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25.9.24

Assisti ao Intrú quase ser atropelado!

Não, gato ir para a rua não é liberdade, nem romântico, nem bucólico. Eu escrevi uma dúzia de posts aqui no blog falando sobre guarda responsável, telas nas janelas, riscos de briga, transmissão de doenças como FIV e FeLV, envenenamento, atropelamento. Só que nunca imaginei que fosse viver esse pesadelo em primeira pessoa.


FeLV Intrú já tem, por isso mesmo não posso colocá-lo para o lado de dentro da porta de vidro da lavanderia, com minhas velhinhas. Quatro anos de vadiagem antes de descobrir Gatoca, porém, me deram o falso conforto de que ele jamais se jogaria na frente de um carro. Mas voltemos ao café da manhã em que o gorducho não apareceu cantarolando.

Chamei, cuidei da Jujuba e da Keka, reguei as plantas, fiz almoço, trabalhei e no fim da tarde saí para caminhar, quando o encontrei rolando na calçada de terra de um vizinho que fica na ponta extrema do nosso quarteirão ― do quarteirão mesmo, não da rua. Primeiro, dei risada: então é por isso que o infeliz sempre chega vermelho! Depois, apontei o celular para filmar nosso encontro inusitado.

O coitado fugiu antes de me reconhecer, só então veio pedir carinho e não demorou um minuto e meio para a tragédia só não se consumar porque no interior as pessoas tendem a parar para os animais ― principalmente se uma louca espreme os pulmões asmáticos no grito.


Voltei para casa segurando 6,1 kg de frajola com as garras atacando o ar, porque ele ficou completamente desorientado. E o botei no chão apenas quando percebi que reconheceu nosso portão ― mal dava para ver as patinhas se mexendo na corrida. Um susto triplo, porque Chicão certamente foi arrancado de sua pregação para os passarinhos.


Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino

13.9.24

Oficina de escrita 'hot' para gateiras!

Tudo começou com a sugestão, no nosso grupo de apoiadores, de transformar o conteúdo do Gatoca em livro ― formato que já experimentei em 2016, com o Manual do Gateiro de Segunda Viagem, antes de e-book ser modinha. E terminou com a Lorena Fonseca elucubrando se os bichanos já acompanhavam humanos ao banheiro no Antigo Egito.

Entre as duas coisas (e o desafio dos boletos), comentei que escreveria um romance hot, abrindo os bytes para a conversa mais surreal do Cluboca. Bárbara lamentou não levar o dom, porque "tem gente ganhando seis dígitos com esse tipo de literatura". E Aline Fagundes prontamente apresentou a solução: "Pensa que os personagens são gatos! Passaram-se horas de gritos, unhadas vorazes e mordidas calientes sob o luar. A língua indo e vindo, alcançando lugares inimagináveis".


Regina Haagen pontuou, então, que essa aspereza poderia acrescentar uma pegada BDSM (bondage, dominação, sadismo e masoquismo) e já anunciou o protagonista: "Vejo grandes possibilidades no rabão do Pingu" ― o pequeno da Vanessa Araújo tem realmente um rabo avantajado. E Liliane Molina tratou de monetizar a ideia, criando a oficina que dá título ao post ― "primeira e única do gênero".


Tudo brincadeira, claro, mas rendeu risadas molhadas, no sentido inocente da expressão, num momento em que eu estava precisando muito. Essa comunidade, não canso de repetir, é a maior riqueza do projeto. Se você quiser não escrever romances hot com a gente ou estiver precisando trocar o aspirador de pó, basta clicar aqui.

Vale dizer que, em um grupo com duas dezenas de participantes mais ativos, 10% levaram bigodes ao motel. Roxana, nome fictício para preservar a identidade da leitora, viajou de carro do Rio de Janeiro até Brasília e acabou parando para dormir com os peludos na cama redonda. Já Paulina resgatou o felino no próprio motel, deixando na portaria para pegar na saída. E quem não se identifica com Nicolette, que tinha seu desempenho julgado por Mia?

O cabaré está on, sim, Simone!

6.9.24

Vigilantes do Peso Felino

O ser humano é um bicho curioso. Quando Intrú decidiu morar no nosso terreno, tinha cerca de 4 anos e pesava menos de 3,5 kg, tomando por base a marcação da balança no dia da castração, depois de um mês de alimentação (quase) à vontade. Ninguém se importava com ele.

Bastou levar ao veterinário, sofrer dez ataques até conseguir socializá-lo, comprar casinha, blindar casinha e montar uma dieta balanceada para um infeliz decidir sobrealimentá-lo ― provavelmente com porcaria, porque a criatura começou a rejeitar a ração úmida. Quem olha para um gato sem pescoço e resolve entuchar mais comida nele?


Eu já tinha de lidar com os ratinhos, lagartinhos, rãs e até um coelho, que o frajola caçava quando considerava que três jantares não eram o suficiente. Se, estragado o paladar (e os rins), a pessoa ao menos o adotasse, nem reclamaria. Mas o coitado continua voltando para dormir no seu cobertorzinho, do lado de fora da porta de vidro da lavanderia ― a FeLV+ o impede de conviver com minhas velhinhas.

Na última semana, passou dos 6 kg (6,1 kg, para ser mais exata), o que dá umas três Kekas e meia ― sem o menor sinal de que vá parar por aí. Como emagrecer um gorducho que já paga seu cárdio diário batendo perna pelo bairro?


Epopeia do Intruso

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4.9.24

Testei a escova para gato que solta vapor!

É importante esclarecer que não se deve ligar o vapor na cara do gato, mesmo que ele esteja acostumado a brincar com a mangueira do jardim e não se intimide nem com o cortador de grama ― pouco importa que você tenha mirado na cabeça. Na dúvida, direcione o jato para áreas menos sensíveis (e mais amplas) do corpo.

Feito esse disclaimer, que nada tem a ver com o Intrú, motivo pelo qual Jujuba não herdou a escova do trauma, achei legal compartilhar os prós e os contras de um dos poucos produtos que as redes sociais acertaram em me mostrar como propaganda. Apesar de importada, a Electric Spray Handle Massage Brush não custou caro: R$ 25,22, já com o frete.


De escovinha, porém, ela não tem muita coisa. E o tamanho é a primeira desvantagem, porque dificulta o uso com bichanos magrinhos (e ossudos) como a Keka. A sujeira de terra da Jujuba, que gostou até do vaporzinho na fuça, também limpou mais fácil com o lenço umedecido. E precisa tomar cuidado no frio, pois o pelo acaba molhado pela insistência.




Na estação certa, por outro lado, a massagem refrescante ajuda a baixar a temperatura do corpo, enquanto os termômetros insistem em quebrar recordes de aquecimento global. E esta é a principal vantagem para mim (ou para eles). A névoa sai fininha, quase silenciosa e fria ― a menos que se coloque água quente no reservatório, só que não sei se pode, porque não achei o site da fabricante chinesa.

A carga demora cerca de meia hora ― na caixa vem um cabo minúsculo (USB-C), compatível com o carregador dos celulares Android. E a cabeleira sai relativamente fácil do meio das cerdas, basta deixar juntar um bolinho.


Se seu amigo é desconfiado, aconselho um período de adaptação, começando só com a escovação. Quando ele estiver acostumado, ligue o vapor durante o processo, de preferência com a escova colada ao pelo e uma musiquinha para disfarçar o barulho do botão e do jato. Uma vez que ele perceber o bem-estar, você não precisará mais se preocupar. :)

23.8.24

O Gatoca segundo Ana Roxo (e Tati Fadel)

Quando eu era pequena, bem pequena, desisti do balé clássico porque a professora disse que demoraria para subir na ponta, já que meus ossos ainda estavam em formação. Maiorzinha, abandonei a ginástica olímpica quando um braço ficou para fora do tatame durante o rodante-flic e acabei estatelando a cabeça no chão. Também larguei a fanfarra, o piano e o flamenco, além do curso de alemão e do teatro, porque só sei fazer bem mesmo uma coisa: escrever.

E foi com ronroneos que ouvi Ana Roxo, dramaturga, e Tati Fadel, professora de redação (amante de ornitorrincos e escrita cuneiforme), elogiarem os textos do Gatoca em um canal de 65 mil seguidores ― na foto, as duas pronunciam Mercvrivs ("mercúrius"), o frajola simplão de nome pomposo (culpa do Eduardo) que mudou minha vida. Keka quis muito modelar, aliás, mesmo combalida, o que demandou tempo extra na tentativa de salvar os cliques com iluminação ruim (também não sou boa nisso).


Vocês podem assistir à live completa aqui, mas cortei o trecho que mostraria à minha mãe, se ela ainda estivesse por estas bandas ― já me chamaram de Lebiste, Lewinsky, mas Ceviche foi a primeira vez (tem vegano?). Ana e Tati anunciam nossa parceria de arte, gatos e lubrificação ocular, enquanto jogam conversa fora, porque nem todas as relações precisam ser produtivas e é nos afetos positivos que mora a revolução.


Que tal um desenho de desaniversário? Tem desconto até o dia 31!

16.8.24

Novidade que junta gatos, arte e lubrificação ocular!

Eu achava que andar de roupa furada e comprar duas escovinhas importadas justamente para os meliantes que furaram as roupas me colocava no topo do ranking da abnegação. Conversando no Cluboca, porém, nosso grupo maravilhoso de apoiadores, vi que tem gente que chega a gastar 80% do salário com gatos que resolveram envelhecer ao mesmo tempo.

E você, qual foi a última vez que escolheu algo para você? Quantos brinquedinhos passaram na frente, sumariamente trocados pela embalagem? Talvez um granulado higiênico que deixe o apertamento com menos cheiro de banheiro? Certamente uma comida mais balanceada do que a que seu corpo cansado dá conta de cozinhar depois de uma jornada estendida de trabalho.

Neste fim de ciclo da gangue, tenho pensado muito sobre a vida que me trouxe até aqui e para onde gostaria de levá-la nos próximos anos ― nem tanto um destino, mais uma sensação, sabe? Dias sem sobressaltos, tempo para abraços presenciais, ludicidade. Na impossibilidade de um piquenique em Versalhes, comecei pelos livros: uma sequência de comédias românticas que beira a diabetes.

Pendurei a tapeçaria do Peru que ganhei da Amanda. Distribuí vidros com flores secas pela estante (alma gótica). Fotografo o nascer do sol sempre que as meninas me acordam vomitando. E escrevi para a Ana Roxo decidida a ter um original que ilustrasse a jornada do Gatoca.


Ela aceitou a parceria e sem saber desenhou a tatuagem que, duas décadas atrás, idealizei como lembrete de que nem tudo se resumia à razão ― com um coração do lugar do gato, porque ainda achava que não gostava de gato. Aí Mercv chegou arrancando emoções na unha (essa história vocês conhecem) e dispensou demais registros sobre a pele.

Acompanhando a aquarela, veio esta cartinha:

Fiquei muitos e muitos dias trabalhando em cima de tudo que eu sabia e de fotos do Mercvrivs, e a imagem da janela se abrindo pro sol entrar não saía da minha cabeça. Trabalhei no desenho digital, bastante tempo, achando tudo muito ruim, e sentindo que precisava caprichar, pelo Mercv (veja a intimidade) ter feito tudo o que ele fez, mesmo sem fazer muito nada, como os gatos fazem.

Depois de um tempo frustrada e não acessando o que eu realmente queria com aquilo, voltei pro analógico e peguei meu caderno de desenhos (em português chamam de
sketchbook), que é onde tenho os desenhos mais pessoais mesmo, coisas como estudos ou estados (de alma), e desisti de encontrar beleza pra ver se eu achava sentido em tudo que eu estava sentindo.


Quando meu cachorro Samuca morreu, estava no México. Desenhei o Samuca com asas muito coloridas, pra lidar com a dor, asas de alebrije (procure saber). E foi a partir do desenho do Samuca que voltei a desenhar, comecei a estudar, saí de uma (ainda que leve) depressão por não estar no Brasil e não estar fazendo teatro (minha arte materna, tipo que nem língua materna). Samuca fez isso por mim e entendi que o Mercvrivs tinha que ter asas. Aí o resto foi.

Não sei se está à altura dele e do que ele fez, mas foi feito com muito amor e em meio a lágrimas e patinhas dos meus gatos (impressionante como eles gostam de tomar água de aquarela).

Obrigada por me deixar desenhar o Mercv. Obrigada Mercv pelo Gatoca (que é culpa sua). Obrigada, Beatriz, por não deixar aquele e mail ir pro Céu dos E-mails.



Também chorei. A vida é bela e doída e maluca e intensa, mas, acima de tudo, um sopro. Se você estiver precisando recomeçar, quiser eternizar um amor que partiu, presentear um gateiro querido ou só achar que uma parede branca sempre pode ficar mais colorida, manda um "oi" para Ana: anaroxxo@gmail.com ― ela tem um livro infantil lindo, lindo em financiamento coletivo e um canal, junto com a Tati Fadel, cheio de vídeos essenciais, como a série sobre a culpa.

Ah! Os valores dependem do tamanho e da complexidade do desenho, 20% vem para o projeto poder explorar horizontes outros e leitores do Gatoca ganham 10% de desconto até o fim de agosto, para comemorar nossos 17 anos de resistência.

Como prefiro dar dinheiro a quem empodera e ajuda a sonhar outros mundos, em vez de deixar bilionário mais rico, os algoritmos das redes sociais provavelmente reduzirão o alcance da nossa parceria. Empresta seus dedos para subverter o sistema? Qualquer comentário, curtida, compartilhamento já faz valer o empenho da Jujuba na sessão de fotos. 😂

10.8.24

17º aniversário do Gatoca!

Escrevo este post sob as cobertas porque chove lá fora — e aqui dentro não parece muito mais seco. Em dez minutos, o alarme tocaria para a sexta rodada de comida na seringa, mas Keka se antecipou e até lambeu sozinha na xicrinha. Quando penso que a batalha está perdida, ela tira forças do alçapão renal para mais um passeio no gatil, dois beliscos de sachê, três minutos de colo com cafuné.

O dedão da mão esquerda ainda lateja pela queimadura de segundo grau com cera quente. E essa nem foi a maior estupidez do fim de semana passado. Eu, que nunca fumei, sequer bebi de passar vergonha, tive a pior viagem da existência porque comprei um bombom de cogumelo mágico no trailer da feirinha de artesanato que anunciava feijoada vegana, hambúrguer e batata-frita.

Aí, em vez de paisagem bucólica, com música good vibes e pessoas de branco buscando o autoconhecimento, fui assistir a Criminal Minds, frustrada com o gosto insosso do chocolatinho. O alarme das seringadas tocou (ele toca o dia inteiro) e minhas pernas derretiam, enquanto o queixo da Keka inchava e a torneira da cozinha entortava.

Comecei rindo feito o cachorro da vizinha quando tenta latir com a bolinha de borracha presa na boca (fifo-fifo-fifo-fifo) e terminei aos prantos "porque a vida era muito solitária". Se você pretende perder completamente o controle do corpo, recomendo investir na endoscopia — com dois sedativos conto histórias ótimas, Mariana pode provar.

Mas por que esse relato aleatório em um blog de gatos? Porque não está sobrando gato — nem Intrú deu as caras hoje. E talvez o Gatoca já tenha cumprido sua função. Nestes 17 anos, foram 1.828 textos informativos, engraçados, emocionantes, mobilizadores — contra os algoritmos das redes sociais e agora a inteligência artificial, que rouba nosso conteúdo e não dá sequer a visualização.

Mais e-book, boletim, tentativa de canal no Youtube. Sementes em forma de jogo (Gatonó), livro (Depois da Quarentena), série (AssassiGato). Uma comunidade engajada, com experiências trocadas em 13,3 mil comentários, grupo acolhedor no WhatsApp e 27 parceiros ao longo da jornada — destaque especial ao Wings For Change, à Pet Delícia e à prefeitura de Sorocaba, na gestão anterior.

Os braços offline do projeto ainda envolveram 116 gatos, oito cachorros e quatro aves, um mutirão de castração, oficina com escoteiros e bandeirantes, roda de conversa com adolescentes, curso no Sesc sobre o poder do coletivo, clube de leitura na ONU, sob a imaginação da Rosana Rios.

Tudo isso com o apoio de vocês, pelo qual sou imensamente grata, em forma de rifa, lojinha, financiamento coletivo, clube de assinaturas. Mas sinto que preciso sonhar outros sonhos, entendem? Depois que conseguir dormir oito horas por noite, claro — o que não deve acontecer tão cedo, então bora manter o ritmo da digitação! Na semana que vem, aliás, divulgo nossa nova parceria, justamente para quem está precisando de afago na alma.

Espero seguir acompanhada. ❤


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5.7.24

A escova perfeita para gato que se suja aventureiro

Pensem num frajola que em uma semana chega da rua autocolante, na outra aparece todo trabalhado em terracota e na terceira traz na cabeça uma teia de aranha de casarão mal-assombrado. Intrú é um gato explorador, que tem passado cada vez mais tempo no nosso terreno e não podemos colocar para o lado de dentro da porta de vidro da lavanderia por causa da FeLV+.



Seguindo outra dica salvadora do Cluboca, comprei, então, esta escovinha importada, com reservatório para água e encaixe para o lenço umedecido (vendido à parte) ― existem vários modelos e não é publi, por isso a ausência de link.


O grosso do episódio do barro acabei tirando sem registrar porque estava escuro, mas deixei a finalização para a manhã seguinte. Sem a distração da comida, a criatura ficava tentando caçar a escova e só sossegou quando conseguiu arrancar o lencinho no dente.


Com alguma persistência, porém, a coisa fluiu. Este foi o resultado da primeira passada da finalização:


E aqui vocês veem o acabamento 😂:



Epopeia do Intruso

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:: Ronrom, ataques e caos
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:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
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:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
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:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores

29.6.24

17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores

Não tinha imagem melhor para representar a data do que esta foto do Intrú, metade luz, metade trevas. Às voltas com a doença renal da Pimenta e a gastrite da Keka, ambas de vida gasta, o frajola com patinhas de elefante tem salvo meus dias ― ora chegando da rua com aquelas teias de casarão de filme de terror na cabeça, ora invadindo nosso quarto todo desajeitado pelos quilos recém-adquiridos.


Antes que alguém me xingue pela guarda irresponsável, Intrú é um gato FeLV+ que acampa do lado de fora da porta de vidro aqui da lavanderia, enquanto não aparece sua família definitiva. E, quase duas décadas depois, uma criatura estranha que não escolhi vem ressignificar tudo de novo. ❤️

Ao longo dessa jornada, já colecionamos 1.818 posts, e-book, mutirão de castração, oficina com crianças, roda de conversa com adolescentes, canal no YouTube, websérie felina, loja colaborativa, newsletter, Gatonó, edital do Condeca com a prefeitura de Sorocaba — os links estão neste post.

E espero voltar no dia 10 de agosto com oito horas de sono dormidas para comemorar o aniversário oficial do Gatoca sem olheiras — "quase-aniversário" é quando você cria um blog e demora 42 dias para juntar coragem de escrever nele. 😂


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21.6.24

O desafio de aquecer um gato que não entra em casa

Começou oficialmente o inverno, para a alegria de quem gosta de chocolate quente, cachecol e filme sob as cobertas ― se o aquecimento global permitir, claro. Para o Intrú, porém, significa dormir do lado de fora da porta de vidro da lavanderia a 9ºC, temperatura das madrugadas aqui de Araçoiaba da Serra. E, nas entrelinhas desse dilema, está a constatação de que, oito meses depois, ninguém se interessou em adotá-lo.


Como minhas velhinhas seguem inviabilizando a convivência com um gato FeLV+, lá fui eu quebrar a cabeça para esquentar o cafofo provisório do frajola. No Cluboca, nosso grupo maravilhoso de apoiadores, lembraram das casinhas comunitárias forradas com caixas de leite longa-vida. A internet sugeria bolsas térmicas de tamanhos variados. E Beto Spinelli, meu físico do coração, gravou dois áudios explicando os princípios da termodinâmica:

Você quer uma solução com capacidade térmica alta, que guarde muito calor e disperse em uma taxa constante, alta o suficiente para gerar calor para o bicho e baixa o bastante para durar. Por exemplo: se um sistema tem 100 calores, seu gato precisa de 10 por minuto para ficar feliz e ele só liberar um, até vai durar (100 minutos), só que não funcionou porque é pouco. Liberando 10 calores por minuto, por outro lado, esse sistema se esgotará em dez, o que também não adianta.

Para durar uma hora, então, você precisa de um sistema que guarde 600 calores, entendeu? Água é um bom jeito de cobrir a madrugada, porque tem bastante capacidade térmica. Se usar muita água, gastará muito tempo esquentando e, portanto, estará guardando muito calor. Aí basta colocar em um recipiente que liberará esse calor na taxa ideal.

Alumínio funciona, sim, porque reflete o calor que está dentro da casinha, seja do próprio gato ou da bolsa térmica, deixando escapar pouco. Ainda assim, você precisa de um isolante, tão importante quanto o sistema térmico, porque influencia na taxa de calor que se perderá para o ambiente ― uma casinha que concentra mais calor, demanda uma taxa menor de liberação. Forrar o telhado com papelão pode ajudar e cobertor isola ainda mais.


Como vegana não bebe leite e Araçoiaba levanta um poeirão de terra digno de distopia, fiz uma estrutura móvel de papelão no formato do telhado, colei papel alumínio de cozinha dentro e prendi com fitinhas, permitindo tirar para lavar.


Cobertor já havia comprado ― ele ama, amassa tanto que até baba! E, enquanto não chegavam as bolsas térmicas, duas de 1 litro e uma de 2 l, para testar a melhor configuração, quebrei o galho com garrafas pet ― é só colocar a água quente e ajeitar embaixo da coberta, para não queimar.


A bolsa azul está vazia, para vocês verem que não muda muito de espessura para as cheias. E encaixei na parte de baixo da casinha uma caixa de papelão sem teto e com paredes altas, exceto a da porta, porque Intrú gosta de observar o movimento durante o dia.



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:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)

7.6.24

A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)

Depois de assassinar um lagartinho (parente do refém que eu consegui negociar), duas rãs (ou pererecas), três ratinhos (que nunca havíamos visto aqui no terreno) e um coelho (não me perguntem como ele escalou 2 m de muro!), Intrú aprendeu a caçar de brincadeira. Era 24 de abril, justamente o dia em que fui enxotada do tapete de ioga e precisava terminar a saudação ao sol.


Lembrei da varinha, que fez os bigodes voltarem a brincar depois de velhos, mas as meninas que restaram não curtem muito, e a peninha não teve a menor chance. O frajola é muito competente na arte de atacar e travar os dentes ― no vídeo, parece até que acelerei a imagem! E quem acabou exausta fui eu. rs


Agora, quando Leo cuida do jardim, o figura se diverte perseguindo o fio do cortador de grama. Também tentou caçar a mangueira ― e saiu molhado. Qualquer graveto que a gente balance faz as pupilas dilatarem. É um gatinho indecentemente fácil de agradar ― e amar.



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:: A primeira ioga

24.5.24

A primeira ioga do Intrú

Em algum momento, não importa o horário ou local, um gato desta casa vai atrapalhar nossa ioga. E Intrú teve sua chance no dia 24 de abril (sim, estou atrasada com as notícias), quando o sol castigava o gramado do gatil e resolvemos aproveitar a sombra do contêiner. Assim que viu meu braço dando sopa, se aconchegou ― sim, a criatura que me atacou dez vezes antes de ceder!


Depois, foi se esticando, se esticando, se esticando, até me jogar para fora do tapetinho.


E seguiu a prática com o Leo, enquanto fui ser desrespeitada pelas frajolas que moram do lado de dentro da porta de vidro da lavanderia.



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:: Férias do Intrú
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10.5.24

Como se preparar para uma emergência tendo gatos

Preparado para deixar para trás, às pressas, a história de uma vida inteira acho que ninguém está. Mas a gente pode minimizar o impacto da tragédia seguindo as recomendações de especialistas. Eu cheguei a escrever sobre incêndio e animais, numa época em que provavelmente fracassaria tentando salvar dez gatos, e achei importante retomar o assunto agora, quando mais de 9 mil bichos afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul ainda esperam por resgate.


ANTES

Jackson Galaxy, o mestre do comportamento felino, tem um checklist para gateiros:

Mantenha as caixas de transporte no ambiente
Assim os bichanos não estranharão o cheiro diferente e entrarão sem resistência. Fora que ninguém merece ficar procurando as ditas cujas no fundo do armário mais alto com o prédio pegando fogo ou alagando!

Bloqueie espaços inacessíveis
Isso vale para qualquer lugar de onde você não consiga tirar o peludo em caso de emergência.

Adote a alimentação por refeições
Acostumar seu amigo a ter horários para comer cria uma rotina que facilita o manejo em situações de estresse.

Identifique o gato
Galaxy recomenda o microchip, para que qualquer pessoa ao encontrá-lo acesse suas informações indo a uma clínica veterinária com leitor. Mas essa prática ainda não é popular no Brasil, então sugiro a boa e velha coleira com plaquinha de identificação ― escolham um modelo de elástico, que solte se bicho se prender, evitando o enforcamento.

Tire uma foto da carinha dele
Se precisar fazer um cartaz de "procura-se", ter as características bem destacadas facilitará o reconhecimento.

Separe uma pasta com documentos importantes
Receitas médicas, exames impressos e carteira de vacinação precisam estar à mão ― seus documentos também, né? rs


DURANTE

Galaxy sugere que se cubra a caixa de transporte com um cobertor para restringir a visão do caos, evitando a superestimulação, e explica o que colocar em um kit de emergência:

Objetos com cheiros familiares
O cobertorzinho do gato e uma blusa usada sua, por exemplo, já ajudam o pequeno a se sentir menos inseguro no lugar para onde vocês forem.

Petiscos
Se ele parar de comer, ter sua guloseima favorita pode quebrar o jejum ― e a evolução para um quadro de lipidose hepática.

Brinquedinhos
Em situações adversas, brincar com seu amigo é uma estratégia para mudar o foco.

Feromônios sintéticos
Na verdade, Galaxy indica seus produtos holísticos, mas os feromônios sintéticos têm eficácia científica, porque mimetizam os naturais, que os bichanos soltam quando estão à vontade, aumentando a sensação de bem-estar.

O pessoal do Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad) alerta, ainda, que deixar os peludos em correntes, caixas, canis ou baias os torna presas fáceis para a água em rápida elevação ― se não puder levá-los junto, o melhor protocolo é soltá-los para que usem seus instintos naturais de sobrevivência.

E não esqueça de desligar aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, até para conseguir recuperá-los depois, em caso de alagamento ― os cursos de Engenharia Elétrica e de Controle e Automação, da Universidade do Vale do Taquari (Univates), fizeram uma cartilha com o passo a passo.


DEPOIS

Juliana Damasceno, doutora em Psicobiologia, ensina como lidar com gatos traumatizados:

Isole o bichano em um cômodo
O ideal é que o local esteja com baixa iluminação e sem rotas de fuga.

Bloqueie refúgios vulneráveis
A dica de impedir o peludo de ficar inacessível também vale aqui.

Crie refúgios seguros
Qualquer caixa de papelão já cumpre a função.

Não force o contato
Gato assustado pode agir de forma agressiva ou congelar e ambas as situações agravam o estresse, prejudicando ainda mais seu estado de saúde.

Ofereça alimentos palatáveis
Aqueles que você colocou no kit de emergência, lembra? Coloque perto do esconderijo e saia do cômodo.

Evite fazer barulho
Entre no ambiente de maneira cautelosa e o mais silenciosa possível, mantendo-se agachado, e falando baixo, em tons agudos.

Separe os recursos
Posicione a caixa de areia do lado oposto à comida e à água.

Tenha paciência
Pode levar um tempo para seu amigo se sentir confortável de novo.

7.5.24

Chuvas no RS: infos concentradas para ajudar animais

Atualizado em 16 de maio de 2024

Eu demorei para escrever este post porque confesso que ando fugindo do noticiário. Já vivo entre alarmes de patê na seringa, água e remédio, por causa da reação alérgica da Pimenta à suposta picada de aranha, que agravou um quadro renal delicado (17 anos!), e da gastrite da Keka, que além desses cuidados também não me deixa dormir.

E estou exausta de Brasil ― do negacionismo climático criminoso, da influência dos ruralistas mais abjetos no Congresso, dos mesmos políticos com seus projetos de poder eleitos de novo e de novo. Há 23 projetos de lei que impulsionam a degradação ambiental tramitando atualmente e só três deputadas, logicamente de esquerda, destinaram recursos de emendas individuais para a prevenção de desastres no Rio Grande do Sul este ano!

(Fora os aumentos abusivos nos itens de necessidade básica da região, os assaltos às casas alagadas, os saques por comida, a troca de tiros com a polícia, o roubo de combustível das embarcações de resgate, os estupros nos abrigos.)

Mas os animais não têm culpa da minha rotina, não votam com o rabo e precisam de ajuda. Reuni, então, informações de fontes confiáveis para quem puder doar dinheiro, produtos ou abrigar temporariamente um peludo resgatado pelas ONGs. Incluí também perfis do Instagram para encontrar bichos perdidos, dicas para acalmar aqueles que estão fora de seu território e como estender a solidariedade às famílias ― afinal, a gente não faz diferença por aqui.

Vale mencionar, ainda, o apoio da Pet Delícia, parceira de longa data do Gatoca, que enviou mais de meia tonelada de latinhas, e O Fazedor, que desenvolveu um parquinho felino especial para o Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad).


Foto de Leandro Osório


PARA AJUDAR BICHO

:: Grupos de resgate e lar temporário

É a galera que está na linha de frente, se desdobrando para salvar cães, gatos, aves, coelhos, cavalos.

- Grupo de Resposta a Animais em Desastres (chave pix: 54.465.282/0001-21 ou via cartão de crédito: doe.gradbrasil.org.br)
- Grupo de Resgate Animal de Belo Horizonte (chave pix: 48.793.976/0001-95)
- ONG Campo Bom para Cachorro (chave pix: 24.494.672/0001-69)
- ONG Princípio Animal (chave pix: 29.880.059/0001-01)
- ONG Voluntários da Fauna (chave pix: 35.815.847/0001-09)
- Instituto Por Mais Empatia (chave pix: 46.877.372/0001-00)
- Projeto Dê Uma Chance (chave pix: projetodeumachancepoa@gmail.com)
- Resgatinhos POA (chave pix: resgatinhospoa@gmail.com)
- Gato do Mato POA (chave pix: 22.774.735/0001-05)
- Gatoteca POA (chave pix: gatotecapoa@gmail.com)
- Pet Fauna (chave pix: 002071944009)
- Gattedo (chave pix: contato@gattedo.com.br)
- Only Cats Canoas (chave pix: onlycatscanoas@gmail.com)





Filhotes resgatados pelo Only Cats boiavam presos na caixinha de transporte

SÃO PAULO

- Confraria dos Miados e Latidos (chave pix: adriana@miadoselatidos.org.br)
- Celebridade Vira-Lata (chave pix: contato@celebridadeviralata.com.br)
- Animais Gauchos (chave pix: animaisgauchos@gmail.com)
- Adote um Gatinho (lançarão uma rifa em breve!)
- ONG Bendita Adoção (chave pix: benditaadocao@gmail.com)
- Instituto Caramelo (chave pix: doe@icaramelo.org)


:: Onde reencontrar ou adotar um amigo

Dezenas de páginas foram criadas no Instagram para reunir famílias gaúchas e seus pets ― e quem não for pego precisará de um novo lar, assim como a galera resgatada pelos projetos acima. Aos tutores de Canoas, o Grad disponibilizou um WhatsApp para envio de fotos dos peludos, que serão encaminhadas aos abrigos e, em caso de identificação, entrarão em contato: (51) 99554-7154.

RIO GRANDE DO SUL

- Encontre Seu Pet
- Ache seu Pet RS
- Adotar e Encontrar - Pets
- Tô Salvo Animais

PORTO ALEGRE

- Ache seu Pet POA
- Animais Resgatados na Enchente
- Porto Alegre: Animais Resgatados da Enchente
- Dogs Enchente
- Tô Salvo Pet
- Resgatados IPA
- Abrigo de Cachorros Vítimas da Enchente
- Vem Adotar (região das Ilhas do Guaíba)
- Pontal Animais (Eldorado do Sul e Ilhas)
- Resgatados das Ilhas (Ilhas, Guaiba e Orla)
- Animais Achados e Perdidos - Enchente 2024 (Guaíba e Eldorado do Sul)
- Cães Resgatados - Centro Humanístico Vida da Baltazar
- Animais Resgatados - Escola Alcides Cunha
- Animais Resgatos Sarandi Zona Norte ♥️
- Resgates Animais Sarandi
- Projeto Anjos de Patas
- Pipoca & Graveta

NOVO HAMBURGO

- Amparo Animal
- Animais da Enchente NH
- Farms Dog Hotel
- Universiadde Feevale
- Animais Resgatados Liberato
- Animação Cão
- Abrigo de Cães Lima e Silva
- Gatos da Corte
- Abrigo Temporário Panorâmico
- Dogs Sol Nascente
- Cães Resgatados (Santo Afonso)

CANOAS

- Meu Bicho Tá Salvo
- Pet Resgatado
- Ache seu Dog Ulbra
- Cães Resgatados Canoas
- Protetor Cris Moraes

SÃO LEOPOLDO

- Animais Perdidos SL
- Encontre seu Pet SL
- Cães Resgatados (Vila Brás e arredores da Scharlau)
- Dogs Sol Nascente

OUTROS

- Ache seu Pet Esteio (Esteio)
- ONG Gepar (Esteio)
- Resgatados Estância (Estância Velha)
- Dogs Sol Nascente (Estância Velha)


:: Consultoria comportamental

Território Felino
Além de compartilhar stories no Instagram diretamente de Porto Alegre, como a lista de voluntários que estão organizando lares temporários para tirar os gatinhos dos abrigos, a veterinária Amanda Daniella oferece um help para quem quiser arriscar o LT e não sabe como fazer a adaptação: (51) 98189-7056.

Isa Gateira
Em resposta a uma seguidora, explicou em vídeo como promover segurança emocional para manter os bichanos desalojados mais calmos, já que a família se torna o único referencial de território em situações assim:

Deixe que fiquem nas caixas de transporte, se quiserem. Providencie esconderijos com caixas de papelão e mantinhas. Ofereça petiscos ― qualquer coisa que conseguirem comer é lucro. Mantenha o banheiro perto. Um ambiente mais escuro também pode minimizar o estresse. Se eles aceitarem carinho, acolha.

É possível marcar horário para um SOS comportamental solidário com ela também.

Larissa Rüncos
Psiquiatra de felinos, produziu um e-book gratuito sobre como prestar os primeiros socorros psicológicos aos peludos resgatados, destinado tanto a voluntários quanto a veterinários. E disponibilizou um formulário para quem está enfrentando dificuldades nesse manejo receber orientações.

Ela explica, ainda, que o número inferior de gatos salvos das enchentes se deve justamente ao comportamento menos gregário deles, que, diferente dos cachorros, tendem a se afastar do grupo em situações de perigo, escondendo-se e permanecendo em silêncio, além de evitar a manipulação por estranhos.


PARA AJUDAR GENTE

Como e quais roupas doar
O perfil Não Tenho Roupa ensina! Não mandar as peças sujas ou em mau estado espero que os leitores deste blog já saibam ― acreditem, doaram ao Gatoca um banheiro de gato sem lavar! Mas tem dicas em que eu nunca havia pensado, como amarrar os pares de sapatos para que não se separem no transporte.

Envio grátis pelos Correios
Mais de 10 mil agências no Brasil inteiro estão recebendo e transportando gratuitamente água (prioridade), alimentos da cesta básica, material de higiene pessoal e limpeza a seco, roupas de cama e banho, e até ração.

Para não faltar comida
O projeto Marmitas do Bem entrega 3,5 mil refeições por dia ― chave pix para doação: 53.019.216/0001-65. A Cozinha Solidária do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) triplicou a capacidade de produção graças ao financiamento coletivo, em parceria com o Apoia.se. E o Movimento dos Sem Terra (MST) lançou uma campanha pelas 500 famílias produtoras de arroz que perderam suas lavouras.

O desafio da água potável
85% da população chegou a ficar sem abastecimento e várias estações de tratamento foram destruídas, atrasando a normalização dos serviços ― Felipe Neto conseguiu arrecadar R$ 4,8 milhões para comprar 220 filtros que purificam in loco, emergencialmente, e a Força Aérea Brasileira já fez chegar às regiões atingidas.

Mutirões para reconstrução
A plataforma Meu Lar de Volta conecta pessoas que querem ajudar a quem precisa, oferecendo um mapa interativo que permite visualizar em tempo real as necessidades de cada localidade afetada ― limpeza, material de construção, kits de higiene pessoal, eletrodomésticos, cestas básicas.

Mora fora do Brasil?
Em parceria com a Frente Nacional Antirracista (FNA), a Central Única das Favelas (Cufa) recebe doações pelo PayPal e redireciona: doacoespaypal@cufa.org.br.


Divulguem outras iniciativas (que vocês conheçam) nos comentários, porque vai continuar chovendo ― e a gente não está atuando na raiz do problema.

*

Leia também: Como se preparar para uma emergência tendo gatos

26.4.24

O primeiro colo do Intrú (sim!)

Foi no dia 12, uma sexta-feira que deveria ser de faxina, mas acabou suspensa no calendário pelos cuidados com a Chocolate ― e a expectativa angustiante da partida. Por isso não contei antes, inclusive. Sentei no jardim buscando um respiro, já que outra vida só viria acompanhada de outra encarnação, e Intrú correu para encaixar a cabeça gigante no meu cafuné.


Ensaiou passar sobre as pernas cruzadas para um lado, para o outro, se equilibrou nos ossos mal-embrulhados. Até que deitou, com a cara bem enfiadinha para não restar dúvidas de que se tratava de um colo. E ronronou. De boca aberta, sua marca registrada.


Deixei o vídeo completo para vocês também aproveitarem em caso de cinzentura ― foi tanto colo que a música acabou. Duas vezes (na segunda roubei e fiz uma emenda). rs



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou

4.4.24

Intrú ganhou um cobertor e me emocionou

A foto de quando Intrú pisou no cobertor não tem a melhor qualidade e, apesar de a gente aprender no jornalismo que vale mais o registro histórico do que a plasticidade, achei melhor abrir este post com o clique das apresentações ― o frajola precisa de uma família e não podemos nos dar o luxo de contrariar os algoritmos, né?


Araçoiaba da Serra nesta época do ano lembra o deserto, com dias quentes e noites frias, o que me fez antecipar a compra do cobertorzinho. Seguindo as dicas das meninas no Cluboca, nosso clube maravilhoso de apoiadores, aliás, optei pela versão humana de solteiro, bem maior e mais barata do que as de pet ― ainda posso cortar e ter uma opção de troca para o dia da lavagem.

O pacote chegou quase junto com a criatura, que estava desaparecida há dois dias e meio ― seria muito triste segurar a manta de microfibra encarando a casinha vazia. Esperei anoitecer e mal tive tempo de ajeitar no chalé porque o peludo pulou para dentro, sem se importar com os cheiros estranhos.


A grande surpresa, porém, foi notar, já da lavanderia, a bundinha balançando do lado de fora. Saí de novo para confirmar e me deparei com esta cena:


Dez ataques depois, o encardido estava fazendo massinha (e mamando!) no seu primeiro cobertor. ❤️


Epopeia do Intruso

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:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola

3.4.24

Teste: o desaparecimento do Intrú

De todos os cuspes que me voltaram na testa durante estas quase duas décadas de proteção animal, ter um gato que vai para a rua lidera o ranking. Ok, Intrú não é exatamente meu, embora não concorde com essa interpretação dos fatos. E para sair de casa precisaria antes entrar, coisa que nunca aconteceu por causa da FeLV, que o impede de confraternizar com minhas velhinhas.

Tecnicalidades à parte, o frajola passa a maior parte do tempo por aqui, mas nenhum muro de 2 m de altura consegue segurá-lo no terreno quando bate "os cinco minutos" ― não sei do que, porque o cara de pau tem comida e roupa lavada. E está castrado!

Eis que no sábado à noite ele se jogou no mundo e não retornou para o café da manhã. Nem para o almoço. Nem para o jantar. Nem no domingo. Nem na segunda. Eu rodei o bairro chacoalhando o potinho de ração, conversei com o pessoal que está asfaltando a rua que desce, com os lixeiros, escrevi para o grupo de moradores, para a ONG, para os dois veterinários da cidade.

E chorei ― justo agora, que a pança estava começando a tomar forma?


Na terça-feira, ele brotou do solo com tanta fome que comeu a ração renal infestada de formigas que a gente havia deixado no jardim. E a ração dele. E um resto de sachê das meninas. E a latinha favorita da Pet Delícia. Nenhum arranhão. Entendi as mães que falam para os filhos que, se fizerem algo que coloque a vida em risco, vão matá-los. A sensação é essa mesmo ― alívio com nariz de palhaço.

De lá para cá, me pergunto sem sucesso: onde a criatura estava?

a) Com a segunda família, tóxica.
b) Vagando sem rumo ao bater a cabeça e perder a memória.
c) Preso em uma casa de veraneio, depois de filar a bacalhoada de Páscoa.
d) No caminho de Santiago de Compostela para ressignificar a existência.
e) Trabalhando uberizado com a pressão de quitar dívida de catnip.

Epopeia do Intruso

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