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10.7.24

Um ano sem Pipoca e Pufosa

Lembro do pessoal da ETE brincando, no longínquo 95, que eu não sabia mentir, porque matei o avô que depois virou avó só para faltar à aula. Mas a verdade é que perdi ambos na sequência, em uma releitura torta de Romeu e Julieta. E a singularidade se repetiu no ano passado, quando Pufosa morreu dois dias depois da Pipoca, estraçalhando a família Guda de vez.

Não deu muito tempo de sentir saudade, porque logo Chocolate adoeceu e agora alterno os cuidados entre a Pimenta e a Keka. A cada semana mais perto de encerrar esse ciclo iniciado sem rugas nem cabelos brancos, me pergunto: como ressignificar um luto de duas décadas?

5.7.24

A escova perfeita para gato que se suja aventureiro

Pensem num frajola que em uma semana chega da rua autocolante, na outra aparece todo trabalhado em terracota e na terceira traz na cabeça uma teia de aranha de casarão mal-assombrado. Intrú é um gato explorador, que tem passado cada vez mais tempo no nosso terreno e não podemos colocar para o lado de dentro da porta de vidro da lavanderia por causa da FeLV+.



Seguindo outra dica salvadora do Cluboca, comprei, então, esta escovinha importada, com reservatório para água e encaixe para o lenço umedecido (vendido à parte) ― existem vários modelos e não é publi, por isso a ausência de link.


O grosso do episódio do barro acabei tirando sem registrar porque estava escuro, mas deixei a finalização para a manhã seguinte. Sem a distração da comida, a criatura ficava tentando caçar a escova e só sossegou quando conseguiu arrancar o lencinho no dente.


Com alguma persistência, porém, a coisa fluiu. Este foi o resultado da primeira passada da finalização:


E aqui vocês veem o acabamento 😂:



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores

3.7.24

Como medicar gato difícil, sem imobilizar

Tem gente achando que roubei no post sobre como dar remédio para gato porque Keka é boazinha. Eu podia responder que ela não era, até se ver obrigada a conviver conosco no apertamento. Ou que se tratava da única criatura precisando de remédio no momento ― uma não escolha. Mas adoro desafios e filmei o processo de enfiar ração goela abaixo da Jujuba, nosso exemplar encardido.


Notem que não usei "bravo" no título porque eles talvez precisem de contenção, só que com a toalha, nada de segurar pelo cangote ― essa estratégia envelheceu mal, aqui tem um guia atualizado da American Association of Feline Practitioners (AAFP) e da International Society of Feline Medicine (ISFM) com as melhores práticas de manuseio felino.


Também acredito que bichanos realmente bravos são minoria. A maioria resiste à manipulação por medo e desses a flexibilidade da ioga e uma calça de tecido mais grosso dão conta.


Contrariando minha experiência fracassada com o aplicador de comprimidos, em um passado remoto, Paula Melo e Vanessa Araújo contaram no nosso grupo maravilhoso de apoiadores que recorrem a ele sempre que há risco de perder os dedos. Paula usa o de silicone, ressaltando que se deve encaixar o remédio na ponta, e Vanessa o largo, de garra.

Vanessa apela, ainda, ao colar de disco, que impede que o animal alcance a boca com as patas para empurrar o aplicador ou nossas mãos. Já Adrina Barth pede à veterinária para receitar o medicamento líquido e manipula no sabor de frango, o favorito da Cheetara.

Agora valeu? :)

29.6.24

17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores

Não tinha imagem melhor para representar a data do que esta foto do Intrú, metade luz, metade trevas. Às voltas com a doença renal da Pimenta e a gastrite da Keka, ambas de vida gasta, o frajola com patinhas de elefante tem salvo meus dias ― ora chegando da rua com aquelas teias de casarão de filme de terror na cabeça, ora invadindo nosso quarto todo desajeitado pelos quilos recém-adquiridos.


Antes que alguém me xingue pela guarda irresponsável, Intrú é um gato FeLV+ que acampa do lado de fora da porta de vidro aqui da lavanderia, enquanto não aparece sua família definitiva. E, quase duas décadas depois, uma criatura estranha que não escolhi vem ressignificar tudo de novo. ❤️

Ao longo dessa jornada, já colecionamos 1.818 posts, e-book, mutirão de castração, oficina com crianças, roda de conversa com adolescentes, canal no YouTube, websérie felina, loja colaborativa, newsletter, Gatonó, edital do Condeca com a prefeitura de Sorocaba — os links estão neste post.

E espero voltar no dia 10 de agosto com oito horas de sono dormidas para comemorar o aniversário oficial do Gatoca sem olheiras — "quase-aniversário" é quando você cria um blog e demora 42 dias para juntar coragem de escrever nele. 😂


Festinhas anteriores: 2023 | 2022 | 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

26.6.24

Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio para gato

Estou destreinada, confesso. A última goela de Gatoca que perturbei com comprimidos acho que foi a da Pipoca, 12 anos atrás, por causa da micoplasmose. E a gangue só tomou remédio para giárdia em 2009, com a ajuda do vet ― no post, aliás, eu falo em imobilizar o gato segurando pelo cangote, mas essa estratégia caducou (aqui vocês podem baixar um guia atualizado com as melhores práticas de manuseio felino).

Pois, aos 17 anos, Keka me trouxe de volta à alopatia animal ― primeiro com o protetor gástrico e agora com o estimulante de apetite. Ela tem gastrite, causada pela doença renal crônica, e montamos um verdadeiro esquema de guerra para contornar os vômitos. Só que não consigo acordar de madrugada para dar o sachê batido na colher, porque já fico devendo sono com a rotina diurna. E sempre sobra um líquido com sangue do jejum.


Como o comprimido, além de minúsculo para manipular, quebrou todo torto, pedi ajuda no Cluboca, nosso grupo maravilhoso de apoiadores e compartilho abaixo:

Use um cortador
Paula Melo indicou o da Needs, que não pagou um centavo pela propaganda, e eu até comprei para testar, mesmo já tendo um antigão, brinde de pet shop, mas a drágea esmigalhou do mesmo jeito. A vantagem é que o novo vem com uma caixinha para guardar a metade (ou um terço, rs) restante. Vanessa Araújo disse que corta na faca mesmo, só que precisa estar assassinamente amolada, raridade por aqui ― aí, basta colocar o comprimido sobre um pano macio dobrado.


Afie a lâmina com papel alumínio
Arquiteta nas horas vagas, Adrina Barth me apresentou às 1001 utilidades do papel alumínio. Para ressuscitar o cortador da dica anterior, dobre o papel alumínio várias vezes e esfregue em cada face da lâmina ― tomando o cuidado, obviamente, de não se cortar. Só não consegui descobrir se o lado certo é o fosco ou o brilhante.

Insira o remédio em cápsulas vazias
Eu não fazia ideia de que isso existia, até ler a mensagem da Aline Fagundes contando que usa com os peludos o menor tamanho, de número quatro. Já Paula prefere o dois, para comprimidos maiores ― mesmo que precise partir. Nessas cápsulas também dá para colocar medicações que devem ser tomadas juntas, com um único sofrimento. Além de facilitar a manipulação, Bárbara Santos lembrou que elas disfarçam o gosto amargo que provoca a babação e escorregam melhor na garganta.

No fim das contas, acabei adiando o Mirtz para a Keka porque, depois de uma fase sem alma com o Gaviz V, ela embalou de novo. Mas gravei um vídeo com o passo a passo básico:


Corte as garras do bichano
Principalmente se uma longa temporada de medicação os espera ― a menos que ele seja a Jujuba.

Seja firme (e rápido)
Quanto mais pena a gente sente, mais molenga age, dando brecha para o pequeno se rebelar. E sofrer.

Bloqueie esconderijos
Essa é para o caso de fracassar no passo anterior.

Posicione bem o animal
Eu gosto de ajeitá-los na prateleira da sala, virados para a direita, porque sou (mais ou menos) destra, e com as quatro patas apoiadas na almofadinha antiderrapante. Se tentarem me unhar, estarei na lateral ou nas costas, fora de alcance.

Mire no fundo da garganta
Com a mão livre, incline a cabeça do peludo bem para trás, facilitando a queda do comprimido ― o dedo médio deve pressionar uma das bochechas, a palma apoiar no topo da cabeça (cobrindo as orelhas) e o dedão pressionar a outra bochecha. Com a mão que segura o remédio, force a abertura da boca pela lateral, até conseguir espaço para soltá-lo na goela.

Garanta a ingestão
Se seu amigo integrar o grupo dos cuspidores, vale dar uma empurrada na drágea com o dedo até as profundezas ou jogar um pouquinho de água com a seringa na sequência ― já deixe pronto. Lambida nos lábios ou aquele movimento de "glup" indicam sucesso na missão.

Tente o aplicador de comprimidos
Comigo nunca funcionou, porque as criaturas mastigam e a geringonça não solta o comprimido ― ou erra a pontaria. Mas vai que você dá sorte.

21.6.24

O desafio de aquecer um gato que não entra em casa

Começou oficialmente o inverno, para a alegria de quem gosta de chocolate quente, cachecol e filme sob as cobertas ― se o aquecimento global permitir, claro. Para o Intrú, porém, significa dormir do lado de fora da porta de vidro da lavanderia a 9ºC, temperatura das madrugadas aqui de Araçoiaba da Serra. E, nas entrelinhas desse dilema, está a constatação de que, oito meses depois, ninguém se interessou em adotá-lo.


Como minhas velhinhas seguem inviabilizando a convivência com um gato FeLV+, lá fui eu quebrar a cabeça para esquentar o cafofo provisório do frajola. No Cluboca, nosso grupo maravilhoso de apoiadores, lembraram das casinhas comunitárias forradas com caixas de leite longa-vida. A internet sugeria bolsas térmicas de tamanhos variados. E Beto Spinelli, meu físico do coração, gravou dois áudios explicando os princípios da termodinâmica:

Você quer uma solução com capacidade térmica alta, que guarde muito calor e disperse em uma taxa constante, alta o suficiente para gerar calor para o bicho e baixa o bastante para durar. Por exemplo: se um sistema tem 100 calores, seu gato precisa de 10 por minuto para ficar feliz e ele só liberar um, até vai durar (100 minutos), só que não funcionou porque é pouco. Liberando 10 calores por minuto, por outro lado, esse sistema se esgotará em dez, o que também não adianta.

Para durar uma hora, então, você precisa de um sistema que guarde 600 calores, entendeu? Água é um bom jeito de cobrir a madrugada, porque tem bastante capacidade térmica. Se usar muita água, gastará muito tempo esquentando e, portanto, estará guardando muito calor. Aí basta colocar em um recipiente que liberará esse calor na taxa ideal.

Alumínio funciona, sim, porque reflete o calor que está dentro da casinha, seja do próprio gato ou da bolsa térmica, deixando escapar pouco. Ainda assim, você precisa de um isolante, tão importante quanto o sistema térmico, porque influencia na taxa de calor que se perderá para o ambiente ― uma casinha que concentra mais calor, demanda uma taxa menor de liberação. Forrar o telhado com papelão pode ajudar e cobertor isola ainda mais.


Como vegana não bebe leite e Araçoiaba levanta um poeirão de terra digno de distopia, fiz uma estrutura móvel de papelão no formato do telhado, colei papel alumínio de cozinha dentro e prendi com fitinhas, permitindo tirar para lavar.


Cobertor já havia comprado ― ele ama, amassa tanto que até baba! E, enquanto não chegavam as bolsas térmicas, duas de 1 litro e uma de 2 l, para testar a melhor configuração, quebrei o galho com garrafas pet ― é só colocar a água quente e ajeitar embaixo da coberta, para não queimar.


A bolsa azul está vazia, para vocês verem que não muda muito de espessura para as cheias. E encaixei na parte de baixo da casinha uma caixa de papelão sem teto e com paredes altas, exceto a da porta, porque Intrú gosta de observar o movimento durante o dia.



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
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:: Férias do Intrú
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:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)

19.6.24

Qual é o piso ideal para quem tem gato?

Existe lugar melhor para falar de reforma e aspirador de pó do que um grupo de gateiros? Pois esses são assuntos que, vira e mexe, movimentam o Cluboca, nossa confraria de apoiadores. Paula Melo deu a ideia do post e Adrina Barth, a arquiteta que me salvou várias vezes durante a obra caótica, caprichou na consultoria. Se você tem gatos (ou cachorros) e está pensando em trocar o piso...

- Evite modelos de madeira natural e laminados, pois tendem a estufar e manchar na presença de líquidos, como água, xixi e vômito. No caso dos bichos de apartamento, o laminado ainda deixa passar mais barulho, incomodando os vizinhos.

- Ao escolher o porcelanato, prefira acabamentos acetinados, especialmente os indicados para áreas úmidas, porque os brilhantes são mais escorregadios e podem causar problemas nas articulações. Quanto menos textura, aliás, mais fácil de limpar.


- No universo dos vinílicos, que oferecem o aconchego visual da madeira e mantêm o conforto térmico, vale optar pela versão colada, que impede os líquidos de escorrerem para baixo das peças. Quem sofre com xixi fora da caixa, porém, deve passar longe, pois a acidez estraga o PVC.

- Em ambientes externos, onde os peludos costumam se exercitar, acabamentos mais ásperos ajudam a "gastar" as unhas, especialmente dos cães.

Nós acertamos 50% em Gatoca: o porcelanato que imita madeira disfarça bem a sujeira e tem uma textura tranquila de limpar ― Araçoiaba da Serra levanta um poeirão de terra à la Mad Max! Sim, ele brilha diferente da madeira de verdade, mas só quando o sol bate direto.


Já o laminado do escritório e do quarto foi escolhido pelo preço, o mais barato do mostruário, para equilibrar as finanças, rs. E está resistindo até que bem, como mostra o vômito da Keka, 17 anos e avançada na doença renal, que apelidei de poltergeist.


Adrina deu, ainda, uma dica que acho bacana compartilhar: é possível consultar o custo estimado por m² de obra em cada estado, pesquisando nos sites regionais do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon). E o valor da reforma fica entre 50% e 70% do Custo Unitário Básico (CUB).

14.6.24

Três Rs: como alimentar a gatitude | EG #30

Tirando a dieta baseada em carne crua (Barf), incomum aqui no Brasil, o mais próximo do natural que podemos oferecer a um bichano é a ração úmida, de preferência sem grãos ― usados para baratear o preço. Jackson Galaxy, porém, sempre reforça que a pior ração úmida do mercado ainda compensa mais do que a melhor ração seca.

E eu incluo uma exceção às versões medicamentosas, que atendem outras demandas ― no caso dos renais, por exemplo, os grãos ajudam a suprir a necessidade calórica e a saciedade sem que o animal ingira tantas proteínas, sobrecarregando os rins. Já para idosos, o autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, diz que qualquer coisa que aceitarem está valendo ― só precisa ficar de olho no peso.


Ração seca x úmida

Enquanto a ração seca possui apenas 10% de água, a úmida pode chegar a 85%, quantidade mais próxima (até maior) do que a encontrada no corpo das presas que os peludos costumam caçar (em torno de 75%). Tutores que adotam a ração seca, geralmente por conveniência, também tendem a deixá-la direto no chão, o que vai contra a lógica do Gato Essencial ― e o argumento de que ela auxilia na limpeza dos dentes nem merece comentários.

Variedade, sim!

Você provavelmente não gostaria de almoçar a mesma coisa todo dia, mesmo que fosse nhoque. Os felinos menos ainda, já que na natureza estão sempre caçando um bichinho diferente ― Intrú é prova! Com opções para todos os bolsos, dá para testar diversas proteínas, texturas e preparos até encontrar uma combinação favorita ― aqui, os bigodes amam a Pet Delícia, comida com cheiro e cara de comida.

Mudar a dieta do seu amigo regularmente deixará a vida dele mais saborosa. Mas não se esqueça de fazê-lo gradualmente, para evitar piriris.

Refeições com horários

Quem tem comida à disposição durante 24h por dia são os animais que pastam. Carnívoros oportunistas precisam caçar, apanhar, matar e comer (CAMC) ― sem esforço envolvido, a satisfação fica prejudicada. E, como os bichanos evoluíram para fazer pequenas refeições, com intervalos de cinco ou seis horas, o ideal é oferecer diariamente de duas a quatro, seguindo o ritmo da sua casa.

Uma vez domesticado, o ciclo circadiano do gato se conecta ao da família. Quando vocês acordam e a energia do recinto dispara, portanto, ele acompanha. Essa é a hora do CAMC, unindo brincadeira à alimentação, processo que pode se repetir na volta do trabalho/escola e antes de dormir ― sempre que houver um aumento dessa energia, devido a um ritual.

Lembrando que os peludos precisam de 60 a 80 calorias por dia para se manter e um ratinho tem em torno de 30. Isso significa que, na rua, eles comem entre oito e dez roedores por dia, mas só depois de 20 ou 30 tentativas de caça, bem diferente dos bichanos domésticos.

Lidando com gangues

Em casas com mais de um gato, os potes devem ser individuais. E velhinhos ou doentes talvez demandem a alimentação livre. Já os peludos que engolem tudo tão rápido que acabam colocando para fora podem desacelerar com comedouros que tenham barreiras, exigindo mais esforço para alcançar a ração ― dá para improvisar usando pedras limpas. No caso dos invisíveis, aproveite as refeições para integrá-los lentamente ao grupo, em vez de servir a comida em um cômodo separado.

Dicas antichatice

Para experimentar coisas novas, seu amigo precisa estar com um pouco de fome ― e só assim também a gente consegue convencê-los a fazer qualquer coisa, já que são motivados por alimentos e recursos, não por elogios.

- Irritação dos bigodes: como muitos bichanos não gostam que eles encostem nas laterais do pote, vale providenciar um modelo raso ou apelar ao pratinho de vez.

- Textura: há quem prefira patê, pedaços, mais caldo, menos caldo. Você não pode dizer que seu gato não curte ração úmida até testar todos os tipos ― compartilhei dicas para facilitar a adaptação neste post!

- Temperatura: a quentura do alimento deve bater com a temperatura corporal do animal ― exceto nos dias quentes, em que um geladinho cai bem.

- Variedade: como explicado anteriormente, ofereça opções, mude de tempos em tempos, preste atenção nas preferências do peludo.

- Localização: certifique-se que o pote está em um local seguro, longe do cachorro ladrão de comida e da criança sem noção, ou com um campo de visão para observar as idas e vindas ― todo mundo merece paz durante as refeições.

- Pote vazio: os pequenos aprendem rápido que recebem atenção ao mirar para a tigela, esperando que a gente coloque ração fresca.

Importante! É preciso diferenciar gato com frescura de bicho doente. Passar mais de 24 horas sem comer merece uma investigação veterinária, principalmente no caso de animais obesos, que têm risco alto de acumular gordura no fígado (lipidose hepática), podendo até morrer.


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes quase 17 anos de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

7.6.24

A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)

Depois de assassinar um lagartinho (parente do refém que eu consegui negociar), duas rãs (ou pererecas), três ratinhos (que nunca havíamos visto aqui no terreno) e um coelho (não me perguntem como ele escalou 2 m de muro!), Intrú aprendeu a caçar de brincadeira. Era 24 de abril, justamente o dia em que fui enxotada do tapete de ioga e precisava terminar a saudação ao sol.


Lembrei da varinha, que fez os bigodes voltarem a brincar depois de velhos, mas as meninas que restaram não curtem muito, e a peninha não teve a menor chance. O frajola é muito competente na arte de atacar e travar os dentes ― no vídeo, parece até que acelerei a imagem! E quem acabou exausta fui eu. rs


Agora, quando Leo cuida do jardim, o figura se diverte perseguindo o fio do cortador de grama. Também tentou caçar a mangueira ― e saiu molhado. Qualquer graveto que a gente balance faz as pupilas dilatarem. É um gatinho indecentemente fácil de agradar ― e amar.



Epopeia do Intruso

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5.6.24

Truque para gato que não come ração úmida 'velha'

Todo tutor de gato já ficou com cara de trouxa segurando um sachê, potinho ou latinha pela metade, que o bonito não quer mais saber de comer. Eu já havia compartilhado a dica de dar uma esquentada no micro-ondas e talvez você ainda esteja no estágio anterior, em que o bichano precisa aprender a gostar de ração úmida (só clica!).

Este post, porém, é para as vítimas do paladar seletivo felino, especialmente aquelas que têm velhinhos ou doentes em casa. Quem me salvou foi a Viviane Silva, contando no nosso grupo maravilhoso de apoiadores que congelava o patê em porções menores, descongelando apenas o que os bigodes consumiriam na hora.

Eu testei com a latinha da Pet Delícia batida no blender, porque a gangue de 17 anos aceita melhor essa textura, mas imagino que também funcione com a versão original (e com os sachês) ― só precisa colocar em uma embalagem que possa ser aquecida depois, né? As meninas comem como se a gente tivesse acabado de abrir, pois o cheiro e o sabor ficam preservados. :)

31.5.24

Suco para gato debilitado que não aceita comida

Atualizado às 19h45

O estágio avançado da doença renal exige um equilíbrio delicado: se a gente tenta empatar nas seringadas a quantidade de comida diária de um animal saudável, o gato debilitado acaba vomitando. Se fica com pena de alimentar desse jeito, o resultado é o mesmo, porque barriga vazia e desidratação aumentam o enjoo ― rins que não filtram direito deixam passar mais ureia para o sangue (uremia), causando náusea e úlceras no estômago (gastrite).

Chocolate já estava nos últimos dias (17 anos e meio!) quando começou a travar os dentes para o sachê batido no blender ― melhor forma de conseguir uma textura lisinha para passar na seringa. Maru, uma das vets dos bigodes, sugeriu então o suco de maçã. Não, não dá para manter um animal saudável à base de suco de frutas, mas, no caso da Choco, ajudaria a forrar o estômago e segurar a hidratação, com um sabor docinho que ela adorou ― como bônus, maçã tem fibras, minerais, vitamina C e pouca frutose.


A receita é básica: eu batia também no blender (salvador!) uma maçã sem casca por vez, já que o gosto se altera rápido e a pequena tomava de pouquinho, acrescentando apenas a quantidade de água para formar um purê ― mais fácil de engolir e com mais nutrientes.




A ranhetinha aproveitou por 11 dias e se despediu.

*

Importante: no estômago de um bichano cabem, confortavelmente, 20 ml, ele demora cerca de 40 minutos para esvaziar e a quantidade diária de líquido deve equivaler a 50 ml por quilo de peso do animal. Mas, nessa fase de partida, a gente só dava os 3,5 ml da seringa por vez, encurtando os intervalos. E o que ela conseguisse tomar já ajudava a minimizar o mal-estar.


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24.5.24

A primeira ioga do Intrú

Em algum momento, não importa o horário ou local, um gato desta casa vai atrapalhar nossa ioga. E Intrú teve sua chance no dia 24 de abril (sim, estou atrasada com as notícias), quando o sol castigava o gramado do gatil e resolvemos aproveitar a sombra do contêiner. Assim que viu meu braço dando sopa, se aconchegou ― sim, a criatura que me atacou dez vezes antes de ceder!


Depois, foi se esticando, se esticando, se esticando, até me jogar para fora do tapetinho.


E seguiu a prática com o Leo, enquanto fui ser desrespeitada pelas frajolas que moram do lado de dentro da porta de vidro da lavanderia.



Epopeia do Intruso

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:: Férias do Intrú
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:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
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22.5.24

Aniversariantes do mês – maio de 2024

Vocês não fazem ideia do inception de plot twists que ocorreram nos últimos meses para que a gente chegasse ao dia de hoje nesta configuração de Gatoca. Caçando qualquer coisa que se move no jardim, Pimenta sofreu uma provável reação alérgica a picada e acabou antecipando nosso luto porque os rins, já gastos pelos 17 anos de jornada, arriaram de vez.


Eu deveria ter suspendido a alimentação forçada na primeira semana de tratamento fracassado ― o cheiro na boca era de morte, o olhar opaco, as vértebras à mostra, a apatia frustrante. Mas existe uma pequenina parte no meu cérebro capricorniano, em formato de gato, que desobedece a razão. E, duas semanas depois, encontrei o lagartinho com que só a frajola brinca tomando sol no gatil.

Ao final da terceira semana, como se restasse alguma dúvida, ela saltou do meu colo em disparada para perseguir um lagartinho de verdade no corredor. Ainda não come sozinha, os rins seguem cronicamente doentes, ninguém espera um desfecho Benjamin Button. Mas, neste 22 de maio, comemoramos sua segunda chance.


Após ganhar o apelido de Cocreta pelo vício em procurar croquetes no parquinho vertical, Keka decidiu testar 50 tons de vômito e alcançou o menor peso possível para um bichano funcional. Quanto mais opções de sachê eu tentava, mais sangue a gastrite botava para fora de madrugada. Até que o estômago de 17 anos resolveu rejeitar o último sabor restante, de peixe branco, da única marca que a magrela ainda comia sozinha, batido no blender.


Apelei às seringadas, submetida ao sono picado, à tendinite e à musculação involuntária de tanto abaixar e levantar ― quando Pimenta caiu também, confesso, surtei. Mas no domingo a frajola lambeu o bico da seringa com mais urgência do que o patê dava conta de sair e depois a colher e os sabores de frango, atum, peru. Neste 22 de maio, comemoramos sua terceira (ou quarta) chance ― era para ela ter morrido antes da Chocolate!


Em terra de renais, quem tem uma gata com mais de 3 kg é rainha. E Jujuba se tornou aquela filha que tira boas notas na escola, arruma a cama sem ninguém pedir, não dá dor de cabeça ― apesar de que a cabeça de 17 anos da malhada não anda tão boa assim. Do nada, ela se desorienta na própria casa, emendando miados urgentes de angústia.


Mas ainda reconhece meu chamado, se acalma com o carinho e morde a mão que insiste em usar o mouse em vez de contribuir para o ronronar ― sim, a gata que me rendeu uma escarificação na mudança para o apertamento em São Bernardo! Neste 22 de maio, comemoramos como se fosse a primeira vez. E talvez seja a última também ― da família Guda já partiram a mãe, Pipoca e Pufosa.


Hoje, porém, não vou chorar.


*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2023 | 2022 | 2021 | 2020 | 2019 (especial Dia do Abraço) | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

15.5.24

Três Rs: o jeito infalível de brincar com gato | EG #29

Se você não for tutor da Pimenta, que caça os brinquedinhos da caixa sozinha e guarda tudo embaixo do sofá, provavelmente já entendeu que precisa participar ativamente das brincadeiras para despertar a gatitude do seu amigo ― e ajudar a estabelecer uma rotina livre de tédio, sinfonia de madrugada, casa destruída.

Brincar de forma estruturada significa separar um tempinho por dia para estimular o peludo a praticar o ritual ancestral do Gato Essencial: caçar, apanhar, matar e comer (CAMC). Para isso, a gente precisa primeiro identificar sua presa favorita (voadora, rastejante, saltadora) e o estilo de caça preferido (emboscada em campo aberto, esconderijo para ataque surpresa, tocaia em buracos ou tocas).


Simular, então, o movimento do animal, em vez de mexer aleatoriamente a varinha, torna a interação muito mais sedutora. Um passarinho, por exemplo, pode passar voando em um rasante, se permitir ser apanhado e, quando o bichano se afasta, ir se esconder devagar atrás do vaso. As pupilas dilatadas e a balançadinha de bumbum indicam que o pequeno entrou no personagem: ele dá o bote, mas a ave levanta voo de novo, até você decidir que é hora de "morrer".

Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, lembra ainda que a "perseguição" é tão importante quanto o "ataque" e o "abate", porque deixa o peludo 100% concentrado ― a exaustão da caça acontece mesmo quando ele não se move. Sim, todos os gatos brincam, até os velhinhos que esperam a presa chegar bem perto para dar duas patadas. E está valendo!

Respeitar o ritmo do bichano também se faz essencial. Tem animal que funciona como um carro esporte: você mostra o brinquedo e ele sai em disparada. E há os modelos a álcool, que demoram para embalar, mas depois ninguém segura. Não adianta, aliás, esperar que um gato corra 15 minutos sem parar. Eles são caçadores de velocidade (com explosões curtas, seguidas por breves períodos de descanso), não de distância.

E não esqueça de recompensar o esforço com petiscos para a experiência ficar completa.

:: Tipos de brinquedos

Interativo: varinha com penas ou qualquer brinquedinho amarrado a uma corda, que permita exercitar os três Rs (rotina, ritual e ritmo) da caçada, estimulando o desejo pela presa ― a ferramenta mais crucial.

Remoto: bolinhas e ratinhos de pelúcia, que a gente joga na esperança de que a criatura trará de volta e acabam embaixo da geladeira, até a próxima faxina ― não devem ser a única opção.

Automático: escolha do preguiçoso, funciona a pilha e seus movimentos previsíveis não despertam tanta emoção ― válido para os dias em que chegamos exaustos do trabalho.

:: Alerta!

A famosa caneta a laser pode abrir os trabalhos, mas nunca ser um fim em si, porque não dá para pegar (e morder) efetivamente a luzinha ― em algum momento, você deve apontá-la para um brinquedinho "matável".


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 16 anos e meio de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

10.5.24

Como se preparar para uma emergência tendo gatos

Preparado para deixar para trás, às pressas, a história de uma vida inteira acho que ninguém está. Mas a gente pode minimizar o impacto da tragédia seguindo as recomendações de especialistas. Eu cheguei a escrever sobre incêndio e animais, numa época em que provavelmente fracassaria tentando salvar dez gatos, e achei importante retomar o assunto agora, quando mais de 9 mil bichos afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul ainda esperam por resgate.


ANTES

Jackson Galaxy, o mestre do comportamento felino, tem um checklist para gateiros:

Mantenha as caixas de transporte no ambiente
Assim os bichanos não estranharão o cheiro diferente e entrarão sem resistência. Fora que ninguém merece ficar procurando as ditas cujas no fundo do armário mais alto com o prédio pegando fogo ou alagando!

Bloqueie espaços inacessíveis
Isso vale para qualquer lugar de onde você não consiga tirar o peludo em caso de emergência.

Adote a alimentação por refeições
Acostumar seu amigo a ter horários para comer cria uma rotina que facilita o manejo em situações de estresse.

Identifique o gato
Galaxy recomenda o microchip, para que qualquer pessoa ao encontrá-lo acesse suas informações indo a uma clínica veterinária com leitor. Mas essa prática ainda não é popular no Brasil, então sugiro a boa e velha coleira com plaquinha de identificação ― escolham um modelo de elástico, que solte se bicho se prender, evitando o enforcamento.

Tire uma foto da carinha dele
Se precisar fazer um cartaz de "procura-se", ter as características bem destacadas facilitará o reconhecimento.

Separe uma pasta com documentos importantes
Receitas médicas, exames impressos e carteira de vacinação precisam estar à mão ― seus documentos também, né? rs


DURANTE

Galaxy sugere que se cubra a caixa de transporte com um cobertor para restringir a visão do caos, evitando a superestimulação, e explica o que colocar em um kit de emergência:

Objetos com cheiros familiares
O cobertorzinho do gato e uma blusa usada sua, por exemplo, já ajudam o pequeno a se sentir menos inseguro no lugar para onde vocês forem.

Petiscos
Se ele parar de comer, ter sua guloseima favorita pode quebrar o jejum ― e a evolução para um quadro de lipidose hepática.

Brinquedinhos
Em situações adversas, brincar com seu amigo é uma estratégia para mudar o foco.

Feromônios sintéticos
Na verdade, Galaxy indica seus produtos holísticos, mas os feromônios sintéticos têm eficácia científica, porque mimetizam os naturais, que os bichanos soltam quando estão à vontade, aumentando a sensação de bem-estar.

O pessoal do Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad) alerta, ainda, que deixar os peludos em correntes, caixas, canis ou baias os torna presas fáceis para a água em rápida elevação ― se não puder levá-los junto, o melhor protocolo é soltá-los para que usem seus instintos naturais de sobrevivência.

E não esqueça de desligar aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, até para conseguir recuperá-los depois, em caso de alagamento ― os cursos de Engenharia Elétrica e de Controle e Automação, da Universidade do Vale do Taquari (Univates), fizeram uma cartilha com o passo a passo.


DEPOIS

Juliana Damasceno, doutora em Psicobiologia, ensina como lidar com gatos traumatizados:

Isole o bichano em um cômodo
O ideal é que o local esteja com baixa iluminação e sem rotas de fuga.

Bloqueie refúgios vulneráveis
A dica de impedir o peludo de ficar inacessível também vale aqui.

Crie refúgios seguros
Qualquer caixa de papelão já cumpre a função.

Não force o contato
Gato assustado pode agir de forma agressiva ou congelar e ambas as situações agravam o estresse, prejudicando ainda mais seu estado de saúde.

Ofereça alimentos palatáveis
Aqueles que você colocou no kit de emergência, lembra? Coloque perto do esconderijo e saia do cômodo.

Evite fazer barulho
Entre no ambiente de maneira cautelosa e o mais silenciosa possível, mantendo-se agachado, e falando baixo, em tons agudos.

Separe os recursos
Posicione a caixa de areia do lado oposto à comida e à água.

Tenha paciência
Pode levar um tempo para seu amigo se sentir confortável de novo.