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24.10.22

Primeiro aniversário sem Mercv, 17 anos depois

É como se eu continuasse anestesiada — ou iludida. Para que sofrer se, a qualquer momento, posso acordar e encontrar o Mercv* no sofá, me esperando para o café da manhã? Sei que já se passaram cinco meses. Tratei de preencher cada um deles com os outros gatos (ainda resisto à mudança de gênero da gangue, agora exclusivamente feminina), plantas, trabalhos.

Mas não faz sentido o frajola não ter chegado aos 18 anos. Foram 4 mil dias de colo à disposição em home office. Veterinário pago mensalmente. 24 mil seringadas de água! Sim, ele já morreu em sonho. E ficou doente, de rosto inchado e vermelho. E, nesta semana, apareceu disfarçado de estranho, com uma manchinha na perna.

Isso, porém, só reforça meu ponto: Simba e Pandora me receberam com festa no reencontro onírico. Entre a gente, reina o silêncio.


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

Outros aniversários: 2021 (extra!) | 2020 (extra!) | 2019 (extra!) | 2018 (extra!) | 2017 (extra!) | 2016 | 2015 (extra!) | 2014 (extra!) | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

Despedida
:: Saudade
:: Cicatriz
:: Luto seco: um luto estranho
:: Ainda não acredito

5 comentários:

Bárbara disse...

É muito estranho o luto. Não importa quantas vezes passemos por ele, é sempre estranho, sentimo-no diferentemente para cada um que se vai.

Anônimo disse...

Já perdi tantos, meus e emprestados, que me sinto meio anestesiafa. Parece que os vejo através de um vidro translúcido. Sei a história de cada um, mas parece que sou uma observadora de fora. Anda acontecendo isto também com humanos queridos.
Regina Haagen

Unknown disse...

Tome meu abraço, sei que não é a mesma coisa, mas um dia, um dia se encontrarão de novo.

Anônimo disse...

Que seja um silêncio reconfortante! Para vocês dois!

Beatriz Levischi disse...

❤️