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19.10.22

Um ano da nossa florestinha e 10 aprendizados

Os últimos meses em Gatoca abrigaram contradições: plantas nascendo e gatos morrendo. Sobre a partida da Clara e do Mercv já escrevi bastante — foram quase 17 anos, na verdade, compartilhando histórias deles aqui. Mas faltou falar de flores. Ou da falta delas.


Quando a Adriana Todesco, amiga querida da minha mãe, mandou 57 mudas de Serra Negra para colorir nosso terreno de mato, eu não fazia ideia da quantidade de aprendizados que se pode envasar!

1) Respeitar os próprios limites
Imaginem o trabalho de regar e adubar 57 plantas — para sempre! Eu até comecei prestando atenção para não molhar as folhas, medindo as quantidades de fertilizante na balança e brigando com o Leo, que me achava maluca. Mas, quando ele quebrou o tornozelo e sobrei também com a função de carpir, passei a pegar mais leve com a autocobrança.

2) Recuar para continuar avançando
As mudas muito pequenas não reagiram bem ao transplante para o solo (ou ao sol forte, ou à frequência de rega que a gente conseguia dar conta, ou às pragas das pragas) e decidi voltar todas para o vaso, onde poderia caprichar mais nos cuidados. Nesses 12 meses, fui recompensada com múltiplos botões.




3) Focar nas vidas salvas
Mesmo assim, as formigas assassinaram uma pata-de-vaca branca, que nunca chegava na quarta folhinha, e a emergência climática desidratou a nêspera. Em compensação, eu nunca tinha comido framboesa fora da geleia. E elas parecem cenográficas!


4) Dividir para não enlouquecer
Do borrifador de faxina ao pulverizador de fazenda (sim, nós compramos), é impossível exterminar todos os pulgões e cochonilhas de 1 mil m². E a flor-de-são-miguel bichada floriu, enquanto a boa ficou completamente careca. Uma parte do butim, então, a gente come, a outra a gente deixa para gaia.


5) Aprender fazendo — por tentativa e erro
Se vocês pesquisarem no Google possíveis causas para folhas com pontas queimadas, vão se deparar com: "Excesso de rega, falta de rega, muito calor, frio extremo, adubo demais, adubo de menos, vento cortante, pouca umidade, água salobra, água com flúor". O que não ajuda em nada — e é justamente por isso que eu prefiro cuidar de gatos. rs

6) Conhecer a ti mesmo
Economize R$ 11 em veneno se não terá coragem de usar contra as malditas formigas cortadeiras, que mordem também os seus pés assim que encontram o chão.

7) Lidar com a frustração
Já confessei por aqui: eu não sei perder — nem gente, nem bicho, nem discussão. E, nos meus cinco estágios do luto, raiva aparece três vezes. Mas as plantas morrem, mesmo que a gente tenha se esforçado e gasto dinheiro e feito blindagens de garrafa pet com graxa.

8) Estar aberto ao novo
Esqueci de dizer que a manga também não vingou. Mas no lugar dela cresceu um mamoeiro, que ninguém cultivou e vou poder comer no café da manhã — porque manga ninguém merece!

9) Improvisar
A grande expectativa da floresta araçoiabana era o manacá-de-jardim, para garantir a sombrinha dos bigodes dentro do gatil. Só que ele é da leva que acabou voltando para o vaso, me obrigando a comprar um resedá, que ainda não conseguiu formar uma copa, obrigando os gatos a descansarem na mandioca de geração espontânea.




E a coitada quebrou com o vendaval, dando lugar à moita de catnip, originada por duas singelas mudinhas que Leo esqueceu que havia plantado. Este se tornou, portanto, o atual refúgio da gangue:


10) Saber a hora de se retirar
A íris azul desponta majestosa, não dura mais do que um dia e termina sua breve existência neste embrulhinho simpático, sem drama.



14.10.22

Como ensinar seu gato a amar ração úmida natural

Primeiro, a gente deve entender esse universo misterioso que é o gato: uma criatura que adora novidade, mas precisa de rotina para se sentir segura. Depois, vale a pena olhar para a nossa própria alimentação. O que vocês acham que faz mais bem à saúde: brócolis ou salgadinho com refrigerante?

Como alguém que só conseguiu gostar de legumes e verduras ao virar vegetariana, eu posso garantir que paladar se educa — você começa escondendo a rúcula no feijão, tipo remédio, aí encara uma pizza dividida com tomate seco e, quando vai ver, está comendo salada sem tempero. Por que seria diferente com os pequenos?

Claro que um gato acostumado aos flavorizantes (saborizantes e aromatizantes) das rações industrializadas torcerá o focinho para a alimentação natural. E mesmo as versões super premium têm hidrolisado de carne, que funciona como realçador de sabor, deixando os grãozinhos mais atrativos.

Resumindo: quem decide ler as letras miúdas dessas embalagens sedutoras se depara com ingredientes processados, desconhecidos ou que ninguém botaria na boca, tipo pé de frango. Mas não, eu não dei conta de cozinhar para os bigodes — não curto o movimento, muito menos o açougue e eram nove!

Por isso faço campanha pela Pet Delícia há cinco anos e meio. Comida com cara e cheiro de comida — comentários sobre o gosto vou ficar devendo porque motivos de veganismo. A ideia para este post surgiu justamente com a reação de parte da gangue à latinha nova de peixe, pela qual eu estava tão ansiosa — impossível não lembrar da frustração de alguns de vocês.

Aqui, volto ao início do texto: gatos precisam de tempo para aceitar mudanças e prefiro ter esse "trabalho" do que mantê-los só no fast food — sim, eles comem ração seca também. E, como o nome dá a dica, ela vem com outro problema: a falta de umidade, principal vilã da doença renal. Coloquei em prática, então, as dicas detalhadas neste post, testando uma de cada vez:

1) Amassei a comidinha natural com o garfo.
2) Adicionei um tico água.
3) Amornei no micro-ondas.
4) Ofereci para os peludos em seus lugares favoritos.
5) Quem não se animou de manhã ganhou de novo à tarde — até para driblar estômagos cheios, já que a ração renal fica disponível o dia inteiro.

E, para estender a validade da latinha, sem conservante, bati no processador e congelei em potinhos, na intenção de repetir o processo até todo mundo se render. Se as gatas mais frescas amam a combinação exótica de frango com mamão, não hão de rejeitar eternamente o pobre peixe, né? :)



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7.10.22

Presente para quem ama gato e precisa se reconectar

Eu estou em um estado que, se me oferecerem qualquer artefato religioso, sou capaz de acertar alguém na cabeça com ele. Mas o japamala que Lidice me deu de presente tinha um gatinho e isso faz toda a diferença. Aqui, preciso voltar com vocês para 2008, quando uma entrevista sobre como os bigodes haviam mudado minha vida me levou a trabalhar na AnaMaria, mudando minha vida. rs

Lá, escrevi três centenas de matérias, que as leitoras contavam por e-mail também terem mudado suas vidas — uma delas, inclusive, incomodou um colégio católico de ricos, que pediu minha demissão. E não incentivava o satanismo, só informava às mães de classes C e D, público da revista, que seus filhos poderiam estudar com bolsa nessas escolas, em contrapartida aos impostos isentados pelo Estado.

Lidice-Bá era daquelas chefes raras que conhecem o caminho do meio entre acolher e desafiar — claro que não me demitiu. A gente podia criticar o que quisesse na redação, contanto que propusesse alternativas. O mantra: "Não me traga problemas, traga soluções" pauta minha estada no mundo até hoje.

Um dia, ela me cutucou a conseguir uma foto exclusiva da Hebe com seu vira-lata Atrium para a matéria (de capa!) sobre adoção de animais. Eu não sabia que, por causa dos 82 anos, Hebe não aceitava mais esse tipo de aporrinhação — até a Veja, irmã poderosa da Editora, recorria às opções batidas dos bancos de imagens.

Telefonei para o assessor de São Paulo, onde ficava a Abril, de São Bernardo, onde morava, das férias no Rio de Janeiro. E não só sensibilizei a diva da televisão como virei editorial — aqui tem os bastidores e o retorno carinhoso das leitoras. Foram os cinco anos na grande imprensa de que mais sinto saudade.

Saí primeiro para sonhar outros projetos, Lidice saiu depois para criar arte. E seguimos conectadas pelos gatos. Quando Mercv morreu, ela inventou um japamala para me abraçar a distância — madeira (isolante elétrico e energético) com cristalzinho e gatinho da sorte chinês. E o pacote chegou pelo correio justamente neste momento tão precisado.

Botei meu vestido mais lindo, posei com a Guda, chorei no Ho’oponopono, tive vários insights depois. Não, não atingi a iluminação, mas posso tentar outras vezes.


Obrigada, minha amiga! 💜


Cliquem na imagem para ver outros terços, biojoias e acessórios que vibram amor

5.10.22

Não achei que precisasse escrever este post...

Depois de quatro anos, a decisão era tão óbvia: avanço contra retrocesso, diálogo contra extremismo, diplomacia contra isolamento, inteligências (as oito do Gardner) contra estupidez, diversidade contra egoísmo, empatia contra mesquinhez, sincretismo contra fundamentalismo religioso, inclusão contra pânico moral, vida contra caça, desmatamento, queimada, agrotóxico.

E nem preciso falar de corrupção.

Mas quase metade da população útil e 20% de descomprometidos (exceção a quem não pôde votar por doença, falta de grana, chefe canalha) escolheram o fascismo — a não-escolha também é uma escolha. Passada a perplexidade, faz-se urgente retomar a luta para o segundo turno, porque eles nos querem exatamente assim: desanimados, encolhidos, com medo.

Eu me recuso a abrir mão de um país que tem tudo para brilhar por causa de uma parcela fanatizada (ou despolitizada) de brasileiros — e sou racional demais para romantizar uma existência no exterior como imigrante.

Na proteção, a gente aprende a olhar para os animais que salvou, não os que perdeu. E esta eleição com gosto de retrocesso teve vitórias importantes: indígenas, mulheres trans e trabalhadores sem-terra ocuparão o Congresso em 2023. Guilherme Boulos, o "comunista invasor de casas", ultrapassou 1 milhão de votos, liderando os deputados federais por São Paulo, estado do sapatênis.

E Bolsonaro terminou o primeiro turno em segundo lugar, mesmo usando a máquina pública e comprando aliados (políticos, religiosos, ruralistas) com o dinheiro da educação, da saúde, da segurança pública — nosso dinheiro.

Nos próximos 25 dias, se bater o desânimo, lembrem do que nos une: gatos, risadas, generosidade, encantamento, arte.

Assim se faz resistência, meu povo!


Tentando usar o mouse com o braço esmagado pela Guda, esmagada pela Pufosa

28.9.22

O que Chocolate, gatos e Tim Burton têm a ver?

Durante boa parte da infância, eu arrastei para cima e para baixo um travesseirinho velho que minha mãe jamais ousou jogar fora, porque a graça era justamente ficar passando os dedos na franja desfiada do babado. Só que o buraco aberto na almofada de joaninha da Chocolate poderia botar a perder nossas noites de sono conquistadas a duras penas.

Para quem chega agora, no auge de seus estimados 16 anos, a pequena está mais carente, rabugenta e gelada do que nunca. Foram meses até descobrir o ritual ideal: jantar com ela no colo, esquentar a almofadinha favorita com o secador antes de dormir e guardar ambas em uma caixa de papelão, protegidas do frio e das outras gatas — que ela ama odiar.


Vocês não imaginam a potência pulmonar da criatura de 2,5 kg às 3h da madrugada!

Lá fui eu, então, entrar pela segunda vez na vida em um armarinho. Comprei tecido vermelho resistente, carretel de linha preta e agulha para bordado que nem sabia que existia. A ideia era fazer um coração de remendo à la Tim Burton, aliando funcionalidade à estética gótica-tosca-fofinha.






Poucos minutos para uma mulher prendada, uma hora inteirinha para quem só costura palavras. rs

22.9.22

Vida com gatos #10

Vencido o receio da troca de ração, Gatoca agora tem rodízio: duas opções renais e duas normais (sendo que uma delas ainda vem com grãos de dois sabores para gatos exigentes), alimentação úmida da Pet Delícia (nas versões integral e batida) e sachê comemorativo.



Tudo isso para Pufosa comer o vômito da Jujuba.



Mais vida com gatos: #1 | #2 | #3 | #4 | #5 | #6 | #7 | #8 | #9

21.9.22

Eleições 2022: bora votar em um Mandato Animal?

Depois de quatro anos de retrocesso no país, a gente merece mais do que políticos que se posicionam contra a caça de silvestres ou que legislam apenas para cães e gatos, né? O Mandato Animal quer construir um mundo mais justo para todos os seres, incluindo os menos fofos, sem exploração nem maus-tratos.

Encabeçado pela Mônica Buava, diretora executiva da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) e uma das fundadoras do Pop Vegan Food, o coletivo tem como cocandidato Fabio Chaves, criador do Vista-se, o maior portal vegano da América Latina, e conta com um time invejável de ativistas e especialistas — Luli Sarraf, Alana Rox, Eduardo Jorge, Eric Slywitch.


Fabio Chaves com um dos irmãos Sim e Simon, batizados em homenagem ao cocriador dos Simpsons, ativista pelos direitos humanos e animais

Juntos, eles disputam uma vaga de deputado federal por São Paulo (4366), sob as bênçãos do Partido Verde (PV). No site, vocês encontram a íntegra das propostas, que contemplam pets, alimentação, testes, vida terrestre e aquática, santuários, diversidade, entretenimento, mudanças climáticas e sustentabilidade — econômica e social.

Aqui, a gente foca em educação, a missão que o Gatoca acabou abraçando nestes 15 anos. Eu conversei na semana passada com o Fabio e a Luli, idealizadora da Celebridade Vira-Lata, e eles garantiram canal aberto à população pelo WhatsApp (11 96345-4366), porque querem representar a diversidade de atores da causa animal — em um mandato longevo, não apenas de quatro anos.


Além de propor projetos de lei, que precisam de aprovação na Câmara, no Senado e da sanção presidencial, portanto demoram, o coletivo pretende impactar diretamente a realidade dos peludos, vacas, porcos, cavalos, peixes, galinhas por meio do direcionamento de emendas parlamentares — parte do dinheiro público destinada a causas importantes da sociedade.

A ideia é começar ampliando o alcance da Segunda sem Carne nas escolas, junto às Secretarias Municipais de Educação, iniciativa que permite trabalhar com funcionários, estudantes e famílias não só a importância de uma alimentação mais saudável e nutritiva, mas também os desafios da emergência climática e um olhar empático para todos os bichos, que sentem dor e medo como a gente.

Nós falamos ainda sobre, em pleno século 21, existir a necessidade de disseminar os princípios da guarda responsável e os benefícios da castração, assim como incentivar a adoção, em vez da compra de animais de estimação — o Gatoca até venceu um edital com essa missão, frustrada pela pandemia.

Luli Sarraf com Rabiola, Fedelha e Castor, resgates que tiveram a sorte de encalhar com uma das protetoras mais generosa que conheço

Lembro também, quando visitei o Rancho dos Gnomos, que Marcos e Silvia Pompeu conscientizavam a molecada sobre o sofrimento que causamos aos silvestres com a caça, o tráfico, as gaiolas e as pipas de cerol. Como conselheiros do Mandato, espero que compartilhem essa experiência.

E deixo mais duas sugestões: investir em projetos que expliquem como são feitos os testes em animais, viabilizando a pressão popular por métodos alternativos, e em iniciativas que sensibilizem para a crueldade do entretenimento com bichos em circos, zoológicos, aquários, rodeios.

O ser humano tende a rejeitar o que é imposto, mas se torna um grande aliado quando, acolhido e ensinado, se percebe agente de transformação. ❤

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O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe o cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br

15.9.22

Existe outro gato vivendo dentro do seu! | EG #13

Música de suspense. Calma, não é um alien nem o anticristo, embora às vezes pareça, rs. Tirem a soneca de 12 horas no sofá, os ratinhos de pelúcia, o mundo visto pela janela e vocês terão um vislumbre do Gato Essencial, gêmeo ancestral do nosso bichano doméstico, aquele que aparece no meio da noite para morder dedos sob o cobertor.

Mesmo separados por milênios, eles seguem conectados pelo DNA (repassado entre gerações com pouquíssimas modificações) na urgência de proteger seu território, caçar, matar, comer e permanecer alerta, porque também são caçados — até a forma como os pequenos brincam está ligada a esse gêmeo ancestral.

E, apesar de viverem com ou em torno de seres humanos há 12 mil anos, nunca dependeram da gente completamente, né? A evolução desse relacionamento se baseou em benefícios mútuos: os gatos se banqueteavam com os ratos que atacavam nosso estoque de grãos e funcionavam como controle de pestes natural.

Acontece que, nos últimos 150 anos, desde que a rainha Vitória popularizou a ideia de trazer os peludos para dentro de casa, nós passamos a exigir que os coitados façam xixi em uma caixa, durmam a noite toda, não desfilem pela bancada da cozinha e, o pior de tudo, reduzimos seu território de centenas de hectares a "apertamentos".

Criar um ritmo que reflete o Gato Essencial, portanto, permite que os bichanos fiquem à vontade no próprio corpo e transformem o espaço ao seu redor em lar. Nos próximos capítulos desta série, inspirada no livro O Encantador de Gatos e financiada coletivamente pelos leitores do Gatoca, Jackson Galaxy ensina como.


Era para ser um arco e flecha, mas fiquei com dó de arrancar as penas da bolinha nova e vocês verão, no próximo post, que valeu estragar a produção, rs


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 15 anos de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

9.9.22

O que eu faria diferente com os gatos #3

Nestes quase 17 anos, só troquei a ração de Gatoca duas vezes — a primeira, ainda inexperiente, por acreditar que a marca (super premium) era culpada pelo aumento dos casos de doença renal, não a alimentação seca em si. E a segunda porque Simba odiou a versão medicamentosa que Pipoca comia sem reclamar.

Com a terceira marca, se passaram oito anos! Até que os aumentos absurdos coincidiram com a chatice gastronômica dos velhinhos e resolvi testar outras opções — meu receio era desencadear um piriri generalizado, em um grupo já sensível por outros problemas de saúde.

Claro que os bigodes conseguiram gostar de uma ração ainda mais cara. E que duas infelizes se recusaram a abandonar a velha, me obrigando a acumular pacotes, já que compro normal e renal de ambas as empresas — normal ofereço só no jantar, controlada, e renal fica disponível o dia inteiro.

Foi a melhor decisão da década! Quando um gato enjoa do cardápio, substituo pelo conteúdo do pote ao lado, sem qualquer sinal de diarreia nem o estresse da alimentação forçada.



Máquina do tempo: #1 | #2

8.9.22

Cistite recorrente em gatos pode ser ansiedade!

Olhando em retrospecto, fica tão óbvio: a primeira crise da Guda aconteceu em setembro de 2020, junto com o quarto pedido de desocupação do imóvel que a gente alugava em Sorocaba, no meio da pandemia de covid, enquanto a arquiteta golpista enrolava para entregar nossa casa-contêiner em Araçoiaba da Serra. Deu para sacar o nível de estresse?

Claro que a gata (e qualquer ser vivente) se afetaria com as discussões, o choro, os quilos perdidos.


Fizemos ultrassom, confirmamos a inflamação na bexiga (cistite), tratamos. Mas os pinguinhos de xixi fora da caixa de areia sempre voltavam, porque nossa mudança também foi um caos, aí a Clara morreu e depois o Mercv — a gorducha adoeceu junto com ele, aliás, e se desesperou com a alimentação forçada a ponto de urinar sangue!

No exame de maio deste ano, apareceram também alterações no fígado, baço e pâncreas, gases nas alças intestinais (incomum em felinos) e linfonodos aumentados na barriga — dos rins assimétricos (e cristais), a gente já sabia porque o diagnóstico de insuficiência renal dela saiu em 2018.

Estava desenhada a Síndrome de Pandora, uma doença complexa e ainda pouco conhecida relacionada à ansiedade (ansiopatia), que tem a cistite como sintoma comum a todos os gatos, mas pode acometer outros órgãos e partes do corpo aleatoriamente — por isso o nome da mulher mitológica que liberou os males da humanidade abrindo uma caixa proibida.


Simon’s Cat, do cartunista Simon Tofield

Outra curiosidade da síndrome, segundo a veterinária Larissa Rüncos, é que a bexiga inflama com as substâncias liberadas pelo cérebro ansioso, não pela clássica infecção bacteriana — por isso não adianta tomar antibiótico. As crises até passam sem medicamento, só que acabam retornando. E, como ansiedade tem causas variadas, a prevenção foca em evitar estresse no cotidiano:

- Garantindo um ambiente propício ao desenvolvimento dos instintos naturais do bichano — com esconderijos, estímulo à prática de exercícios e um cantinho tranquilo para descansar.
- Brincando com seu amigo pelo menos 10 minutos diariamente.
- Cuidando para que a caixa de areia (sem perfume) fique longe de barulho e seja limpa com frequência.

Desde que a paz tornou a reinar no recinto, Guda nunca mais fez xixi parcelado, fora do banheiro ou cor-de-rosa. :)

2.9.22

Gatos, língua de beija-flor e o cocô da vingança

Eu já tinha uma história absurda: o beija-flor que tento fotografar há três meses bateu na porta de vidro da sala, ficou uma eternidade aninhado na minha mão (que plumagem psicodélica é aquela, gente?), de repente botou para fora do bico um fiozinho de língua em direção à gota de homeopatia da pipeta e, quando me ocorreu registrar a experiência única, saiu voando.


Aí, no dia seguinte, estava trabalhando no escritório quando ouvi um corre-corre e cheguei a tempo de ver o dono destas peninhas escapar dos gatos janela afora.


Nada digno de nota, concordo. Acontece que o desaforado não só entrou em casa como fez cocô no sofá.

E NA PIPOCA!

31.8.22

Gato surdo de velhice ou só ignorando sua existência?

Confesso que a surdez da Chocolate me pegou de surpresa. Sei que a gente vai perdendo os sentidos conforme envelhece, mas nunca tinha parado para pensar que isso pode acontecer também com os animais — e a pequena fez 16 anos! Cheguei a cogitar demência durante os miados por colo na porta do quarto vazio, enquanto a gente tomava café na cozinha.

Depois, bateu a dúvida: será que a encrenquinha não escuta mais direito ou só está nos recolhendo à nossa insignificância. Escrevi, então, para a veterinária Amanda Alano, especialista em comportamento felino, e ela confirmou que a capacidade auditiva dos bigodes diminui com o passar do tempo, embora seja menos comum do que a redução da visão.


E, mesmo quando eles decidem nos ignorar, as orelhas acabam se movimentando porque captam os sinais sonoros. No vídeo, dá para ver que isso não ocorre:


Neste aqui, inclusive, Choco se assusta com a minha aproximação por trás, prova de que não estava esperando:


A recomendação é tocar a vida normalmente, pois os peludos se adaptam, compensando o sentido afetado por outro, como o olfato, coisa que já notei — antes, a ranheta não tomava conhecimento durante a soneca se eu colocasse a mão perto do seu rosto, agora acorda na hora. E procurem interagir sempre de frente para evitar palpitações mútuas desnecessárias. rs

26.8.22

Filmes de gato: 4 lançamentos, 3 clássicos, 2 inéditos!

Os gatos entraram na moda do streaming! Na semana passada, a Netflix lançou um documentário bastante elogiado por especialistas em felinos e uma animação de desmontar coração de pedra, que me inspiraram a fazer esta curadoria para vocês curtirem no fim de semana. E a pesquisa rendeu duas surpresas, de que não ouvi ninguém falando!

Vanessa Almeida indicou também no Cluboca, nosso grupo de apoiadores, este site maravilhoso que informa se algum animal morre, dentre outros gatilhos que podem sensibilizar o público — o título digitado precisa estar em inglês. Compartilhem outras dicas bacanas nos comentários? Garfield só vale nos quadrinhos! rs


Dentro da Mente de um Gato (2022, Netflix)
Documentário em que especialistas revelam suas habilidades, como eles se comunicam e se realmente nos amam, tudo baseado em estudos científicos (admitindo um atraso de 15 anos em relação aos cachorros) e com linguagem divertida.

A veterinária Amanda Alano destacou no Instagram a descoberta recente de que a diferença cultural entre Japão e Estados Unidos influencia no comportamento dos peludos, sendo os orientais mais medrosos do que os norte-americanos — informação que até ela desconhecia.


Sonho de mil gatos (2022, Netflix)
Episódio bônus de Sandman, série do escritor-quadrinista-vozeirão-lindo Neil Gaiman, faz a gente torcer para os bigodes dominarem o mundo — quem sobreviver ao choque do começo, terá como recompensa um final emocionante.


Lucky (2022, Apple TV+)
Animação com as vozes de Jane Fonda, Whoopi Goldberg e Gregório Duvivier na versão dublada, conta como a azarada Sam Greenfield vai parar na Terra da Sorte, cercada de criaturas mágicas, justamente por causa de um pretolino, o Bob.


A Vida Eletrizante de Louis Wain (2022, Prime Video)
Biografia do artista britânico, tem Benedict Cumberbatch no elenco. E eu poderia parar por aqui, mas vocês não entenderiam a conexão com o post. É que ele adota um gato de rua e passa a pintar as imagens que o fizeram mundialmente famoso, refletindo a evolução de sua esquizofrenia, no final do século 19.


Gatos (2017, YouTube Premium)
Leitores antigos deste blog provavelmente já viram Kedi, nome original do documentário sobre os bichanos das ruas de Istambul, considerados sagrados, porque recebi o convite para assistir em primeira mão, no longínquo 2017. Mas não podia ficar de fora, né? Principalmente porque voltei encantada com os relatos de transformação dos marmanjos barbudos.


Um gato de rua chamado Bob (2016, Apple TV+)
Esse também já virou clássico e Bob até morreu (em junho de 2020, com 14 anos). Só que eu precisava exibir o autógrafo do James Bowen que a Ju Bussab conseguiu antes de o livro ser lançado no Brasil — e anunciarem o filme.

Viciado em drogas e morando na rua, ele é resgatado por um leãozinho, com quem passa a tocar violão nas praças de Londres, chamando a atenção do escritor Garry Jenkins e depois de Hollywood.


Gato de Botas (2011, Netflix... e surpresa!)
Shrek nunca fica velho — mesmo sem Shrek, rs. E Banderas está impagável perseguindo a gansa que bota ovos de ouro, junto com a Salma Hayek. E tem continuação agendada para janeiro de 2023, com Wagner Moura no elenco original! Em O Último Pedido, o Gato de Botas descobre que só lhe resta uma das nove vidas e parte em uma jornada para encontrar o mítico Último Desejo.


The Price (só Deus sabe)
Financiado pelo Kickstarter em novembro de 2010, narra as batalhas de um gato contra o diabo para defender sua família e segue em eterna produção, rs. Detalhe que a saga começou em 2006, quando o cineasta Christopher Salmon apresentou este animatic para convencer Neil Gaiman (ele de novo!) a ceder os direitos de seu conto.

24.8.22

Jacob: um final feliz que durou dez anos

Jacob foi, de longe, a doação mais desafiadora de Gatoca. Entregue por Chicão na porta de casa, em julho de 2009, mamava na blusa de tão carente. Chegou a ganhar uma família de Natal, mas voltou um mês depois sob a justificativa de que virara um mostro — a adotante sentia medo de dar as costas para ele!


Como sua vaga de bicho temporário já estava preenchida, rumou para a Suze, onde teria o luxo do quintal, em um escambo com o Snow, que, pelo tamanho diminuto, ficaria melhor no nosso banheiro. Voltou após atacar o filho dela para escapar da quarentena.

Para a segunda doação, escolhi uma psicóloga. Mas devia ter ido no lugar do gato, rs. Avisada do comportamento agressivo misteriosamente adquirido, ela se mostrou disposta a respeitar o tempo do tigrinho. Só que esqueceu de combinar com a Diana, que batia no coitado, que descontava na Sofia, que não podia se estressar por causa da doença renal.

Tentaram de floral a feromônio e Jacob voltou mais uma vez, com cartinha incentivando outros interessados. Mas eu não pretendia arriscar de novo. Por quase três anos, ele dividiu o quarto com minha rinite alérgica — recebeu visita exclusiva, adotou um parceiro de bagunça, engordou 8 quilos. Até Gláucia me escrever por causa do Chuvisco e se apaixonar pela jaguatirica.

Aqui, preciso abrir um parêntese para relembrar o resgate homérico do pretolino, que me fez parar cinco pistas da Marginal Pinheiros, pular o canteiro central de meia-calça com sapato de lacinho e invadir o jardim do Santander, para a diversão de funcionários e seguranças — ainda entrar com o filhote escondido na Abril, onde uma jornada dupla de trabalho me esperava. Fecha parêntese.

Pega de surpresa, tratei de falar do gênio encardido do gorducho, das mordidas doídas, das duas devoluções, do preço salgado da ração light. Mas Gláucia não se intimidou. E prometeu que, se os peludos não se curtissem, daria um jeito porque o apartamento era grande.

Jacob trocou, então, o poleiro na janela do meu banheiro por 15 metros de varanda na Mooca.




Aceitou a dominância da Josefine, já velhinha, e acolheu todos os gatos que vieram na sequência, incluindo nosso Luigi (e Feijão!).




Ganhou também uma irmãzinha humana, com quem adorava compartilhar o colo.




Pôde comer tudo que quis.


E deitar em todas as camas. E brincar de boneca nova.


Retribuiu ajudando Valentina com as tarefas da escola durante a pandemia.


Depois de uma década da melhor vida que um gato poderia ter, morreu na varanda, onde tudo (re)começou.



Epopeia do Jacob na busca por um lar

:: Como tudo começou
:: Prisão em Auschwitz
:: Escalador de pijamas
:: Insuportavelmente ronronante
:: Dueto felino
:: Beijoqueiro
:: Banho de sol
:: Presente de Natal
:: Escolha errada
:: Passatempos adoráveis
:: Segunda chance
:: Teste failed
:: 1 ano depois...
:: Mamãe Noel
:: Dodói
:: Amigos
:: Regime advanced
:: Graminha compartilhada
:: Sozinho de novo
:: TOC
:: Vestido para matar
:: Doação de conto de fadas
:: Família crescendo
:: Quatro motivos para comemorar

18.8.22

Feromônios e cheiros na comunicação felina | EG #12

Se tem um quesito em que os gatos perdem para os cachorros é no faro: 60 milhões de células olfativas contra cerca de 300 milhões, porque os bichanos se concentram em caçadas curtas, aproveitando suas habilidades de perseguição e corrida. Ainda assim, o narizinho deles dá um baile no nosso em 14 vezes.

E o cheiro se mostra essencial nas relações felinas, pois tem conexão direta com a região do cérebro responsável pelas emoções. Se esfregando em objetos e pessoas, seu amigo deixa mensagens com feromônios, sinais químicos imperceptíveis para nós, que revelam informações sobre o sexo (macho ou fêmea?), o humor (estressado?) e a condição reprodutiva (no cio?) — tudo para evitar conflitos.

Já os interlocutores conseguem detectar esses feromônios com o órgão vomeronasal conhecido como "órgão de Jacbson", localizado entre a parte interna da boca e o nariz — sabem quando eles fazem aquela careta de boca aberta? Ela se chama "reflexo de flehmen" e equivale à careta dos apreciadores de vinho.


Há glândulas de feromônios nas bochechas, testa, boca, queixo, rabo, patas, bigodes, almofadinhas, orelhas, flancos e mamas. Suas funções específicas seguem um mistério para a ciência, mas pesquisadores identificaram três dos feromônios faciais...

- F2: relacionado ao comportamento sexual.
- F3: envolvido em trocas sociais complexas e na marcação de território.
- F4: responsável por marcar indivíduos familiares (bípedes ou quadrúpedes), facilitando o reconhecimento e reduzindo a chance de treta.

A maneira como os bichanos se esfregam também diz sobre seu estado emocional. Usar as bochechas indica confiança, dar cabeçadas demonstra amor e arranhar é outra forma de marcar território, mas também pode significar alerta. Tem, ainda, a temida marcação com urina, comportamento sexual comum em animais não castrados e resposta a mudanças no ambiente — como sofá novo ou intrusos.

Estão curtindo a série inspirada no livro do Jackson Galaxy O Encantador de Gatos, financiada coletivamente pelos leitores do Gatoca? Considerem se tornar apoiadores também — aqui tem um resumo das principais ações (on e offline) destes 15 anos. ❤


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)