Acreditem: em 17 anos, os bigodes nunca compartilharam o recinto com uma árvore de Natal. Quando era pequena e a gente trazia o pinheiro pendurado para fora do porta-malas, meu pai contava que eu balançava as mãozinhas freneticamente, trepada no banco de trás, instruindo os outros carros a desviarem. Amava os enfeites dourados, as luzes piscantes, os sininhos que decoravam as árvores das edições anteriores no jardim.
Mas o Natal morreu em novembro de 2003, pouco depois da adesão ao pinheiro artificial. Mariana, João e eu até tentamos manter a tradição. Já havíamos superado a inexistência do Papai Noel! Só que a ausência da dona Vera foi demais — e logo levou seu Humberto com ela. Restou um ursinho temático, que faço questão de manter à vista o ano inteiro, pelo mesmo motivo que como panetone e a farofa de lentilha da minha sogra fora de época.
Neste 2022, porém, Vanessa Araújo pediu socorro no Cluboca, o grupo dos apoiadores maravilhosos do Gatoca, e parece que Jackson Galaxy ouviu lá nos Estados Unidos. Em vez de publicar mais um capítulo da série inspirada em seu livro O Encantador de Gatos, portanto, investi em uma releitura das dicas deste vídeo, para todo mundo atravessar as festas de fim de ano sem contratempos. :)
:: Decoração segura
Prenda a árvore de Natal na parede
Bichanos são arborícolas e há uma grande chance de tentarem escalar a coitada em busca de um ponto de vista diferente da sala.
Escolha enfeites não-quebráveis
Vidro, por exemplo, nem pensar! E amarre bem nos galhos, para o caso (bem provável) de virarem brinquedo.
Proteja a fiação das luzinhas
Pelo menos o pedaço que pode ir parar na boca, chiclete sabor choque. Eu fiz isso com os cabos do computador, nove anos atrás, e os spiradutos seguem firmes e fortes.
Evite pinha, festão e neve artificial
Pinha pelas pontas afiadas. Festão porque, se engolido, pode enganchar em vários pontos da garganta até o intestino, causando asfixia, bloqueios, infecções e até morte. E neve artificial, você deve imaginar, por causa da toxidade.
Tome cuidado com a rega
A água saborizada de pinheiro que fica no pratinho do vaso também é tóxica — claro que quem optar pela versão artificial não enfrentará esse problema. rs
Use raspas de frutas cítricas
Nunca testei, mas dizem que o cheiro da casca da laranja e do limão mantém os gatos mais atentados afastados — conte nos comentários se realmente funciona!
Improvise uma árvore para eles
Da modesta estante àqueles arranhadores fortunosos de múltiplos andares, vale qualquer recurso que permita aos peludos participarem das comemorações nas alturas — só não coloque colado à árvore oficial por motivos óbvios.
Esconda os presentes
Você não quer embrulhos personalizados para um Halloween que já passou, né? — sem contar que os laços de fita apresentam os mesmos riscos do festão.
:: Comidas perigosas
A lista escrola, mas estas costumam estar em todas as ceias…
- Chocolate: é tóxico.
- Temperos, como cebola e alho: são tóxicos também.
- Osso cozido: pode perfurar os órgãos internos.
- Leite e derivados: tendem a provocar vômitos e diarreia — a maioria dos gatos tem intolerância à lactose, ao contrário do que mostravam os desenhos animados.
- Álcool: não deveria ser consumido nem por humanos em festas de família. rs
:: Plantas tóxicas natalinas
- Azevinho
- Visco
- Amarílis
- Narcisos
- Lírio
E as principais não-natalinas aqui.
2.12.22
Colo vazio
Quando você chegou, 17 anos atrás, a casa só tinha o gramado — descuidado porque eu era razão. Logo viramos 13, entre bípedes e quadrúpedes, mais nove temporários felinos e dois caninos. Se fez urgente aprender a meditar. O gramado acabou ficando para trás na mudança para o apertamento — 1.407 dias de sol na janela (e briga com os vizinhos).
Recomeçamos, então, no interior, onde havia jardim, ainda que modesto, meditação com passarinhos, sol no colo. Mas Sorocaba encolheu na pandemia e a gente sonhou floresta, gatil, céu estrelado, beija-flor. Você amou Araçoiaba da Serra do mesmo jeito que amava a São Bernardo poluída, porque descobriu o segredo da vida.
Só que o colo da meditação esvaziou.
Despedida
:: Saudade
:: Cicatriz
:: Luto seco: um luto estranho
:: Ainda não acredito
:: Primeiro aniversário sem Mercv
Recomeçamos, então, no interior, onde havia jardim, ainda que modesto, meditação com passarinhos, sol no colo. Mas Sorocaba encolheu na pandemia e a gente sonhou floresta, gatil, céu estrelado, beija-flor. Você amou Araçoiaba da Serra do mesmo jeito que amava a São Bernardo poluída, porque descobriu o segredo da vida.
Só que o colo da meditação esvaziou.
Despedida
:: Saudade
:: Cicatriz
:: Luto seco: um luto estranho
:: Ainda não acredito
:: Primeiro aniversário sem Mercv
25.11.22
As contradições felinas
Você aprende que não deve colocar os potes de comida e água perto da caixa de areia por causa do cheiro. A caixa de areia junto com a máquina de lavar pelo barulho. E a caminha no mesmo ambiente do resto para não restringir o território explorável. Por livre e espontânea vontade, a gata escolhe descansar no banheiro, enquanto espera o petisco, bem ao lado da lavanderia — em uso!
23.11.22
Fiscal de horta orgânica
Não adianta falar que a gente mata pulgão e cochonilha com detox natural, só usa esterco de procedência conhecida, esteriliza a tesoura a cada poda — no caso, a tesoura de papel do escritório mesmo, rs. Quando fotografo qualquer coisa que venha da horta, Guda brota do piso para conferir!
Sim, eu sei que deveria fazer isso na mesa, mas nós gastamos mais dinheiro no porcelanato — até porque pela mesa não pagamos nada, graças à Tati Pagamisse, amiga-irmã. ❤️
Apesar da insignificância da cenoura, as folhas agradaram mais do que a berinjela gigante.
E os maracujás não compartilhei porque estava precisando daquela caipirinha.
Aviso: este post é uma brincadeira, caso não tenha ficado claro. Não me saiam dando comida para gato sem pesquisar antes, hein? Uva, aparentemente inofensiva, por exemplo, é tóxica! O próprio maracujá pode provocar desconfortos estomacais e intestinais, por causa da acidez, a que eles não estão acostumados. Aqui em casa, aliás, a gangue só gosta de mamão.
Sim, eu sei que deveria fazer isso na mesa, mas nós gastamos mais dinheiro no porcelanato — até porque pela mesa não pagamos nada, graças à Tati Pagamisse, amiga-irmã. ❤️
Apesar da insignificância da cenoura, as folhas agradaram mais do que a berinjela gigante.
E os maracujás não compartilhei porque estava precisando daquela caipirinha.
Aviso: este post é uma brincadeira, caso não tenha ficado claro. Não me saiam dando comida para gato sem pesquisar antes, hein? Uva, aparentemente inofensiva, por exemplo, é tóxica! O próprio maracujá pode provocar desconfortos estomacais e intestinais, por causa da acidez, a que eles não estão acostumados. Aqui em casa, aliás, a gangue só gosta de mamão.
18.11.22
Sua chance de participar do melhor grupo de gatos!
Eu resisti a criar o Cluboca, confesso — grupos de WhatsApp costumam proporcionar mais aporrinhações do que felicidades. Mas hoje ele é uma das maiores riquezas do Gatoca! Tem informação que não se encontra fácil por aí — recentemente descobri o nistagmo da Guda e nosso vídeo está entre os poucos sobre gatos em português. Acolhimento para os dias cinzas, especialmente aqueles em que o mundo descredita quem sofre por bicho. Risadas.
Cluboca também garante que o blog continue ajudando pessoas e animais sem cobrar nada, porque quem pode divide o cafezinho. Esse apoio faz toda a diferença para um projeto sem financiador, que não abre mão de criticar o que merece crítica (alimentação baseada apenas em ração seca, por exemplo) e de se posicionar politicamente por um país menos desigual.
Ele me permite não só pagar boletos importantes mas também doar meu tempo, cérebro e coração para criar estratégias que mudem nossa relação com o planeta e impactem a vida de cachorros, gatos, porcos, vacas, galinhas — vai ter card game e trabalho com escolas públicas em 2023! Ou 24. rs
Repetindo a Cat Friday dos anos anteriores, então, quem assinar nosso Catarse a partir de R$ 15, até a sexta-feira que vem, entrará para o grupo de gatos mais sensacional da internet — fissurado em aspirador de pó, como vocês verão pelos depoimentos. Hahahahahaha! E poderá participar do amigo secreto mais divertido, sem gastar um centavo nem aguentar parente chato.
O Cluboca é um oásis para os cat lovers! Tem troca de informação sobre os dodóis, tem troca de stickers, tem papo solto e divertido, tem compartilhamento de fotos dos nossos fofuras e tem acolhimento nas horas de dor. A gente ri juntas e chora juntas (falo no feminino porque somos maioria no grupo. Cadê os pais de gato?)! Amo demais! ❤️
Guiga Müller
Gosto especialmente quando a discussão se expande e pega qualquer tema do momento, da política aos costumes, passando pela tecnologia, tudo bem fundamentado, bem-escrito e delicado. Aprendi muito com todas. Aqui tenho uma sensação de pertencimento e acolhimento como raras vezes experimentei. E nunca é demais dizer: somos todas gatas!
Regina Haagen
No Cluboca cabe desde fofuras felinas até trocas de experiência sobre saúde dos gatinhos, passando por melhor modelo de aspirador. 😂❤️
Lorena Fonseca
Cluboca é grupo de Márcias que falam sobre as peripécias felinas, games e aspiradores de pó.
Simone Castro
Cluboca é aconchego e acolhimento! É turbilhão, risadas e inspiração. Falamos (escrevemos) sobre tudo: do que amamos ao que tememos. E se alguém precisar de uma pata amiga, lá estamos nós. Cluboca é lar para mim! 🐱💓
Samanta Ebling
Cluboca é o que chamam de found family: aquela família encontrada. A gente não percebe o quanto é importante até que se vê cercado de afeto e suporte dessas pessoas, que estão lá para a gente e nos entendem. É um pedacinho de "casa" formado pelo amor aos animais. Família Gatoca!
Bárbara Santos
Gatoca e as outras meninas sempre nos acolhendo em momentos difíceis, com informações importantes e carinho!
Vivian Vano
Nos minutinhos que me imponho às vezes, eu leio as mensagens no grupo, vejo fotos e lembro que existe vida além do trabalho, do dia a dia atarefado com a gataria daqui, das cobranças familiares. Existe vida em cantinhos gostosos de estar, em nichos felinos como nosso Cluboca.
Cris Rebouças
Esse grupo é importante por tantos motivos... Li muito sobre luto e acolhimento, e aqui tem muito acolhimento 🤗. E também encontro uma força de luta, resistência. Onde muitos desistem, aqui a escolha é lutar por mais tempo de amor. Ao compartilhar as mais dolorosas experiências, aprendemos sobre tratamentos, médicos, remédios, alimentos, técnicas. Encontramos novas vias e opções. Sou grata por cada interação! ❤️
Viviane Silva
Cluboca é luz, é raio, estrela e luar. Manhã de sol, meu iaiá, meu ioió!
Aline Silpe
Cluboca também garante que o blog continue ajudando pessoas e animais sem cobrar nada, porque quem pode divide o cafezinho. Esse apoio faz toda a diferença para um projeto sem financiador, que não abre mão de criticar o que merece crítica (alimentação baseada apenas em ração seca, por exemplo) e de se posicionar politicamente por um país menos desigual.
Ele me permite não só pagar boletos importantes mas também doar meu tempo, cérebro e coração para criar estratégias que mudem nossa relação com o planeta e impactem a vida de cachorros, gatos, porcos, vacas, galinhas — vai ter card game e trabalho com escolas públicas em 2023! Ou 24. rs
Repetindo a Cat Friday dos anos anteriores, então, quem assinar nosso Catarse a partir de R$ 15, até a sexta-feira que vem, entrará para o grupo de gatos mais sensacional da internet — fissurado em aspirador de pó, como vocês verão pelos depoimentos. Hahahahahaha! E poderá participar do amigo secreto mais divertido, sem gastar um centavo nem aguentar parente chato.
*
O Cluboca é um oásis para os cat lovers! Tem troca de informação sobre os dodóis, tem troca de stickers, tem papo solto e divertido, tem compartilhamento de fotos dos nossos fofuras e tem acolhimento nas horas de dor. A gente ri juntas e chora juntas (falo no feminino porque somos maioria no grupo. Cadê os pais de gato?)! Amo demais! ❤️
Guiga Müller
Gosto especialmente quando a discussão se expande e pega qualquer tema do momento, da política aos costumes, passando pela tecnologia, tudo bem fundamentado, bem-escrito e delicado. Aprendi muito com todas. Aqui tenho uma sensação de pertencimento e acolhimento como raras vezes experimentei. E nunca é demais dizer: somos todas gatas!
Regina Haagen
No Cluboca cabe desde fofuras felinas até trocas de experiência sobre saúde dos gatinhos, passando por melhor modelo de aspirador. 😂❤️
Lorena Fonseca
Cluboca é grupo de Márcias que falam sobre as peripécias felinas, games e aspiradores de pó.
Simone Castro
Cluboca é aconchego e acolhimento! É turbilhão, risadas e inspiração. Falamos (escrevemos) sobre tudo: do que amamos ao que tememos. E se alguém precisar de uma pata amiga, lá estamos nós. Cluboca é lar para mim! 🐱💓
Samanta Ebling
Cluboca é o que chamam de found family: aquela família encontrada. A gente não percebe o quanto é importante até que se vê cercado de afeto e suporte dessas pessoas, que estão lá para a gente e nos entendem. É um pedacinho de "casa" formado pelo amor aos animais. Família Gatoca!
Bárbara Santos
Gatoca e as outras meninas sempre nos acolhendo em momentos difíceis, com informações importantes e carinho!
Vivian Vano
Nos minutinhos que me imponho às vezes, eu leio as mensagens no grupo, vejo fotos e lembro que existe vida além do trabalho, do dia a dia atarefado com a gataria daqui, das cobranças familiares. Existe vida em cantinhos gostosos de estar, em nichos felinos como nosso Cluboca.
Cris Rebouças
Esse grupo é importante por tantos motivos... Li muito sobre luto e acolhimento, e aqui tem muito acolhimento 🤗. E também encontro uma força de luta, resistência. Onde muitos desistem, aqui a escolha é lutar por mais tempo de amor. Ao compartilhar as mais dolorosas experiências, aprendemos sobre tratamentos, médicos, remédios, alimentos, técnicas. Encontramos novas vias e opções. Sou grata por cada interação! ❤️
Viviane Silva
Cluboca é luz, é raio, estrela e luar. Manhã de sol, meu iaiá, meu ioió!
Aline Silpe
17.11.22
Diferença entre tosse e espirro de gato, com vídeo!
Vocês provavelmente já me leram reclamar da ironia de se ter alergia a gatos com gatos e da eterna alergia da Pimenta, que espirra sincronizadamente comigo há quase uma década. Mas foi recentemente que descobri como os bichanos tossem e que isso não é normal nem está relacionado às bolas de pelo — quando eles precisam se livrar de um charutinho, só viram para o lado e vomitam.
Se seu amigo adotar uma posição mais colada ao chão, com o pescoço esticado e fizer um som como se tentasse expulsar algo da barriga, está tossindo. A ideia é facilitar a entrada de oxigênio nos pulmões para conseguir respirar melhor. E a causa vai de corpo estranho (um grãozinho de ração no lugar errado, por exemplo) a parasitas pulmonares ou doenças brônquicas.
Nos casos de asma, ligada à alergia, vocês notarão também ofegação, cansaço excessivo com atividades físicas e até gengivas azuladas, pela baixa oxigenação do sangue. Para não restar dúvidas sobre a diferença entre tosse e espirro felino, então, fiz um videozinho da Pips, que costuma sentir dificuldade para respirar quando está entupida de catarro.
Se seu amigo adotar uma posição mais colada ao chão, com o pescoço esticado e fizer um som como se tentasse expulsar algo da barriga, está tossindo. A ideia é facilitar a entrada de oxigênio nos pulmões para conseguir respirar melhor. E a causa vai de corpo estranho (um grãozinho de ração no lugar errado, por exemplo) a parasitas pulmonares ou doenças brônquicas.
Nos casos de asma, ligada à alergia, vocês notarão também ofegação, cansaço excessivo com atividades físicas e até gengivas azuladas, pela baixa oxigenação do sangue. Para não restar dúvidas sobre a diferença entre tosse e espirro felino, então, fiz um videozinho da Pips, que costuma sentir dificuldade para respirar quando está entupida de catarro.
11.11.22
Conheça sua maquininha de matar: tato | EG #15
Preocupada com a emergência climática, a humanidade não percebe que divide a cama com aquele que, se quisesse, poderia causar sua extinção. Sim, estou falando dos gatos! E quem já tentou colocar uma criatura ̶a̶s̶s̶a̶s̶s̶i̶n̶a̶ assustada dentro da caixa de transporte para mudar de casa está me abraçando virtualmente agora. rs
No capítulo anterior desta série, inspirada na bíblia do Jackson Galaxy e financiada coletivamente pelos leitores do Gatoca, expliquei a importância da caça para a gatitude, lembram? E, como todas as partes da fisiologia dos bichanos têm uma função nesse processo, vale a pena destrinchá-las, começando pelo tato.
Diferente da gente, que não fica consciente o tempo inteiro da roupa junto ao corpo, os felinos possuem receptores na pele que indicam o toque continuamente. Isso significa que as células nunca se adaptam ao contato físico e seguem enviando ao cérebro o sinal de "estão relando em mim" — o que os torna supersensíveis.
Até os folículos de pelos dos gatos têm nervos — e aquele carinho que bagunça tudo pode se tornar extremamente irritante. Mais sensível ainda são o focinho, que consegue identificar mudanças na direção do vento e na temperatura, e os dedos e as almofadinhas das patas da frente — por isso, inclusive, que bichanos de pelo longo se incomodam mais com areia no pé.
Preciso citar, ainda, os pelinhos curtos e grossos ao redor da boca e dos pulsos, que servem para detectar vibrações, e a base das garras, responsável por alertar os movimentos mais sutis, habilidade muito útil quando um rato tenta se livrar de seu algoz, por exemplo.
Essa percepção sensorial toda funciona também para defesa, afinal, gatos são presas de animais maiores e quanto antes sacarem os sinais de um ataque, mais rápido poderão acionar o mecanismo de lutar-ou-fugir — sem perder a elegância, tão característica.
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanha — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 15 anos de projeto. ❤)
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)
No capítulo anterior desta série, inspirada na bíblia do Jackson Galaxy e financiada coletivamente pelos leitores do Gatoca, expliquei a importância da caça para a gatitude, lembram? E, como todas as partes da fisiologia dos bichanos têm uma função nesse processo, vale a pena destrinchá-las, começando pelo tato.
Diferente da gente, que não fica consciente o tempo inteiro da roupa junto ao corpo, os felinos possuem receptores na pele que indicam o toque continuamente. Isso significa que as células nunca se adaptam ao contato físico e seguem enviando ao cérebro o sinal de "estão relando em mim" — o que os torna supersensíveis.
Até os folículos de pelos dos gatos têm nervos — e aquele carinho que bagunça tudo pode se tornar extremamente irritante. Mais sensível ainda são o focinho, que consegue identificar mudanças na direção do vento e na temperatura, e os dedos e as almofadinhas das patas da frente — por isso, inclusive, que bichanos de pelo longo se incomodam mais com areia no pé.
Preciso citar, ainda, os pelinhos curtos e grossos ao redor da boca e dos pulsos, que servem para detectar vibrações, e a base das garras, responsável por alertar os movimentos mais sutis, habilidade muito útil quando um rato tenta se livrar de seu algoz, por exemplo.
Essa percepção sensorial toda funciona também para defesa, afinal, gatos são presas de animais maiores e quanto antes sacarem os sinais de um ataque, mais rápido poderão acionar o mecanismo de lutar-ou-fugir — sem perder a elegância, tão característica.
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanha — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 15 anos de projeto. ❤)
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)
4.11.22
Suporte para comedouro pode cessar vômitos de gato
Começo o post me explicando: sim, eu sei que o certo é regurgitação, mas acho difícil alguém pesquisar por essa palavra no Google e o texto acabaria não ajudando ninguém. A diferença? Quando um gato regurgita os grãozinhos inteiros de ração, pouco depois de comer, significa que eles ficaram parados nas bordas do esôfago, um tubo que deveria levar o alimento até o estômago em segundos — trata-se de um processo passivo, sem que o animal precise se esforçar.
(Não confundir com a regurgitação por gula, mais comum em filhotes, quando a criatura engole muito rápido, botando tudo para fora na sequência — uma joselitice eventual.)
Já o conteúdo do vômito vem do estômago e/ou do intestino delgado (início do intestino) e costuma estar digerido, ter um cheiro mais forte e a presença de líquido amarelado (bile), principalmente depois de episódios seguidos — o bichano faz as contrações de expulsão e Keka até avisa com um miado característico, rs. Mas ele não interessa aqui, porque não pode ser resolvido com comedouro.
E o que prede a comida no meio do caminho? A dilatação do esôfago, por causas variadas, inclusive congênita, que chamamos de megaesôfago. O veterinário suspeitou que Pufosa tivesse esse problema oito anos atrás. Só que ela recomia a ração, estava acima do peso e a gente não deu muita bola, confesso — dez bigodes envelhecendo ao mesmo tempo!
Acontece que as crises voltaram agora, acompanhadas do quadro renal. E, como vocês podem ver pela foto, não podemos nos dar o luxo de perder mais meio grama. Leo construiu para ela, então, um suporte de madeira, onde encaixamos o comedouro — nem sempre a criatura o escolhe, sejamos honestos, mas as regurgitações praticamente cessaram. :)
É que a posição ajuda o alimento a descer mais fácil. Mais garantido ainda se gato ficar quase bípede para alcançar o pote. Como a magrela também tem apresentado uma sensibilidade na coluna, porém, achei que não ia rolar — 15 anos e meio! Também vale a pena oferecer pequenas porções de alimento. Ou deixar a ração disponível, como aqui, assim os peludos vão beliscando ao longo do dia.
(Não confundir com a regurgitação por gula, mais comum em filhotes, quando a criatura engole muito rápido, botando tudo para fora na sequência — uma joselitice eventual.)
Já o conteúdo do vômito vem do estômago e/ou do intestino delgado (início do intestino) e costuma estar digerido, ter um cheiro mais forte e a presença de líquido amarelado (bile), principalmente depois de episódios seguidos — o bichano faz as contrações de expulsão e Keka até avisa com um miado característico, rs. Mas ele não interessa aqui, porque não pode ser resolvido com comedouro.
E o que prede a comida no meio do caminho? A dilatação do esôfago, por causas variadas, inclusive congênita, que chamamos de megaesôfago. O veterinário suspeitou que Pufosa tivesse esse problema oito anos atrás. Só que ela recomia a ração, estava acima do peso e a gente não deu muita bola, confesso — dez bigodes envelhecendo ao mesmo tempo!
Acontece que as crises voltaram agora, acompanhadas do quadro renal. E, como vocês podem ver pela foto, não podemos nos dar o luxo de perder mais meio grama. Leo construiu para ela, então, um suporte de madeira, onde encaixamos o comedouro — nem sempre a criatura o escolhe, sejamos honestos, mas as regurgitações praticamente cessaram. :)
É que a posição ajuda o alimento a descer mais fácil. Mais garantido ainda se gato ficar quase bípede para alcançar o pote. Como a magrela também tem apresentado uma sensibilidade na coluna, porém, achei que não ia rolar — 15 anos e meio! Também vale a pena oferecer pequenas porções de alimento. Ou deixar a ração disponível, como aqui, assim os peludos vão beliscando ao longo do dia.
3.11.22
Bíblia Gatólica e o fim do pesadelo
Depois de quatro anos de um governo obscurantista, a gente finalmente vai poder respirar aliviado — a Terra voltará a ser redonda, Jesus entregará o fuzil e as famílias discutirão por outros motivos na ceia de Natal. Não tinha momento melhor para receber a Bíblia Gatólica, livro do Carlos Ruas que pretende fazer rir (e venerar gatos), não queimar quem pensa diferente na fogueira — ainda que virtual.
Como eu não sou boa em cultuar seres vivos (ou mortos), apoiei também o Livro Sagrado Pacão — e ganhei as recompensas fofíssimas do financiamento coletivo, além do nome em Um Sábado Qualquer, site das minhas tirinhas contemporâneas favoritas. :)
Aproveito para agradecer a companhia de vocês na jornada do Gatoca, que resiste ao Brasil há uma década e meia, sem perder a ternura — nem os seguidores nas redes sociais. rs
2023 é ano de desengavetar projetos! ❤️
Como eu não sou boa em cultuar seres vivos (ou mortos), apoiei também o Livro Sagrado Pacão — e ganhei as recompensas fofíssimas do financiamento coletivo, além do nome em Um Sábado Qualquer, site das minhas tirinhas contemporâneas favoritas. :)
Aproveito para agradecer a companhia de vocês na jornada do Gatoca, que resiste ao Brasil há uma década e meia, sem perder a ternura — nem os seguidores nas redes sociais. rs
2023 é ano de desengavetar projetos! ❤️
Categorias:
Coração de pudim,
Dicas,
Gatoca,
Pimenta,
Pipoca
24.10.22
Primeiro aniversário sem Mercv, 17 anos depois
É como se eu continuasse anestesiada — ou iludida. Para que sofrer se, a qualquer momento, posso acordar e encontrar o Mercv* no sofá, me esperando para o café da manhã? Sei que já se passaram cinco meses. Tratei de preencher cada um deles com os outros gatos (ainda resisto à mudança de gênero da gangue, agora exclusivamente feminina), plantas, trabalhos.
Mas não faz sentido o frajola não ter chegado aos 18 anos. Foram 4 mil dias de colo à disposição em home office. Veterinário pago mensalmente. 24 mil seringadas de água! Sim, ele já morreu em sonho. E ficou doente, de rosto inchado e vermelho. E, nesta semana, apareceu disfarçado de estranho, com uma manchinha na perna.
Isso, porém, só reforça meu ponto: Simba e Pandora me receberam com festa no reencontro onírico. Entre a gente, reina o silêncio.
*Novelinha: Conheça a história do Mercv
Outros aniversários: 2021 (extra!) | 2020 (extra!) | 2019 (extra!) | 2018 (extra!) | 2017 (extra!) | 2016 | 2015 (extra!) | 2014 (extra!) | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007
Despedida
:: Saudade
:: Cicatriz
:: Luto seco: um luto estranho
:: Ainda não acredito
Mas não faz sentido o frajola não ter chegado aos 18 anos. Foram 4 mil dias de colo à disposição em home office. Veterinário pago mensalmente. 24 mil seringadas de água! Sim, ele já morreu em sonho. E ficou doente, de rosto inchado e vermelho. E, nesta semana, apareceu disfarçado de estranho, com uma manchinha na perna.
Isso, porém, só reforça meu ponto: Simba e Pandora me receberam com festa no reencontro onírico. Entre a gente, reina o silêncio.
*Novelinha: Conheça a história do Mercv
Outros aniversários: 2021 (extra!) | 2020 (extra!) | 2019 (extra!) | 2018 (extra!) | 2017 (extra!) | 2016 | 2015 (extra!) | 2014 (extra!) | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007
Despedida
:: Saudade
:: Cicatriz
:: Luto seco: um luto estranho
:: Ainda não acredito
21.10.22
O segredo da gatitude! | EG #14
Um gato cheio de mojo tem o caminhar confiante, rabinho empinado, orelhas e bigodes relaxados. Jackson Galaxy, especialista em comportamento felino, conta que pegou o termo emprestado da música Got My Mojo Workin', de Muddy Waters, mas acho que o Google ajuda mais ao definir como uma gíria de origem crioula para "charme, poder pessoal".
Daí nasce a gatitude. Quando conseguimos criar um ritmo que reflete o estilo de vida dos bichanos ancestrais, permitimos que nossos pequenos fiquem à vontade no próprio corpo, sintam-se donos de seu território e transformem o espaço ao redor em lar. Mas que ritmo é esse?
Basta assistir ao Animal Planet. Como qualquer felino selvagem, o Gato Essencial precisava atender a imperativos biológicos simples: caçar, apanhar, matar, comer, limpar, dormir. Claro que ninguém vai cortar a ração dos peludos domesticados e esperar que se virem com baratas e pernilongos.
A sacada está em estabelecer uma rotina (e um ritual) para as horas de alimentação, brincadeira e descanso. Nos próximos capítulos desta série, inspirada no livro O Encantador de Gatos e financiada coletivamente pelos leitores do Gatoca, Galaxy detalha a base do ritmo ancestral, relacionada à caça — e na sequência a gente fala do banho sem espumas e da soneca restauradora.
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanha — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 15 anos de projeto. ❤)
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)
Daí nasce a gatitude. Quando conseguimos criar um ritmo que reflete o estilo de vida dos bichanos ancestrais, permitimos que nossos pequenos fiquem à vontade no próprio corpo, sintam-se donos de seu território e transformem o espaço ao redor em lar. Mas que ritmo é esse?
Basta assistir ao Animal Planet. Como qualquer felino selvagem, o Gato Essencial precisava atender a imperativos biológicos simples: caçar, apanhar, matar, comer, limpar, dormir. Claro que ninguém vai cortar a ração dos peludos domesticados e esperar que se virem com baratas e pernilongos.
A sacada está em estabelecer uma rotina (e um ritual) para as horas de alimentação, brincadeira e descanso. Nos próximos capítulos desta série, inspirada no livro O Encantador de Gatos e financiada coletivamente pelos leitores do Gatoca, Galaxy detalha a base do ritmo ancestral, relacionada à caça — e na sequência a gente fala do banho sem espumas e da soneca restauradora.
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanha — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 15 anos de projeto. ❤)
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)
19.10.22
Um ano da nossa florestinha e 10 aprendizados
Os últimos meses em Gatoca abrigaram contradições: plantas nascendo e gatos morrendo. Sobre a partida da Clara e do Mercv já escrevi bastante — foram quase 17 anos, na verdade, compartilhando histórias deles aqui. Mas faltou falar de flores. Ou da falta delas.
Quando a Adriana Todesco, amiga querida da minha mãe, mandou 57 mudas de Serra Negra para colorir nosso terreno de mato, eu não fazia ideia da quantidade de aprendizados que se pode envasar!
1) Respeitar os próprios limites
Imaginem o trabalho de regar e adubar 57 plantas — para sempre! Eu até comecei prestando atenção para não molhar as folhas, medindo as quantidades de fertilizante na balança e brigando com o Leo, que me achava maluca. Mas, quando ele quebrou o tornozelo e sobrei também com a função de carpir, passei a pegar mais leve com a autocobrança.
2) Recuar para continuar avançando
As mudas muito pequenas não reagiram bem ao transplante para o solo (ou ao sol forte, ou à frequência de rega que a gente conseguia dar conta, ou às pragas das pragas) e decidi voltar todas para o vaso, onde poderia caprichar mais nos cuidados. Nesses 12 meses, fui recompensada com múltiplos botões.
3) Focar nas vidas salvas
Mesmo assim, as formigas assassinaram uma pata-de-vaca branca, que nunca chegava na quarta folhinha, e a emergência climática desidratou a nêspera. Em compensação, eu nunca tinha comido framboesa fora da geleia. E elas parecem cenográficas!
4) Dividir para não enlouquecer
Do borrifador de faxina ao pulverizador de fazenda (sim, nós compramos), é impossível exterminar todos os pulgões e cochonilhas de 1 mil m². E a flor-de-são-miguel bichada floriu, enquanto a boa ficou completamente careca. Uma parte do butim, então, a gente come, a outra a gente deixa para gaia.
5) Aprender fazendo — por tentativa e erro
Se vocês pesquisarem no Google possíveis causas para folhas com pontas queimadas, vão se deparar com: "Excesso de rega, falta de rega, muito calor, frio extremo, adubo demais, adubo de menos, vento cortante, pouca umidade, água salobra, água com flúor". O que não ajuda em nada — e é justamente por isso que eu prefiro cuidar de gatos. rs
6) Conhecer a ti mesmo
Economize R$ 11 em veneno se não terá coragem de usar contra as malditas formigas cortadeiras, que mordem também os seus pés assim que encontram o chão.
7) Lidar com a frustração
Já confessei por aqui: eu não sei perder — nem gente, nem bicho, nem discussão. E, nos meus cinco estágios do luto, raiva aparece três vezes. Mas as plantas morrem, mesmo que a gente tenha se esforçado e gasto dinheiro e feito blindagens de garrafa pet com graxa.
8) Estar aberto ao novo
Esqueci de dizer que a manga também não vingou. Mas no lugar dela cresceu um mamoeiro, que ninguém cultivou e vou poder comer no café da manhã — porque manga ninguém merece!
9) Improvisar
A grande expectativa da floresta araçoiabana era o manacá-de-jardim, para garantir a sombrinha dos bigodes dentro do gatil. Só que ele é da leva que acabou voltando para o vaso, me obrigando a comprar um resedá, que ainda não conseguiu formar uma copa, obrigando os gatos a descansarem na mandioca de geração espontânea.
E a coitada quebrou com o vendaval, dando lugar à moita de catnip, originada por duas singelas mudinhas que Leo esqueceu que havia plantado. Este se tornou, portanto, o atual refúgio da gangue:
10) Saber a hora de se retirar
A íris azul desponta majestosa, não dura mais do que um dia e termina sua breve existência neste embrulhinho simpático, sem drama.
Quando a Adriana Todesco, amiga querida da minha mãe, mandou 57 mudas de Serra Negra para colorir nosso terreno de mato, eu não fazia ideia da quantidade de aprendizados que se pode envasar!
1) Respeitar os próprios limites
Imaginem o trabalho de regar e adubar 57 plantas — para sempre! Eu até comecei prestando atenção para não molhar as folhas, medindo as quantidades de fertilizante na balança e brigando com o Leo, que me achava maluca. Mas, quando ele quebrou o tornozelo e sobrei também com a função de carpir, passei a pegar mais leve com a autocobrança.
2) Recuar para continuar avançando
As mudas muito pequenas não reagiram bem ao transplante para o solo (ou ao sol forte, ou à frequência de rega que a gente conseguia dar conta, ou às pragas das pragas) e decidi voltar todas para o vaso, onde poderia caprichar mais nos cuidados. Nesses 12 meses, fui recompensada com múltiplos botões.
3) Focar nas vidas salvas
Mesmo assim, as formigas assassinaram uma pata-de-vaca branca, que nunca chegava na quarta folhinha, e a emergência climática desidratou a nêspera. Em compensação, eu nunca tinha comido framboesa fora da geleia. E elas parecem cenográficas!
4) Dividir para não enlouquecer
Do borrifador de faxina ao pulverizador de fazenda (sim, nós compramos), é impossível exterminar todos os pulgões e cochonilhas de 1 mil m². E a flor-de-são-miguel bichada floriu, enquanto a boa ficou completamente careca. Uma parte do butim, então, a gente come, a outra a gente deixa para gaia.
5) Aprender fazendo — por tentativa e erro
Se vocês pesquisarem no Google possíveis causas para folhas com pontas queimadas, vão se deparar com: "Excesso de rega, falta de rega, muito calor, frio extremo, adubo demais, adubo de menos, vento cortante, pouca umidade, água salobra, água com flúor". O que não ajuda em nada — e é justamente por isso que eu prefiro cuidar de gatos. rs
6) Conhecer a ti mesmo
Economize R$ 11 em veneno se não terá coragem de usar contra as malditas formigas cortadeiras, que mordem também os seus pés assim que encontram o chão.
7) Lidar com a frustração
Já confessei por aqui: eu não sei perder — nem gente, nem bicho, nem discussão. E, nos meus cinco estágios do luto, raiva aparece três vezes. Mas as plantas morrem, mesmo que a gente tenha se esforçado e gasto dinheiro e feito blindagens de garrafa pet com graxa.
8) Estar aberto ao novo
Esqueci de dizer que a manga também não vingou. Mas no lugar dela cresceu um mamoeiro, que ninguém cultivou e vou poder comer no café da manhã — porque manga ninguém merece!
9) Improvisar
A grande expectativa da floresta araçoiabana era o manacá-de-jardim, para garantir a sombrinha dos bigodes dentro do gatil. Só que ele é da leva que acabou voltando para o vaso, me obrigando a comprar um resedá, que ainda não conseguiu formar uma copa, obrigando os gatos a descansarem na mandioca de geração espontânea.
E a coitada quebrou com o vendaval, dando lugar à moita de catnip, originada por duas singelas mudinhas que Leo esqueceu que havia plantado. Este se tornou, portanto, o atual refúgio da gangue:
10) Saber a hora de se retirar
A íris azul desponta majestosa, não dura mais do que um dia e termina sua breve existência neste embrulhinho simpático, sem drama.
14.10.22
Como ensinar seu gato a amar ração úmida natural
Primeiro, a gente deve entender esse universo misterioso que é o gato: uma criatura que adora novidade, mas precisa de rotina para se sentir segura. Depois, vale a pena olhar para a nossa própria alimentação. O que vocês acham que faz mais bem à saúde: brócolis ou salgadinho com refrigerante?
Como alguém que só conseguiu gostar de legumes e verduras ao virar vegetariana, eu posso garantir que paladar se educa — você começa escondendo a rúcula no feijão, tipo remédio, aí encara uma pizza dividida com tomate seco e, quando vai ver, está comendo salada sem tempero. Por que seria diferente com os pequenos?
Claro que um gato acostumado aos flavorizantes (saborizantes e aromatizantes) das rações industrializadas torcerá o focinho para a alimentação natural. E mesmo as versões super premium têm hidrolisado de carne, que funciona como realçador de sabor, deixando os grãozinhos mais atrativos.
Resumindo: quem decide ler as letras miúdas dessas embalagens sedutoras se depara com ingredientes processados, desconhecidos ou que ninguém botaria na boca, tipo pé de frango. Mas não, eu não dei conta de cozinhar para os bigodes — não curto o movimento, muito menos o açougue e eram nove!
Por isso faço campanha pela Pet Delícia há cinco anos e meio. Comida com cara e cheiro de comida — comentários sobre o gosto vou ficar devendo porque motivos de veganismo. A ideia para este post surgiu justamente com a reação de parte da gangue à latinha nova de peixe, pela qual eu estava tão ansiosa — impossível não lembrar da frustração de alguns de vocês.
Aqui, volto ao início do texto: gatos precisam de tempo para aceitar mudanças e prefiro ter esse "trabalho" do que mantê-los só no fast food — sim, eles comem ração seca também. E, como o nome dá a dica, ela vem com outro problema: a falta de umidade, principal vilã da doença renal. Coloquei em prática, então, as dicas detalhadas neste post, testando uma de cada vez:
1) Amassei a comidinha natural com o garfo.
2) Adicionei um tico água.
3) Amornei no micro-ondas.
4) Ofereci para os peludos em seus lugares favoritos.
5) Quem não se animou de manhã ganhou de novo à tarde — até para driblar estômagos cheios, já que a ração renal fica disponível o dia inteiro.
E, para estender a validade da latinha, sem conservante, bati no processador e congelei em potinhos, na intenção de repetir o processo até todo mundo se render. Se as gatas mais frescas amam a combinação exótica de frango com mamão, não hão de rejeitar eternamente o pobre peixe, né? :)
Outras infos importantes:
:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?
Como alguém que só conseguiu gostar de legumes e verduras ao virar vegetariana, eu posso garantir que paladar se educa — você começa escondendo a rúcula no feijão, tipo remédio, aí encara uma pizza dividida com tomate seco e, quando vai ver, está comendo salada sem tempero. Por que seria diferente com os pequenos?
Claro que um gato acostumado aos flavorizantes (saborizantes e aromatizantes) das rações industrializadas torcerá o focinho para a alimentação natural. E mesmo as versões super premium têm hidrolisado de carne, que funciona como realçador de sabor, deixando os grãozinhos mais atrativos.
Resumindo: quem decide ler as letras miúdas dessas embalagens sedutoras se depara com ingredientes processados, desconhecidos ou que ninguém botaria na boca, tipo pé de frango. Mas não, eu não dei conta de cozinhar para os bigodes — não curto o movimento, muito menos o açougue e eram nove!
Por isso faço campanha pela Pet Delícia há cinco anos e meio. Comida com cara e cheiro de comida — comentários sobre o gosto vou ficar devendo porque motivos de veganismo. A ideia para este post surgiu justamente com a reação de parte da gangue à latinha nova de peixe, pela qual eu estava tão ansiosa — impossível não lembrar da frustração de alguns de vocês.
Aqui, volto ao início do texto: gatos precisam de tempo para aceitar mudanças e prefiro ter esse "trabalho" do que mantê-los só no fast food — sim, eles comem ração seca também. E, como o nome dá a dica, ela vem com outro problema: a falta de umidade, principal vilã da doença renal. Coloquei em prática, então, as dicas detalhadas neste post, testando uma de cada vez:
1) Amassei a comidinha natural com o garfo.
2) Adicionei um tico água.
3) Amornei no micro-ondas.
4) Ofereci para os peludos em seus lugares favoritos.
5) Quem não se animou de manhã ganhou de novo à tarde — até para driblar estômagos cheios, já que a ração renal fica disponível o dia inteiro.
E, para estender a validade da latinha, sem conservante, bati no processador e congelei em potinhos, na intenção de repetir o processo até todo mundo se render. Se as gatas mais frescas amam a combinação exótica de frango com mamão, não hão de rejeitar eternamente o pobre peixe, né? :)
Outras infos importantes:
:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?
7.10.22
Presente para quem ama gato e precisa se reconectar
Eu estou em um estado que, se me oferecerem qualquer artefato religioso, sou capaz de acertar alguém na cabeça com ele. Mas o japamala que Lidice me deu de presente tinha um gatinho e isso faz toda a diferença. Aqui, preciso voltar com vocês para 2008, quando uma entrevista sobre como os bigodes haviam mudado minha vida me levou a trabalhar na AnaMaria, mudando minha vida. rs
Lá, escrevi três centenas de matérias, que as leitoras contavam por e-mail também terem mudado suas vidas — uma delas, inclusive, incomodou um colégio católico de ricos, que pediu minha demissão. E não incentivava o satanismo, só informava às mães de classes C e D, público da revista, que seus filhos poderiam estudar com bolsa nessas escolas, em contrapartida aos impostos isentados pelo Estado.
Lidice-Bá era daquelas chefes raras que conhecem o caminho do meio entre acolher e desafiar — claro que não me demitiu. A gente podia criticar o que quisesse na redação, contanto que propusesse alternativas. O mantra: "Não me traga problemas, traga soluções" pauta minha estada no mundo até hoje.
Um dia, ela me cutucou a conseguir uma foto exclusiva da Hebe com seu vira-lata Atrium para a matéria (de capa!) sobre adoção de animais. Eu não sabia que, por causa dos 82 anos, Hebe não aceitava mais esse tipo de aporrinhação — até a Veja, irmã poderosa da Editora, recorria às opções batidas dos bancos de imagens.
Telefonei para o assessor de São Paulo, onde ficava a Abril, de São Bernardo, onde morava, das férias no Rio de Janeiro. E não só sensibilizei a diva da televisão como virei editorial — aqui tem os bastidores e o retorno carinhoso das leitoras. Foram os cinco anos na grande imprensa de que mais sinto saudade.
Saí primeiro para sonhar outros projetos, Lidice saiu depois para criar arte. E seguimos conectadas pelos gatos. Quando Mercv morreu, ela inventou um japamala para me abraçar a distância — madeira (isolante elétrico e energético) com cristalzinho e gatinho da sorte chinês. E o pacote chegou pelo correio justamente neste momento tão precisado.
Botei meu vestido mais lindo, posei com a Guda, chorei no Ho’oponopono, tive vários insights depois. Não, não atingi a iluminação, mas posso tentar outras vezes.
Obrigada, minha amiga! 💜
Lá, escrevi três centenas de matérias, que as leitoras contavam por e-mail também terem mudado suas vidas — uma delas, inclusive, incomodou um colégio católico de ricos, que pediu minha demissão. E não incentivava o satanismo, só informava às mães de classes C e D, público da revista, que seus filhos poderiam estudar com bolsa nessas escolas, em contrapartida aos impostos isentados pelo Estado.
Lidice-Bá era daquelas chefes raras que conhecem o caminho do meio entre acolher e desafiar — claro que não me demitiu. A gente podia criticar o que quisesse na redação, contanto que propusesse alternativas. O mantra: "Não me traga problemas, traga soluções" pauta minha estada no mundo até hoje.
Um dia, ela me cutucou a conseguir uma foto exclusiva da Hebe com seu vira-lata Atrium para a matéria (de capa!) sobre adoção de animais. Eu não sabia que, por causa dos 82 anos, Hebe não aceitava mais esse tipo de aporrinhação — até a Veja, irmã poderosa da Editora, recorria às opções batidas dos bancos de imagens.
Telefonei para o assessor de São Paulo, onde ficava a Abril, de São Bernardo, onde morava, das férias no Rio de Janeiro. E não só sensibilizei a diva da televisão como virei editorial — aqui tem os bastidores e o retorno carinhoso das leitoras. Foram os cinco anos na grande imprensa de que mais sinto saudade.
Saí primeiro para sonhar outros projetos, Lidice saiu depois para criar arte. E seguimos conectadas pelos gatos. Quando Mercv morreu, ela inventou um japamala para me abraçar a distância — madeira (isolante elétrico e energético) com cristalzinho e gatinho da sorte chinês. E o pacote chegou pelo correio justamente neste momento tão precisado.
Botei meu vestido mais lindo, posei com a Guda, chorei no Ho’oponopono, tive vários insights depois. Não, não atingi a iluminação, mas posso tentar outras vezes.
Obrigada, minha amiga! 💜
5.10.22
Não achei que precisasse escrever este post...
Depois de quatro anos, a decisão era tão óbvia: avanço contra retrocesso, diálogo contra extremismo, diplomacia contra isolamento, inteligências (as oito do Gardner) contra estupidez, diversidade contra egoísmo, empatia contra mesquinhez, sincretismo contra fundamentalismo religioso, inclusão contra pânico moral, vida contra caça, desmatamento, queimada, agrotóxico.
E nem preciso falar de corrupção.
Mas quase metade da população útil e 20% de descomprometidos (exceção a quem não pôde votar por doença, falta de grana, chefe canalha) escolheram o fascismo — a não-escolha também é uma escolha. Passada a perplexidade, faz-se urgente retomar a luta para o segundo turno, porque eles nos querem exatamente assim: desanimados, encolhidos, com medo.
Eu me recuso a abrir mão de um país que tem tudo para brilhar por causa de uma parcela fanatizada (ou despolitizada) de brasileiros — e sou racional demais para romantizar uma existência no exterior como imigrante.
Na proteção, a gente aprende a olhar para os animais que salvou, não os que perdeu. E esta eleição com gosto de retrocesso teve vitórias importantes: indígenas, mulheres trans e trabalhadores sem-terra ocuparão o Congresso em 2023. Guilherme Boulos, o "comunista invasor de casas", ultrapassou 1 milhão de votos, liderando os deputados federais por São Paulo, estado do sapatênis.
E Bolsonaro terminou o primeiro turno em segundo lugar, mesmo usando a máquina pública e comprando aliados (políticos, religiosos, ruralistas) com o dinheiro da educação, da saúde, da segurança pública — nosso dinheiro.
Nos próximos 25 dias, se bater o desânimo, lembrem do que nos une: gatos, risadas, generosidade, encantamento, arte.
Assim se faz resistência, meu povo!
Tentando usar o mouse com o braço esmagado pela Guda, esmagada pela Pufosa
E nem preciso falar de corrupção.
Mas quase metade da população útil e 20% de descomprometidos (exceção a quem não pôde votar por doença, falta de grana, chefe canalha) escolheram o fascismo — a não-escolha também é uma escolha. Passada a perplexidade, faz-se urgente retomar a luta para o segundo turno, porque eles nos querem exatamente assim: desanimados, encolhidos, com medo.
Eu me recuso a abrir mão de um país que tem tudo para brilhar por causa de uma parcela fanatizada (ou despolitizada) de brasileiros — e sou racional demais para romantizar uma existência no exterior como imigrante.
Na proteção, a gente aprende a olhar para os animais que salvou, não os que perdeu. E esta eleição com gosto de retrocesso teve vitórias importantes: indígenas, mulheres trans e trabalhadores sem-terra ocuparão o Congresso em 2023. Guilherme Boulos, o "comunista invasor de casas", ultrapassou 1 milhão de votos, liderando os deputados federais por São Paulo, estado do sapatênis.
E Bolsonaro terminou o primeiro turno em segundo lugar, mesmo usando a máquina pública e comprando aliados (políticos, religiosos, ruralistas) com o dinheiro da educação, da saúde, da segurança pública — nosso dinheiro.
Nos próximos 25 dias, se bater o desânimo, lembrem do que nos une: gatos, risadas, generosidade, encantamento, arte.
Assim se faz resistência, meu povo!
Tentando usar o mouse com o braço esmagado pela Guda, esmagada pela Pufosa
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