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9.12.21

Como seu gato gastaria o tempo dele na natureza?

A gente sabe que não seria assistindo Netflix, mas vocês já se fizeram essa pergunta? A veterinária Amanda Alano, dona do meu perfil favorito no Instagram, responde, baseada no artigo Environmental Enrichment for Cats ("Enriquecimento Ambiental para Gatos"), escrito pela norteamericana Lisa Radosta.


Mesmo se não tivessem cruzado nosso caminho, os bichanos passariam a maior parte do tempo descansando e dormindo. A diferença é que também viajariam e caçariam — mais de quatro horas por dia! A dedicação à limpeza confesso que também chama a atenção da tutora de um Mercvrivs que negligencia a própria barriga. E o que será que entra em "outros"? rs


Amanda reforça a importância de compensarmos, ao menos parcialmente, a vida concretada dos nossos amigos brincando com eles, promovendo estímulos tanto físicos quanto mentais e enriquecendo o ambiente com caixas que sirvam de esconderijo, prateleiras para observar o movimento da rua e arranhadores que poupem o sofá.

Vai ter mais post sobre o assunto por aqui!

*

O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — veja as principais ações do projeto! Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe um cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br ❤️

25.11.21

Seringa que goteja para cuidar de gato doente

Se você tem um bichano de estimação, provavelmente precisará dar comida, água ou remédio para ele na seringa um dia. Nos casos de doença renal, inclusive, prefiro investir na hidratação diária via oral e deixar a fluidoterapia para os episódios de vômito persistente e diarreia.

Pensem comigo: um dos fatores de agravo do quadro é o estresse e poucas coisas estressam mais um gato do que enfiarem uma agulha de líquido ardido na lateral magrela do seu corpo — pior ainda quando um estranho faz isso, em local também estranho, fedendo a cachorro. rs

E, no quesito matemático, também parece melhor dar 60 ml de água por dia do que injetar 150 ml de soro semanalmente, certo? Eu já havia resolvido o problema do êmbolo que ressecava rápido, emperrando as seringas, ao comprar dosadores orais — que ainda poupam o planeta de descartes desnecessários.


Mas faltava encontrar um modelo que não soltasse aquele jato que afoga os coitados. Tentei a famosa BD, a Injex e até pipeta — que funciona bem para remédio (explico em detalhes num próximo post). Eis que finalmente cheguei na Advantive, que não pagou um centavo pela propaganda, ainda me obrigou a comprar 100 unidades!

É sério: quem já está acostumado a essa rotina terá a vida revolucionada com um dosador oral que goteja, permitindo controlar a quantidade e a velocidade do fluxo. Os bigodes quase pedem para tomar água geladinha, rs. Vejam os vídeos comparativos e o sossego da Pipoca, em estágio avançado da doença.


Lembrando que cabe confortavelmente no estômago deles 20 ml por vez e a digestão demora cerca de 40 minutos. Abaixo linkei um superdossiê sobre insuficiência renal, o maior pesadelo dos tutores de gato, com informações que todo mundo precisa saber para prevenir. :)


Infos essenciais:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

*

O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — aqui tem um resumo das principais ações do projeto. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe um cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br ❤️

19.11.21

44 raças de gatos lindos, mas doentes | EG #6

A relação dos seres humanos com os animais já era questionável: cruzavam-se vidas para virar comida, arma, transporte. Mas, com a descoberta dos princípios básicos da genética pelo biólogo Gregor Mendel, no final do século 19, a gente passou a cruzar bichos pela estética, dando origem às primeiras raças.

O começo foi até engraçado: misturavam-se gatos pretos e brancos acreditando que gerariam filhotes cinzas. Rolou o primeiro concurso no Reino Unido, em 1871, com persas, azuis russos, siameses, angorás, abissínios e maneses — que não ostentavam tanta diferença dos outros bichanos domésticos. E, na esteira, surgiram os clubes.

Só que os juízes desses clubes passaram a exigir características físicas específicas para cada raça, como formato dos olhos, orelhas, rosto, rabo e até das patas. E os criadores forçaram a aparência dos coitados a extremos, ignorando seu bem-estar.


Das 44 raças existentes (ou quase 60, dependendo da organização classificadora), temos persas de focinho achatado, que sentirão para sempre dificuldade para respirar, além de sofrerem mais com problemas dermatológicos, dentais e oftalmológicos — o parto de um animal braquicefálico também é mais complicado e arriscado.


Os gatos scottish fold apresentam degenerações dolorosas nos ossos e nas cartilagens por causa da mutação responsável pelas orelhinhas dobradas. Os maneses, sem rabo, enfrentam dores na coluna e desarranjos intestinais, culpa da deformidade da medula espinhal. Os maine coon acabam desenvolvendo doenças cardíacas e os siameses, asma e hiperestesia — sensibilidade extrema ao tato.


Esses, infelizmente, são só alguns exemplos citados no livro O Encantador de Gatos, em que esta série, financiada coletivamente, foi inspirada — se vocês estão curtindo, considerem se tornar apoiadores (aqui há um resumo das principais ações do Gatoca).

Quando a gente brinca de mestre das marionetes, limitando o patrimônio genético dos peludos, aumenta a probabilidade de enfermidades e os condena a existir pela metade.


Curiosidade de bastidores: quem vive na cidade grande compra palito de sorvete para fazer manejador de marionete, moradores da roça precisam de bambu, facão e serrote.



CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

12.11.21

Cat Friday inédita no Gatoca!

Não, eu não vou sair distribuindo gatos. Até porque fiz isso durante uma década (com critérios rigorosos, claro!) e não seria novidade, rs. A Cat Friday do Gatoca tem três objetivos diretos...


1) Democratizar o Cluboca

A ideia é estender a mais gente a oportunidade de participar das discussões e troca de experiências entre os apoiadores, em um espaço acolhedor, que me salvou muitas vezes durante a pandemia e o estágio terminal do carcinoma da Clara.

Até o dia 26 deste mês, portanto, todo mundo que contribuir para o nosso financiamento coletivo com R$ 10 (ou mais) receberá um convite para o grupo no WhatsApp — fiquem espertos com a caixa de spam! E dá tempo de pegar o amigo secreto de talentos, diversão natalina garantida (e gratuita)!


2) Desbravar o TikTok

O Gatoca tem uma faixa etária privilegiadamente abrangente de leitores e até projetos pensados para crianças — a trilogia de livros aguardando financiador e um jogo de tabuleiro em desenvolvimento. Mas anda deixando a desejar com os jovens.

Sim, eu criei um perfil na rede chinesa, cinco semanas atrás. Mas preciso que vocês me forcem a produzir conteúdo — desteto filmar na vertical. E não vou fazer dancinha! rs


3) Construir o gatil oficial dos bigodes

Nossa mudança para Araçoiaba da Serra rolou há sete meses e meio, e eles continuam com um cafofo improvisado, cujos bambus roubados do terreno vizinho começaram a apodrecer e as telas da casa antiga já estão fazendo barriga.

No aniversário do Mercv, Leo chumbou as toras de eucalipto. E conseguimos comprar os caibros com desconto, porque ele trouxe equilibrados no capô do carro. Mas ainda tem o alambrado. E quero muito, muito, muito que a Pipoquinha, que entrou na alimentação forçada de novo por causa de uma década de batalha contra a doença renal, possa aproveitar. :)


Esses eram os objetivos diretos, lembram? O indireto é seguir despiorando o mundo — aqui fiz um resumo das principais ações dos últimos 14 anos. E, além do grupo no WhatsApp, nossa campanha oferece outras recompensas, todas pensadas com carinho — vejam lá no Catarse!

Ela também está financiando a série nova do blog, inspirada na bíblia O Encantador de Gatos, escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado. O sexto capítulo estreia na semana que vem e no quinto linkei os anteriores.

Faltam só 10% para bater a meta! Conto com vocês? ❤

10.11.21

Bebedouro inusitado para gatos

A expectativa era aumentar o consumo de água dos bigodes, que adoram lamber a torneira do tanque. Com a Flea, o tal bebedouro de coelho fazia sucesso, Guebis até me mandou vídeo — que assisto sempre que a saudade aperta. E custou ridículos R$ 15, infinitamente mais barato do que as versões elétricas do pet shop.


A realidade, porém, foi marcada por desprezo...


...tabefe...


...mordida...


...e briga.


Tentei por dois meses. Já posso desistir? rs

Alguém aí tem boas experiências com essa supertecnologia?


Informações importantes sobre hidratação:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu gato
:: Como fazer o bichano beber água
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Alimentação de emergência para gato desidratado
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois

5.11.21

O que eu faria diferente com os gatos? #1

A ideia para esta série surgiu de uma conversa com a Mari, minha irmã, recentemente adotada na Itália pelo Pablo, um sósia do Simba, com nome mexicano. E a primeira coisa que penso quando a gente brinca de máquina do tempo é que foi uma insanidade juntar dez gatos em um ano e meio, principalmente para quem não gostava de gatos.

Sem esse lapso de racionalidade no currículo capricorniano, porém, o Gatoca não existiria, né? Passo, então, para a segunda coisa que faria diferente tendo a experiência de hoje: acostumaria os bigodes com a ração úmida desde cedo, o que me pouparia cinco anos de seringadas de água (até agora!) e um diagnóstico generalizado de insuficiência renal. :\

Sim, eu tentei a alimentação natural e eles odiaram. Mas adoram as latinhas da Pet Delícia, parceira antiga do projeto, que produz comida com cara e cheiro de comida, sem corante nem conservantes. No mês passado, inclusive, chegaram os sabores novos — para vovôs e vegetarianos, fortificada com taurina. Só que a favorita continua sendo a inexplicável combinação de frango com mamão. rs


Seu amigo não curte o movimento? Aqui estão nove estratégias para ajudar. Você não entende nada de doença renal? Dá uma fuçada nos links abaixo — 60% dos bichanos terão um grau de disfunção nos rins ao morrer.

Infos essenciais:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

*

O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — aqui tem um resumo das principais ações do projeto. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe um cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br ❤️

22.10.21

8 mudanças genéticas nos gatos modernos | EG #5

Sabe aquele dia em que você chegou estressado do trabalho e brigou com o bigode que quebrou o vasinho de suculentas? Ele provavelmente se lembra. É que, em 2014, cientistas coletaram amostras de DNA da boca de 22 gatos domésticos, de raças variadas, e selvagens do Oriente Médio e da Europa, e conseguiram determinar alterações genéticas significativas.

Nossos bichanos apertáveis têm...

1) Maior capacidade de criar memórias
Guda, por exemplo, adora o joguinho das meninas. Para morder. rs


2) Maior habilidade de associar estímulo e recompensa
Assim a gente tenta ensinar os meliantes a não subir na mesa com petiscos.

3) Menor condicionamento ao sentimento de medo
O que significa que eles não entram tão rapidamente no modo de lutar-ou-fugir.

4) Corpo e cérebro menores
Essa é autoexplicativa, né?

5) Mandíbula mais curta
E os cientistas nem estavam comparando com os persas.

6) Glândulas suprarrenais menores
Elas controlam justamente o instinto de lutar-ou-fugir, citado anteriormente.

7) Intestinos mais longos
Uma adaptação para consumir comida humana.

8) Dentes com espaçamentos mais estreitos
Apesar de todos os felinos possuírem caninos longos, que permitem matar com uma mordida bem-dada no pescoço, os dentes dos gatos domésticos são mais juntinhos porque se adaptaram a caçar roedores menores, suas presas favoritas.


Mas nem tudo mudou nos bichanos atuais:

- O formato e a estrutura do crânio continuam parecidos com os de leões e tigres, conservando a mesma mandíbula poderosa.


- O comportamento também, pelo menos é o que diz Jackson Galaxy, especialista e autor da bíblia O Encantador de Gatos, em que esta série, financiada coletivamente, foi inspirada — se vocês estão curtindo, considerem se tornar apoiadores (aqui tem um resumo das principais ações do Gatoca).

- A maioria dos peludos escolhe seus parceiros, o que ajuda a manter o patrimônio genético diversificado.

- Bigodes ainda conseguem sobreviver sem nós. É só a gente não atrapalhar.


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

1.10.21

Alerta: gato não pode ficar 24h sem fazer xixi!

Como boa capricorniana, eu sou workaholic. E, quando saí do sistema de moer gente para escrever de casa, com os bigodes, passei a acumular trabalhos voluntários. Rodei por praticamente todas as ONGs grandes de gatos de São Paulo e toco até hoje o financiamento coletivo da Canto da Terra, que criei do zero.

Diferente das outras organizações não governamentais, eles têm uma clínica aberta ao público e Maria Eugênia Carretero, veterinária e presidente, comentou que atendem cerca de quatro animais com obstrução urinária por semana. Surgiu daí a ideia deste post: ficar mais de 24h sem urinar afeta a função renal dos peludos e pode até matar.

Ajudem a gente a divulgar?


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Todo mês, o Gatoca publica dicas e curiosidades da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, com fotos e vídeos da gangue para ilustrar. ❤️ Se quiser ser avisado, é só assinar nosso boletim ou entrar no canal do Telegram.

24.9.21

Seu gato vem da América ou do Velho Mundo? | EG #4

Os ancestrais dos bichanos com quem partilharmos nossas casas se dividiam entre o Novo Mundo, que compreendia as Américas do Norte, Sul e Central, e o Velho Mundo, formado pela África, Asia e Europa. Ao primeiro grupo pertenciam os pumas, gatos-do-mato e jaguatiricas. Já o segundo incluía os gatos domésticos, selvagens, pescadores, linces, caracais, servais e guepardos.

Não existe uma definição clara da origem dos nossos felinos PP, porque, da perspectiva evolutiva, é todo mundo muito próximo. Mas dá para notar diferenças comportamentais:

1) Peludos do Velho Mundo deitam com as patas embaixo do corpo, como a maioria dos bigodes de Gatoca. Spoiler!




Enquanto os do Novo Mundo lembram esfinges — nesta foto, peguei Pipoca em uma rara exceção, como se nota ao comparar com a de cima, nos fundilhos do Mercv.


Mas o que dizer da Chocolate, Jackson Galaxy, e seu estilo "sem bracinhos"?


Ou da Pimenta com o clássico "para o alto e avante"?


2) Se nossos amigos almoçassem passarinhos, também poderíamos analisar as penas: gatos do Novo Mundo limpam suas presas totalmente antes de comer, já os do Velho Mundo não perdem tempo com isso.

3) E o terceiro tópico segue sem ilustração em respeito aos estômagos frágeis: apenas os bichanos do Velho Mundo recebem educação de suas mães e enterram o cocô.

Esta série é inspirada na bíblia O Encantador de Gatos, escrita pelos especialistas no babado Jackson Galaxy e Mikel Delgado, e financiada pelos nossos leitores queridos. ❤️ Se vocês estão curtindo, considerem se tornar apoiadores tambémaqui tem um resumo das principais ações do projeto, que extrapola os bytes. 14 anos já, minha gente!


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

10.9.21

Matatabi dá barato? Testamos com os gatos!

Actinidia polygama ou Silver vine, em inglês, é a planta que tornou o catnip cringe. De flores brancas e frutos que lembram o kiwi, ela cresce em áreas montanhosas do Japão e da China, podendo alcançar 6 m de altura. E os asiáticos usam como estimulante para os gatos há tempos! Aqui, a gente encontra no formato de tronquinho, com reação duas vezes mais potente do que a versão old school. Dizem.

O segredo está na combinação de nepetalactona (cinco variações) e actinidine, enquanto o catnip tem apenas uma variação de nepetalactona. Esses compostos químicos agem no sistema nevoso dos bichanos, provocando reações engraçadas como esfregação, babação, mordidas e roladinhas — alguns peludos ficam doidões e outros mais relaxados. Sem efeitos colaterais, o barato pode durar de 5 a 30 minutos.

Mas não se animem, porque não funciona com seres humanos — a menos que vocês pretendam usar na fermentação do saquê. Quem mandou os troquinhos de matatabi foi a Katia Zuter, do Gatolino, parceiro antigo do Gatoca e que tem nossa frajola no folder! — eles vieram junto com uma bombinha nova, porque o preço aqui está tão absurdo que quase transformei o bebedouro elétrico em vaso.

Mas chega de enrolação! Vocês acham que a gangue curtiu a viagem? Bom, Mercv só cheirou, Jujuba ficou desconfiada, Pimenta se pôs a tomar banho, Keka fugiu e Chocolate bateu na Pufosa, depois jogou o tronquinho embaixo do sofá — vou fazer uma superproducinha com as reações para os apoiadores!






Pelo menos a Pipoca saiu bonita na foto. rs


Vale contextualizar que os bigodes estão velhinhos, preferindo carinho e colo ao agito. E aproveitaram bastante os tempos de catnip. Se seu amigo tem menos de 15 anos (ou espírito jovem, rs), arrisca e me conta! A chance de sucesso é de 79%.

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Todo mês, o Gatoca publica dicas e curiosidades da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, com fotos e vídeos da gangue para ilustrar. ❤️ Se quiser ser avisado, é só assinar nosso boletim ou entrar no canal do Telegram.

27.8.21

Como a humanidade se curvou aos gatos | EG #3

Da selva aos "apertamentos", até que não demorou tanto... para que a gente se adaptasse aos bichanos. O primeiro concurso de raças ocorreu em 1871, no Reino Unido, e os EUA copiaram em 1895 — vamos falar sobre a crueldade do processo nos próximos capítulos desta série, inspirada no livro O Encantador de Gatos, escrito pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado.


Em 1876, surgiu a primeira marca de ração (Spratt), também no Reino Unido, que demorou quase duas décadas para chegar aos EUA. Mas foram os norte-americanos, claro, que enlataram a comida, em 1930. E o racionamento de carne, na década seguinte, impulsionou o desenvolvimento da versão seca, feita com restos tanto de carne quanto peixe.


Se você tem pais nascidos antes de 1950, eles assistiram à explosão desse mercado — não ria, geração Z, porque você também entrará na linha do tempo! E a invenção da caixa de areia por Ed Lowe, empresário de Michigan, em 1947. Antes disso, usavam-se cinzas, terra ou areia de praia — e boa parte das famílias deixava os peludos darem um rolê.


As castrações se iniciaram em 1930, ainda pouco populares — e se manteriam assim pelas próximas quatro décadas. Indicava-se a anestesia geral, mas, acreditem, não era obrigatório. Nessa época, aliás, nasceu a lenda que aterroriza protetores até hoje de que as gatas deveriam parir pelo menos uma ninhada.


Antes de 1969, quando nasceu em Los Angeles a primeira clínica de esterilização popular, o número de bichos sacrificados impressionava. E foi só em 1972 que a Sociedade Americana de Prevenção Contra Crueldade com Animais passou a exigir a castração pré-adoção — e os veterinários começaram a recomendar também a criação dentro de casa, para o bem da fauna, da flora e dos próprios felinos.

Sim, caros leitores, eu vi tomar forma o conceito de CED: Captura, Esterilização e Devolução — 1990 lá fora e 2013 aqui. E o primeiro castramóvel rodar em Houston, no Texas, em 1994, porque muitas pessoas precisavam do serviço, mas não podiam ir até uma clínica. E West Hollywood proibir a remoção cirúrgica de garras, em 2003.

Ah! Em 1999, a organização In Defense of Animals (IDA) lançou a "Campanha do Guardião", almejando mudar a linguagem e o estatuto jurídico dos pets para que deixassem de ser tratados como objetos com donos. Mas não rolou na maioria dos países. Ainda. :)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

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O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — aqui tem um resumo das principais ações do projeto. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe um cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br

18.8.21

Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

Quando Simba entrou no estágio terminal da doença renal, Clara continuou grudada nele: dormia junto no tapetinho higiênico, cobiçava as comidas diferentes, dava banhos caprichados — os outros gatos acabaram se afastando porque os feromônios mudam, tornando o animal combalido praticamente um estranho, e o instinto tende a protegê-los de possíveis infecções.


Nas últimas semanas, foi a vez de a retalhinha entrar no estágio terminal do carcinoma. E Mercv retribuiu o amor que mantém o Gatoca de pé em tempos tão difíceis — nesta foto ela ainda estava gordinha, três meses atrás, mas escolhi porque o abraço no rabinho me transborda.


Clara morreu ao lado de seu Romeu peludo, na terça-feira mais triste deste mês, e durante três dias ninguém conseguiu convencê-lo a deixar o cantinho deles — Julieta embaixo do edredom, fugida dos insetos.


À noite, eu embrulhava o frajola feito um burrito, para atravessar a madrugada solitária, e o encontrava descoberto e gelado pela manhã.


No quarto dia, Guda emprestou seu calorzinho.


E o resto da gangue foi chegando aos poucos. Mas fiquei pensando como fazem as famílias com escassez de bigodes. Resolvi, então, entrevistar a Amanda Alano, veterinária especialista em comportamento felino e dona do meu perfil favorito no Instagram, o Território Felino.


É importante ressaltar que nem todos os gatos sofrem com a partida do outro. Depende muito da relação que eles tinham. "Quando Snow e Lelão morreram, Luke desenvolveu uma dermatite por lambedura e se tornou mais introspectivo. Já Pierre, que não se dava com os irmãos, se aproximou da gente e passou a chamar para brincar. É comum rolar essa mudança no grupo social", explica Amanda.


(Luke, Snow, Lelão e Pierre, se fazendo de difícil)

:: Os estágios do luto

Assim como nós, os animais também ficam enlutados, mas o processo consiste em três etapas:

1) Fase ativa
Quando começam a vocalizar, cheirar os cômodos e procurar o companheiro.
2) Fase passiva
Reina a introspecção e muitos acabam optando pelo isolamento — precisa tomar cuidado porque alguns param de comer de tristeza.
3) Aceitação
Momento em que pode ocorrer também alterações de personalidade — tem bichanos que se tornam mais carentes, por exemplo.

A intensidade e duração de cada estágio mudam conforme o indivíduo e não há necessidade de bingar a cartelinha — Mercv saltou direto para o segundo. Amanda pontua, ainda, que o luto tende a se prolongar quando a morte é do tutor. "Dependendo da idade, o animal sofre tanto que não se recupera". Em tempos de pandemia, inclusive, muitos gatos que perderam suas famílias por covid estão sendo divididos entre amigos, uma situação ainda mais delicada.

:: 4 formas de amenizar a tristeza

1) Mantenha a rotina
Continue oferecendo ração e petiscos na mesma hora, brinque com seu amigo mesmo sem vontade, respeite os momentos de soneca. A previsibilidade é importante para os bichanos.

2) Segure a limpeza
Evite sair lavando tudo assim que o peludo morrer porque o feromônio, uma substância volátil, que diminuirá com o passar dos dias sem novas esfregações, ajuda a tornar mais real a percepção da ausência.

3) Cuide da energia
Florais e homeopatia demonstram bons resultados em questões comportamentais.

4) Seja paciente
Assista ao tempo fazer seu trabalho — "muito ajuda quem não atrapalha", já dizia o ditado.

:: Principais erros

- Forçar interações
Não adianta mimar um bicho que não curte o movimento só porque ele está chateado. Deixe o grupo social se reestabelecer sozinho e os bigodes irem ocupando os espaços — só interfira em caso de conflito.

- Correr para adotar outro
Cada gato é um ser único. E adaptações geralmente envolvem uma dose de estresse, né? Tentem pensar com a cabeça do peludo: ele gostaria de uma companhia nesse momento? Depende do contexto também. No caso de idosos, por exemplo, Amanda sugere um parzinho de filhotes para brincarem sem incomodá-lo. E, se ele sentir vontade, participa, já que não possui o mesmo pique.

Por fim, permitam-se viver o luto — está liberado chorar, faltar no trabalho, ignorar quem não entende sua dor. E cerquem-se de pessoas que enxergam os animais como iguais e te ajudarão a recolher os caquinhos. O Gatoca está aqui para isso. :)

*

Todo mês, o Gatoca publica dicas e curiosidades da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, com fotos e vídeos da gangue para ilustrar. ❤️ Se quiser ser avisado, é só assinar nosso boletim ou entrar no canal do Telegram.

30.7.21

Gato sente frio? Pode usar roupinha?

Chocolate não troca calorzinho. Literalmente. É a única gata que me preocupa quando as temperaturas baixam, porque os outros oito dormem em monobloco. Ela até tem uma almofada exclusiva de joaninha, instalada na caixa de sapato velha do Leo (e poderia usar o cobertor do jeito tradicional, em vez de deitar por cima), mas a previsão de 2ºC me fez pesquisar roupinhas na internet.


Ao compartilhar essa dúvida no grupo de apoiadores do Gatoca, Glaucia mandou o podcast maravilhoso da veterinária Larissa Rüncos e me senti na obrigação de dividir com vocês. Animais que sentem frio têm sua saúde mental afetada e gatos costumam sofrer mais do que cachorros, porque vêm de regiões quentes, portanto, seu organismo está mais adaptado ao calor. Isso quer dizer que devemos embrulhá-los em algodão e lã? Não!

:: Bichanos odeiam roupinha!

Alguns toleram e a gente acha fofo, tira foto, cria perfil no Instagram. Mas a verdade é que a urbanização e o distanciamento da natureza dificultaram muito nossa comunicação — que nossos ancestrais tiravam de letra, inclusive. Não, não existe uma raça felina que curta o movimento. Gatos pelados até precisam, só que devem ser acostumados desde a infância.

Isso porque o raio da roupinha...

- Impede a higiene
E eles usam usa a língua para tomar banho pelo menos três vezes por dia — exceto o Mercv. rs
- Contém um animal que é presa
E claramente se incomoda mais com toque e penduricalhos.
- Inibe a movimentação natural
Repararam como os bigodes lembram os iogues? Não dá para se mexer fluidamente fechado a vácuo, né? E, se a roupinha for larga, a criatura arranca.

:: Como esquentá-los, então?

Do jeito clássico:

- Forneça abrigo decente
Não adianta deixar o coitado na sacada, por exemplo — quem faz isso, gente?
- Cuide da temperatura ambiente
Casas muito frias demandam aquecimento adicional — vale climatizador, ar-condicionado, lareira, fogueira.
- Providencie caminhas e cobertores
Mas só cubra se eles quiserem.
- Aqueça a comida
Essa é opcional. :)


:: 5 sinais de frio

1) Se mexer menos.
2) Se encolher.
3) Proteger as partes vulneráveis do corpo e as extremidades — mão, pé, barriga, cara, rabo.
4) Procurar lugares quentes, principalmente aparelhos, como o modem do computador.
5) Ter orelhas, almofadinhas e focinho gelados.

:: Alerta!

Animais em situação extrema de frio tremem e apresentam focinho e lábios pálidos ou azulados.

Resumo da ópera: na dúvida, ofereça recursos abundantes para que seu amigo escolha como prefere se esquentar. Ele só vai errar se estiver doente.

28.7.21

Receita de pão de gato

Sigam as instruções abaixo e, o mais importante, escolham um dia com temperatura inferior a 10ºC para estragar o crescimento do pão. rs

Ingredientes:

- 2 colheres (sopa) de óleo de girassol
- 300 ml de água morna
- 4 colheres (sopa) de azeite
- 2 colheres (sopa) de melado de cana ou açúcar demerara
- 4 xícaras de farinha de trigo
- 1 colher (sopa) de sal
- 1 colher (sopa) de fermento biológico

Modo de preparo:

Untem uma assadeira com o óleo de girassol e reservem. Em outro recipiente, misturem o fermento, a água, o melaço e o azeite e deixem descansar por cerca de dez minutos, formando uma espuma na superfície. Acrescentem o sal, a farinha e amassem até desgrudar das mãos. Cubram a massa com plástico filme, afinal, vocês têm gatos, e esperem dobrar de volume.

Transfiram para uma superfície lisa e sem pelos, untada com a outra colher de óleo de girassol, e sovem por cerca de cinco minutos. Modelem o futuro pão em formato oval, coloquem na assadeira e deixem descansar por mais meia hora. Pré-aqueçam o forno a 180ºC, façam um corte no sentido do comprimento do pão e levem para assar por aproximadamente uma hora.

Aconselho comer quentinho e não dividir com os bigodes.

23.7.21

A primeira gateira da história | EG #2

Se os homens estreitaram laços com os felinos por interesse, tendo seus grãos protegidos contra roedores, foi uma mulher quem popularizou a ideia trazê-los para dentro de casa — pelo menos é o que se acredita. E faz uns 150 anos só! A rainha Vitória apoiava o bem-estar animal e chegou a conceder status de Real à Sociedade Protetora dos Animais inglesa.


Além de cachorros, cavalos e cabras, tinha dois gatos persas — a fêmea White Heather viveu até o final no Palácio de Buckingham, muito depois de sua morte. Bichos de estimação em geral aumentaram na Era Vitoriana (a Inglaterra do século 18), tanto símbolos de status quanto uma forma de os nobres demonstrarem poder sobre a natureza.




E o caráter blasé dos bichanos os tornava a espécie perfeita: "selvagem, mas limpinha" — muitos escritores e artistas expressaram seu amor por eles e pessoas passaram a fazer funerais para seus amores peludos.


Esta série é inspirada no livro O Encantador de Gatos, escrito pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado. Eu assino a confecção das coroas de papel alumínio de cozinha e o cuidado com os bigodes, há quase 16 anos, rs. E Leo Eichinger fez as fotos maravilhosas. ❤️


Menos estas! Hahahahahahaha!





CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

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O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — aqui tem um resumo das principais ações do projeto. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe um cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br