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8.7.21

Ração úmida improvisada para gato

Há quatro anos, os bigodes adoram a ração úmida da Pet Delícia, parceira do Gatoca, que tem cara e cheiro de comida de verdade — com pedacinhos identificáveis de batata doce, chuchu, abobrinha, cenoura, abóbora, sabe? Além da carne, claro, menos apetitosa para uma jornalista vegana. rs

Quando o carcinoma obrigou a Clara a usar o colar elisabetano direto, porém, os meses passaram a durar mais do que as latinhas. E não existe petshop decente em Araçoiaba da Serra para repor o estoque — em Sorocaba, a gente dirigia 20 minutos até a loja mais próxima.

Testei, então, fazer uma papinha, porque ela só consegue comer de colher, usando a ração seca. Parece enjoar mais rápido e dá mais sede. Mas é um bom quebra-galho, principalmente para quando acaba o salário — alguém ainda ganha salário neste país? A receita segue abaixo.


Ingredientes

- 1 punhado da ração seca preferida do seu gato — não exagere na quantidade porque ela incha bastante.
- Água filtrada.

Modo de preparo

Coloque a ração em uma tigela, acrescente o dobro de água fervente e espere amolecer. Bata tudo no processador. Se tiver aquele copo para grãos, o patê fica lisinho — ideal para quem precisa dar na seringa (dicas aqui). Se a ração chupar toda a água, vale colocar um pouco mais para facilitar a batida.


Guarde na geladeira. E não se assuste com a consistência aderente. Basta esquentar um tico no micro-ondas que a massaroca volta ao normal. rs


Seu bichano não come ração úmida — nem patê, nem sachê, nem latinha? Tem nove ideias aqui!

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Todo mês, o Gatoca publica dicas e curiosidades da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, com fotos e vídeos da gangue para ilustrar. ❤️ Se quiser ser avisado, é só assinar nosso boletim ou entrar no canal do Telegram.

25.6.21

Existe um canto do planeta sem gatos? | EG #1

Hoje finalmente começa a série nova do Gatoca, com dicas e curiosidades da bíblia O Encantador de Gatos, escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, e divertidamente ilustrada pelos bigodes! Neste primeiro capítulo, voltamos 130 mil anos no tempo para contar como evoluiu o plano de dominação mundial dos felinos.

Naquela época, gatos-selvagens pertencentes ao gênero Felis perambulavam pela Europa, África Subsaariana, Ásia Central, Oriente Antigo e montanhas chinesas. E quem deu origem aos nossos bichanos, segundo estudo genético de 2009, feito com 979 peludos domésticos, ferais e selvagens, foram os moradores do Oriente Antigo, os Felis sylvestris lybica.

Mas demorou, viu? Só 12 mil anos atrás a humanidade passou a estocar grãos, atraindo roedores e, consequentemente, pequenos animais carnívoros. Se a ligação não ficou clara, arqueólogos encontraram evidências no Chipre de que, há 9,5 mil anos, um bichano compartilhou a cova com um humano — como eles não existiam originalmente na ilha, um protogateiro deu essa carona. rs


E pinturas e esculturas datadas de 4 mil anos atrás retratam felinos de coleira convivendo com os egípcios — lá eles também dividiam as tumbas.


Do Egito rumaram para a Índia, mesmo com sua "exportação" banida. E, há 2,5 mil anos, já habitavam a Grécia, o Extremo Oriente, a Eurásia e a África. Passaram, então, a acompanhar os romanos na expansão de seu império, 2 mil anos atrás.


Chegando no norte da Europa há 1,2 mil. E há 500 ancoraram aqui nas Américas e na Austrália, provavelmente viajando como tripulantes do famoso navio Mayflower para servir como controle de pestes. Atualmente, nossas maquininhas de ronrom ocupam todos os continentes, exceto a Antártida, com temperaturas inferiores a 80°C negativos, onde só 800 pesquisadores científicos resistem.


CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)
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O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — aqui tem um resumo das principais ações do projeto. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe um cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br ❤️

18.6.21

Larvas e bicheira em gatos: socorro!

Este é um post difícil de escrever. Primeiro porque soa incompetência ter um animal sob nossa guarda vítima de uma doença tão tosca. Depois porque, esteticamente, a miíase, nome pomposo da bicheira, também não ajuda — imaginem uma centena de larvas se requebrando dentro da cavidade ocular, com o Zé do Caixão ameaçando levar sua alma à meia-noite.

Em minha defesa, o carcinoma da Clara está em estágio avançado, dois veterinários justificaram que o cheiro é extremamente sedutor para as moscas (até ataque de formigas a coitada sofreu!) e tentei de spray natural de óleo de neem no pelo a coleira fortunosa (e polêmica) da Bayer — tampar o machucado aumentaria a coceira, que já causa bastante desconforto.


Depois do trauma de remover mecanicamente larva por larva, com a pinça travando no osso (eu, que desmaio fazendo exame de sangue!), fiquei expert em caça aos ovos e não os deixo mais evoluir. Antes de compartilhar todas as infos da jornada, porém, preciso explicar que decidi não levar a retalhinha à clínica para evitar o estresse, em um quadro já delicado, mas fui orientada a distância pelo vet. E não publicarei fotos do carcinoma porque impressionam.

Comecemos, então, pelo básico: falei em ovos e moscas, sem deixar clara a conexão, né? Moscas botam ovos em tecidos em decomposição, se alimentam de fezes, escarros, secreções, produtos animais e vegetais estragados, sempre mais ativas durante o dia, e vivem até um mês — sim, há milhares de espécies, que depositam o raio do ovo em outras, impossibilitado identificar a meliante, portanto basta dizer que este texto não serve para a berne (miíase furunculoide), uma nojeira diferente da bicheira.

Retomando: a prevenção da nossa (infelizmente) miíase foca em manter o ambiente higienizado, incluindo os banheiros dos gatos, e a comida tampada — até porque você tem gatos, rs. Se o peludo possuir lesão na pele, limpe diariamente, proteja com gaze, caso a região permita, use coleira ou spray antimosca (existem versões naturais de ambos) e tome cuidado redobrado em áreas rurais.

Os ovos dessas moscas são pequenos, durinhos, colocados sobrepostos e bem-fincados na pele — não estranhem. Quando o tecido está morto, fica mais fácil remover o bloco — se sobrar unzinho, dançou.


E não quero tocar o terror, mas eles eclodem em 24 horas — depois viram larva, pupa e mosca adulta. Quanto maior a temperatura e a umidade, mais rápido ocorrerá esse ciclo, que pode durar de dez a 14 dias. As larvas costumam ficar escondidas, principalmente porque conseguem entrar na pele.


E, como são muitas, acabei usando um ectoparasiticida para facilitar a remoção — não vão comprar kombucha, hein? A embalagem improvisada foi empréstimo de uma amiga.


Elas se mexem bastante, aliás, o que provoca coceira, um dos sintomas. Inchaço subcutâneo é outro. No caso da Clara, o local também passou a sangrar mais. E ela ficou tão incomodada que deve ter virado a madrugada em claro porque dormia comendo no dia seguinte. Imagino que a dor deixe alguns pets amuados e sem apetite.

O que mais falta falar? Ah! Bicheira não tratada pode causar abscessos, necrose, hemorragia, toxemia (acúmulo de toxinas) e até matar. Desde que a gente se mudou para Araçoiaba, já tirei algumas centenas de ovos do carcinoma da Clara. Enquanto ela puder aproveitar o sol no gramado, o patê na colherinha e o carinho no colo, vale a pena.



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10.6.21

Uma semente do Gatoca na ONU!

Eu já contei nestes bytes que virei personagem de um livro da Rosana Rios, autora de mais de 180 obras infantojuvenis, sobre uma menina fluente em cachorrês e um menino hábil em gatês, que se unem para salvar o bosque do bairro ─ discutindo nossa relação com o diferente e o que estamos fazendo com o planeta.


Pois "Entre Cães e Gatos" acaba de ser selecionado para o clube de leitura da Organização das Nações Unidas, na categoria redução das desigualdades! Criado em 2019 e acreditando nos livros como ferramentas de transformação, o clube pretende dialogar com as crianças sobre temas relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).



Para ampliar, cliquem na imagem

Destaque para erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, igualdade de gênero, água e saneamento, cidades e comunidades sustentáveis, consumo e produção sustentáveis, mudanças climáticas, trabalho decente e crescimento econômico. A lista das 175 publicações em português está no site da Câmara Brasileira do Livro, um dos responsáveis brazucas pela iniciativa.

Vocês têm noção da felicidade desta ecossocialista-vegana-ativista pelos animais? ❤️





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3.6.21

Esponja mágica para limpar sujeira pesada de gato

Quem fizer uma visita surpresa a Gatoca antes do dia da faxina encontrará nas paredes pus, sangue e catarro. Não, eu não estou trabalhando como serial killer para complementar a renda. É que o carcinoma da Clara vaza longe com os chacoalhos de cabeça e a alergia da Pimenta produz secreções aderentes.


Na casa de Sorocaba, alugada, a tinta áspera não ajudava e qualquer esfregada de bucha tradicional rendia um borrão azul. Eis que Leo lembrou da esponja de melamina, indicada pela Rosa Yukari para limpar tênis (coisa que a gente quase não usa no interiorrr), escondida no fundo da gaveta da lavanderia.

Naquela época, só se encontravam versões japonesas dela, em lojinhas de importados. Hoje, dá para comprar em redes grandes de material de construção e até supermercados — com embalagem em português, rs. Minhas sextas-feiras mudaram! Pensem em uma jornalista com lua em virgem, que chegou a fazer molho nos catarros!


Agora, é só umedecer a esponja com água e ir passando nas paredes (e portas, armários, cadeiras), sem precisar apelar à força-bruta.


Para potencializar o efeito e tirar o encardido deixado pelos gatos, como vocês veem no vídeo, uso esta receita de sabão líquido natural. Compartilhem suas dicas nos comentários!

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5.3.21

O perigo das coleiras para gato!

Houve uma época em que eu não sabia que coleira felina deveria ser de elástico para evitar que os bigodes se enroscassem nas coisas e sufocassem. Aprendido isso, ainda acreditava que valia a pena mantê-los identificados dentro de casa, para o caso de uma eventual fuga. E as telas acabaram me fazendo desencanar.

Até novembro, quando Clara passou a usar o colar elisabetano de tecido, por causa do carcinoma. Escolhi um modelo que sustentasse o cone, mas com uma parte de elástico para garantir a segurança. E foi assim que, depois de meses de papinha na colher, escovação e fortunas gastas com tapete higiênico, quase perdi a retalhinha.

Leo tinha saído cedo e eu ainda juntava forças para começar o dia, quando ouvi um barulho estranho vindo da sala. Casada com uma criatura que sempre esquece algo, segui sonada para o banheiro, priorizando a água no rosto. E Chicão ligou o alerta do "corre que pode ser gatice".

Lá estava a coitada com o colar fora da cabeça, mas ainda preso pela coleira, se enforcando cada vez mais ao empurrá-lo com as patas traseiras, enganchadas no tecido — o barulho era do corpo em desespero se chocando contra o no chão. Sem tempo para pensar, juntei a gata-polvo, voei até o escritório arranhada e cortei o "enforcador" tremendo.

Os dez segundos mais eternos (e angustiantes) destes 41 anos. Tentei comprar outra coleira, mas confesso que faltou coragem. Prefiro assumir o risco de a pequena tirar o colar e coçar a lesão, já que trabalho em casa, do que encontrá-la morta.

18.2.21

Cuidados paliativos para gatos: delicadeza e paciência

Quando a gente recebe o diagnóstico de doença sem cura de um ser amado (bípede ou quadrúpede), antecipa os cinco estágios do luto: primeiro se recusa a acreditar, depois sente raiva, tenta barganhar com uma força organizadora do caos, cai em depressão e acaba aceitando. Mas ainda resta o desafio dos cuidados paliativos, que garantirão alguma qualidade nesse finzinho de vida.

Escrevi "desafio" porque não é fácil gastar tempo e dinheiro cuidando de alguém que não ficará bem — e, no caso dos gatos, que rosna, morde e arranha porque não entende os remédios, a alimentação forçada, os curativos. No começo, sob o impacto da notícia e o despreparo para lidar com a morte, a coisa até que flui bem. Após meses da mesma rotina, repetitiva, cansativa e inglória, é preciso exercitar a paciência.

Meu desafio atual se chama Clara. E confesso que às vezes dou umas tropeçadas. Na maior parte do tempo, porém, procuro prestar atenção nos detalhes que tornam os dias da retalhinha mais leves. O ponto ideal em que o patê processado se sustenta na parte de trás da colher, que ela consegue lamber com gosto. A coçadinha no pescoço depois de colocar o colar elisabetano detestado. Um colo não pedido, mesmo que esteja quente e voe pus no teclado.

São 26 anos de jornada nessa estrada, que começou na adolescência, com o câncer da minha mãe. E sigo odiando a impotência. Mas aprendi a chorar só no final.

29.1.21

A seringa perfeita para medicar gato!

Quem acompanha o Gatoca sabe que ele começou com um filhote, que eu achava que não gostava, e hoje abriga um senhor de 15 anos, que me deu um projeto de vida — mais nove irmãos. Envelhecer nunca é fácil, principalmente no atacado. Mas tenho o privilégio de trabalhar em casa e conseguir abraçar tarefas inglórias, que ajudam a retardar o avanço da doença renal coletiva e do carcinoma da Clara.

Vegana-ativista, me incomodava demais o descarte das seringas usadas com os remédios, que ficavam duras muito rápido por causa da borracha do êmbolo — isso quando as farmácias não empurravam o conjunto com a agulha, sugerindo jogar fora, sem peso na consciência.


E me pus a experimentar alternativas, apelando inclusive para a versão de pássaros — trambolhuda e desestruturada para usar com uma mão só.


Até que descobri que o nome certo dessa seringa é "dosador oral". Continuou impossível de encontrar em lojas físicas, mas a internet resolveu o problema. Da década. rs


E o dosador oral vem com outras vantagens, além de poupar o meio ambiente: é fácil de higienizar, o bico fininho incomoda menos o animal, evitando que ele engula ar junto com o medicamento, a tampinha não deixa entrar sujeira e o êmbolo de plástico desliza mais macio — sua tendinite agradecerá!


Funciona perfeitamente também para dar comida (processada, claro) e água. Lembrando que cabe confortavelmente no estômago de um gato 20 g ou 20 ml por vez. E a digestão deles demora cerca de 40 minutos.


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21.1.21

2020

Eu comecei 2020 sem entender como as pessoas podiam reclamar de trabalhar em casa. Quinze anos de home office depois, a quarentena de coronavírus não fazia cócegas — exceto pelas finanças, já combalidas. E nunca produzi tanto! Leo e eu arriscamos nossa releitura de pinturas famosas, escrevi uma crônica para a antologia "Depois da Quarentena", da badalada Rosana Rios, dei uma oficina sobre financiamento coletivo no #EmCasaComSesc (1 e 2).

Também fiz curso de latim com o ex, de marketing digital para escritores, entrei num grupo de estudos de mídias lúdicas, criei o tão adiado perfil no LinkedIn (para nunca mais usar, rs) e o primeiro dominó de gatos do mundo. Ainda arrumei tempo para ler duas dezenas de livros — incluindo os clássicos de Dostoiévski, Saramago, Stevenson, Edgar Allan Poe, Júlio Verne, Virginia Woolf, Umberto Eco e Frances Hodgson Burnett.

Aí, a bad adiada bateu de um jeito, meus amigos, que passei dias repetindo o mantra: "Odeio minha vida", enquanto lutava com a papelada de um processo jurídico virtual e o estresse de um processo de mudança física, perdendo quilos como quem perde fivelas de cabelo. Acreditem: eu não queria passar as festas de fim de ano ao meu lado — mas Leo resistiu bravamente. rs

Esta retrospectiva fala, portanto, de limites. E como nunca é tarde para acolher nossas fragilidades. Por isso, inclusive, ela está saindo em 2021, não no pavoroso 2020. Não dei conta, admito — não tinha vontade de escrever, não conseguia olhar a história do Gatoca com o coração cheio e, pela primeira vez em 13 anos e meio, não me forcei.

Falta muita coisa para desenroscar ainda. Mas ganhei uma energia extra com a trégua do inferno astral, no dia 6 — continuo amando fazer aniversário! E nossa resistência precisa ser comemorada, né? Foram 76 posts, 25 a menos do que em 2019, só que com textos mais longos, focando esforços na missão de despiorar o mundo — que desceu mais um círculo de Dante com a pandemia.

Conscientizamos sobre a crueldade dos zoológicos e mostramos na prática como se faz um trabalho sério num santuário de animais. Criticamos os incêndios na Austrália e nos posicionamos politicamente aqui no Brasil — participando de uma live com o Raul Marcelo, candidato a prefeito de Sorocaba, para desenhar um plano de governo efetivo e factível para os animais, e sabatinando duas candidatas a vereadoras da causa, a Luli Sarraf e a Manu Barros.

Salvamos uma rolinha, ajudamos a Nina a voltar para casa, divulgamos para adoção um pretolino cego e FIV+ (1 e 2), e um tigrinho paraplégico — sem sucesso ainda, mas não desistimos! Incentivamos a aquecer os peludos que vivem nas ruas. Durante 12 meses, nos oferecemos como espaço de informação, entretenimento e, principalmente, acolhimento.

Teve post sobre síndrome de pica, bebedouro para gato que não toma água, tipos de soro, ração úmida barata para renal, alimentação de emergência, diarreia, coronavírus felino, como separar ração de dietas diferentes, recuperar bicho perdido, denunciar veterinários criminosos, estimar a idade do pet, fazê-lo amar a caixa de transporte, diminuir o desconforto do colar elisabetano — e se a versão de tecido vale a pena.

Também investi na descontração publicando a série Vida com Gatos, alguns relatos de quarentena, uma coletânea de vídeos queridos do Gatoca, o teste separa-famílias, um desafio musical, os bigodes Toy Story, a disputada cadeira à trois, uma enquete natalina usando frases dos peludos de vocês. E espalhei fofura com Mercv, o quadrúpede mais figura do universo, a visita ao primeiro cat café do Brasil, o primeiro ronrom da Jujuba (13 anos depois!), um coração felino de Dia dos Namorados, outra ressurreição da Pipoca.

Não faltou piripaque, aliás: o carnaval foi de cinzas, Dr. Eduardo Carneiro veio de São Paulo atender os bigodes no pacotão, Chocolate teve um fungo básico, o carcinoma da Clara entrou em estágio avançado, a morte do Simba por falência renal completou quatro anos. Depois de chorar no chuveiro (aquele choro do A-ha, sabem?) e xingar o além, eu transformava tudo em serviço para ajudar outros tutores.

E vocês retribuíram apoiando o projeto por mais um ano — teve Gramado da Fama em janeiro, fevereiro, março, maio e setembro, uma vitória em tempos de crise! Se algumas pessoas precisaram cancelar a assinatura do Catarse, outras reativaram ou aumentaram o valor de contribuição. E Gatoca foi parar até na Maratona Marketing de Gentileza.

Fiz questão de agradecer criando um canal no Telegram e o Cluboca, nosso grupo de WhatsApp para estreitar laços, onde compartilho a epopeia da busca pela casóca nova e as superproducinhas em vídeo, exclusivas para apoiadores — em dezembro rolou até amigo secreto de talentos! Também disparei 52 boletins com infos de bastidores — para receber é só preencher o formulário vapt-vupt.

E continuamos celebrando a vida! Desta jornalista, da Chocolate, da Clara, da Guda, das Gudinhas, do Mercvrivs — e da adoção dele. Os 13 anos de projeto, com videoconferência. E as parcerias — Pet Delícia me salvou da falência mais uma vez com o patê das seringadas da Pipoca e da retalhinha. Este ano não teve aniversário de adoção da Pandora, mas ela apareceu em sonho exatamente no dia 17 de janeiro!

Nos próximos 12 meses, espero tirar do papel a série ilustrada pelos bigodes sobre o livro "O Encantador de Gatos", escrito pelos especialistas em comportamento felino Jackson Galaxy e Mikel Delgado — falta pouco para bater a meta! Mas também torço para que a gente consiga se permitir momentos de ócio. Aquele dos velhos tempos mesmo, com preguiça em vez de criatividade.


Retrospectivas dos anos anteriores: 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

11.12.20

Como fazer seu gato amar a caixa de transporte

Há algumas semanas, Guda começou a fazer xixi de gotinha pela casa e demorar para usar o banheiro, em crises que se vão do mesmo jeito que vieram. Dr. Eduardo acabou pedindo um ultrassom e, completadas as oito horas de jejum, Leo manda mensagem perguntando se eu conseguiria colocá-la sozinha na caixa de transporte. Respondi com esta foto:


Desde a mudança do casarão para o apertamento, em que Jujuba quase me levou um braço, aprendi a fazer o negócio direito. A dica mais importante é colocar a caixa no chão com pelo menos um dia de antecedência para os gatos deixaram seu cheiro — e, obviamente, não limpar antes de ir ao veterinário (eles entenderão). Mas, se o bichano precisa de um estímulo extra, vale borrifar essência de lavanda ao inseri-la no ambiente.

Guda está bem e tenho aproveitado sua barriguinha raspada, confesso. O exame acusou cristais nos rins, que devem provocar irritação na bexiga quando descem pela urina. Já começamos o tratamento. :)

4.12.20

Colar elisabetano de tecido para gato: quando usar?

Eu já contei que a coceira que o carcinoma da Clara causa não permite mais que ela fique sem o colar elisabetano — sim, "elizabetano" está errado. Fiz até um post com dicas para diminuir o desconforto, sugerindo modelos leves e transparentes, que aumentassem o campo de visão. Mas, conforme a doença evolui, a retalhinha passa mais tempo deitada e várias leitoras indicaram as versões de tecido.

Duas delas, inclusive, recomendaram o Ateliê Pet Petri. Carla Petri é a pessoa perfeita para lidar com tutor fragilizado! Conversamos um tempão, porque eu tinha dúvidas de toda sorte. E ela ia vestindo os colares em suas gatas para a gente escolher o melhor tamanho. Costurados um a um, com a ajuda da mãe, eles ainda ajudam a encher a pança dos peludos (felinos e caninos) e de três galisés! 💛

Como ela se sensibilizou com a situação da Clara, fez questão de dar o colar de presente. Só que encontrei três modelos e uma cartinha querida quando abri a caixa do correio!




Para ampliar, cliquem na imagem

No primeiro teste com um dos cones, fechei só no velcro e a ninja conseguiu tirar. Reforcei com a coleira, que tinha uma parte de elástico, e a cena se repetiu. Apertei mais e a coitada vomitou. Na quarta vez, chegamos ao ajuste ideal — Carla aconselha o uso de cordinha.


O tecido é fácil de limpar com um pano úmido, se o machucado não vazar sangue e pus como no caso da Clara. Mas lavar também não cai a mão e seca rapidinho nos dias quentes. Coloco à noite, para ela dormir mais confortável e substituo pelo de plástico durante o dia — estou guardando o outro cone para quando a criatura conseguir rasgar esse de tanto coçar.

Já o disco amarelo apelidamos de utopia. Como ele impede o acesso das patas traseiras à cabeça, mas não evita que o animal esfregue a lesão nos móveis, só poderemos usar se a pequena melhorar. Torçam para ver essa foto aqui!

13.11.20

Colar elisabetano: como diminuir o desconforto

Eu já odeio o Tarantino no cinema. E, na sexta-feira passada, tive o desprazer de acordar em um filme dele: sangue espirrado nas paredes, coágulos no edredom, a cara da Clara lavada de vermelho — fiz um vídeo de mãos trêmulas para o veterinário (eu, que desmaio na coleta do laboratório), mas pouparei vocês das imagens de terror.

É que nos últimos três meses, desde que escrevi aquele desabafo sobre a retalhinha, o carcinoma abriu um túnel na cabeça e a coceira piorou muito, tornando cada vez mais frequentes os ataques com as garras ao machucado, também mais sensível — e a massa que crescia sob a pálpebra ainda bloqueou completamente a visão do olho direito, para minha desolação.

Ela continua comendo feliz a alimentação natural na colherinha, ronronando quando ganha carinho, tomando sol no jardim, dando banho no Mercv (!). Mas, pelo jeito, não poderá mais ficar sem o colar elisabetano (o povo escreve "elizabetano", só que está errado). A gente ainda nem conseguiu estancar o sangramento completamente, na verdade.

E, depois de chorar no chuveiro e xingar o além, resolvi compartilhar algumas dicas aqui. Se você tem um gato que precisa desse tipo de contenção — vale para cachorro também, a menos que ele seja o Marley...


Escolha um modelo leve e transparente
Com menos peso e um maior campo de visão, ele se sentirá menos incomodado. O primeiro colar da Clara era trambolhudo e eu já usava sem a coleira — cortei todos os passadores, inclusive.



Aí, Leo encontrou este, que ainda abre e fecha mais fácil:



Teste adaptações
Como o problema dela é coçar o carcinoma com as patas de trás, encurtei a versão do pet shop, que continua impedindo o acesso à cabeça, mas ajuda na hora de comer e beber água. Só tome cuidado porque, com o colar mais curto, o animal talvez consiga se esfregar nos móveis.


No ano passado, a gente tentou criar também um modelo de EVA, filmado passo a passo para um tutorial no Youtube, em que a cara da retalhinha ficasse mais livre. E foi um sucesso! Por 15 minutos.


Ela logo descobriu como dobrá-lo ao contrário...


...e nos deparamos com esta cena — light em comparação à recente:


Capriche na limpeza
Gatos são as criaturas mais asseadas do universo — e têm um olfato muito mais desenvolvido do que o nosso. Imagine sobrar com um treco todo melecado colado no seu nariz! Um paninho com álcool quebra o galho, se você não puder sair de perto do animal — a gente bobeia e a desgraça acontece, né?

Mas aconselho comprar dois colares para lavar com calma o que não está em uso. O desespero da Clara com as secreções que vazam do machucado é tanto que ela me acorda de madrugada coçando o plástico freneticamente. E eu levanto toda vez para socorrer, claro.

Liberte com monitoramento
É esperto o suficiente para bloquear patas assassinas ou dentadas mortais? Então tire o colar de tempos em tempos para que o bichano consiga fazer sua própria higiene. Ou se encarregue de limpá-lo com um pano úmido — nada de perfume, hein? Escovação também pode!

Como bônus, seja paciente, encha seu amigo de carinho, ofereça comidas diferentes. Quando a gente está doente, o que mais quer é se distrair do mal-estar.

9.10.20

O Gatoca vai acabar?

Vocês devem ter percebido que a frequência de atualização do blog diminuiu, né? 2020 definitivamente não está sendo um ano fácil. Para melhorar, os bigodes, já velhinhos, resolveram se revezar nos piripaques, me obrigando a criar um diário de cocô e vômitos, e uma pasta com as respectivas fotos — se eu morrer de coronavírus, por favor expliquem que não é fetiche.


Mas a produção de conteúdo para o Gatoca, na verdade, aumentou. Tem o boletim semanal, com as notícias do projeto em primeira mão (para receber, basta responder o formulário vapt-vupt). Os carrosséis de serviço do Instagram, que dão um trabalhão porque ainda apanho do Canva. O Gatonó, primeiro dominó de bichanos do mundo (grátis!) — e um teste para outros jogos.

Os vídeos exclusivos para os apoiadores do Catarse — dez superproducinhas já! E, agora, o Cluboca no WhatsApp, com o seriado apócrifo da busca pela casóca nova. Nosso Gramado da Fama, aliás, conta com três estreias: Aline Fagundes, amiga desde as listas do Yahoo!, Paolla Alberton, que encontrou companhia nestas linhas durante duas gestações de risco, e Elaini da Silva, dona de um currículo lattes invejável, em tempos de negacionismo científico e desmonte da educação. 💜


Foi a sessão fotográfica mais rápida destes dois anos de financiamento coletivo, porque eu espetei as plaquinhas e, após semanas de secura, começou a garoar — parando dois minutos depois, não servindo nem para regar as plantas. Notem a felicidade da Guda:


E das plaquinhas:


Com ou sem chuva, sei que vocês sempre estão aqui e sou muito, muito grata! Obrigada por mais um mês, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe...

...Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Amanda Midori, Karine de Cabedelo, Natalia e Lívia Pantarotto, Michely Nishimura, Maira Fischer, Ana Paula de Vilas Boas e Danilo!

2.10.20

Gato renal: soro fisiológico ou ringer com lactato?

Há três anos, eu escrevi o post que mais traz leitores do Google para cá, com dicas de aplicação de soro subcutâneo em casa, aprendidas no estágio final da doença renal do Simba. Segundo o veterinário Valdo Reche, 60% dos gatos terão um grau de disfunção nos rins ao morrer, estatística que livra poucos tutores desse pesadelo.

Aí, vem a pergunta que também recebo bastante: soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato? Quem me socorreu na resposta foi o Dr. Eduardo Carneiro. Primeiro, vale explicar a composição de cada um: o soro fisiológico tem apenas água e cloreto de sódio, enquanto o ringer leva ainda cloreto de cálcio e cloreto de potássio, e no ringer com lactato acrescenta-se, adivinhem!, lactato de sódio. rs


À maioria dos bichanos renais, recomenda-se o uso do soro fisiológico simples, só para repor a quantidade perdida de líquido — entendam tudo sobre a doença aqui. É que o excesso de sais minerais do ringer pode sobrecarregar ainda mais os rins combalidos e o lactato, aumentar o teor alcalino, geralmente alto em quadros com vômitos estomacais.

Como tudo que envolve vidas, porém, há exceções nessa conduta. Se os rins não expelirem ácido suficiente na urina, por exemplo, o animal desenvolve acidose (uma diminuição do PH do sangue), que o ringer com lactato ajuda a reverter — sendo indicado principalmente para os casos que pedem grandes volumes de solução fisiológica.

Existe ainda a possibilidade de turbinar esses soros todos com glicose ou outros sais minerais, dependendo da necessidade do peludo. Consultem sempre, portanto, um veterinário.

Simba recebendo soro subcutâneo


Outras infos importantes:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Diarreia em gatos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

28.8.20

Alimentação de emergência para gato desidratado (com vômito ou diarreia)

Pipoca parou de comer sozinha de novo. E, além dos vômitos do piripaque renal do ano passado, dessa vez ela também teve diarreia, o que acelerou a desidratação. Dr. Eduardo Carneiro ensinou um truque para melhorar a absorção de água, que eu não podia deixar de compartilhar aqui.


Ingredientes

- 1/4 de mamão
- 1/4 de copo de água
- 1/2 lata grande de ração úmida (usei a Control Cat de 320 gramas)


Modo de preparo

Bata o mamão e a água no liquidificador ou com a ajuda de um mixer — acrescente mais água se ficar muito denso.


Separadamente, processe ração úmida, adicionando água só para dar aquela força na trituração.


Misture, com a colher mesmo, uma medida do suco para cada quatro do patê.


É importante fazer o suco separado para poder aumentar a proporção (até um para dois) se o animal não estranhar o sabor. E não espere que ele vá tomar sozinho! Aqui tem dicas salvadoras para pilotar seringa. E aqui, o modelo perfeito!

Mas por que mamão?

Vocês provavelmente já sabem que o corpo absorve líquidos mais rápido do que comida, né? E o suco de fruta funciona ainda melhor com os animais do que água pura! O esquema é o mesmo do soro caseiro para humanos: o intestino absorve a glicose do açúcar com prioridade, que chupa os sais minerais do sal e juntos eles sugam mais água para dentro das células. No caso dos bichos, a "frutose" faz esse trabalho sozinha.

Não vale mais a pena, então, oferecer o suco direto? Para cachorro, sim. Gatos não percebem sabores doces, então, tendem a rejeitar frutas, por isso a sugestão de misturar com o patê. Mas por que o mamão, raios? Porque as outras frutas possíveis são banana e coco — a água do coco, na verdade. Só que ambas têm potássio, que interfere na acidez do estômago e pode provocar ainda mais vômitos.

Alertas!

- A alimentação de emergência não substitui a ida ao veterinário.
- Para funcionar, o animal não pode vomitar até as pequenas quantidades de comida — nesse caso, é melhor dar só água mesmo, em doses mínimas.
- Suspenda a dieta imediatamente se a diarreia piorar.
- Não use frutas cítricas, porque causam problemas na boca. Muito menos uva e acerola, que são tóxicas.
- Se o especialista indicou a fluidoterapia para o peludo, aprenda a aplicar em casa.

Pipoquinha ainda não está conseguindo comer ração, mas já saiu do estado crítico. :)


Outras infos importantes:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
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:: Gatos sentem o sabor da água
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:: Diarreia em gatos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

21.8.20

Teste: você gosta mais de gato do que dos parentes?

Quem acompanha este projeto provavelmente já sabe a resposta. Mas, em tempos distópicos, nada melhor do que dar risada juntos, né? Compartilhem causos e a pontuação de vocês nos comentários! Quero saber se mais alguém foi ejetado da família porque perdeu o horário de visitar a avó na UTI para medicar gato — não, não me arrependo, Simba! ❤

Cada afirmação vale um 1 ponto:

1) Decorei os nomes dos bichanos, mas não lembro como se chamam os primos de segundo grau.
2) Gasto mais dinheiro com os bigodes do que com os presentes de Natal.
3) Assinei o boletim +Gatoca e digo para todo mundo que não uso e-mail.
4) Vibrei quando descobri que as tias não poderiam mandar corrente no nosso canal do Telegram.
5) Faltei a um evento importante para resgatar um filhote em perigo.
6) Cheguei sujo e/ou descabelado em outro pelo mesmo motivo.
7) Usei a sobrinhada como desculpa para jogar Gatonó (lançamento!).
8) Só choro quando morre bicho — e nem precisa ser na vida real.
9) Já até sonhei com a série "O Encantador de Gatos", que não começa nunca!
10) Desconverso quando tentam me empurrar rifa, mas faço questão de apoiar o Gatoca.

Este post foi uma brincadeira para chamar a atenção de vocês e tentar driblar os algoritmos, cada vez mais sacanas, porque nosso financiamento continuado não recebe novas adesões há três meses — e vem sofrendo algumas baixas. Em 13 anos, nós fizemos tudo isso. Mas podemos ousar mais!

Obrigada pela resistência, aliás, Alice Gap, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tatiana Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Daniela Cavalcanti, Samanta Ebling, Gisele Pequena, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Fernanda Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande...

...Aline Silpe, Adrina Barth, Lucia Monteiro Mesquita, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sergio Amorim, Aline Fagundes, Luca Rischbieter, Rosana Rios, Lilian Gladys Carvalho, Regina Hein, Marianna Ulbrik Guerrera, Cristina Rebouças, Amanda Midori, Natalia Pantarotto, Paula Melo e Maíra Fischer! 🤗