Além de ajudar no equilíbrio e nos pulos, o rabo funciona como um emoji para os bichanos — quem diz isso sou eu, não o Jackson Galaxy, embora esta série seja inspirada em seu livro O Encantador de Gatos (rs). Sabem quando a gente inclui uma carinha ao final da mensagem para não restar dúvida quanto à intenção? E, como a ponta do rabo se move de forma independente do restante, dá para criar vários sinais.
Erguido: melhor demonstração de confiança, porque é um localizador fácil para predadores — na natureza os felinos definitivamente não andam assim. Só os gatos têm esse hábito, aliás. Já com a pontinha em curva trata-se de um cumprimento clássico, amigável ou brincalhão, equivalente ao nosso "oi".
Meio mastro (paralelo ao chão): indica exploração, curiosidade e precaução ao mesmo tempo.
Para baixo: aparece durante a perseguição da presa ou quando estão assustados, para parecerem menores — em casos extremos, é acompanhado pelo rastejar do exército.
Entre as pernas: expressa medo intenso, aquele rabo que a gente costuma ver nas idas ao veterinário.
Arrepiado: resposta a algo alarmante no ambiente, para parecerem maiores, sinaliza uma manobra ofensiva ou defensiva.
Tremendo: também conhecido como "marcação fantasma" ou "falso borrifo", geralmente significa empolgação — direcionada a uma pessoa de quem o bichano gosta.
Balançando: alerta para uma ação que virá, podendo ser positiva ou negativa — a interpretação depende do contexto. Se os movimentos lembram chicotadas, quer dizer que o peludo está superestimulado (frustrado ou irritado) e provavelmente reagirá de forma agressiva.
Um estudo muito legal da Universidade de Bristol, feito por John Bradshaw e Charlotte Cameron-Beaumont, analisou como os gatos respondiam a silhuetas de outros gatos (em papel preto), para eliminar a influência de feromônios ou vocalizações, com rabos em diferentes posições. E eles se aproximavam mais rápido da silhueta com o rabo erguido, levantando o próprio rabo em resposta — rabo para baixo ganhava outro rabo para baixo ou balançando.
Aqui em Gatoca, temos versões disruptivas:
Quebrado e torto assim, como você quer que eu não grite?
Morder ou não morder, eis a questão
Rabo? Que rabo? Não vi nenhum rabo por aqui...
Meu pirulito peludo! Tira o olho!
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)