Gatoca acabou de retornar do apagão mundial. Enquanto eu quase cochilei na escada da sala, esperando passar os cinco minutos de breu para que o planeta pudesse respirar, uma vertente dos bigodes achou a oportunidade perfeita para brincar de bolinha na chuva, outra preferiu caçar insetos invisíveis e Chocolate continuou rosnando para o próprio rabo.
Obs.: Como só encontramos velas pretas (!?!?!) na gaveta da cozinha, não foi possível registrar as peripécias felinas dessa vez.
29.2.08
28.2.08
Golpe baixo em cinco lições
Quando quer muito alguma coisa, Keka tomba a cabeça de lado e nos atravessa com o olhar típico dos pedintes de farol. Pimenta mia baixinho, como se um último sopro de vida passasse por seu corpo àquele momento. Pipoca nos persegue incansavelmente pela casa. Pufosa solta um gritinho curto e determinado, dando a entender que a solicitação é, na verdade, uma ordem com prazo de validade vencido. E Jujuba chora, esperando que a Guda resolva a questão.
27.2.08
Igreja Universal do Reino de Bia
Acabei de surpreender Pimenta com uma lagartixa na boca e emagreci dois quilos perseguindo a peste pela casa, até fazê-la largar. A sortuda, provavelmente recém-caçada, saiu correndo incrédula, de rabo e tudo! Já posso imaginar os milhões de répteis espalhados pelo mundo, de terno puído e bíblia suada, lotando os templos da Igreja Universal do Reino de Bia para ouvir o testemunho da bispa sobre o milagre ocorrido no dia 27 de fevereiro de 2008 (e processos contra jornalistas serão terminantemente proibidos!).
26.2.08
Chegou a vez da Umaga!
Logo que adentrou o recinto, Umaga (a ex-queletinha* que estava com a Marina Kater-Calabró temporariamente) descobriu um guarda-roupa no cantinho do quarto, escalou as prateleiras sem fazer bagunça e dormiu sobre o paninho que Thais havia previamente ajeitado para essa função. Parece que até ensaiou umas brincadeiras e, timidamente, deixou-se acariciar. Quando se sentir mais à vontade com o lugar, será apresentada à Lua, sua irmã canina (e, se os gênios não baterem, saberá para onde correr - rs). Abaixo, a cartinha que me emocionou:
Boa noite, Beatriz.
"Obrigada" é a melhor forma de começar este e-mail. Obrigada pelo anjinho doce e meigo que você salvou.
Domingo, busquei a Umaga, que agora está em sua nova casa, cheia de carinho e se adaptando muito bem. Marina me contou que foi você quem a levou até a Susan, do Adote um Gatinho, uma ONG fantástica, que faz um trabalho lindo.
Quero que você saiba que essa gatinha terá sempre um lar, até que vá para o céu dos gatinhos (num dia muito distante).
Ela é muito amada, um verdadeiro anjinho que eu tive a sorte de receber em minha vida.
Obrigada!
Thais Rioto
Boa noite, Beatriz.
"Obrigada" é a melhor forma de começar este e-mail. Obrigada pelo anjinho doce e meigo que você salvou.
Domingo, busquei a Umaga, que agora está em sua nova casa, cheia de carinho e se adaptando muito bem. Marina me contou que foi você quem a levou até a Susan, do Adote um Gatinho, uma ONG fantástica, que faz um trabalho lindo.
Quero que você saiba que essa gatinha terá sempre um lar, até que vá para o céu dos gatinhos (num dia muito distante).
Ela é muito amada, um verdadeiro anjinho que eu tive a sorte de receber em minha vida.
Obrigada!
Thais Rioto
25.2.08
Flashs de Caras
No último final de semana ensolarado do mês de fevereiro, Mercvrivs, o bigode que deu origem ao Gatoca, foi flagrado por nossas lentes em pose super confortável, aproveitando a sombrinha do Celta vermelho de Eduardo, poeta, artista plástico e advogado-nas-horas-vagas.
22.2.08
BDSM* felino
Lembram quando eu contei que Chocolate fazia questão de perseguir os bigodes pela casa, bem devagarzinho, como nos filmes de terror?! Pois agora é a Guda que anda atrás dela, com cara de Anthony Hopkins, obcecada por carinho. Claro que a pequena se irrita e sai distribuindo safanões. Mas parece que a masoquista gosta, porque não desiste.
*Prática de bondage e disciplina, dominação e submissão, sadismo e masoquismo.
*Prática de bondage e disciplina, dominação e submissão, sadismo e masoquismo.
21.2.08
Certas coisas nunca mudam
Nos anos 90, toda família (inclusive a minha!) era obrigada a suportar uma adolescente gótica-romântica-sofredora, uma metaleira-trevosa-do-mal ou uma rebelde-incompreendida-que-não-usava-preto. Quase duas décadas depois, aqui em Gatoca, enquanto Keka traz florzinhas do jardim para a mãe, Jujuba caça baratas e Pimenta, passarinhos.
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20.2.08
Sinalização para a vida
Estou pensando em pintar uma faixa de pedestres aqui na sala, devido ao fluxo contínuo de bigodes em alta velocidade, e ver se consigo fazer as travessias com um pouco mais de segurança. Agora, à noite, quase fui atropelada numa perseguição enlouquecida de polícia e ladrão (daqueles que não ficam pendurados ao telefone, simulando seqüestros).
Obs.: Foto do Mercv aos dois meses de idade, quando seu único amigo para as brincadeiras de pega-pega era o ratinho de gatária.
Obs.: Foto do Mercv aos dois meses de idade, quando seu único amigo para as brincadeiras de pega-pega era o ratinho de gatária.
19.2.08
PCC: pânico em Gatoca
Essa madrugada, Mariana me acordou segurando o celular com uma mão, contando o dinheiro da carteira com a outra e dizendo que era um seqüestro. Sem entender como alguém podia ter pego o Mercv e ainda querer resgate (graças ao crachá de funcionário do mês), fui atender o telefone fixo já com tremedeira. Do outro lado, "Bruninho do PCC" ameaçava dar um tiro na cabeça do meu irmão. Opa! A sonolência, aliada ao coração de mãe, me fizera incluir bigodes inexistentes na história.
E nós acabávamos de virar estatística: tratava-se do velho golpe do terror psicológico, aplicado por bandidos de dentro dos presídios (!), que costumávamos criticar quando algum ingênuo morador de Marte caía. Sorte que recebi esse spam umas 200 vezes e consegui falar com o João, enquanto me fingia de autista para o Bruninho. Mariana confessou, porém, que ouvir o cidadão chorando desesperadamente e repetindo que ia morrer, como se fosse um parente nosso, deixa os nervos em frangalhos e você esquece completamente a razão.
Bando de filhos da puta que tiraram meu sono (e o do Mercv)!
E nós acabávamos de virar estatística: tratava-se do velho golpe do terror psicológico, aplicado por bandidos de dentro dos presídios (!), que costumávamos criticar quando algum ingênuo morador de Marte caía. Sorte que recebi esse spam umas 200 vezes e consegui falar com o João, enquanto me fingia de autista para o Bruninho. Mariana confessou, porém, que ouvir o cidadão chorando desesperadamente e repetindo que ia morrer, como se fosse um parente nosso, deixa os nervos em frangalhos e você esquece completamente a razão.
Bando de filhos da puta que tiraram meu sono (e o do Mercv)!
18.2.08
Só o sapo não lava o pé
Um belo dia, Pipoca decidiu passar a beber a água do pote com a mão. Pensei até que estivesse usando o recipiente para limpar as garras, como nas comunidades quilombolas do Gorutuba, em que o conteúdo de um único poço servia para cozinhar, tomar banho, lavar roupa (e a prefeitura só tornaria a enchê-lo em dois meses). Eis que hoje peguei a figura repetindo o ritual... com o pé! Senso de coletividade zero.
16.2.08
Passarinhoca
Este post era para ser engraçado. Eu pretendia contar que na véspera de soltar a pomba, Pimenta apareceu com as asas de um passarinho abertas sobre o rosto. Consegui tirar-lhe o jantar a força, mas o montinho de penas ficou caído no chão, todo desconjuntado. Cinza, cabia inteiro em uma das mãos. E carimbou-a de cocô vermelho enquanto eu pedia socorro na Fauna ― Mariana, assumindo o apoio técnico, tentava matar os bichinhos minúsculos que andavam pelo meu braço.
Drª. Melissa aconselhou-nos, antes de qualquer coisa, a observar de onde saía o sangue: nas fezes, indicaria hemorragia interna e dificilmente ele sobreviveria à cirurgia; no corpo, podíamos estancar com uma gaze seca; se não estivesse pingando, bastava deixá-lo quietinho e quentinho, em um quarto escuro. A experiência, por si só, já havia sido deveras traumatizante.
Eu coloquei água em uma tampinha de garrafa e preparei o mesmo cardápio da hóspede anterior. Quando considerei que os pedaços estavam suficientemente pequenos, piquei mais umas cinco vezes, para garantir.
Mas ele não comia nem apoiava um dos pés na gaiola. E, na manhã seguinte, continuava igualzinho. Corremos, então, para a clínica.
Eis que, no caminho, o safado resolveu usar as duas perninhas, piou, chacoalhou as plumas e se entupiu de mamão. Parecia adivinhar que devia sorrir para se livrar dos remédios. Ou que a papinha que a veterinária lhe receitaria tinha gosto de Chocooky. Nem acreditamos que o ataque da Diana perfurara apenas de leve uma das asas. Era um sanhaço filhote, que provavelmente mal sabia voar e ainda comia na boca.
Nós podíamos experimentar soltá-lo no jardim e ver se ele voltava para casa. Em caso de fracasso, o alimentaríamos até que aprendesse a ganhar os céus, correndo o risco de ele nunca mais partir, por nos considerar suas mães. Ou o entregaríamos direto ao Parque Estoril, onde certamente seria cuidado por biólogos e veterinários, pois se tratava de um pássaro raro da fauna brasileira, não uma praga urbana.
Escolhemos a primeira opção, mas, por conta da chuva, preferimos esperar mais um dia. Foi aí que o texto ganhou contornos de tristeza. Será que o aquecedor estava forte demais? Ou Godofredo (como Mariana o batizara desconhecendo o significado) engasgara com os grãozinhos do pão integral? Talvez, tenha morrido por estresse do cativeiro. Completamente solitário.
Quando o encontrei tombado sobre a tampinha de água, senti-me culpada por não visitá-lo de madrugada, já que havia precisado levantar para tomar remédio. Lembrei dele espirrando mamão pelo quarto inteiro e, meia hora depois, dormindo de suspirar. Até desisti de dar a última papinha, na seringa de fartos 1 ml. Antes de deitar, aliás, confesso que achei estranho ele cochilar de lado. Mas, como acontecera à tarde também e a respiração parecia normal, desencanei.
Por que me deixaram salvá-lo para esse desfecho? Admito que não sei lidar com a perda ― ou com as coisas que fogem do controle da minha insignificância. E meu coração só parou de retorcer quando Drª. Melissa disse que a culpa era do trauma causado pela Pimenta. Às vezes, passam-se meses do choque, mas a sensação fica armazenada no corpo do animal e, cedo ou tarde, os órgãos acabam paralisando (cientificamente não consigo explicar).
Nas aves, esse processo ocorre de forma especialmente rápida: saltitante em um dia, estrelinha no outro. Resta-nos o consolo de que toda a correria proporcionou ao pequeno uma partida menos thriller. Agora, o mamão do café da manhã vem carregado de lembranças. E pode parecer loucura, mas juro que um casal de sanhaços insiste em gritar aqui na janela do escritório há duas semanas.
O que está acontecendo com os passarinhos de São Bernardo?!?!?!?!?!
Anteontem, Pimenta (alimentada com ração super premium!) caçou outro infeliz. E, dessa vez, o estrago foi grande. O bichinho, de peito amarelo, nem conseguia ficar em pé. Quando tentava voar, só dava cambalhotas, quicando peito e costas no chão freneticamente. Para melhorar, a cabeça sobrou tombada de lado. Completamente falida, graças à pomba e ao sanhaço, eu recorri à irmã de uma amiga, estudante de veterinária.
Ela me falou da tal síndrome vestibular, que faz o animal perder o equilíbrio por causa de uma pancada justamente na cabeça descoordenada. Para se recuperar, portanto, ele precisaria tomar vitamina diluída em água ao longo do dia e antiinflamatório. A cauda, que virara ao contrário, deveria ser imobilizada com palito de sorvete. E as feridas, cuidadas com pomada. Eu concluí que sairia mais barato levá-lo ao veterinário. E, se ele passasse da primeira noite, ainda corria o risco de ficar tortinho para sempre.
A polícia ambiental nem quis saber do caso: "Minha senhora, com a escassez de profissionais no Estado, a ave morreria antes de encontrarmos um lugar para entregá-la. Pode mantê-la aí mesmo, na sua casa, que ela se cura sozinha". Resignadas, Mariana e eu tampamos as janelas do banheiro com um cobertor, arrumamos uma caixinha acolchoada para acomodar o convalescente, ligamos o aquecedor e tentamos dar comida na boca. Mas ele não agüentou.
Drª. Melissa aconselhou-nos, antes de qualquer coisa, a observar de onde saía o sangue: nas fezes, indicaria hemorragia interna e dificilmente ele sobreviveria à cirurgia; no corpo, podíamos estancar com uma gaze seca; se não estivesse pingando, bastava deixá-lo quietinho e quentinho, em um quarto escuro. A experiência, por si só, já havia sido deveras traumatizante.
Eu coloquei água em uma tampinha de garrafa e preparei o mesmo cardápio da hóspede anterior. Quando considerei que os pedaços estavam suficientemente pequenos, piquei mais umas cinco vezes, para garantir.
Mas ele não comia nem apoiava um dos pés na gaiola. E, na manhã seguinte, continuava igualzinho. Corremos, então, para a clínica.
Eis que, no caminho, o safado resolveu usar as duas perninhas, piou, chacoalhou as plumas e se entupiu de mamão. Parecia adivinhar que devia sorrir para se livrar dos remédios. Ou que a papinha que a veterinária lhe receitaria tinha gosto de Chocooky. Nem acreditamos que o ataque da Diana perfurara apenas de leve uma das asas. Era um sanhaço filhote, que provavelmente mal sabia voar e ainda comia na boca.
Nós podíamos experimentar soltá-lo no jardim e ver se ele voltava para casa. Em caso de fracasso, o alimentaríamos até que aprendesse a ganhar os céus, correndo o risco de ele nunca mais partir, por nos considerar suas mães. Ou o entregaríamos direto ao Parque Estoril, onde certamente seria cuidado por biólogos e veterinários, pois se tratava de um pássaro raro da fauna brasileira, não uma praga urbana.
Escolhemos a primeira opção, mas, por conta da chuva, preferimos esperar mais um dia. Foi aí que o texto ganhou contornos de tristeza. Será que o aquecedor estava forte demais? Ou Godofredo (como Mariana o batizara desconhecendo o significado) engasgara com os grãozinhos do pão integral? Talvez, tenha morrido por estresse do cativeiro. Completamente solitário.
Quando o encontrei tombado sobre a tampinha de água, senti-me culpada por não visitá-lo de madrugada, já que havia precisado levantar para tomar remédio. Lembrei dele espirrando mamão pelo quarto inteiro e, meia hora depois, dormindo de suspirar. Até desisti de dar a última papinha, na seringa de fartos 1 ml. Antes de deitar, aliás, confesso que achei estranho ele cochilar de lado. Mas, como acontecera à tarde também e a respiração parecia normal, desencanei.
Por que me deixaram salvá-lo para esse desfecho? Admito que não sei lidar com a perda ― ou com as coisas que fogem do controle da minha insignificância. E meu coração só parou de retorcer quando Drª. Melissa disse que a culpa era do trauma causado pela Pimenta. Às vezes, passam-se meses do choque, mas a sensação fica armazenada no corpo do animal e, cedo ou tarde, os órgãos acabam paralisando (cientificamente não consigo explicar).
Nas aves, esse processo ocorre de forma especialmente rápida: saltitante em um dia, estrelinha no outro. Resta-nos o consolo de que toda a correria proporcionou ao pequeno uma partida menos thriller. Agora, o mamão do café da manhã vem carregado de lembranças. E pode parecer loucura, mas juro que um casal de sanhaços insiste em gritar aqui na janela do escritório há duas semanas.
O que está acontecendo com os passarinhos de São Bernardo?!?!?!?!?!
Anteontem, Pimenta (alimentada com ração super premium!) caçou outro infeliz. E, dessa vez, o estrago foi grande. O bichinho, de peito amarelo, nem conseguia ficar em pé. Quando tentava voar, só dava cambalhotas, quicando peito e costas no chão freneticamente. Para melhorar, a cabeça sobrou tombada de lado. Completamente falida, graças à pomba e ao sanhaço, eu recorri à irmã de uma amiga, estudante de veterinária.
Ela me falou da tal síndrome vestibular, que faz o animal perder o equilíbrio por causa de uma pancada justamente na cabeça descoordenada. Para se recuperar, portanto, ele precisaria tomar vitamina diluída em água ao longo do dia e antiinflamatório. A cauda, que virara ao contrário, deveria ser imobilizada com palito de sorvete. E as feridas, cuidadas com pomada. Eu concluí que sairia mais barato levá-lo ao veterinário. E, se ele passasse da primeira noite, ainda corria o risco de ficar tortinho para sempre.
A polícia ambiental nem quis saber do caso: "Minha senhora, com a escassez de profissionais no Estado, a ave morreria antes de encontrarmos um lugar para entregá-la. Pode mantê-la aí mesmo, na sua casa, que ela se cura sozinha". Resignadas, Mariana e eu tampamos as janelas do banheiro com um cobertor, arrumamos uma caixinha acolchoada para acomodar o convalescente, ligamos o aquecedor e tentamos dar comida na boca. Mas ele não agüentou.
15.2.08
Mais uma ex-queletinha encaminhada!
Keiko, a tricolor que estava com a Yone provisoriamente, foi adotada no sábado e ganhou uma irmã felina! Clara escreveu para contar que, no começo, as duas trocavam vários fuzzzzzzzzzz, mas agora Sara anda morrendo de vontade de conhecer a nova hóspede. O problema é que a ex-queletinha* continua fazendo jogo duro. Pelo menos resolveu sair do esconderijo sob a cama e já se sente mais confortável em explorar a casa, toda carinhosa e faladeira.
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
14.2.08
Aniversariante do mês – fevereiro de 2008
Hoje, faz um ano que Chocolate* aportou em Gatoca com seu nariz suíço. Eu passei o dia no hospital, virótica, por isso o post atrasou. Mas ainda deu tempo de abrir uma latinha de carne com vegetais, enchê-la de apertões e juntar os outros nove bigodes para cantar "parabéns".
*Novelinha: Conheça a história da Chocolate
*Novelinha: Conheça a história da Chocolate
13.2.08
Tortinha de maçã acompanha, senhora?
Balançando na coleira de elástico, Mercvrivs costumava ostentar uma medalha em forma de peixinho, com seu nome e telefone gravados no centro. Coisa chique, de pet shop! Um ano se passou, a escrita enferrujou (como toda boa porcaria comercializada atualmente) e amanhã, se ele resolver fugir de casa, nunca mais teremos notícias. Resolvi, então, colocar as habilidades manuais para funcionar e confeccionei eu mesma seu crachá de identificação: cortei a capinha plástica de uma credencial velha, anotei os dados do peludo à caneta numa folha de sulfite e colei as bordas com durex, para garantir a impermeabilidade. Nascia o "funcionário do mês"!
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12.2.08
Dica de sobrevivência na cidade
Após três noites dormindo praticamente sentada, quatro horas no hospital, uma semana de fisioterapia e oito comprimidos de Mioflex A, voltei para a academia. Rodrigo, o instrutor, disse que a contratura muscular ocorreu por falta de aquecimento na hora do esforço físico. Fica a dica, então: sempre que forem capturar uma pomba, façam um breve alongamento antes, pessoal!
11.2.08
Faquir*
Essa noite, deixei o Simba dormir comigo para ver se a depressão pós-Otodem passava (rodiziar dez bigodes na cama, sofrendo de uma rinite alérgica desgraçada, não é tarefa fácil e sempre tem alguém que sobra se sentindo rejeitado). Virei de lado, puxei o cobertor e esperei que ele se ajeitasse pertinho. Eis que o figura preferiu deitar em cima de mim, com todos os seus seis quilos! Detalhe: estou pesando dez a menos do que na fase em que já parecia um cabo de vassoura.
*Faquires são pessoas capazes de sonhar sobre camas de pregos, entre outras habilidades.
*Faquires são pessoas capazes de sonhar sobre camas de pregos, entre outras habilidades.
9.2.08
Wanted!
Lembram da trufadinha que passava o dia sentada na porta do Eduardo, nós levamos para castrar e abrigamos na casa dos avós dele, esperando que um chocólatra-gateiro se interessasse em adotá-la?! Pois ontem a hiperativa conseguiu ludibriar os velhinhos e desapareceu. Já rodamos Utinga (Santo André) inteira, sem sucesso. Quem tiver qualquer notícia, por favor, mande sinal de fumaça. Quando me recordo dela no presépio de Natal, achando que era o menino Jesus, o coração fica pequenininho...
Para ampliar, cliquem na imagem
Varig! Varig! Varig!
Descobri um jeito de medicar a infecção de ouvido do Simba, sem que ele consiga chacoalhar o Otodem todinho na minha blusa: chuto a quantidade aproximada de remédio no conta-gotas, enfio no fundo do buraco e aperto de uma vez só. Não se trata de um método preciso, mas tem funcionado. Acontece que o leãozinho passa o resto do dia perambulando pela casa com as orelhas abaixadas, pensando que é um avião.
8.2.08
Gatoca na capa da Folha Online!
Obrigada por avisar, Marina! Mandei a foto da Guda para os "mascotes da semana" ontem, com uma pequena descrição, e fiquei surpresa em ver o destaque que a equipe da Folha Online deu ao blog: http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u370511.shtml.
Tiny Toon visita Gatoca
Dia desses, um amigo de faculdade da Mariana, resolveu visitar-nos munido de seus dois filhos pequenos: Gustavo, com 4 anos, e Nicholas, com 2. No momento em que avistaram o primeiro bigode, as pestes puseram-se a correr e gritar psicoticamente pela casa, obrigando todo mundo a se esconder sob os móveis. E cada infeliz encontrado ganhava um tapa-carinho no nariz, de partir o coração. Tentei distraí-los com outros brinquedos, investi na conversa-sem-sentido-infantil, dei ursinho de pelúcia de presente, mas eles só tinham olhos para os "gatiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinhos". E o pai conversando na sala! Já não sabia mais o que fazer, quando a idéia de abrir a janela do escritório iluminou-me e fui literalmente atropelada por uma manada felina em desespero. Simba, pelo jeito, nem dormiu àquela noite.
Obs.: Esse post ficou sem foto porque não sobrou um bigode no recinto com as Felícias para contar a história!
Obs.: Esse post ficou sem foto porque não sobrou um bigode no recinto com as Felícias para contar a história!
7.2.08
Ascensão social
Lembram que Sayuri foi devolvida no dia seguinte à adoção, porque subia nos móveis do apartamento? Pois, em menos de um mês, a sortuda ganhou a chance de morar no Morumbi! Sandra sempre teve gatos e, desde que se mudou, estava mesmo sentindo falta de um bigode. Espero que a lembrança do cortiço da dona Lourdes* fique cada vez mais distante no coraçãozinho dessa pequena. :)
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
The end?
Nesse feriado de Carnaval, Susan conseguiu doar vários bigodes e pôde pegar o esqueletinho com a mancha no nariz de volta. O frajola que havia ficado na clínica veterinária por falta de espaço, aliás, já está na casa dela [foto abaixo]. E o pretão fugitivo, infelizmente, não apareceu mais. Isso quer dizer que restam no cortiço apenas as três fêmeas "castradas" e o amarelo, peludos que dona Lourdes se recusa a abrir mão. Seria o fim do nosso caso*?!
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
6.2.08
Pomboca
O mundo é habitado por dois tipos de pessoas: as de bom senso, que acreditam que pombas destroem edifícios históricos com seus dejetos orgânicos, e as insanas, que gastam R$ 60 no veterinário especializado em animais silvestres para salvá-las.
Dia 21 de janeiro, quando eu estacionei o carro no templo da tortura moderna conhecido como "academia de musculação", reparei logo na criatura de penas negras, dando voltas sobre si mesma. Como uma hora depois ela continuava ali, liguei para o Eduardo, menino de infância curtida no campo, e constatei que não se tratava de comportamento padrão.
Tentei pegá-la com o caderno de veículos, oferecido pelo dono do lugar, mas o jornal fazia barulho e só aumentava a angústia da pobrezinha. Até que me senti obrigada a usar a blusa de pompom rosa, tão querida. Em uma manobra rápida, acomodei-a no braço esquerdo e, com o direito, rumei sem cinto de segurança para a clínica da Kennedy, que aceitara o corpinho endurecido da Wally, ano passado. Eles não entendiam de aves, mas me indicaram a Fauna e lá fomos nós, desajeitadamente.
Drª. Melissa diagnosticou cloaca prolapsada e explicou que ela provavelmente necrosaria em dois dias, levando à morte. A pomba precisava tomar injeções de antiinflamatório e antibiótico por três manhãs, além do soro, e manter-se aquecida. Se a hipótese de cuidar do ser alado junto a dez gatos parecia absurda, eu desisti de vez ao saber das moscas-de-pombo, que impregnam os cabelos feito piolho. Já pensaram uma infestação em Gatoca?
A alternativa seria entregá-la à Polícia Ambiental, que encaminharia o caso ao zoológico do Parque Estoril. Mas será que alguém, além de mim, perderia tempo com uma praga urbana? Sorte que Amanda, a estagiária, rendeu-se aos meus lamentos e concordou em ficar responsável pela enferma durante o tratamento inicial, contanto que eu levasse a comida: quirela de milho, frutas, verduras escuras e arroz.
Não encontrei a tal quirela, comprei farinha de milho que só serviria para a avó da veterinária cozinhar um cuscuz, roubei maçãs da geladeira em vez de opções moles, mais propícias, mas acertei no arroz! A pomba (que acabou sem nome por conta da ausência de dimorfismo sexual) pesava 320 gramas. Sua temperatura oscilava em torno de 42ºC. E, como qualquer animal de vida livre, ela podia colecionar bichinhos e transmitir doenças, nada, porém, exclusivo.
Sobreviveu à sutura com anestesia local e, depois de três dias, já sem moscas, pediram-me para continuar as compressas de arnica em casa: "Quem medica gatos, tira uma pombinha de letra", garantiu-me Drª. Melissa. Eu ajeitei a gaiola no banheiro do quarto dos fundos, devidamente blindado, preparei um pote de comida bem picadinha e fiquei com dó ao observar o pouco espaço que lhe restara.
Que mal haveria soltá-la em um cubículo um pouco maior?
Sim, eu ignorava completamente a falta de inteligência dos integrantes dessa espécie: a figura caminhava sobre o mamão como se nada existisse ali, derrubava água em si mesma, alagava as revistas, bicava as paredes, fazia cocô (mais fedido que dos dez bigodes juntos!) na escarola, na pia, na privada...
Sem contar que eu morria de medo dela ― tanto ou mais do que ela de mim. E, sempre que tentava segurá-la, era presenteada com a Dança da Pombinha, cujos passos laterais ligeiros acabavam sob o armário dos papéis higiênicos. Lia, a faxineira-anjo-da-guarda, ajudou-me com a primeira compressa e eu desencanei das outras.
No dia seguinte, feriado em São Paulo, Eduardo veio de Utinga até aqui para darmos o remédio da seringa oralmente. Eu mal toquei o êmbolo e a dose ultrapassou a prescrição veterinária. Ai!... Sábado, nem Mariana conseguiu pegá-la e a medicação teve de esperar até a noite, quando o namorado finalmente se livrara do trabalho. Para ser sincera, só no domingo nós cumprimos a meta de quatro compressas + remédio matinal.
Antes de partir, Eduardo ainda devolveu a arruaceira na gaiola, almejando facilitar a retirada dos pontos, na segunda-feira. Só que a infeliz capotou o recipiente de água e ficou toda espetada de frio, obrigando-me a ligar o aquecedor empoeirado (que a gente nunca usa porque gasta muita energia) a madrugada inteira!
Para melhorar, Drª. Melissa não poderia nos atender de manhã. Eu soltei a prisioneira novamente, esquecendo do remédio. Lia ofereceu seus préstimos como de costume, mas, dessa vez, caçou a bichinha pelas asas, fazendo-a gritar de dor e eu me contorcer de culpa.
Melhor me virar sozinha. Munida de toalha, eu parti para cima da fugitiva, dei um mau jeito absurdo na coluna (uma semana sem girar o tronco para a direita nem recolher coisas do chão!), mas consegui capturá-la. O martírio da limpeza do banheiro a cada duas horas estava chegando ao fim.
Drª Melissa desfez a costura de linha preta e bombardeou: a cloaca deveria ficar em observação por mais alguns dias. Se tornasse a prolapsar, restar-me-ia escolher entre a eutanásia e os R$ 450 da cirurgia. Eu respirei fundo e nós voltamos para casa. A pomba passava a maior parte do tempo escondida, recusando-se a comer. A gente tentou ovo cozido, pão integral, espinafre.
Quinta-feira (31.01), quando a chuva finalmente cessou e eu percebi que ela não saía do parapeito da janela, conferi a cloaca e decidi libertá-las. Tomei o cuidado, obviamente, de fazê-lo na rua da academia para evitar que elas reconhecessem o cativeiro e resolvessem aparecer para almoçar (ou serem almoçadas).
A pomba se livrou da toalha antes que eu pudesse preparar a máquina fotográfica, chacoalhou as plumas, contornou-me em despedida, abriu as asas e voou a perder de vista. Emocionada, eu depositei o resto da comida na calçada, caso ela sentisse fome mais tarde. Marombados e vizinhos olhavam-me com estranheza.
Dia 21 de janeiro, quando eu estacionei o carro no templo da tortura moderna conhecido como "academia de musculação", reparei logo na criatura de penas negras, dando voltas sobre si mesma. Como uma hora depois ela continuava ali, liguei para o Eduardo, menino de infância curtida no campo, e constatei que não se tratava de comportamento padrão.
Tentei pegá-la com o caderno de veículos, oferecido pelo dono do lugar, mas o jornal fazia barulho e só aumentava a angústia da pobrezinha. Até que me senti obrigada a usar a blusa de pompom rosa, tão querida. Em uma manobra rápida, acomodei-a no braço esquerdo e, com o direito, rumei sem cinto de segurança para a clínica da Kennedy, que aceitara o corpinho endurecido da Wally, ano passado. Eles não entendiam de aves, mas me indicaram a Fauna e lá fomos nós, desajeitadamente.
Drª. Melissa diagnosticou cloaca prolapsada e explicou que ela provavelmente necrosaria em dois dias, levando à morte. A pomba precisava tomar injeções de antiinflamatório e antibiótico por três manhãs, além do soro, e manter-se aquecida. Se a hipótese de cuidar do ser alado junto a dez gatos parecia absurda, eu desisti de vez ao saber das moscas-de-pombo, que impregnam os cabelos feito piolho. Já pensaram uma infestação em Gatoca?
A alternativa seria entregá-la à Polícia Ambiental, que encaminharia o caso ao zoológico do Parque Estoril. Mas será que alguém, além de mim, perderia tempo com uma praga urbana? Sorte que Amanda, a estagiária, rendeu-se aos meus lamentos e concordou em ficar responsável pela enferma durante o tratamento inicial, contanto que eu levasse a comida: quirela de milho, frutas, verduras escuras e arroz.
Não encontrei a tal quirela, comprei farinha de milho que só serviria para a avó da veterinária cozinhar um cuscuz, roubei maçãs da geladeira em vez de opções moles, mais propícias, mas acertei no arroz! A pomba (que acabou sem nome por conta da ausência de dimorfismo sexual) pesava 320 gramas. Sua temperatura oscilava em torno de 42ºC. E, como qualquer animal de vida livre, ela podia colecionar bichinhos e transmitir doenças, nada, porém, exclusivo.
Sobreviveu à sutura com anestesia local e, depois de três dias, já sem moscas, pediram-me para continuar as compressas de arnica em casa: "Quem medica gatos, tira uma pombinha de letra", garantiu-me Drª. Melissa. Eu ajeitei a gaiola no banheiro do quarto dos fundos, devidamente blindado, preparei um pote de comida bem picadinha e fiquei com dó ao observar o pouco espaço que lhe restara.
Que mal haveria soltá-la em um cubículo um pouco maior?
Sim, eu ignorava completamente a falta de inteligência dos integrantes dessa espécie: a figura caminhava sobre o mamão como se nada existisse ali, derrubava água em si mesma, alagava as revistas, bicava as paredes, fazia cocô (mais fedido que dos dez bigodes juntos!) na escarola, na pia, na privada...
Sem contar que eu morria de medo dela ― tanto ou mais do que ela de mim. E, sempre que tentava segurá-la, era presenteada com a Dança da Pombinha, cujos passos laterais ligeiros acabavam sob o armário dos papéis higiênicos. Lia, a faxineira-anjo-da-guarda, ajudou-me com a primeira compressa e eu desencanei das outras.
No dia seguinte, feriado em São Paulo, Eduardo veio de Utinga até aqui para darmos o remédio da seringa oralmente. Eu mal toquei o êmbolo e a dose ultrapassou a prescrição veterinária. Ai!... Sábado, nem Mariana conseguiu pegá-la e a medicação teve de esperar até a noite, quando o namorado finalmente se livrara do trabalho. Para ser sincera, só no domingo nós cumprimos a meta de quatro compressas + remédio matinal.
Antes de partir, Eduardo ainda devolveu a arruaceira na gaiola, almejando facilitar a retirada dos pontos, na segunda-feira. Só que a infeliz capotou o recipiente de água e ficou toda espetada de frio, obrigando-me a ligar o aquecedor empoeirado (que a gente nunca usa porque gasta muita energia) a madrugada inteira!
Para melhorar, Drª. Melissa não poderia nos atender de manhã. Eu soltei a prisioneira novamente, esquecendo do remédio. Lia ofereceu seus préstimos como de costume, mas, dessa vez, caçou a bichinha pelas asas, fazendo-a gritar de dor e eu me contorcer de culpa.
Melhor me virar sozinha. Munida de toalha, eu parti para cima da fugitiva, dei um mau jeito absurdo na coluna (uma semana sem girar o tronco para a direita nem recolher coisas do chão!), mas consegui capturá-la. O martírio da limpeza do banheiro a cada duas horas estava chegando ao fim.
Drª Melissa desfez a costura de linha preta e bombardeou: a cloaca deveria ficar em observação por mais alguns dias. Se tornasse a prolapsar, restar-me-ia escolher entre a eutanásia e os R$ 450 da cirurgia. Eu respirei fundo e nós voltamos para casa. A pomba passava a maior parte do tempo escondida, recusando-se a comer. A gente tentou ovo cozido, pão integral, espinafre.
Quinta-feira (31.01), quando a chuva finalmente cessou e eu percebi que ela não saía do parapeito da janela, conferi a cloaca e decidi libertá-las. Tomei o cuidado, obviamente, de fazê-lo na rua da academia para evitar que elas reconhecessem o cativeiro e resolvessem aparecer para almoçar (ou serem almoçadas).
A pomba se livrou da toalha antes que eu pudesse preparar a máquina fotográfica, chacoalhou as plumas, contornou-me em despedida, abriu as asas e voou a perder de vista. Emocionada, eu depositei o resto da comida na calçada, caso ela sentisse fome mais tarde. Marombados e vizinhos olhavam-me com estranheza.
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Coração de pudim,
Vale a pena ler de novo
4.2.08
Gatinha vegetariana
Para matar a saudade dos sanduíches de padaria, Eduardo e eu resolvemos experimentar a tal da glutadela (mortadela de glúten, 100% vegetal). O cheiro é bem parecido e o tempero, apimentado na medida certa. Mas a textura causa um certo estranhamento. Ao menos para humanos.
Obs.: Os cubinhos que Chocolate não comeu ficaram perfeitos na torta de liquidificador!
Obs.: Os cubinhos que Chocolate não comeu ficaram perfeitos na torta de liquidificador!
2.2.08
Esqueletinhos: tudinho-num-montão-no-fim-do-ano
Deixei as notícias sobre esqueletinhos* da dona Lourdes acumularem por causa de uma contratura muscular, uma pomba com a cloaca prolapsada e um sanhaço filhote suicida. Ainda bem que o feriado de Carnaval existe (e que no meu bairro só moram velhinhos!).
Tricolores ao cubo
No dia 25, como dona Lourdes havia me prometido, Susan resgatou a família tricolor nascida no armário das baratas. Eles estão hospedados com a Mariana Bellegarde, por causa da superlotação (e das viroses) dos nossos lares.
Las cucarachas
Cansei de escrever que o cortiço é infestado de baratas, né? Nessa mesma sexta-feira, Susan teve o prazer de visitá-lo à noite e contou que não dava nem para ver o fundo dos potes de arroz, de tanta cascuda! Elas haviam tomado as paredes, o teto, despencavam em cachos para todos os lados. Eis que a velha resolve matar uma branca e ainda explica que não gostava delas porque devoravam as pretas: "Eu morro de dó, sabe? Elas levam uma vida miserável em busca de abrigo e comida". ?!?!
Castração em massa
Dia 30, rolou uma verdadeira "operação castração" no cortiço. Dona Lourdes separou cinco machos, já que um havia fugido. As três fêmeas ela jurou serem operadas.
Dirigi até a clínica veterinária com o nariz tampado, porque dentro das caixinhas de transporte havia uma mistura de cocô, ração e pedaços de salsicha. Isso mesmo: a maluca encheu o povo de comida antes da cirurgia. Para evitar que tivessem um treco, Drª. Angélica deixou-os por último e Susan acabou abrigando-os em casa. Não dava para devolver todo mundo bêbado da anestesia num sobrado sem porta para a rua, né?
Na manhã seguinte, a velha fez questão de comentar com as meninas que eu estava um amor. Chamei seu nome quando cheguei, peguei os esqueletinhos e me despedi sem dizer mais que três palavras. rs
Coração de melão
Dos cinco castrados, Susan acabou ficando (mesmo sem poder!) com o tigrado e o frajola. Um outro frajola, de quem ainda não temos foto, sequer saiu da clínica. E o amarelo e o da manchinha no nariz, infelizmente, voltaram para a dona Lourdes. Restam, portanto, seis gatos no cortiço: três machos e três fêmeas!
Rumo a Pasárgada
Lembram que eu falei que o imóvel estava à venda? Pois essa semana Meg constatou que não há mais móveis na sala. Nem geladeira na cozinha. Parece que o sobrinho interesseiro passou tudo para frente, porque andam recebendo propostas de compra. Temos medo de que eles levem dona Lourdes embora sem avisar e larguem os gatos para serem demolidos com a construção. Alguém tem um banheirinho temporário dando sopa?
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
Tricolores ao cubo
No dia 25, como dona Lourdes havia me prometido, Susan resgatou a família tricolor nascida no armário das baratas. Eles estão hospedados com a Mariana Bellegarde, por causa da superlotação (e das viroses) dos nossos lares.
Las cucarachas
Cansei de escrever que o cortiço é infestado de baratas, né? Nessa mesma sexta-feira, Susan teve o prazer de visitá-lo à noite e contou que não dava nem para ver o fundo dos potes de arroz, de tanta cascuda! Elas haviam tomado as paredes, o teto, despencavam em cachos para todos os lados. Eis que a velha resolve matar uma branca e ainda explica que não gostava delas porque devoravam as pretas: "Eu morro de dó, sabe? Elas levam uma vida miserável em busca de abrigo e comida". ?!?!
Castração em massa
Dia 30, rolou uma verdadeira "operação castração" no cortiço. Dona Lourdes separou cinco machos, já que um havia fugido. As três fêmeas ela jurou serem operadas.
Dirigi até a clínica veterinária com o nariz tampado, porque dentro das caixinhas de transporte havia uma mistura de cocô, ração e pedaços de salsicha. Isso mesmo: a maluca encheu o povo de comida antes da cirurgia. Para evitar que tivessem um treco, Drª. Angélica deixou-os por último e Susan acabou abrigando-os em casa. Não dava para devolver todo mundo bêbado da anestesia num sobrado sem porta para a rua, né?
Na manhã seguinte, a velha fez questão de comentar com as meninas que eu estava um amor. Chamei seu nome quando cheguei, peguei os esqueletinhos e me despedi sem dizer mais que três palavras. rs
Coração de melão
Dos cinco castrados, Susan acabou ficando (mesmo sem poder!) com o tigrado e o frajola. Um outro frajola, de quem ainda não temos foto, sequer saiu da clínica. E o amarelo e o da manchinha no nariz, infelizmente, voltaram para a dona Lourdes. Restam, portanto, seis gatos no cortiço: três machos e três fêmeas!
Rumo a Pasárgada
Lembram que eu falei que o imóvel estava à venda? Pois essa semana Meg constatou que não há mais móveis na sala. Nem geladeira na cozinha. Parece que o sobrinho interesseiro passou tudo para frente, porque andam recebendo propostas de compra. Temos medo de que eles levem dona Lourdes embora sem avisar e larguem os gatos para serem demolidos com a construção. Alguém tem um banheirinho temporário dando sopa?
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
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