluco, que comia a ração que a gente entregava semanalmente.
Quando sobraram nove gatos na espelunca, nós colocamos em prática a "operação castração" e, mesmo superlotada, Susan (AUG) recolheu três machos. Mamãe e ninhada tricolor nascida no armário infestado de baratas rumaram para o banheiro de Mariana Bellegarde e, no feriado de Carnaval, buscamos o branco da mancha no nariz.
Eis que a velha desistiu de doar os quatro últimos sobreviventes! Não tardou para a Cinza adoecer e morrer, sem qualquer chance de atendimento especializado. A situação dos bichinhos era bastante crítica e, apesar de todo o esforço, cinco já haviam virado estrelinha. Magros, sujos e tristes. Nem assim a teimosa se convenceu.
Seis meses se passaram, até que recebemos a notícia de sua internação forçada, por causa de uma fratura na bacia e no fêmur. Em 25 de agosto de 2008, os três moicanos finalmente estavam livres. Não levou 45 dias, aliás, para encontrarem sua cara-família. E dona Lourdes, que já tinha tão pouco, perdera tudo.
Rifa
Como a quantidade de animais acumulados no cortiço excedia os padrões, nós organizamos uma rifa do quadro "Gatos Egípcios", cedido por Vicky Dolabella, artista conhecida pela simpatia à causa. O sorteio ocorreu no primeiro sábado de 2008 e a vencedora foi a Denise Pinheiro, moradora de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ela contou que seu ateliê virou ponto turístico e, para fazer jus à obra, receberia retoques na decoração, incluindo a reforma do sofá e novos juramentos sobre melhorar a organização.
Adoções
Gianecchini foi o primeiro a ganhar uma amiga fiel, comida sem restrições e a sonhada cota de dois sofás macios para estragar à vontade na vigência da vida! Acontece que a gatinha da família não gostou da sua cara e ele quase voltou para o abrigo. Sorte que Aelita se arrependeu.
Sayuri enfrentou semelhante rejeição porque subia na mobília de um apartamento no Ipiranga e, em menos de um mês, estava morando no Morumbi! Thaís garantiu que Umaga teria um lar até o último suspiro e não pensou meia vez em desová-la quando se separou do marido. Agora, a pequena contempla a Paulista ao lado de uma professora de história e seu filho advogado.
Smeagol, a ratinha que virou princesa e brilhou no telão do Programa do Jô, saiu da clínica veterinária direto para a residência da Liliam, que nem se importou com o fato dela não possuir mais as orelhinhas. Satie, outra branquinha marcada pelo câncer de pele, ficou com a Letícia, garota de 17 anos que procurava por um peludo que as pessoas desprezassem.
Keiko trocou muitos fuzzzzzzzzzzz com a irmã postiça, mas Clara sabia que adaptação era assim mesmo. Chococat e Lourdes dormiam juntos embaixo da máquina de lavar roupa. Smoo passava o dia atrás de Mika, levando patadas. Pinta quase cruzou a divisa de Osasco com Carapicuíba para fazer companhia a uma Siamesa de oito meses.
Depois de parar na UTI por culpa de um pontapé, Conie não podia encontrar melhor mãe do que a Su. As meninas tricolores se separaram, mas ninguém sobrou sem cafuné. Brother tem até álbum de fotografias no Flickr. Piri Piri foi reinar num apartamentão da Vila Mariana.
Talita conquistou a simpatia de José Renato. Diz a lenda que Romeu montará o primeiro time de qualquer-coisa-com-bola felino. Leão esperou sua chance por quase dois anos. E Cartoon nem chegou a sair da casa da Taimi.
Quem vê os ex-queletinhos brincar não reconhece as criaturas assustadas do cortiço da dona Lourdes. Tanto que a Cristina Barreto também decidiu ficar com seus três hóspedes provisórios. E até o Menino, que a Su não conseguia pegar nem para vacinar, agora rola de barriga para cima pedindo carinho para a Vanessa. Case closed, quatro anos depois.
Números
* 26 esqueletinhos resgatados (incluindo 3 filhotes recém-nascidos).
* 25 adotados (Satie, Smeagol, os ex-provisórios da Cris, Keiko, Gianecchini, Chococat, Lourdes, Smoo, Conie, Pinta, família tricolor, Brother, Piri Piri, Talita, Romeu, Cartoon, Leão, Menino, Umaga e Sayuri – as duas últimas devolvidas e adotadas novamente).
* 6 adultos mortos (inclusive uma gravidinha desnutrida e toda a sua ninhada).
* Zero vida restante no cortiço!
* 100 bigodes famosos da rifa vendidos em 75 dias e o quadro da Vicky Dolabella sorteado para Denise Pinheiro, de Ribeirão Preto (SP).
Links abertos
* Prólogo do Gatoca:
http://gatoca.blogspot.com/2007_06_01_archive.html
* Como começou a epopéia dos esqueletinhos da dona Lourdes:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/eu-podia-estar-roubando-eu-podia-estar.html
* Anjos e doações:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/puxadinho.html
* Ajuda da Merial com os Frontlines:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/quem-ama-protege.html
* Site da ONG Adote um Gatinho (AUG), comandada por Susan Yamamoto e Juliana Bussab:
http://www.adoteumgatinho.org.br
* Explicações sobre lar temporário:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/apelo-desabafo.html
* Relatos da Marina Kater-Calabró, Cris e Yone, as primeiras adotantes temporárias:
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/notcias-do-primeiro-lar-temporrio.html
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/notcias-do-segundo-e-do-terceiro-lar.html
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/sinais-de-fumaa-dos-trs-lares.html
* 10 motivos para abrigar um esqueletinho:
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/10-motivos-irresistveis-para-abrigar-um.html
* Baratas versus sobrinho assassino:
http://gatoca.blogspot.com/2007/11/baratas-versus-sobrinho-assassino.html
* Por que dona Lourdes coleciona cascudas:
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#cucarachas
* Humor inconstante (ou "Um dia de fúria!"):
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/carta-dona-lourdes.html
* Casa sem móveis, praticamente vendida:
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#pasárgada
* Operação castração:
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#castração
* Família tricolor nascida dentro do armário infestado de baratas:
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/esqueletinhos-mar-de-azar.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#famíliatrica
* Penúltimos resgatados:
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/esqueletinhos-tudinho-num-monto-no-fim.html#novosresgates
http://gatoca.blogspot.com/2008/02/end.html
* Cinza, gata que virou estrelinha porque dona Lourdes não quis doar os quatro sobreviventes do cortiço:
http://gatoca.blogspot.com/2008/03/esqueletinhos-mais-uma-baixa.html
* Tigrada recheada de bigodinhos surpresa, morta com toda a ninhada:
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http://gatoca.blogspot.com/2007/11/histrias-que-perdem-cor.html
* Os últimos moicanos:
http://gatoca.blogspot.com/2008/08/os-ltimos-moicanos.html
http://gatoca.blogspot.com/2008/10/os-ltimos-moicanos-adotados.html
* Blog da rifa do quadro "Gatos Egípcios":
http://gatoca.blogspot.com/2007/10/rifa-de-bigode.html
* Sorteio do bigode famoso vencedor:
http://gatoca.blogspot.com/2008/01/vencedora-da-rifa.html
* Site da artista plástica Vicky Dolabella:
http://www.vickydolabella.com.br
* Foto do ateliê da Denise, com o quadro pendurado na parede: http://linagatolina.blogspot.com/2008/02/o-prmio.html
* Conie, filhote que foi parar na UTI por causa de um pontapé:
http://gatoca.blogspot.com/2007/12/conie-72-horas-depois.html
* Fotos dos sapos que viraram príncipes:
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* Smeagol sem as orelhinhas:
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* Cinco minutos de fama no Programa do Jô:
http://gatoca.blogspot.com/2007/12/cinco-minutos-de-fama.html
* Transformação das criaturas assustadas:
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* Ex-queletinhos doados:
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http://gatoca.blogspot.com/2008/01/adoo-em-dose-tripla.html
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(Gianecchini: adoção, devolução e arrependimento)
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(Sayuri: rejeição e nova adoção)
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(Umaga: palavras ao vento e nova adoção)
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(Menino: adoção quatro anos depois!)
http://blog.gatoca.com.br/2011/11/nunca-e-tarde.html
27.11.07
Histórias que perdem a cor
A tigrada recheada de bigodinhos surpresa morreu ontem, na clínica da Drª. Angélica, após dar a luz a dois bebês fraquinhos e sequer conseguir cortar seus cordões umbilicais. Susan disse que ficou agonizando um tempão, mas não podia passar pela cesárea sem melhorar, pois sucumbiria à anestesia. Eis que uma convulsão a levou junto com outros dois filhotes, ainda na barriga. Culpa da desnutrição.
Essa notícia trágica me fez lembrar que tem mais duas fêmeas não-castradas no cortiço da dona Lourdes. Elas precisam de lar temporário urgente, já que todas as esqueletinhas operadas estavam em início de gravidez e a casa da Susan (superlotada) entrou em reforma por tempo indeterminado! Alguém se habilita a quebrar a maldição das ninhadas da fome?!
Essa notícia trágica me fez lembrar que tem mais duas fêmeas não-castradas no cortiço da dona Lourdes. Elas precisam de lar temporário urgente, já que todas as esqueletinhas operadas estavam em início de gravidez e a casa da Susan (superlotada) entrou em reforma por tempo indeterminado! Alguém se habilita a quebrar a maldição das ninhadas da fome?!
15.11.07
Histórias que se renovam
Domingo, enquanto o resto da humanidade entupia as salas de cinema, discutia o relacionamento ou trabalhava por causa do Natal, Susan conseguiu doar dois gatinhos do AUG e pôde buscar mais esqueletinhos na casa da dona Lourdes. A tigrada maior lhe foi entregue com o diagnóstico de gravidez, mas a outra, que a velha jurava usar chuteiras, é que estava recheada de bigodinhos surpresa. Na clínica da Drª. Angélica, essa ninhada deve ter mais sorte que as anteriores, impiedosamente devoradas pelos felinos famintos do cortiço.
Sabem por que as baratas dominam o lugar, aliás? Porque "não-sei-quem possuía feridas pelo corpo, pisou numa asquerosa envenenada, o veneno entrou pela corrente sanguínea e acabou morrendo de infecção". Palavras de dona Lourdes.
Castrados e vacinados, Chococat, Umaga e Keiko acabam de se juntar à Smeagol, Satie, Sayuri e Gianecchini, na esperança de encontrar uma família de verdade. Candidatos dispostos a amar duas dessas vidinhas surradas (na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe) já apareceram, mas não posso contar ainda.
Sabem por que as baratas dominam o lugar, aliás? Porque "não-sei-quem possuía feridas pelo corpo, pisou numa asquerosa envenenada, o veneno entrou pela corrente sanguínea e acabou morrendo de infecção". Palavras de dona Lourdes.
Castrados e vacinados, Chococat, Umaga e Keiko acabam de se juntar à Smeagol, Satie, Sayuri e Gianecchini, na esperança de encontrar uma família de verdade. Candidatos dispostos a amar duas dessas vidinhas surradas (na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe) já apareceram, mas não posso contar ainda.
6.11.07
Frio na barriga ao cubo
Mês passado, Clara Luz fugiu de casa e apareceu dentro do telhado de um vizinho, na rua de trás. Como a curiosa entrou lá ninguém sabe, mas o fato é que ficou presa dois dias inteiros, até que consegui ouvir seus miados e (acompanhada da dona do lugar) indiquei-lhe um buraco no sótão onde poderia atravessar comprimindo a cabeça.
Durante as buscas da inconseqüente pelo bairro, meu sensor de bigodes em risco voltou a funcionar e dei de cara com um gatinho atropelado, bem mais magro, sujo e fedido que os esqueletinhos da dona Lourdes. Na verdade, eram dois. Mas o outro não resistiu e, após passar a madrugada sob os cuidados do sobrevivente, entregaram seu corpo ao lixeiro (!). Ele, que ainda se mexia, continuou jogado num canto: três dias arrastando-se em desespero, três dias sem comida, três dias urinando sobre si mesmo.
Tratei de pegar a caixa de transporte e uma latinha de Whiskas e, em meia hora, aportávamos na clínica utinguense. Dr. E. acolheu o pano de chão sem cobrar-me um centavo, disse que o entupiria de Royal Canin para a cirurgia de inserção dos pinos nos fêmures e dispensou-me.
Voltei na tarde seguinte, de máquina fotográfica em punho. O leãozinho se recusava a comer, iria para a sonda. Na sexta-feira, soube que a operação havia sido um sucesso e o apetite retornara, mas ele amanheceu morto. Culpa da desnutrição? De outro problema, desconhecido? Da demora no socorro? Não importava mais. Depois de uma eternidade estirado na calçada, sofrendo, assistiu a vida esvair-se entre as grades da gaiola veterinária, igualmente sozinho. E o máximo que consegui fazer foi dar-lhe umas colheradas de ração úmida.
No mesmo malfadado dia, encontrei também uma filhote parecida com a Clara, dois quarteirões para baixo de casa. Os moradores explicaram que se revezavam na tarefa de alimentá-la há cerca de 20 dias, quando chegara pele e osso, mas a cena da espevitada atravessando a rua na frente dos carros me fez pensar em arrumar-lhe uma família de comercial de margarina logo.
Levei comida para ajudar algumas vezes, acariciei outras tantas. Tirei fotos de ângulos variados, conversei com amigos, parentes, vizinhos. Lembrava dela sempre que chovia. Mas não podia trazer para cá, porque sabia que não doaria. Já aconteceu três vezes! Sequer um post de divulgação no Gatoca publiquei. Não adianta mais. Ela sumiu.
Smeagol, a ratinha que virou princesa, perdeu as orelhas na semana passada por causa do câncer de pele. Aos sete meses, tomou mais sol do que deveria, deu o azar de nascer num cortiço infestado de baratas e depender de uma senhora idosa, extremamente pobre. Na clínica da Drª. Angélica, sequer imagina como é ter um lar de verdade. Essa história ainda pode ganhar um desfecho de conto de fadas. Só depende de vocês.
P.S.: Satie, a outra gatinha branca resgatada, está passando pela mesma intervenção cirúrgica hoje. Assim meu coração não agüenta! :ó(
Durante as buscas da inconseqüente pelo bairro, meu sensor de bigodes em risco voltou a funcionar e dei de cara com um gatinho atropelado, bem mais magro, sujo e fedido que os esqueletinhos da dona Lourdes. Na verdade, eram dois. Mas o outro não resistiu e, após passar a madrugada sob os cuidados do sobrevivente, entregaram seu corpo ao lixeiro (!). Ele, que ainda se mexia, continuou jogado num canto: três dias arrastando-se em desespero, três dias sem comida, três dias urinando sobre si mesmo.
Tratei de pegar a caixa de transporte e uma latinha de Whiskas e, em meia hora, aportávamos na clínica utinguense. Dr. E. acolheu o pano de chão sem cobrar-me um centavo, disse que o entupiria de Royal Canin para a cirurgia de inserção dos pinos nos fêmures e dispensou-me.
Voltei na tarde seguinte, de máquina fotográfica em punho. O leãozinho se recusava a comer, iria para a sonda. Na sexta-feira, soube que a operação havia sido um sucesso e o apetite retornara, mas ele amanheceu morto. Culpa da desnutrição? De outro problema, desconhecido? Da demora no socorro? Não importava mais. Depois de uma eternidade estirado na calçada, sofrendo, assistiu a vida esvair-se entre as grades da gaiola veterinária, igualmente sozinho. E o máximo que consegui fazer foi dar-lhe umas colheradas de ração úmida.
No mesmo malfadado dia, encontrei também uma filhote parecida com a Clara, dois quarteirões para baixo de casa. Os moradores explicaram que se revezavam na tarefa de alimentá-la há cerca de 20 dias, quando chegara pele e osso, mas a cena da espevitada atravessando a rua na frente dos carros me fez pensar em arrumar-lhe uma família de comercial de margarina logo.
Levei comida para ajudar algumas vezes, acariciei outras tantas. Tirei fotos de ângulos variados, conversei com amigos, parentes, vizinhos. Lembrava dela sempre que chovia. Mas não podia trazer para cá, porque sabia que não doaria. Já aconteceu três vezes! Sequer um post de divulgação no Gatoca publiquei. Não adianta mais. Ela sumiu.
Smeagol, a ratinha que virou princesa, perdeu as orelhas na semana passada por causa do câncer de pele. Aos sete meses, tomou mais sol do que deveria, deu o azar de nascer num cortiço infestado de baratas e depender de uma senhora idosa, extremamente pobre. Na clínica da Drª. Angélica, sequer imagina como é ter um lar de verdade. Essa história ainda pode ganhar um desfecho de conto de fadas. Só depende de vocês.
P.S.: Satie, a outra gatinha branca resgatada, está passando pela mesma intervenção cirúrgica hoje. Assim meu coração não agüenta! :ó(
Categorias:
Clara Luz,
Coração de pudim,
Esqueletinhos,
Ex-queletinhos
1.11.07
10 motivos irresistíveis para abrigar um esqueletinho!
* O imóvel-cortiço está à venda!
* Dona Lourdes é uma senhora bastante idosa, sofre do coração e parece prestes a morrer a cada respirada.
* Seu sobrinho acredita que gatos trazem doenças e já avisou que "dará um fim neles", caso demoremos para resolver a situação.
* Vizinhos também sinalizaram desgostar dos felinos, envenenando-os freqüentemente.
* Quando a gente chega, todos correm para disputar espaço com as baratas nos buracos dos móveis, dificultando o tratamento.
* Se o adotante temporário não conseguir arcar com os gastos relativos à alimentação dos bigodes, nos comprometemos a passar o chapéu.
* Para atendimento veterinário, basta dirigir-se à clínica da Drª. Angélica, perto do Shopping Santa Cruz.
* Os esqueletinhos cabem em qualquer banheiro, lavanderia, corredor.
* Nascidos em berço de asfalto gelado, se entregam à primeira manifestação de carinho, comem sem frescuras, aprendem rápido.
* Com duas migalhas de atenção e três de ração, sapos feios, sujos e tristes se transformam em verdadeiros príncipes encantados (os intervalos das imagens variam de uma semana a um mês):
Obs.: Assim que as fotografias pós-resgate dos outros peludos chegarem, eu publico no aqui blog.
* Dona Lourdes é uma senhora bastante idosa, sofre do coração e parece prestes a morrer a cada respirada.
* Seu sobrinho acredita que gatos trazem doenças e já avisou que "dará um fim neles", caso demoremos para resolver a situação.
* Vizinhos também sinalizaram desgostar dos felinos, envenenando-os freqüentemente.
* Quando a gente chega, todos correm para disputar espaço com as baratas nos buracos dos móveis, dificultando o tratamento.
* Se o adotante temporário não conseguir arcar com os gastos relativos à alimentação dos bigodes, nos comprometemos a passar o chapéu.
* Para atendimento veterinário, basta dirigir-se à clínica da Drª. Angélica, perto do Shopping Santa Cruz.
* Os esqueletinhos cabem em qualquer banheiro, lavanderia, corredor.
* Nascidos em berço de asfalto gelado, se entregam à primeira manifestação de carinho, comem sem frescuras, aprendem rápido.
* Com duas migalhas de atenção e três de ração, sapos feios, sujos e tristes se transformam em verdadeiros príncipes encantados (os intervalos das imagens variam de uma semana a um mês):
Smeagol - antes
Branca de Neve - depois
Pulgas e piolhos - antes
Sayuri e Satie - depois
Pânico - antes
Gianecchini - depois
Pênis exposto - antes
Nariz rosinha - depois
Obs.: Assim que as fotografias pós-resgate dos outros peludos chegarem, eu publico no aqui blog.
Baratas versus sobrinho assassino
Restam, ainda, cerca de 15 bigodes na casa da dona Lourdes. Eles estão desnutridos, cheios de vermes, pulgas e piolhos. Alguns foram diagnosticados com problemas hormonais, alergias às picadas, stress e intestino solto. Nada muito sério. Batalhei doação de Frontlines com a Merial, mas é impossível tratá-los no cortiço porque, assim que a gente chega, eles fogem em pânico.
No último sábado, sequer conseguimos resgatar os que iriam para os lares temporários: enquanto corríamos atrás das criaturas apavoradas pelo quarto, as carcaças de baratas estalavam no chão e terminavam todos (gatos e asquerosas) entocados num buraco do armário. Deixamos, então, as caixas de transporte com a velhinha e Susan voltou no domingo para buscar. Sorte que a mulher finalmente decidiu colaborar.
Sem voluntários para abrigar os esqueletinhos, temos de nos contentar em levar ração super premium semanalmente (tarefa assumida pela Meg) e torcer para que agüentem mais tempo. Duas, infelizmente, já morreram: a tigrada com suspeita de esporo e a idosa envenenada. A filhote frajola, cega de um olho, desapareceu há dias, fazendo-nos acreditar que se juntou a elas.
Dos 12 resgatados, três ficaram com a Cris, num sítio em São Roque. Precisam comer bem para enfrentar a esterilização e as vacinas. Um deles parece que desenvolveu um abscesso no queixo e vem sendo acompanhado pelo veterinário. Marina (da Vila Mariana) castrou e vacinou Umaga, negona super chameguenta. A branquinha com câncer de pele nem saiu da clínica da Drª. Angélica. Mas de rato passou à princesa. Agora, espera por um adotante que a aceite sem as orelhinhas. Satie, Sayuri e Gianecchini, sob os cuidados de Susan, também aguardam uma família de verdade. E outros três continuam na fase de engorda. A filhote tricolor rumou direto para o apartamento de uma amiga.
Semana passada, um sobrinho da dona Lourdes ligou cobrando que resolvêssemos logo a situação, pois felinos trazem doenças e pretendia "se desfazer deles a qualquer custo". Para melhorar, o imóvel foi colocado à venda. :\
No último sábado, sequer conseguimos resgatar os que iriam para os lares temporários: enquanto corríamos atrás das criaturas apavoradas pelo quarto, as carcaças de baratas estalavam no chão e terminavam todos (gatos e asquerosas) entocados num buraco do armário. Deixamos, então, as caixas de transporte com a velhinha e Susan voltou no domingo para buscar. Sorte que a mulher finalmente decidiu colaborar.
Sem voluntários para abrigar os esqueletinhos, temos de nos contentar em levar ração super premium semanalmente (tarefa assumida pela Meg) e torcer para que agüentem mais tempo. Duas, infelizmente, já morreram: a tigrada com suspeita de esporo e a idosa envenenada. A filhote frajola, cega de um olho, desapareceu há dias, fazendo-nos acreditar que se juntou a elas.
Dos 12 resgatados, três ficaram com a Cris, num sítio em São Roque. Precisam comer bem para enfrentar a esterilização e as vacinas. Um deles parece que desenvolveu um abscesso no queixo e vem sendo acompanhado pelo veterinário. Marina (da Vila Mariana) castrou e vacinou Umaga, negona super chameguenta. A branquinha com câncer de pele nem saiu da clínica da Drª. Angélica. Mas de rato passou à princesa. Agora, espera por um adotante que a aceite sem as orelhinhas. Satie, Sayuri e Gianecchini, sob os cuidados de Susan, também aguardam uma família de verdade. E outros três continuam na fase de engorda. A filhote tricolor rumou direto para o apartamento de uma amiga.
Semana passada, um sobrinho da dona Lourdes ligou cobrando que resolvêssemos logo a situação, pois felinos trazem doenças e pretendia "se desfazer deles a qualquer custo". Para melhorar, o imóvel foi colocado à venda. :\
31.10.07
“Quem ama protege”
Quando fui retirar os Frontlines doados pela Merial aos esqueletinhos da dona Lourdes e o moço apareceu segurando uma caixona de papelão, tive vontade de dar-lhe um abraço apertado e desejar feliz Natal. Hoje, chegou o banner animado que a Marta mandou fazer especialmente para o Gatoca. Não é um charme esse bigodinho piscante? :)
17.10.07
Rifa de bigode
A idéia inicial era replicar o layout do Gatoca, montar uma tabela com 100 números e divulgar o link da rifa o quanto antes. Mas as cores do quadro da Vicky destoavam do blog e como ensinaram-me, desde pequena, a evitar a combinação de calça rosa e blusa vermelha, gastei um tempão reestruturando tudo. Também achei frio o esquema dos números. Bem que podiam ser nomes de bigodes famosos... Opa! Frajola, Garfield, Félix. Só faltavam 97. Lá se foi outro dia. Pesquisando na Internet, descobri até Muezza, o peludo do Maomé. Para completar a lista, porém, tive de abrir exceções aos gatos mutantes do Thundercats e aos grandinhos de "O Rei Leão".
― Glomer [Punky Brewster] já é demais, Beatriz!
― Ué. Um felino alienígena, Divardo.
― Aquilo não é um felino.
― Quem não quiser, não compra.
― ...
Tirei o Glomer. E encontrei 20 opções extras na literatura! Quadrinhos, cinema, séries de TV, desenhos animados serviram de inspiração básica. Se deixei algum clássico de fora, escrevam nos comentários. Acabo de descobrir uma nova obsessão!
― Glomer [Punky Brewster] já é demais, Beatriz!
― Ué. Um felino alienígena, Divardo.
― Aquilo não é um felino.
― Quem não quiser, não compra.
― ...
Tirei o Glomer. E encontrei 20 opções extras na literatura! Quadrinhos, cinema, séries de TV, desenhos animados serviram de inspiração básica. Se deixei algum clássico de fora, escrevam nos comentários. Acabo de descobrir uma nova obsessão!
10.10.07
Puxadinho
Como os dias têm sido curtos demais para a quantidade de iniciativas sem qualquer retorno financeiro em que me meti, este post cumprirá a função de "puxadinho":
* A epopéia do final de semana passado está no blog do Adote um Gatinho, sob o título "Caso D. Lourdes", com fotos dos primeiros bigodes que pegamos para adoção! Os quatro assustados já receberam um banho de Frontline da Drª. Angélica, para acabar com as pulgas e piolhos, e serão cuidados até que possam enfrentar a cirurgia de castração e as vacinas. Agora, precisamos de mais lares temporários para retirar os outros esqueletinhos da casa.
* Meg vem publicando no Mundo Miau as doações recebidas em produtos. Parece que ganhamos vários pacotes pequenos de ração, mas, pela quantidade de peludos que dona Lourdes acumulou, não vão durar muito. Aproveito para agradecer a Alice, Beatriz (xará), Daniela, Érica, Gisele, Leonice, Marisa, Silvana, Renata e Doris pela ajuda em cash.
* Alex, da Mundial Pet (distribuidora da Merial), continua batalhando remédios para os esqueletinhos. E Pedro, do Virtual Pet, ofereceu-nos um help mensal. Assim que eles mandarem os banners dos sites, acrescentarei na seção "parceiros", recém-criada para retribuir suportes assim.
* Estou terminando de montar o blog da rifa! Quem não comprar é mulher do sapo!
* A epopéia do final de semana passado está no blog do Adote um Gatinho, sob o título "Caso D. Lourdes", com fotos dos primeiros bigodes que pegamos para adoção! Os quatro assustados já receberam um banho de Frontline da Drª. Angélica, para acabar com as pulgas e piolhos, e serão cuidados até que possam enfrentar a cirurgia de castração e as vacinas. Agora, precisamos de mais lares temporários para retirar os outros esqueletinhos da casa.
* Meg vem publicando no Mundo Miau as doações recebidas em produtos. Parece que ganhamos vários pacotes pequenos de ração, mas, pela quantidade de peludos que dona Lourdes acumulou, não vão durar muito. Aproveito para agradecer a Alice, Beatriz (xará), Daniela, Érica, Gisele, Leonice, Marisa, Silvana, Renata e Doris pela ajuda em cash.
* Alex, da Mundial Pet (distribuidora da Merial), continua batalhando remédios para os esqueletinhos. E Pedro, do Virtual Pet, ofereceu-nos um help mensal. Assim que eles mandarem os banners dos sites, acrescentarei na seção "parceiros", recém-criada para retribuir suportes assim.
* Estou terminando de montar o blog da rifa! Quem não comprar é mulher do sapo!
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