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25.2.22

Pensando em trocar gato por vaca...

Com o Leo de tornozelo quebrado, o mato do nosso terreno atingiu proporções nunca dantes vistas. E foi ficando cada vez mais difícil regar as plantas (ou encontrá-las para regar), almoçar rúcula, entrar e sair de casa. Eu até me aventurei a estrear o cortador de grama, recebido no dia em que ele caiu no buraco (literalmente).


Mas levei três horas para carpir só a parte da frente do lote — o gatil, onde a Keka está, parece brazilian wax perto do resto. Resolvi, então, criar um jogo de tabuleiro em tamanho real, abrindo um novo caminho por dia até os lugares onde precisaria ir.


E tenho calculado as vantagens e desvantagens de trocar os oito bigodes por uma vaca.


Tudo isso para explicar que o Gramado da Fama neste mês está mais para Matagal da Fama. Mas ainda dá para ver a gata e a plaquinha da Elaigne Rodrigues, né? — apoiadora nova do Gatoca e tutora do Léo, da Mya e do Louis, um cachorrinho que ganha bolo com nome de aniversário. ❤️


Quer se juntar aos despioradores de mundo e participar do melhor grupo do WhatsApp? Clica e vem — tem outras recompensas! O financiamento coletivo me permite investir em projetos alternativos, como a série sobre O Encantador de Gatos (primeiro capítulo aqui), e o futuro jogo de tabuleiro para crianças — acabei de fazer um curso com os queridos do Zebra 5!

Obrigada por não me deixarem acreditando sozinha, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim...

...Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Amanda Midori, Karine de Cabedelo, Michely Nishimura, Ana Paula de Vilas Boas, Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Márcia Mentz, Carmen Lucia Aguiar, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano e Maria Beatriz Ribeiro!

18.2.22

Pufosa inventou o chiclete de dente!

Pensem no barulho de ossos sendo mastigados. Agora imaginem uma gata fazendo esse som com os dentes, a mandíbula ou os dois junto. Foi assim que Pufosa e eu paramos no raio-x — ela tentando se esconder da veterinária camuflada de esqueleto, embora ainda sobrassem uns quilinhos, e eu brincando de guerreira medieval (ou monge franciscano?).






Apesar do sorriso branquinho, que me fez relutar em pagar o exame, as radiografias identificaram um desgaste ("presença de halo de osteólise") nas raízes de cinco dentes, dos dois lados da boca — cujo mal-estar a criatura provavelmente ameniza "coçando", em uma releitura de unha raspando na lousa.



E a gente está na torcida para resolver com remédio, porque anestesia aos (quase) 15 anos complica. A experiência de sair de casa pela primeira vez sem a mãe e as irmãs já deve ter sido tão assustadora (vídeo no story do Instagram) que ela voltou a comer bem. rs

16.2.22

Aniversariante do mês – fevereiro de 2022

Chocolate* completou 15 anos em Gatoca justo no dia em que eu dirigi 50 minutos e paguei dois pedágios para Pufosa fazer um raio-x — história que contarei no próximo post. Ainda ganhou sachê de rebarba, como recompensa do estresse sofrido pela irmã. Mas ok, porque o melhor presente que poderíamos dar a ela acho foi desembrulhado na semana anterior.

Lembram que comentei que a criatura estava me deixando louca com os urros na porta do quarto, de madrugada? Pois parece que era carência. Isso mesmo: não há prazo de validade para uma gata ranheta resolver gostar de colo aéreo, que tenho oferecido toda noite, antes de levá-la para a cesta com almofada de joaninha, e patê na colher, emprestado da Pipoca, e escovação, de leve.

Agora, a pequena se põe na estante vermelha do corredor, esperando a gente passar para cobrar atenção — um pedágio que fico bem mais feliz em pagar.


*Novelinha: Conheça a história da Chocolate

Outros aniversários: 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

11.2.22

Pancinha de gato: alerta ou gostosura?

Sabem a pelanca na barriga que alguns gatos têm, aquela que balança de um jeito engraçado quando eles correm? Ok, a quem estou querendo enganar omitindo nomes? Mercv é o rei da pancinha! Desde pequeno. Lembro até de perguntar ao veterinário como uma criatura magrela podia desfilar tamanha flacidez abdominal e a resposta foi cortante: "Genética, oras, como acontece com humanos".

Pois se a bolsa primordial não está necessariamente ligada ao excesso de peso do animal, para que serve? Trata-se de uma estratégia "3 em 1" da natureza, que permite armazenar gordura em épocas de escassez (como um extensor de mala), proteger contra ataques (tipo air bag) e fazer movimentos alongados (notem que marombados andam sempre travados).

Justamente por não precisarem mais dessa estrutura é que apenas os gatos domésticos que herdam seus genes continuam ostentando-a. Eu queimei o filme do Mercv, mas, aqui em casa, a pancinha mordível ainda domina — Jujuba, a modelo da foto, não me deixa mentir, rs. E por aí?

10.2.22

Quando o bebedouro dos gatos explodiu

Nunca duvidem da sabedoria popular de que nada está tão ruim que não possa piorar. Como se não bastasse morar há quase um ano em uma casa sem porta no banheiro, porque tomamos um golpe da empresa de contêineres, Leo conseguiu quebrar o tornozelo caindo no buraco. Literalmente.

E uma fíbula não foi suficiente para aplacar a fúria dos deuses, porque, 13 dias depois, eles levaram em sacrifício o bebedouro dos gatos. Aconteceu tudo muito rápido: a muleta desequilibrou e, em 60 m2, conseguiu acertar exatamente o bebedouro, alagando a sala e dando origem ao próximo Coringa.

4.2.22

O tempo dos gatos

Esta foto, tirada em dezembro de 2007, junta duas coisas inusitadas: filhotas mamando com 6 meses de idade e tapete em casa de gateira alérgica. Sim, caros leitores, eu revirei o baú virtual de Gatoca para acolher corações angustiados e convencer vocês de que, quando se trata de felinos, nunca é tarde demais.


E as Gudinhas não desmamaram com 6 meses, elas demoraram dois anos! Eu cheguei a separá-las da mãe, quando acreditava que doaria a ninhada (quanta ingenuidade), e a golpista da barriga voltou a produzir leite no reencontro. rs

Já Pipoca e Clara levaram uns dois anos para conviver. Nem lembro quando elas começaram a se estranhar, na verdade, só que a porta do corredor, que dividia o imóvel na metade, vivia fechada e as criaturas não podiam sobrar do mesmo lado. Até que alguém esqueceu de trancar, Mercv abriu pulando na maçaneta e, quando voltei da rua, as duas estavam deitadas na minha cama.

Keka torceu o focinho para a ração úmida por uma década. E foi convencia apenas com as latinhas da Pet Delícia, que acabou virando nossa parceira. E tem também o tempo dos afetos: Pipoca fugiu do toque por cinco anos, até chegar muito perto de morrer. Aos sete, Jujuba resolveu aceitar o carinho playcenter — aquele de passar correndo e retornar ao fim da fila. E só ronronou com 13! Outros sete anos se passaram até Chocolate enrodilhar no meu colo.

Não desistam!

Vai chegar o momento da trégua, da alimentação saudável, do amor sem medo — muitos gatinhos (e cachorros) esperam essa chance nos abrigos, aliás. ❤️

2.2.22

Gato faz cocô fora da caixa e você já tentou de tudo?

Em 2015, eu pedi dicas a gateiras mais experientes para ajudar cocôs felinos a encontrarem o caminho de volta ao banheiro. De lá para cá, foram muitos vômitos nos almofadões, catarro nas paredes e alguns xixis (de infecção urinária) pelos cantos, mas do drama do cocô continuei livre. Acontece que muita gente escreve dizendo que testou as dicas do post e o perrengue persiste.

Espero, então, que este vídeo do Jackson Galaxy, especialista em comportamento, funcione. E deixo um resumo, já que está em inglês: ele explica que, em duas décadas e meia de experiência com bichanos, sempre que fazem cocô perto do banheiro, mas não dentro, existe um desconforto impedindo a aproximação.

Pode ser, por exemplo, o tapetinho que você colocou para não espalhar areia pela casa. Ou algum problema bobo de saúde não detectado pelo veterinário, como fezes duras demais por causa da ração seca, provocando dor ao evacuar, ou diarreia, igualmente desagradável, com a substituição rápida pela alimentação úmida.

Já se o "trauma" vier pela máquina de lavar nova, como o post antigo sugeria, resolve trocar a caixa de lugar. Mas, como gatos não gostam de mudança, é importante colocar primeiro uma caixa extra (provisória) em outro cômodo e, só depois de constatado o sucesso, levar a velha. Tudo beeem devagar.

Vale um comentário/compartilhamento pela elegância com que consegui ilustrar um post sobre cocô, vai?

28.1.22

Quando a gata te deixa furiosa...

Restam duas opções: descer ao nível dela e se vingar ou transformá-la na estrela do primeiro Gramado da Fama de 2022 — o que dá praticamente na mesma, porque os bigodes odeiam minha direção de fotografia, rs. "Mas como pode uma coisa fofa dessas ter tirado alguém do sério?", talvez vocês estejam se perguntando.

Pois imaginem urros. Na porta do quarto, ao apagar a luz para dormir. Por 55 minutos, ininterruptos. E de novo, às três da madrugada, horário do cortisol que seu organismo asmático já não produz com eficiência. Pela primeira vez, em 15 anos, prendi a criatura na lavanderia — onde fica a cestinha com almofada de joaninha que ela ama. E foi justamente nela que a encontrei de manhã, curtindo a soneca dos que não se abalam.


Voltando ao assunto do post, quem entrou para o Cluboca no último mês foi minha xará Maria Beatriz Ribeiro, que encontrou no Gatoca acolhimento durante o final da doença renal da Chica — Cluboca é nosso grupo de apoiadores e o financiamento coletivo mantém esta iniciativa de pé, além de me permitir investir em projetos alternativos, como a série sobre O Encantador de Gatos (primeiro capítulo aqui, mas não deixem de olhar as outras recompensas no Catarse!).


E ela se junta aos apertáveis Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim...

...Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Amanda Midori, Karine de Cabedelo, Michely Nishimura, Ana Paula de Vilas Boas, Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Márcia Mentz, Carmen Lucia Aguiar, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida e Vivian Vano.

Obrigada pela companhia na caminhada, gente! ❤️

27.1.22

O pesadelo dos lagartinhos!

Gostando a gente ou não, gatos são carnívoros e carnívoros caçam. Pimenta, a assassina oficial da casa, começou com baratas, evoluiu para lagartixas e terminou nos passarinhos, para minha imensa tristeza. Esses dias, eu estava cozinhando (vegetais, porque seres humanos não são carnívoros) e notei a criatura encolhida.

Quando a cabeça levantou da grama, um lagartinho (nossa lagartixa do interior) despontou tremelicante na boca. Minha estratégia involuntária, nessas horas, é gritar e se a presa for esperta, aproveita a gata atordoada para fugir. Só que o infeliz resolveu se fingir de morto, me obrigando a prender a frajola na cozinha, com esta cara de incompreensão:


Espero que os parentes não busquem vingança.

20.1.22

O mistério do ronronar dos gatos | EG #7

Sabiam que, de todos os grandes felinos, só o guepardo ronrona? É que eles possuem o hioide (um ossinho no pescoço) flexível, cordas vocais achatadas e retangulares, e um trato vocal mais longo, que permite emitir sons altos e graves com menos esforço, os temidos rugidos.

Já nossos bichanos não conseguem rugir, mas intrigam a ciência com seu motorzinho, provavelmente acionado por uma combinação do osso hioide, no caso deles firme, com as pregas vocais. Temos quase certeza, inclusive, de que se trata de reflexo, não de um movimento controlado — o cérebro manda um sinal para os músculos da laringe, que vibram as cordas vocais cerca de 25 vezes por segundo, enquanto os peludos inspiram e expiram.


A motivação para o ronronar, em geral, é positiva, lembrança de quando a mãe se valia da estratégia para manter a ninhada por perto, liberando endorfina, que ajudava tanto a criar laços quanto a ninar os pequenos. Mas o ronrom também aparece em gatos estressados, machucados e até morrendo — acredita-se que sua frequência, entre 20 e 140 Hz, se assemelha àquelas capazes de curar ferimentos e fraturas.


Há quem diga, ainda, que, usado durante a mordida letal, ele faz com que a presa entre em um estado catatônico. E muito tutor obedece direitinho aos ronrons de urgência por comida, segundo estudo de 2009, coordenado pela Dr. Karen McComb, professora de comportamento e cognição animal na Universidade de Sussex. rs

Estão curtindo a série inspirada em O Encantador de Gatos, livro do Jackson Galaxy, financiada coletivamente pelos leitores do Gatoca? Considerem se tornar apoiadores também — aqui tem um resumo das principais ações (on e offline) destes 14 anos e meio. :)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

19.1.22

O que eu faria diferente com os gatos #2

Quem já leu três posts do Gatoca provavelmente pegou uma referência à arisquice das Gudinhas, nascidas aqui em casa — quer dizer, lá em São Bernardo. Em algum momento da infância, que não sei precisar bem quando, as pequenas foram se afastando da gente até se fechar de vez na família felina.

Isso significa que Pipoca se deixou tocar apenas aos 5 anos, porque estava morrendo. E Jujuba soltou o primeiro ronrom com 13! Se pudesse voltar no tempo, então, eu não descuidaria da socialização das meninas. Os tratamentos veterinários teriam sido mais fáceis, a mudança para o apertamento não me renderia uma escarificação no braço e a gente teria aproveitado mais.

O desafio, neste finzinho de vida delas, é multiplicar colos e carinhos. rs


Máquina do tempo: #1

14.1.22

O melhor bebedouro para gato no verão!

Atualizado às 22h10

Já dizia Jesus: é mais fácil fazer um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um gato tomar água. E não podemos culpá-los porque, na natureza, quando caçavam animais menores, eles acabavam ingerindo 70% de água junto. O problema está na alimentação seca (prática e "barata") que oferecemos atualmente.

Com mais bichanos renais do que eu gostaria, vivo testando estratégias para aumentar a hidratação da gangue — tem links importantes no fim do post. E a última descoberta foi o bebedouro de cerâmica (o bom e velho barro), dica da Aline Silpe, no nosso grupo de apoiadores.


Comprei o modelo mais em conta (R$ 78) de presente de Natal, com os mimos do post 3 ideias para qualquer gato brincar.


E dias de frustração se passaram até me tocar que as criaturas se recusavam a usar porque a água devia estar com gosto de detergente. Feita a limpeza adequadamente, com a esponja quase sem espuma e muito enxágue, os bigodes não trocam por nada!

O líquido sai da torneirinha muito mais gelado do que nos bebedouros de plástico — dá para sentir ao colocar o dedo. E não junta bactérias. Mas não poderia deixar de compartilhar os contras, né? O trambolho pesa uma tonelada, parece louco para estatelar no chão, tem material poroso, de acabamento meio tosco, e anda juntando um bolorzinho* do lado de fora nestes dias úmidos.

Dizem que a versão de inox alcança a perfeição, só que o preço, na faixa dos R$ 300, a torna um sonho distante para a maioria dos brasileiros — se não quiserem passar nervoso, não cliquem no site do Jackson Galaxy! Resumo da bebedeira: minha vida piorou, mas a dos bigodes está bem mais fresca. rs


*Guiga Müller me ensinou que o que chamei de bolorzinho é, na verdade, eflorescência: um fenômeno que ocorre quando a água atravessa os poros do barro, ao trocar calor com o ambiente, e evapora, deixando os sais minerais contidos nela do lado de fora do filtro — quanto mais sais minerais, mais eflorescência. Os dias chuvosos devem ter coincidindo com o excesso de cloro que a prefeitura de Araçoiaba vira e mexe despeja na água.


Infos essenciais:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

13.1.22

Luto: tempo contado em girassóis

Primeiro, a gente achou que os passarinhos tinham roubado as sementes plantadas com a Clara. Aí, despontaram microfolhas no solo, depois um botão desajeitado e parei de compartilhar a jornada do luto em flores com o girassol gótico. Mas o jardim nada-secreto seguiu seu caminho de cura — e quanto mais o tempo passava, mais colorido ficava.


Foi emocionante enxergar estrelas no miolo do girassol amarelo.


E precisei segurar com estacas os caules que decidiram a gestar múltiplos botões.

O vermelhão demorou, mas apareceu.


E logo se juntaram a ele versões purpurinadamente mescladas.


Sofremos um ataque de fungo, tratado com bordalesa e autoacolhimento.


A plantação superou meus 1,70 m!


Por dois meses, vimos este quadro se renovar na janela do quarto:


Até que as formigas venceram.

Eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei chateada. Mas os girassóis não nasceram justamente da impotência?


Despedida da Clara:

:: Saudade
:: Nunca foi tão difícil plantar girassóis
:: Os primeiros 30 dias
:: Clara finalmente virou girassol!
:: Girassóis góticos de Halloween

7.1.22

2021

Ano de baixar as expectativas.

Era para falar de pandemia no passado, comemorar a casa nova com os bigodes, realizar um projeto antigo. Mas nós continuamos quarentenados, tomamos golpe da empresa de customização dos contêineres enquanto Clara morria, vimos expirar o edital que viabilizaria a trilogia de livros infantis nos portões fechados das escolas municipais.

E integramos o grupo dos privilegiados, em um país de 19,1 milhões de famintos. Como não desanimar? A verdade é que eu desanimei. E, pela primeira vez, em 14 anos, este blog passou dois meses sem atualizações. Só voltei, na real, por causa de vocês — e dos relatos de como o Gatoca ainda ajuda e acolhe leitores.

Nosso banheiro segue sem porta. As brigas quase viraram divórcio. E o luto da Clara durou meses, da despedida aos girassóis — plantados com bolhas nas mãos, regados nem sempre com água da torneira e germinados timidamente. Mas a vida foi assentando. Dentro e fora.

Nasceram, então, girassóis exuberantes, a gangue ganhou uma floresta, o gatil lendário saiu do papel! Pipoca, na batalha de uma década contra a doença renal, até caçou um passarinho — o que me rendeu sentimentos mais conflitantes do que o episódio do atum vegano.

O livro da Rosana Rios inspirado no nosso trabalho entrou para o clube de leitura da Organização das Nações Unidas (ONU), na categoria redução das desigualdades. E nós recebemos do Catarse o selo de "projetos que amamos" — seletos 181, entre mais de 5 mil.

Teve texto também sobre roupinha para gato, cuidados paliativos, seringa perfeita para dar remédio, larvas e bicheira, o perigo das coleiras, esponja mágica para sujeira pesada, ração úmida improvisada, o barato do matatabi, luto em animais, riscos de não urinar, bebedouro inusitado, dosador oral que goteja, o que eu faria diferente com os bigodes, brinquedos para qualquer idade, como os bichanos gastariam seu tempo na natureza.

E a série nova, baseada na bíblia O Encantador de Gatos, escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado: Existe um canto do planeta sem eles?, A primeira gateira da história, Como a humanidade se curvou aos felinos, Seu amigo vem da América ou do Velho Mundo?, 8 mudanças genéticas modernas e 44 raças lindas, mas doentes.

No ativismo, a gente divulgou a Leia, deu entrevista para o UOL (e acabou obrigado a discutir a estigmatização da "louca dos gatos"), participou de bate-papo com ambientalistas sobre educação, homenageou a luta LGBTQIA+, levou a polêmica dos testes com animais à Folhinha, descobriu que ajudou a salvar um filhote famoso, arrecadou dinheiro para o tratamento do Conan.

E não dava para abandonar, justo neste ano-bomba, os posts de entretenimento, né? Vida com gatos #8, Felinos modernos, 6 coisas estúpidas que fiz quando adotei, Guardiãs felinas, Quando o X marca o tesouro, Pimenta à milanesa, Gatos, tijolos e frases desmotivacionais, A causa da rabugice felina, Cantinho da reflexão, Receita de pão de gato, 'Abaporu', de Gatinha do Amaral e Uma caixinha especial.

Clara, Guda e Gudinhas tiveram seus aniversários ignorados no caos da mudança para Araçoiaba da Serra, interior do interiorrr. Mas nós comemoramos o da Chocolate, o do Mercvrivs (nascimento e adoção), os 14 anos de concepção e lançamento do Gatoca (jornalista de papel, gente), o primeiro botãozinho da Clara coincidindo com o quinto ano sem Simba, seu grande amor. E o amigo secreto de talentos, que já virou um clássico!

Tudo isso só aconteceu porque vocês nos apoiam. ❤️ E continuaram mesmo com o Brasil em crise — o Gramado da Fama mais emocionante foi o de Natal! Lembram que eu disse que não ia fazer dancinha no TikTok, aliás? As meninas do Cluboca insistiram, a Cat Friday e o boletim do Catarse compactuaram e nós acabamos de bater a meta de desbravar a rede social chinesa!

Que em 2022 a gente só precise rebolar por ludicidade!


Retrospectivas dos anos anteriores: 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

30.12.21

Os talentos secretos do Cluboca!

Aproveitando o clima natalino, vou fazer uma confissão da qual não me orgulho: quando era criança, lembro de um armário em casa cheio de brinquedos embrulhados para as festas de aniversário das amiguinhas. E, por mais de uma vez, deixei de ir, fingindo doença, para ficar com o presente.

Adulta, cansei de dar coisas bacanas nos amigos secretos e ganhar descascador de alho. Sem o menor constrangimento, portanto, e graças à invenção do amigo ladrão, passei a comprar meus próprios livros e rasgava as embalagens fazendo cara de surpresa, na frente da família inteira.

Qual a chance de uma pessoa com esse histórico de sociabilidade ter um projeto financiado por leitores e ainda se emocionar trocando mimos no mês do seu inferno astral? Pois aconteceu. Pela segunda vez! A proposta do Cluboca, nosso grupo de apoiadores, era compartilhar talentos, sem gastar dinheiro e de um jeito que todo mundo pudesse aproveitar os presentes de todo mundo.


Teve molde de artesanato para tecido, dicas de receita, filme, música, livro e podcast, gatos no cenário do Harry Potter, vaca curtindo colo e violão, quadrinho do Mingau, conto do Isaac Asimov ilustrado a mão, fotos favoritas e lembranças afetivas, coral para salvar a floresta, exposição virtual do Universal Museum of Art, palavra-cruzada e quebra-cabeça personalizados.

Eu escrevi para a Michele Strohschein, que disse que estava com dificuldade de fazer a transição para o vegetarianismo, um guia vegano (informativo, prático e acolhedor), apelidado de "Venha para o Lado Verde da Força" — usei até fonte de folhinha! E ganhei da Vanessa Araújo a primeira receita de comida que me fez chorar.


Para ampliar, cliquem nas imagens


O risoto de limão siciliano é sério e fica como nosso presente para vocês — na foto apelei ao tahiti, porque não rola chiqueza em Araçoiaba da Serra, rs. E Leo ainda me ajudou a reconstituir a orelha esquerda da Pimenta, que consegui decepar justo no melhor clique.

Um 2022 de limonada, com qualquer nacionalidade de limão!