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30.9.15

A arte de não ser uma família

Quando eu vi a Pufosa dormindo abraçada com a Keka, lembrei da Guda estourando de grávida. E da noite em que as meninas miaram pela primeira vez fora da barriga da mãe. E de como elas cresceram fazendo tudo juntas. E do desmame lendário, que se esticou até os 2 anos de idade, me obrigando a adotar toda a família (e colecionar dez gatos).

Segundo a Câmara dos Deputados, porém, eu não posso chamar as Gudinhas de família ― ainda que elas vivam brigando entre si. Nem posso considerar os bigodes minha família. Sim, eu trabalho dobrado para comprar a melhor ração. Saio mais cedo dos aniversários porque alguém precisa tomar remédio. Adio a troca da bolsa que os infelizes furaram para pagar o veterinário.

E sou recebida com barrigadas depois das correrias de rua. Tenho lambedores de lágrimas para os dias cinzas. Ganho afofadas múltiplas no inverno. Mas família é a união entre homem e mulher. Seguindo a sugestão do Vilson Oliveira, então, vamos chamar isso de amor ― e mandar um pouco para Brasília.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bea,
Lindo o texto, acho que a familia devia ser mesmo definida com base no amor...

Bjs Joice