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31.10.18

Como reverter azar de gato preto

Neste Dia das Bruxas, Pretinha compartilha, diretamente do além, seis passos infalíveis para acabar com nhaca de gato negro.

Passo 1
Navegue em sites de ONGs que doam bichanos.

Passo 2
Escolha aquele que combina melhor com as expectativas da sua família.

Passo 3
Preencha o formulário de adoção sem xingar a organização ou mentir sobre as telas.

Passo 4
Receba os voluntários que farão a vistoria da sua casa com respeito, evitando cárcere privado.

Passo 5
Providencie comedouros, bebedouro elétrico, banheiro, granulado higiênico, ração de boa qualidade, patê e brinquedinhos.

Passo 6
Ame incondicionalmente seu amigo, mesmo que ele afie a unha no sofá novo, rejeite manifestações esfuziantes de carinho e durma com a bunda na sua cara.

Pronto! Você reverteu o azar de um animal que apodreceria no abrigo só por ter nascido da cor "errada".

10.8.18

11º aniversário do Gatoca: nasce a lojoca!

Em maio, eu publiquei um desabafo, pedindo sugestões de como continuar despiorando o mundo com o Gatoca. Referia-me ao alcance do projeto, mas a Denise Pinheiro achou que ele também deveria ser sustentável e propôs uma loja. Neguei de pronto. Só sei costurar botão, pintar cartela de bingo e fazer minhoca de massinha. E me anima ainda menos encarar fila de correio.

Aí, veio a Marina Kater-Calabró com a mesma ideia e a oferta de tocarem a lojoca colaborativamente, me deixando apenas com a parte boa: pensar nos produtos, escrever os textos, fornecer os modelos. Mercv estrela a edição comemorativa de 11 anos, porque foi o bigode que me adotou quando eu não gostava de bicho ― sim, vocês leram certo, eu não gostava de bicho.


A tiragem é ultraexclusiva para sentir o clima. Marina (MOKC) ilustrou as canecas em aquarela, inspirada numa foto real do Mercv (publico no próximo post).


E Denise (Lina Gatolina) pintou as ecobags e costurou os chaveiros de nariz-amor.




Nada com preço "made in China", mas também sem trabalho análogo à escravidão.




Nestes 11 anos, vocês ajudaram o Gatoca a...

- Disseminar informação (1.326 posts, e-book, projeto com crianças, roda de conversa no CCSP, Puxadinho no Yahoo!, entrevista na Rádio Bandeirantes e até canal no Youtube!).
- Virar espaço de compartilhamento de experiências (10.426 comentários, 6.285 curtidas no Facebook e mais um tanto no Twitter e no Instagram).
- Socorrer vidas (115 bigodes, oito focinhos e três bicos, sem contar o impacto indireto).
- Sensibilizar parceiros (27 ao longo da jornada, com destaque especial à Pet Delícia).
- Arrecadar quatro dígitos no financiamento coletivo do Catarse (com 240 apoiadores e o apadrinhamento do Wings For Change).
- Fazer mutirão de castração no DER.
- Brigar por quem não tem voz (com repercussão na Vejinha).

Agora, vocês podem levar um pedacinho do Gatoca para casa: loja.gatoca.com.br. 💚

E bora continuar educando, conscientizando e mobilizando corações de pudim!


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8.8.18

Feliz Dia Internacional do Bicho Espaçoso!

Aquele que ocupa dois lugares onde deita, mastiga tudo que vê pela frente e ainda faz a gente se sentir culpado de ficar bravo.

29.6.18

11º quase-aniversário do Gatoca

29 é dia de ficar rico comendo nhoque. Mas 29 de junho, para mim, tem gosto ainda melhor: o de recomeço. Foi quando eu decidi criar um blog para compartilhar as peripécias dos bigodes, que já eram dez fixos, mas nem perto de 114 temporários, sete cães e três aves. E vocês foram chegando. E a gente reescreveu um monte de histórias! 💚

No aniversário oficial do projeto, em 10 de agosto (porque esta criatura demorou 42 dias para juntar coragem de publicar o primeiro post, rs), vai ter surpresa! Não, não é o segundo e-book (ainda). Nem mais um mutirão de castração. Muito menos outro canal no Youtube ― que já não dou conta de atualizar decentemente um. Mas vocês vão gostar. :)

Começa a contagem regressiva!


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9.2.18

Fechado por motivos de Carnaval

Eu pensei em um tema importante para o texto hoje. Mas vocês não devem estar mais aí. Para aumentar o drama, os termômetros de Sorocaba marcam 29°C (são 21h30!) e nós tivemos a brilhante ideia de usar a panela de pressão. Para onde se olhe, há gatos derretidos, lembrando os quadros de Dali.

Decidi, então, só desejar um Carnaval serpentinado, com ou sem samba, bloquinho, desfile. E a ONG Canto da Terra emprestou o Natalino, que ficou meio desatualizado, mas caprichou na fantasia para compensar ― dia 24 tem megabazar por lá, para renovar as energias, o guarda-roupa e a missão de deixar o mundo melhor. Alalaô!

29.12.17

2017

Foi um ano de fazer caber. A saudade do Simba na rotina da casa. O sonho de mudar para Sorocaba no orçamento de jornalista freelancer. Nove gatos no gramadinho decorativo do quintal. A missão de deixar o mundo melhor no intervalo das notícias desanimadoras.

Em 2017, Gatoca conscientizou milhares de leitores sobre a importância de adotar uma duplinha, de não cair na armadilha da aparência, de experimentar a alimentação natural, de insistir na ração úmida (com dicas supimpas de adaptação), de aplicar soro subcutâneo em renais, de não antecipar o luto, porque cada bicho reage à doença de um jeito.

Também ensinou a acertar no brinquedo e no arranhador, usar os poderes do alecrim, recuperar gato perdido, se livrar dos pelos (ou parte deles), respeitar lagartixas, evitar vômitos, não surtar com micose, escolher o melhor granulado higiênico (com a avaliação de 119 leitores!), socializar bichanos ariscos (ou muito medrosos), comprar tecido à prova de garras, telar residência.

E mobilizou corações de pudim para que a Confraria dos Miados e Latidos quitasse um boleto salgado de veterinário, a Celebridade Vira-Lata engordasse o cofrinho dos mutirões, iniciativas que não recebem apoio do governo ganhassem visibilidade no Dia de Doar e o carnaval carioca um dia desista das plumas.

Feijão e Luigi, que tinham perdido a primeira família, finalmente se adaptaram no apartamento da Gláucia e do Ricardo. Harry Potter e Luke Skywalker ganharam cuidados especiais do Eric e seus (agora) 7 anos. E a campanha dos super-heróis do DER conseguiu lares para Wolverine, Tempestade e Mulher-Hulk ― devolvida e readotada, história que ainda preciso contar aqui.

Matilde e as super-heroínas seguem esperançando: contato@gatoca.com.br.

O gato sem boca viajou até a zona norte para entrar na faca, com sucesso. As habilidades de padeiro de ZéZo lhe renderam emprego vitalício no colo do Theo. E a familinha de ferais que Gabi e Julio herdaram na mudança foi quase toda castrada ― outro post (tragicômico) pendente.

Uma retrospectiva sincera há que registrar também a impotência. Nestes 12 meses, nós levantamos R$ 1.240 para ajudar a pagar a UTI da Pretinha, mas ela não resistiu à segunda hepatose. Brother (ex-queletinho da dona Lourdes) perdeu a batalha para o linfoma e deixou um terrário-aconchego de lembrança. E o filhote do motor do carro realmente desapareceu.

Esticando cada vez mais os parágrafos do projeto para abraçar humanos, já que não existe mundo melhor se a gente continuar pensando compartimentado, rolou em março, no Centro Cultural São Paulo, uma roda de conversa com adolescentes e, em abril, o curso "disruptivo" para meninos e meninas dos abrigos da Lapa expandida ― aproveitem e leiam o texto libertador de Natal!

E o Universo retribuiu tudo isso com paz, dias ensolarados e parcerias queridas. Pet Delícia doou 432 latinhas de patê e nos credenciou para a pré-estreia do documentário "Gatos". Gatolino mandou pelo correio um bebedouro-ostentação e transformou a Keka em folder. Redes 2000 blindou a casóca com 53 metros de tela, serviço que custaria mais de R$ 2 mil.

Rosana Rios ainda presenteou a vencedora do concurso Guardião Felino com seu livro novo. Marina Kater-Calabró me presenteou com a caneca mais maravilhosa de toda a galáxia. Deus/Gaia/Shiva/Buda/Alá presenteou Chocolate, Catrina, Clara, Guda, Gudinhas, Pandora, Mercv (1 e 2) e esta empreitada (1 e 2) com mais um ano de existência. \o/

E os bigodes presentearam vocês com as clássicas peripécias: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13 ― agora também em vídeos, no Instagram Stories! Lições de vida. E amor que não precisa de esforço para fazer caber: 1 e 2.

Pode vir abundante, 2018, que a gente arruma um espacinho.


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21.12.17

Especial de Natal: liberte-se!

Não precisa comprar presente. Nem passar horas no fogão. Ou chegar esbaforido à festa porque teve de consertar o esmalte lascado 20 vezes. Ninguém deve se sentir obrigado, da mesma forma, a aguentar parente sem-noção. As propagandas jamais dirão, mas Natal é época de compartilhar amor.

E só.

Vale apertar a família (qualquer configuração de família), fugir para longe com x parceirx, assistir seriado rodeado de bichos, botar para tocar a música favorita de quem não está mais aqui, ajudar um desconhecido, cultivar o amor-próprio ― solitude é diferente de solidão.

E vale também misturar várias das opções acima. ❤️💚

11.8.17

Décimo aniversário do Gatoca

Há uns três anos, eu idealizo a comemoração de uma década do projeto ― grandiosa, com leitores do Brasil inteiro e galeria de fotos em revista de fofoca. Pois em maio estava de bobeira e resolvi nos mudar para Sorocaba (surpresa!). Entre arrumar alguém para alugar o apertamento, encontrar a casóca perfeita para bigodes e enteadas, e aprender a limpar tinta de parede do cabelo, as folhinhas do calendário voaram e nem publicar este post na data certa (ontem) eu consegui.

Também tinha me programado para fazer uma lista de dois dígitos com depoimentos de transformação ao longo da jornada, mas o excesso de informação do Facebook parece que roubou o tempo de escrita do pessoal e a participação foi tímida ― obrigada, Mara, Vânia, Lyra Libero, Denise Pinheiros, Alexy e Fernanda Alessandra! Vocês serão eternizadas logo abaixo da foto. rs

Resta-me, então, pedir presente! Apoiem o projeto mensalmente: contato@gatoca.com.br. Educação muda o mundo ― e R$ 10 também. Nestes dez anos, a gente construiu números de responsa juntos:

- 1.236 posts
- 10.022 comentários (e trocas de experiência)
- 6.123 curtidas no Facebook, com fanpage verificada
- 122 bichos socorridos, sem discriminações
- 27 parceiros variados
- R$ 21.110 financiados coletivamente (R$ 3 mil do Wings For Change)
- 240 apoiadores na campanha
- 51 cães e gatos castrados em mutirão
- 1 e-book + entrevista para a Rádio Bandeirantes
- 1 projeto com crianças, outro com adolescentes
- 1 roda de conversa no Centro Cultural São Paulo
- 1 reunião na Promotoria do Meio Ambiente + repercussão na Vejinha
- 105 quilos de ração doados pela Farmina
- 162 latinhas doadas pela Pet Delícia
- R$ 2.141 de telas doados pela Redes 2000 (em breve)

E dá para fazer muito mais!

Ah! Os bigodes, mundanos, querem rede de balanço e mudas para o jardim. :)


Já ri, chorei, me emocionei e aproveitei muitas ideias do Gatoca.
Mara

Sou gateira assumida, voluntária na causa animal em minha cidade (Cubatão - SP), auxiliar em mutirões de castração, mãe de vários bigodes em casa e tantos outros na rua. Parte disso devo a você e seu blog, que plantaram no meu coração há alguns anos, o desejo de levantar do sofá e olhar além dos meus dois gatos gordos, saudáveis e confortáveis, como eu, e fazer alguma coisa pelos outros. Não foi nem está sendo fácil, mas desistir não é uma opção. Enquanto puder castrar alguns, alimentar, resgatar e doar outros, nosso sonho não terá fim. Não podemos fazer tudo, somos pequenos elos de uma grande corrente. Por várias vezes, a realidade me feriu como a você também. Mas sigamos firmes, fortes e esperançosos, por eles e somente por eles. Parabéns ao Gatoca, parabéns a você, obrigada por tudo!
Vânia

Eu adotei a Pan em 2008 e logo depois descobri o Gatoca. Era gateira de primeira viagem, não sabia nada sobre gatos, e me identifiquei muito com você. Mas de tudo que você publicou até hoje, o que mais doeu meu coração foi a história da dona Lourdes. Acompanhei post a post, sofrendo, imaginando e chorando. Até hoje, penso nos esqueletinhos que não tiveram sorte, aqueles que não suportaram os maus-tratos submetidos. Lembro de duas gatinhas brancas com câncer de pele, que tiveram que amputar as orelhinhas. Lembro de histórias pavorosas. E eu, acompanhando aquilo, pensava: essa Bia é maravilhosa mesmo. Já teria surtado, metido o louco nessa velha, chamado uma gangue de protetores e a Polícia. Mas seu coração enorme deu conta e você tirou todos eles de lá. Me emocionei muito, muito mesmo. Com cada episódio. Parabéns por sua trajetória, pelo blog, pelas tantas crônicas de bigodes que alimentaram amor e carinho pelos animais. Obrigada e parabéns!
Lyra Libero

Infelizmente, não tenho muitos amigos. Talvez pela vida cigana que já vivi, talvez porque não esteja no meu DNA conviver com grupos. Sou reclusa, gosto de ficar sozinha e não faço mais nada por conveniência social. A internet foi ótima pra mim, porque comecei ler blogs e "conhecer" pessoas sem precisar tirar as pantufas. Conosco foi assim: você escrevia, eu lia e comentava, contava alguma coisa do meu gato. Conheci os dez bigodes e me apaixonei por eles. Ri muito dos nomes das Gudinhas, que pareciam meninos, mas não eram. Aprendi sobre comportamento felino, canino, "pombino". No Gatoca, finalmente diagnostiquei qual era a "doença" que eu tinha, sem nem precisar ir ao psicólogo! É coração de pudim! E depois de ter recusado alguns convites para comemorar o aniversário, decidi que iria e fui. Precisava apertar você num abraço e conhecer as pessoas que fazem parte desta toca onde sempre cabia mais um. Pena que nestas festas os gatos não estão presentes para serem cumprimentados e amassados, nossos personagens de tantas histórias divertidas. O Gatoca é um Serviço de Utilidade Pública, não só pelas informações e dicas, mas por juntar gente que nunca tinha se encontrado e amarrar em fitas de amizade que vão durando pelos anos... Trabalhos de resgate e adoção de gatos já existem vários (ainda bem!), mas o Gatoca tem uma diferença que é o especial da casa: você nos faz cúmplices de cada vitória, de cada vida salva e de cada humano conquistado pelos purrrss de um peludo carente. Vida longa!
Denise Pinheiros

Conheci o Gatoca em 2015, quando minha gatinha teve um problema e comecei a pesquisar na internet alternativas, soluções e mudanças que poderiam melhorar a qualidade de vida dos meus nove bichanos. Me identifiquei com sua multidão e com sua transformação: desde que virei gateira, virei também uma protetora: independente, fazendo trabalho de formiguinha, um pouquinho aqui e outro ali... Mas, como nem só de felicidade vive uma gateira, o post que mais me marcou no Gatoca, e que me fez chorar por dias toda vez que comentava a história com alguém, foi "V de tristeza". Bea, você usou toda sua inspiração para conseguir lidar com aquela tristeza e transformar em poesia... Depois daquela leitura, que mexeu tanto comigo, acho que fiquei mais ativa e me esforcei para fazer sempre um pouco mais e com mais frequência, na esperança de tentar reduzir, pelo menos um pouquinho, o número de derrotas que a gente precisa engolir pelo caminho.
Alexy

Conheci o Gatoca na época dos ex-queletinhos. Como chorei com aquela história e me apaixonei por seu blog! Nestes 10 anos, com toda sua criatividade e jeito com as palavras, já me peguei chorando e rindo muito com as peripécias de cada bigode. Sou apaixonada por bichanos, tenho uma família grande! PS: amo ler suas histórias para minha mãe, que também é uma mãe de gato assumida. Vida longa ao Gatoca!
Fernanda Alessandra

(Mais depoimentos aqui.)


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29.6.17

Décimo quase-aniversário do Gatoca

Sim, faz uma década que eu criei este blog para escrever sobre gatos, descompromissadamente ― e só tive coragem de publicar o primeiro post 42 dias depois, por isso o quase-aniversário. Será o primeiro ano sem Simba (snif). E, talvez, sem festinha (vida em ebulição por aqui).

Mas quero comemorar em grande estilo e não há estratégia melhor do que dar o texto a vocês, que transformaram uma iniciativa de ego em um projeto de mundo mais bacana. ♥

Compartilhem boas ações inspiradas pelo Gatoca, episódios que ficaram marcados na memória, causos engraçados (porque ninguém é de ferro, né?), aprendizados que fizeram diferença. No dia dez de agosto, eu publico a coletânea-amor ― e saio correndo para chorar no banheiro.


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6.1.17

Protesto felino

Hoje é aniversário da mamãe.

A gente esperou o dia inteiro para comemorar com colo, carinho, comida especial e sabem o que ela fez? Chegou tarde da noite, toda felizona! Se imaginássemos que esse ultraje poderia acontecer, não teríamos dormido nas cadeiras macias e fofinhas da mesa de zoar, com sol na barriga e vento refrescante nos bigodes. Aguardem que haverá retaliação. Xixi na esponja de lavar louça ou vaso do manjericão capotado no fogão, ainda estamos decidindo.

31.12.16

2016

Se eu pudesse voltar no tempo, pesaria Simba todo mês para perceber a evolução da doença renal antes que fosse tarde demais. Ou melhor: começaria o tratamento preventivo com homeopatia e daria água na seringa todo dia. Pensando bem, acho que resgataria o gordinho ainda filhote para que a rua não deixasse suas marcas. Como eu não gostava de bicho, porém, teria de programar a máquina para a década de 80 e convencer mamãe a trocar os peixes moribundos por um gatinho.

Acontece que a gente só pode voltar no tempo simbolicamente, escrevendo retrospectivas. E, por mais que elas enfileirem apertos, nas entrelinhas certamente há abraços. De amigos, de desconhecidos, do acaso. Em 2016, os janelões de Gatoca se despediram do sol ― foram 33 dias de garoa, registrados em 22 diários terapêuticos (os links estão no pé do post). E ainda chovo pela casa.

Em 2016, os janelões da Laís e da Lara Razza receberam Catrina, a gata azarada que caçou a sorte na garra ao negativar uma leucemia felina. Pituca, a primeira resgatinha do projeto, me recebeu para uma tarde de cafuné, 9 anos mais grisalha. E Feijão e Luigi receberam o amor incondicional da pequena Valentina, após a perda da primeira família.

Pandora comemorou o sétimo aniversário de adoção à beira da piscina. E os animais de Paranapiacaba esperam comemorar uma atitude do poder público que os tire da rua ― denúncia no Ministério Público e matéria na Vejinha não bastaram. Pretinha deixou o chão de terra da favela para dormir na cama. E os oito bichanos da colecionadora do Campo Limpo deixaram o cubículo imundo para bagunçar na Confraria dos Miados e Latidos ― nem todos ficaram lá, mas essa história ainda não tive estômago para contar.

Em janeiro, saiu o primeiro e-book do Gatoca, com direito a bate papo na Rádio Bandeirantes. Nos meses seguintes, saíram 24 textos para o Yahoo!. E a participação do Global Causes, iniciativa do Facebook ocorrida simultaneamente em 30 países. O primeiro mico no Snapchat. A parceria com a Farmina, sem transgênicos nem conservantes artificiais. O primeiro milhão de acessos neste blog. O primeiro projeto com crianças. E eu saí do AUG para plantar mais sementes por aqui. :)

O post sobre a doença que nos roubou o leãozinho alcançou 188 mil usuários na rede do Zuckerberg, somando 4,9 mil compartilhamentos e 20 mil curtidas! Gatoca também conscientizou leitores sobre os bichos de raça e por que adotar, o abandono de coelhos na Páscoa, os perigos de cheiros fortes e de se humanizar os peludos, a importância do enriquecimento ambiental, os mitos da alimentação animal, o colecionismo.

Também ensinou as diferenças das gripes felina e canina, os macetes para dar líquidos na seringa, como plantar milho de pipoca, que suculentas e gatos supercombinam, por que eles não gostam de sabores doces. E incentivou a denunciar maus-tratos, a não ignorar um bichano abandonado, a aquecer bípedes e quadrúpedes, a repensar hábitos alimentares, a deixar o mundo melhor com um passo.

Os bigodes seguiram marcando presença no trabalho (1 e 2), nas roupas (1 e 2), nos furtos (que renderam até concurso), na cama do escritório, nos banhos, no colo, nas caixas de papelão, na estante, no pano de prato, nos cafés da manhã, na máfia, nas contas a pagar, no túnel, nos almofadões, nas sacolas, nas Olimpíadas, nos chinelos, no taoismo, nas performances, nas plantas, nas cadeiras, sob as banquetas, na mesa de zoar, nas prateleiras.

Nos aprendizados (1 e 2) e no recomeço.

Teve festerê para a Chocolate, para a Clara, para a Guda, para as Gudinhas, para o Gatoca (1, 2 e 3), para o Dia do Amigo, para o Simba (o último, snif), para o Mercvrivs. E vocês ajudaram este projeto de muitos corações a continuar assinando o Clube na Kickante, dobrando a doação com o 13º, eternizando a trupe em ilustração, perguntando frequentemente se faltava algo, contando as transformações inspiradas por aí. Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Se eu pudesse voltar no tempo, talvez descobrisse que as coisas acontecem exatamente do jeito que deve ser.


Foto de Leo Eichinger ♥

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23.12.16

Especial de Natal: você pode deixar o mundo melhor

Não espere ganhar na loteria, ter mais tempo, trocar de trabalho, casar, separar, encaminhar os filhos, enterrar os pais. Também não adianta delegar ― isso só funciona enquanto a gente acredita em Papai Noel. Flexione levemente um dos joelhos, levante a perna o suficiente para permitir o movimento e apoie o pé no chão, um tico à frente (a outra perna sabe o que fazer). Tudo começa com um passo, desde comprar pão na esquina até descobrir a cura para o câncer.

E vou dar um exemplo bichístico, senão este post não estaria aqui. A caminho da Cobasi, cruzei com uma cachorrinha magrela deitada na banca de jornal, completamente invisível. Não, eu não conseguiria enfiá-la no apertamento com mais nove gatos. Mas a enxerguei. E, quando a gente enxerga uma vez, não pode mais se valer da bênção dos ignorantes.

Comprei uma latinha de ração úmida para ter certeza de que não seria rejeitada, pedi um potinho emprestado para o funcionário do pet shop e atraí a pretolina até o estacionamento, onde mais corações de pudim se sensibilizariam. Em meia hora, ela ganhou dois sacos de ração seca, um monte de carinho e uma chance de adoção pós-conversa com o marido.

Tirei fotos para ajudar na divulgação caso tudo desse errado (capricorniana), sondei a possibilidade de uma consulta veterinária solidária (grande) e deixei-a cercada de um afeto inimaginável no quarteirão anterior. À tarde, me contaram depois, o dono de um HB20 branco levou-a para recomeçar. A vida funciona assim: basta alguém quebrar o padrão para quem está em volta se sentir cutucado a fazer diferente também.

Já flexionou o joelho?

26.8.16

Nona festinha do Gatoca

Eu não vejo TV desde 1995, quando comecei a estudar em período integral e fui obrigada a me desintoxicar de "Chaves", "Cara & Coroa" e "Tiny Toon". Acompanho os assuntos que me interessam pela internet, assisto a filmes no cinema e seriados no Netflix, mas não faço ideia dos nomes dos artistas da temporada, das propagandas sexistas, dos campeonatos de futebol.

E consegui marcar a comemoração dos nove anos do Gatoca bem na final olímpica contra a Alemanha ― só me toquei nos pênaltis, quando metade da mesa virou a cabeça para o mesmo lado e parou de piscar. E o quorum no Tubaína Bar superou as reservas! Dá para ser mais querida? (E sem noção?)

Teve história ronronenta de bigode resgatado pelo projeto, risadas envolvendo sexo de tartarugas, discussão filosófico-existencial sobre Pokémon GO, desabafo de jornalista-bocó que acredita na humanidade, coxinha vegana de feijão com cebola caramelizada. E apertos de todas as idades. Obrigada! Obrigada! Obrigada! ♥


Unhada de gato em vez de unha pintada


Bagunça em família


Loucas dos gatos


Amor


Na alegria e no voluntariado


Duas décadas de amizade


Mais amor

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10.8.16

Nono aniversário do Gatoca

Se o Gatoca fosse uma criança, estaria aprendendo frações. Se pagasse as contas, não existiria mais, porque meu recorde se resumiu a meia década empregada no mesmo lugar ― trabalhar em casa de pijama não conta. Nove anos é tanto tempo que recebi mensagem de uma leitora fofa esta semana dizendo que sua mãe, fã do projeto, já havia falecido.

E nós colecionamos um monte de números juntos! 1.130 posts, mais de 1 milhão de visualizações, 9.258 comentários, 4.236 curtidas no Facebook, 115 bichos socorridos, 25 parceiros, R$ 21.110 financiados coletivamente (R$ 3 mil do Wings For Change), 240 apoiadores na campanha, 51 cães e gatos castrados em mutirão, 1 e-book, com direito a entrevista para a Rádio Bandeirantes, 15 integrantes no Clube da Kickante (esse pode melhorar, rs), 65 quilos de ração doados pela Farmina (os primeiros!).

E teve também o puxadinho no Yahoo!, para mostrar aos engravatados que nem só de raças e acessórios vivem os amantes de animais, a participação no Global Causes, iniciativa do Facebook para ONGs realizada em 30 países simultaneamente, a conta na rede social verificada.

Um zigalhão de motivos para comemorar (obrigada! ♥). E outro zigalhão para continuar a educar, conscientizar e mobilizar corações de pudim. A festa ocorrerá no Tubaína Bar, dia 20, a partir das 18h. Fica pertinho da Paulista (e do metrô Consolação) e o cardápio é caprichado, inclusive para veganos ― nhoque, pastel, salgadinhos, bolo de chocolate.

Venham ganhar apertos! :)


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20.7.16

Amigo é...

Aquela criatura que a gente ama até quando odeia.

29.6.16

Nono quase-aniversário do Gatoca

Há 3.285 dias, eu lutava com a ferramenta de publicação deste blog para criar um layout minimamente apresentável, usando todos os meus conhecimentos de Word ― lembram dele? rs



Os bigodes já eram dez e as peripécias já rendiam histórias engraçadas, mas só tive coragem de escrever o primeiro post 42 dias depois, me enganando que ninguém leria. E quase morri de felicidade com o primeiro comentário, vindo de uma estranha. Socorrinho não fazia ideia da dimensão que tomaria este projeto. Nem eu.

Preparem-se para mais um festerê em agosto!



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17.2.16

Dia Mundial do Gato: versão macarronada

Sim, a data comemorativa mais conhecida é a de 8 de agosto, mas hoje a gente pode apertar os bigodes em italiano! É que uma ONG de lá escolheu o dia 17 de fevereiro para lançar a campanha Todos Juntos Contra a Superstição e incentivar a adoção dos bichanos. Por aqui, a ignorância está finalmente perdendo espaço: o Brasil já tem 22,1 milhões de gatos, segundo o IBGE/Abinpet.

E esse número deve ultrapassar o de cães em menos de dez anos, já que os felinos combinam melhor com a vida maluca e os apertamentos da atualidade. Duas datas festivas parecem pouco para tanto amor? Pois em 29 de outubro rola o National Cat Day dos Estados Unidos e em 17 de novembro, o National Black Cat Day.

Em Gatoca, todo dia é deles. ♥


P.S.: Tem e-book para se dar de presente: Manual do Gateiro de Segunda Viagem!

31.12.15

2015

2015 foi um ano em que tudo deu errado.

O financiamento coletivo do Catarse rendeu o primeiro mutirão de castração do Gatoca e uma gastrite com a fuga do Napoleão, a morte do Enzo e as demandas intermináveis dos barracos sem janelas do DER, como mais esterilizações, ajuda para doar bicho e tratamento para doenças que se desdobravam em outras doenças (1, 2 e 3) ― Pretinha ganhou e perdeu um lar temporário em seis dias, por causa de um erro veterinário.

As dezenas de idas à favela incluíram, ainda, caçar gato embaixo da lavadora, atravessar telhado de bunda e desfilar pelas vielas de terra com seu Moacir de cueca. Distante dali, em um bairro de ruas asfaltadas e árvores floridas, Catrina foi abandonada por um ser humano, proibida de receber comida por outro e desabrigada por um terceiro, que mudou de ideia sobre a hospedagem emergencial sem dar satisfação.

Na avenida do Estado, Leo freou para um cachorro preto que andava desorientado entre as pistas, mas sua parceira já estava morta. Da conversa com a família de carroceiros, restou a impotência. E o sentimento se repetiu quando o Vitório virou Derrota antes de desmamar, mesmo com quatro pessoas, incluindo um mendigo, envolvidas na batalha.

Em meia noite de sono, Pimenta conseguiu cortar o rabo num cômodo praticamente vazio do apertamento. Simba odiou a ração renal que Pipoca já comia, emagreceu 600 gramas em sete dias (a pança loira era assim), teve intolerância alimentar com a marca nova, que ironicamente amou, e a diarreia mais fedida da história de Gatoca ― detalhe: a gente nem havia curado a infecção de pele de 2014.

Às vésperas do famoso inferno astral de dezembro, quase cinco anos depois da adoção, Feijão e Luigi foram devolvidos. E o Facebook tirou do ar o post de divulgação dos meninos com quase mil compartilhamentos, levando junto todas as ofertas de lar temporário e os contatos dos interessados em ficar com eles. Não adiantou espernear.

Eu já tinha mobilizado a rede para levantar a grana das passagens a Brasília e procurado corações de pudim que topassem acompanhar os bigodes no avião. Gastei, então, mais um tempão escrevendo novos textos de divulgação (1 e 2), buscando um canto por aqui para os dois, respondendo mensagens de possíveis adotantes. E não consegui terminar o e-book do Gatoca para o Natal ― sim, nosso primeiro livro digital seria lançado neste ano.

Como dezembro é o mês mais longo dos 12, ainda trinquei o dedinho do pé em duas partes, só encostando no aspirador de pó. Chorei com o coral de crianças no supermercado, comprando os ingredientes para a ceia do Jamie Oliver. Fiz faxina até perto da hora da festa e não pintei as unhas. E, em vez de Papai Noel no trenó, assisti a uma barata entrar voando pela janela do quarto e atravessar a cama de lençol recém-lavado.

O post começou com os contratempos do mutirão no DER, né? Mas nós também conscientizamos a comunidade sobre os benefícios da castração, com panfletagem nos estabelecimentos comerciais, inscrição na pracinha e conversa de porta em porta. A Ceva doou todos os vermífugos e antibióticos da empreitada. E as cirurgias, ocorridas em duas etapas (1 e 2), beneficiaram 49 cães e gatos ― Napoleão foi encontrado 18 horas e três quilos perdidos depois.

Subindo e descendo as vielas de barro, eu descobri a Cida, garota de rua que cresceu protetora e ajuda os animais da favela com o salário de empregada doméstica. O seu Luis, que emprestou o pet shop para incentivar a população a cobrar o CCZ, já que eu costuro palavras melhor do que barrigas. E a Karol, pré-adolescente que convenceu os avós a castrar os 14 quadrúpedes da família e doar os bebês hollywoodianos.

Após três campanhas de divulgação (1, 2 e 3), Will Smith conquistou a veterinária Camilla De Cássia Sovenhi. Halle Berry e Catherine Zeta-Jones se mudaram para a casa da Joyce Tsuchiya Melo. Johnny Depp teve um desfecho aparentemente frustrante que terminou feliz. Benedict Cumberbath e Julia Roberts passaram pelo quintal da Susan (AUG) antes de aportar, respectivamente, nos apartamentos da Maria Augusta e da Rafaela Dantas. Angelina Jolie virou Tofu no colo de Bianca Urata. E Brad Pitt sensibilizou dona Madalena com sua bacia quebrada ― esqueci de contar isso nos primeiros parágrafos. rs

O financiamento coletivo do Catarse também permitiu que o blog fosse atualizado diariamente por cinco meses, somando 98 textos, para turbinar a missão de divertir, ensinar e sensibilizar leitores de língua portuguesa a arregaçarem as mangas pelo mundo. E o layout ganhou cara nova, assinada pelo namorado e programada pelo irmão. Em abril, nós batemos a marca de 1 mil posts. Naveguem pelo arquivo de dicas! (Seria insano listar tudo aqui.)

Meu relato sobre o dengo da Pretinha pós-sofrimento amoleceu a Fernanda Abreu, rendendo-lhe dois irmãos temporários, o Demonho e a Mushu. E o Gatoca se profissionalizou nas campanhas de adoção: teve especial de Halloween, Black Friday e Dia dos Mortos. Os moradores do prédio onde Catrina foi três vezes sacaneada se uniram para ajudá-la, João passou quatro semanas de janelas fechadas até a gente conseguir um lar temporário oficial e Marina Kater-Calabró não resistiu ao chamado de La Muerte. Feijão e Luigi recomeçaram na casa nova ― conto assim que terminar a adaptação delicada.

Uma das desistências do mutirão de fevereiro aprendeu a tempo que pena se deve sentir de animal que vai para a rua. A pedido da Gatto de Bottas, que ficou sabendo do nosso trabalho educativo por uma grande marca de ração, nós conscientizamos a família do Baeta a castrar oito bichanos. E caprichamos nas fotos da turma para divulgação. Michele Naneti e Cléber Borges acabaram adotando todos os Cartoons encalhados! E o café da manhã virou PB com Penélope Charmosa e seus três frajolinhas.

Para agradecer a aula de maquiagem do Saulo Fonseca, acostumado a pintar modelos de passarela e capas de revista, eu fiz um book do Fumacinha, que logo arrumou um sofá-arranhador oficial. Salvei um gato da árvore montada num estranho. Insisti na propaganda do Felinos Urbanos, esperançando despiorar a vida dos peludos maranhenses que não votaram na família Sarney por cinco décadas. Escrevi os textos da agenda e do calendário 2016 do AUG, além de coordenar as vendas do arraial e do bazar de Natal.

E ganhei cobertinhas da Itacira Ossiama para os bichos do DER, mimos artesanais da Daniela Cavalcanti e proteção de peru, morcego, aranha e cachorro em Cunha. Ah! Continuei trabalhando em boa companhia, sendo louca dos gatos com orgulho (1, 2 e 3), curtindo as peripécias dos bigodes (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10) ― valem cada clique! E eles continuaram se amando.

Não faltou festerê, aliás: da Chocolate, da Pandora, da Clara, da Guda e das Gudinhas, do Gatoca (1, 2 e 3), do Simba e do Mercv (1 e 2). O leãozinho se curou da diarreia e da infecção de pele (finalmente!) com a homeopatia, um tratamento lento, mas bem mais barato e sem efeitos colaterais. E minha admiração pela Maria Eugenia Carretero se desdobrou em terapia alternativa coletiva, incluindo o terror da Jujuba.

2015 foi um ano em que tudo deu certo.



Retrospectivas dos anos anteriores: 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

23.12.15

Quando o presente não é o presente

Daniela Cavalcanti mora em Bauru, tem três bichanas adotadas que nunca mais botaram o nariz para fora de casa e acessa o Gatoca mais vezes do que eu dou conta de atualizar. Escreveu-me em outubro pedindo o endereço para enviar uns "mimos". Precisava de tempo para fazer parte do presente. E ele chegou na semana retrasada.

Dentro da caixa de papelão, acompanhando o jogo de cozinha e a toalhinha artesanais, vieram perfumes e palavras de aconchego. Nas entrelinhas do cartão (sim, eu recebo cartões de papel!), um incentivo para continuar. Daniela não me conhece. Mas se enamorou pelos textos deste blog e sabe que ele já transformou a vida de milhares de animais.

O que ela não sabe é que, às vezes, dá vontade de relaxar os músculos e ser levada pela corrente. Nessas horas, eu corro os olhos pelas letras azuis arredondadas. O projeto também transforma pessoas. E talvez, um dia, não precise mais existir.


29.8.15

Oitava festinha do Gatoca

Lembro dos aniversários que juntavam fácil 50 pessoas. Da fileira do cinema preenchida pela turma do colégio técnico. Das excursões aos museus de São Paulo. Em algum momento das duas últimas décadas, as relações se virtualizaram. E a gente passou a botar o nariz cada vez menos para fora de casa ― ou da tela do computador.

Não seria diferente com a festa de oito anos do Gatoca: toneladas de carinho por e-mail, WhatsApp e Facebook, os fiéis companheiros para o abraço real. Denise adotou um dos ex-queletinhos da dona Lourdes, o caso que me trouxe para a proteção animal. E casou com Fernando, que viaja para a Croácia e nos diverte gravando vídeos de roupão.

Yone nunca faltou a uma comemoração do projeto. Mari e Jubão compram rifa, divulgam os resgatados para os amigos, me incentivam a continuar ambicionando (um e-book, um vlog, um mundo melhor). E Leo amassa barro junto na favela, abre mão do cinema para levar gato para a zona norte, cozinha feijoada vegetariana, dorme sentado enquanto escrevo este post.

Isso precisa ser agradecido em átomos. ♥


A caminho do Genésio, vermelho-paixão


Os gateiros que a gente escolhe


Família de três


Fernise


O milagre da unha pintada

Festinhas anteriores: 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008