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24.12.07

2007

Dezembro é época de retrospectiva, quando colocamos na balança as conquistas e incompetências dos últimos 12 meses para decidir o gosto das lágrimas da virada. Esse ano eu não casei, não tive quatro filhos de cabelos encaracolados, não voltei a tocar piano clássico, não arrumei o emprego ideal, não terminei de ler "Memórias, Sonhos, Reflexões" (Jung), não encontrei os amigos que prometi no final de 2006, não conheci os tablados de flamenco da Espanha, não engordei o suficiente para deixar de ser chamada de magrela, não experimentei o sorvete vegano da Soroko, não acertei na loteria sem jogar.

Ironicamente, pela primeira vez em 27 anos, sinto que fui uma pessoa melhor. Recebi Chocolate e seu rabinho quebrado aqui em casa, driblando os rosnados bélicos que persistem até hoje! Dei à Gudona a chance de parir cinco bolinhas de pêlo num edredom com cheiro de Comfort e, assim, as Gudinhas puderam crescer amigas, travando verdadeiros campeonatos de bolinha pela sala.

No dia em que descobri os 30 montinhos de ossos da dona Lourdes, não dormi. Nem no seguinte. Nem no outro. Até que duas malucas (Susan Yamamoto e Meg Miau) resolveram me ajudar a socorrê-los e um monte de gente colaborou doando ração, depositando dinheiro, comprando um número da rifa da Vicky Dolabella. Essa história está longe de terminar. E a cada perda me pego pensando se vale o esforço, enquanto o resto da humanidade entope os shoppings centers, dirige carros novos, curte as férias no exterior. Lembro, então, dos trapinhos que já resgatamos e me conforto na certeza de que, ao menos para eles, não ter virado as costas fez toda a diferença.

Não salvei o gatinho atropelado da rua ao lado, admito. Mas arrumei uma família para o filhote preto do cemitério que corria o risco de virar macumba. Deixei a MiniClara desaparecer, mas acolhi o Léo de colar elisabetano após a biópsia por causa de um possível câncer de pele. Encontrei Wally morta, mas não desisti de procurar um lar para que a Trufadinha viva muito feliz.

Graças às horas extras do Eduardo, outros 24 bichinhos fizeram exames clínicos essenciais, passaram por intervenções cirúrgicas complicadas ou simplesmente ganharam um saco de ração para abrandar a fome. As gateiras acham que eu dei sorte de namorar alguém que me apóia. Pois eu digo que se não fosse ele, nada disso existiria. Nem o Gatoca.

Por falar em Gatoca, compartilhar os rascunhos das peripécias dos bigodes foi bem menos doloroso do que eu imaginava. E ainda rendeu contatos muito legais nesse 2007 que se vai. Não tenho conseguido responder os comentários, mas juro que leio todos! :)

Se Papai Noel puder segurar o trenó para atender um pedido de última hora, aí vai:

Espero que em 2008 as crônicas publicadas nesse espaço alcancem visibilidade invejável para que muitas outras vidinhas recuperem suas cores.

Obrigada! E dê um beijo na Mamãe Noel, que deve estar doidinha organizando os carregamentos de presentes destinados às crianças mimadas da atualidade.

P.S.: Aproveitando a deixa, o senhor não acha um absurdo os restaurantes aí da Finlândia venderem carne de rena como iguaria!?


8 comentários:

Anônimo disse...

para o alto, e avante! =)

Anônimo disse...

Feliz Natal Beatriz!!!!

Que papai Noel traga muitas felicidades pra você e pra todos os seus peludos e principalmente muitas histórias divertidas e com final feliz pra continuar nos divertindo no seu blog.

Claudia

Denise disse...

foi muito legal conhecer o Gatoca em 2007, sinto que ganhei 11 novos amigos: uma de saia godê e 10 de bigodes.
boas festas a todos vocês...
Denise
p.s.- na foto é a Chocolate? Quietinha desse jeito?

Anônimo disse...

Uma das coisas boas no meu ano foi achar esse blog e poder ver n sou louca por gatos sozinha! Eh bom saber que tem mts gateiros pelos mundo e que tem a alma boa como a sua , Bia!
feliz natal e um 2008 maravilhoso!

Anônimo disse...

Bia, um super 2008 cheio do mesmo tipo de realizações de 2007 e mais o casamento, o primeiro filho de cachinhos, o piano clássico, tablados de flamenco na Espanha, dinheiro suficiente para o que você precisa (e merece!) e tudo o mais necessário pra te fazer feliz e aguentar mais 365 dias de muito trabalho.
Parabéns por todo o seu incrível trabalho em 2007 e por esse talento fantástico pra contar histórias.
Um beijo grande,
Juliana

Anônimo disse...

Assim vocês me deixam sem graça... :)

É a Chocolate na foto, sim, Denise. Dormindo ela até parece um anjinho, né?

Anônimo disse...

Acho que você é a única vegetariana que eu conheço que reclama da magreza além de mim. Agora que inventei de virar vegena estou literalmente sumindo, as pessoas ficam preocupadas. Embora eu esteja comendo em mais quantidade do que eu comia.
Está nos meus planos engordar um pouco também hehe
Precisamos trocar receitas de comidas que engordam O.o

p.s: Estava procurando um post sobre vegetarianismo no seu blog e achei esse :=P

Anônimo disse...

O problema, Kiki, é que qualquer resfriado me rouba dois quilos. O mesmo acontece com as correrias de trabalho, os picos de stress, a depressão... rs