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10.11.23

Banho em gato e antipulgas não combinam!

Na verdade, vocês raramente precisarão dar banho em um gato porque eles são autolimpantes ― sua saliva possui enzimas que ajudam a remover a sujeira do pelo quando se lambem. Mas, em caso de emergência, como nos resgates em que paninho úmido nenhum no universo resolveria, deve-se esperar de cinco a dez dias para aplicar o antipulgas, segundo o veterinário Carlos Gutierrez.

Isso porque o conteúdo da pipeta é absorvido pela gordura da pele e o sabão do banho elimina justamente essa capa de gordura. Despulgar e enfiar a criatura no chuveiro, portanto, também não funciona ― bastam, porém, apenas três ou quatro dias de intervalo.

Tem posts aqui no blog com dicas para acabar de vez com as pulgas (que ficam no ambiente, contra apenas 5% no animal), para preparar um antipulgas caseiro, barato e natural, e para quem quiser arriscar o banho em casa, sem perder os óculos ― o comentário do chuveiro era brincadeira, hein? Chocolate está resmungando porque Leo encostou nela durante a ioga. 😂

3.11.23

Que vergonha os gatos fazem vocês passarem?

Quem vê esta cena pensa que a gente deixa o pote do pior material, no lugar mais difícil da casa para não estragar a decoração e as gatas que se virem. Quando, na realidade, elas têm um de vidro, outro de alumínio e o grandão de cachorro para não encostar nos bigodes na borda, mais os bebedouros elétricos, nos modelos chafariz e com torneirinha ― esse último de barro para manter a água fresca.


O pote em questão, que nem cândida dá mais conta de livrar das manchas, foi colocado aí de improviso, porque Chocolate passava a maior parte do dia na máquina de lavar, cultivando uma inimizade unilateral pela Guda. E nunca consigo jogar fora, pois as pestes se revezam no favoritismo. Jujuba, inclusive, vira e mexe cai dentro do tanque, mas persiste.

Que constrangimento os gatos de vocês causam com as visitas? Compartilhem nos comentários para eu me sentir acolhida? rs

20.10.23

Ração de insetos para gato e novidades gringas!

Salva-vida de libélulas interioranas e dona de uma geladeira que não vê carne há quase 17 anos, com um pequeno intervalo para o teste fracassado de alimentação natural caseira dos bigodes, eu não tinha ideia de como ilustrar o post em questão até trombar com esta foto da Chocolate no arquivo.


Sim, ainda uso um caderno de papel para preparar pratos especiais, que nem veganos são (vou fazendo as substituições de cabeça), porque ganhei quando minha mãe morreu, para ajudar na estreia forçada na cozinha. Junto com as receitas da Rose e a letrinha da Lelê, família que escolhi para a vida, incluí um lendário passo a passo de arroz, duas décadas atrás!

Este texto, porém, fala de futuro (ainda que de gosto duvidoso): sabiam que na Europa já se vende ração para gato à base de insetos? O veterinário Carlos Gutierrez explica as vantagens e desvantagens, comparando com a dieta Barf (crua), outra novidade na gringa, e a alimentação natural, que a gente conhece mais por aqui.

Pode parecer bizarro, mas inseto é uma das presas dos bichanos selvagens, representando 6% do cardápio diário — por isso chamam de alimento instintivo. E, para satisfazer as necessidades calóricas, eles precisam comer menos grilos e baratas do que frango. Eu arriscaria? Não sei e não tenho de pensar sobre isso agora porque nem vende no Brasil. 😂

Comecemos pelas vantagens, então: de acordo com os estudos linkados na descrição do vídeo do vet espanhol, as rações feitas de insetos têm alta digestibilidade e valor nutricional (ricas em proteínas, energia e, dependendo da criatura asquerosa, gordura), além de grande quantidade de fibras, no caso das carapaças.

Elas também provocam menos impacto ambiental, já que sua produção demanda menos recursos naturais e emite menos gases do efeito estufa. Só que a composição varia de acordo com a fase de desenvolvimento do inseto (larvas, por exemplo, são bem mais nutritivas), precisa balancear os aminoácidos, faltam estudos para avaliar possíveis riscos causados pelos agrotóxicos e nem todo gato curte.

A Barf, abreviação em inglês para "comida crua biologicamente apropriada", é bem mais palatável, hidratada e igualmente de fácil digestão — dizem que o cocô fica até mais compacto. Por outro lado, às vezes deixa a desejar na formulação, custa mais caro, dura menos e não só o peludo como os humanos estão sujeitos a contrair bactérias que não morrem no congelamento, como a salmonella.

Esse problema se resolve com a alimentação natural comercial, adequadamente balanceada e tão gostosa, hidratada e eficiente na compactação de cocô quanto, embora também estrague rápido e pese no bolso. Eu provavelmente continuaria optando por ela, mas adoraria uma versão feita em laboratório, sem sofrimento animal.

6.10.23

Como deixar o patê do gato lisinho (para seringa!)

Duas coisas me salvaram no primeiro semestre deste ano, enquanto cuidava de três gatas idosas que morriam ao mesmo tempo — e mais quatro renais, que ainda estão por aqui: as latinhas da Pet Delícia (tenho uma dívida de gratidão eterna com a Nathália Vieira!) e a descoberta do blender.

Pet Delícia é parceira do Gatoca há seis anos e meio. Acompanhou o fim de vida de cinco bigodes, garantindo que ninguém ficasse de barriga vazia quando a ração seca já não descia tão bem. E segue favorita no café da manhã da gangue, enquanto as mais variadas marcas de sachê perdem a graça sucessivamente. Comida com cara, cheiro e gosto de comida, sem corantes nem conservantes.

O blender, por sua vez, é um liquidificador que mistura, tritura e processa alimentos com alta potência e precisão, permitindo que o patê delas fique lisinho, sem entupir a seringa (dicas importantes no pé do post!). O multiprocessador herdado da irmã, com o copinho de grãos, também funcionava, mas cabia uma quantidade menor, o que me obrigava a bater e lavar tudo duas ou três vezes por dia — no frio, na chuva, numa casinha de sapê.

Escolhi, então, um modelo com dois copos, de 400 ml e 1 l, deixando o menor para as felinas, que já comporta a latinha inteira, e o maior para os sucos, molhos e sopas dos humanos. A potência seria de 1000 w, se não tivesse comprado por engano o modelo de 220 v — nada que não compense, porém, repetindo a batida. Só precisa tomar cuidado para não esquentar ou juntar pressão.

Com a facilidade, acabei substituindo as seringadas de água da turma, que não precisa de alimentação forçada, por seringadas de patê mais diluído, que, além de ajudar nos rins, revertem parte da perda de peso generalizada pela idade. Chocolate, a modelo da foto, logo completa 17 anos — resgatamos a pequena com uns 4 meses! E as gudinhas sobreviventes fizeram 16 em maio. ❤

Esta xicrinha lascada, aliás, tem história!



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29.9.23

Cuidados que podem salvar seu gato no calor!

Neste fim de inverno, quando os termômetros de Araçoiaba alcançaram bizarramente 39ºC, peguei Chocolate hiperventilando dentro da caixa trambolhuda que havia deixado no jardim, para liberar a passagem (casa de 60 m2!). E achei importante compartilhar as dicas do veterinário espanhol Carlos Gutierrez — gatos são realmente sem-noção e quem deve ficar alerta somos nós.

Entre os primeiros sinais de calor estão:

- Trocar a cama ou o cobertor pelo chão, esparramando-se no piso frio.
- Passar a comer menos, porque a digestão também aquece o corpo.
- Respirar mais rápido para ajudar a baixar a temperatura.
- Dormir mais para gastar menos calorias.


Já o golpe de calor (ou hipertermia) pode ocorrer quando...

- A temperatura do ambiente sobe muito.
- Os peludos esquecem da vida no sol forte.
- O animal tem mais de 15 anos, pois doenças de coração, pulmões e rins, comuns nessa faixa etária, prejudicam a hidratação.

Para identificar os sintomas você não precisa de termômetro intrarrenal:

- O estado de consciência do bichano se altera, como se estivesse dormindo, e ele deixa de responder adequadamente aos estímulos.
- As mucosas ficam roxas.
- Podem surgir vômitos e diarreias — às vezes com sangue, porque os mecanismos para coagular não funcionam tão bem.
- O coração acelera — mede-se colocando a mão no peito e acima de 37 pulsações a cada dez segundos já indica problema (se não conseguir contar, pior ainda).

Curiosidade: a temperatura de um gato doméstico oscila entre 37ºC e 38ºC, cerca de 1ºC mais baixo do que a dos selvagens.

Para socorrer...

- Passe um pano com água fresca pelo corpo — não se deve baixar a temperatura bruscamente! Se optar pela gaze, deixe-a sobre o corpo para refrescar mais.
- Molhe as almofadinhas das patas, zonas por onde os felinos perdem muito calor.
- Evite estresse.
- Ofereça o caldinho do sachê ou ração úmida processada para reforçar a hidratação.
- Se o bicho não melhorar, leve ao veterinário.

E claro que a estratégia mais certeira é prevenir:

- Tire o joselito do sol forte.
- Coloque um abrigo na área externa — caixa de papelão com tampa não vale. rs
- Deixe água fresca sempre à disposição, espalhando bebedouros pelos cômodos.
- Faça picolés de ração úmida — basta colocar em forminhas, no congelador, com um tico de água.
- Ajude o peludo a se refrescar com um pano úmido — após se lamber, a temperatura corporal deles baixa até 1ºC.

27.9.23

A melhor escova para gatos idosos!

Com a velhice, os bigodes vão sentindo cada vez mais dificuldade para se limpar e a gente precisa dar uma força — principalmente nesta época do ano, em que o casaquinho de pelo reforçado durante o inverno resolve se desmanchar pela casa ou acumular no estômago, com o objetivo de deixá-los mais refrescados para o verão.


Quem tem gatos a partir de 7 anos já pode começar a prestar atenção nos sintomas de artrose, aliás. E, acima dos 12, ela é praticamente certa — nove em cada dez bichanos. Foi em uma escovação, inclusive, um tanto violentamente, que Pufosa tentou me avisar. Até pouco tempo atrás, a gente usava a Furminator, que funciona maravilhosamente para os nós, mas causa desconforto nas regiões sensíveis.

Com a morte dela (e seu rastafári), decidi testar a dica da escova de bebê. E, após pesquisar em lojas físicas, acabei comprando pela internet para levar também o pente, por mais R$ 2. Combinação perfeita, já que ele desembaraça melhor o pelo longo da Pimenta, sem a dureza da Furminator, ainda ajuda a limpar a escovinha.


As quatro meninas amaram o carinho com cerdas! Além de liberar serotonina, aumentando a sensação de bem-estar e felicidade, a escovação também reforça o vínculo com seu amigo. E Jujuba está dois tons menos vermelha de rolar no nosso deck de bairro não asfaltado — poeirão que a Furminator não limpava tão bem.

25.8.23

Para os gatos, água tem sabor!

Os bichanos claramente pularam a aula do "inodora, insipida e incolor" direto para "toma a forma do recipiente que a contém". É que, diferente da gente, eles possuem receptores gustativos na língua sensíveis a esse líquido. O estudo saiu na edição de fevereiro de 1971 da Science, revista científica badalada, mas até hoje não se encontra nada em português na internet.

Os pesquisadores levantaram também a suspeita de que os felinos, ao contrário da maioria dos mamíferos, só parecem indiferentes ao açúcar porque ele acaba mascarado pelo sabor da água em que está dissolvido — quando suprimem esse sabor adicionando cloreto de sódio, eles mandam ver!

Juntando a curiosidade à informação de que 60% dos gatos morrerão com algum grau de disfunção renal, segundo o veterinário Valdo Reche, justamente por falta de umidade na alimentação, eu passei a lavar os bebedouros elétricos com muito mais frequência — como são dois trambolhos, o de barro pesando uma bigorna, a cada dia esfrego um. Os potes estáticos já renovava de manhã e à noite, caprichando mais na limpeza semanalmente.

E a foto proposital vem com um alerta: apesar de eles amaram, não acostume seu amigo a beber água da torneira — note que Chocolate não dá a mínima. Quando você não estiver em casa para abrir, a criatura dificilmente aceitará o conteúdo morno e empoeirado do chão. Existe uma infinidade de modelos no mercado para substituir esse fetiche, basta adequar ao seu bolso. :)

21.7.23

Silêncio no silêncio

Eu moro numa rua em que praticamente não passa gente, sem vizinhos a olho nu, cujo comércio mais próximo fica a 7 minutos de carro. E descobri que a casa podia se tornar ainda mais quieta com a morte tripla da família Guda, em menos de quatro meses.

A dinâmica mudou completamente: 16 anos de miados e cores, que enchiam os almofadões e se espalhavam pelos cômodos, resumidos a três gatas PB e uma agregada — pensem que Gatoca já teve simultaneamente, além da gangue de dez, nove temporários, mais dois cachorros!

Em todo o canto falta e a cada luto se somam os anteriores.



23.6.23

O parquinho de gato que rendeu uma obra

Em um mundo ideal, eu teria escrito "reforma" no título deste post, mas a realidade de quem tomou um golpe durante a construção da casa própria é que, dois anos e meio depois, seguimos em obra. E sempre que sobra um tempo no fim de semana com um troco esquecido na calça, Leo e eu tentamos resolver mais um enrosco de 2021, com tutoriais de Youtube.

O próximo da fila era a porta-contêiner do escritório em que escrevo estas linhas, entregue pela empresa picareta na lata, sem isolamento térmico como combinado, derretendo os integrantes do recinto no verão e congelando no inverno. E continuaria assim até 2024, se não batesse a urgência de desencantar o parquinho a tempo de a gangue, passada dos 16 anos, aproveitar.


Comprei isopor e PU para o recheio, um MDF grosso no vigésimo tom de verde de Gatoca e desenhei o projeto improvisando ferramentas. Leo serrou, parafusou, lixou — além de carregar o peso todo praticamente sozinho, porque meus 48 quilos não servem nem para figuração.




(Não apareço nas fotos, mas ralei junto!)


(E de longe ficou ótimo. rs)






Também trocamos por EVA o carpete das peças de madeira, doadas pela Vanessa Aguiar e a Laíze Damasceno ❤️, para facilitar a limpeza — e não cutucar a alergia, atualmente controlada pelo excesso de cortisol no organismo. Se as gatas destruírem, como fizeram com meu tapetinho de ioga, custa barato substituir.






E até comemorarei, porque, desde domingo, elas insistem em ignorar o esforço — físico, financeiro e emocional. Quem arrasou foi o colchão, que resolvi tirar da cama herdada da adolescência e botar direto no chão, para contemplar a artrose da Pufosa.


Talvez, o parquinho tenha saído tarde demais.

Mas vou tentar de novo no fim de semana, com sachê e catnip. :)

16.6.23

Como os gatos comem? | EG #20

Atualizado em 17 de agosto de 2023

Chocolate come fondue de Pet Delícia no garfo suíço, obviamente. Mas os reles bichanos usam a boca mesmo, se abaixando para morder suas presas no chão, e, se elas forem muito grandes, podem até comer deitados, segundo Jackson Galaxy no livro O Encantador de Gatos, que inspira esta série.


A cabeça inclinada ajuda com os itens mais difíceis, comportamento ancestral. E balançá-la rapidamente facilita o processo de soltar a carne dos ossos ou remover as penas das aves — sim, parte desse ritual pode se repetir com a ração do potinho. Como os dentes dos gatos são feitos para rasgar a vítima em tiras engolíveis, eles não têm o hábito de mastigar muito.

E a pobreza de papilas gustativas não só afeta o paladar como torna o olfato bem mais importante para a alimentação — tanto que felinos congestionados acabam perdendo o apetite (noto isso com a Pimenta, nas crises mais fortes de alergia).

Ainda que não sintam sabor como a gente, eles percebem a diferença entre salgado, doce, amargo e azedo, tendendo a não curtir os dois últimos — provavelmente uma resposta evolutiva para evitar a ingestão de toxinas perigosas. Os peludos têm também um receptor para o trifosfato de adenosina (ATP), molécula que fornece energia para as células, cujo gosto nós não fazemos ideia.

E, como Joey, do seriado Friends, não dividem comida, carregando suas presas para bem longe do local de abate.

(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanha e nos comentários de quem participa do melhor grupo da internet! Para quem chega agora, resumi aqui as principais ações, on e offline, destes 16 anos de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)

9.6.23

O melhor arranhador para gato: passo a passo

Levanta a mão quem já caiu no golpe do pet shop! Os caras decidem fazer um arranhador com casinha no topo e usam um poste minúsculo, em que o gato não consegue se alongar para afiar as garras, e uma casinha bamba, onde ele jamais entrará — conjunto custando uma fortuna, logicamente. E a gente torce para a cara de tacho não estar sendo filmada.

Os problemas de Gatoca acabaram em 2010, quando Neise doou para a rifa que ajudaria nas despesas dos temporários um modelo que surpreendia pelo combo de sucesso + simplicidade — tratava-se de um cone de segurança embrulhado em sisal, com peixinhos de carpete. E os bigodes enlouqueceram: arranhavam, mordiam, escalavam.


Sempre que recomeçávamos em outra casa, encomendávamos novos arranhadores — verde e roxo no apertamento de São Bernardo, vermelho e verde em Sorocaba. Até que Neise se aposentou e me confiou seu segredo artesanal. Leo chegou a comprar o sisal na Casa das Cordas (Centro de São Paulo), mais barato. Mas o rolo acabou atravessando intocado pandemia, obra, mudança para Araçoiaba, morte da Clara, do Mercv e da Guda.

Quatro anos depois, finalmente tomei coragem de queimar os dedos na cola quente. E levamos umas três horas só para enrolar o sinal do cone, fazendo juntos — sim, é trabalhoso. Quem estiver disposto a arriscar, porém, garanto que valerá o esforço. E o sofá agradecerá.




Material

- Cone de segurança/sinalização
- 95 m de sisal (6 mm)
- 13 bastões de cola quente
- Pistola para a cola
- 50 cm de carpete ou forração de sua cor favorita
- Tesoura


Passo a passo

1) Limpe o cone para a cola aderir bem.
2) Corte um pedaço do sisal, onde posteriormente os bichinhos de carpete serão pendurados, e passe pelos furos do topo.
3) Deixe a pistola esquentar até a colar vazar pelo bico, senão ela acaba soltando.
4) Comece a enrolar o sisal pela base do cone, cobrindo a ponta com a próxima volta — aplique a cola ao mesmo tempo em que pressiona o sisal, porque ela seca rápido. E procure não deixar espaços como os da foto. rs


5) Vá subindo até chegar ao topo, tomando o cuidado de manter solta corda que segurará os bichinhos.
6) Cubra o buraco do alto com um círculo de carpete e enrole o sisal também por cima dele, terminando no centro, como um caracol.
7) Corte com a tesoura.
8) Use a tesoura para cortar também os bichinhos de carpete no formato que a imaginação mandar — escolhi os lagartinhos que Pimenta adora caçar e usei como molde um brinquedinho dela (primeiro contornei no papelão, mas ficou muito pequeno. Tentei aumentar na mão só que acabou perdendo as proporções. Fotografei, então, e Leo ampliou no computador, contornou no sulfite e passou para o carpete).




9) Prenda os bichinhos com cola quente nas quatro pontas da base do cone.
10) Em cada ponta da corda pendurada, cole mais dois bichinhos, deixando o sisal entre eles, como um sanduíche.
11) Volte para contar o que seu gato achou. :)


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2.6.23

Cantinho novo dos gatos: erros e acertos

Depois de 23 anos reclamando de cabeleireiros que cortavam mais do que "dois dedinhos", me vi tendo de convencer o moço do salão a passar a tesoura nos cachos que flertavam com a cintura. Era 2003, minha mãe perdia a batalha para o câncer na terceira internação consecutiva e eu precisava urgentemente sentir que tinha o poder de mudar alguma coisa.

Nessas horas, o exterior se impõe como a opção mais fácil. E duas décadas se passaram até a situação se repetir, só que com gatos idosos, tecidos e papéis adesivos substituindo o enredo original. Na terceira morte felina, em menos de um ano e meio, Leo e eu pegávamos a estrada até São Paulo atrás de um novo embrulho para Gatoca — e nossas vidas.


O sofá, herdado do último parente que gostava de mim (assim como o anterior), ganhou revestimento de acquablock para dar conta dos vômitos da gangue e eventuais escapes de xixi que só a velhice pode proporcionar — tudo com zíper, permitindo lavar na máquina (usando sabão neutro para não afetar a camada de proteção). E Chocolate estreou com a diarreia bizarra já no dia seguinte!


As prateleiras, doadas pela Laura Paro e na edição anterior encapadas por nós, com uma espuminha simples no topo, foram lixadas e envernizadas (verniz fosco) aqui em casa, mas as almofadinhas delegamos à costureira, também para facilitar a limpeza — mirei no despojado e acertei em um crossover de S.O.S. Malibu e A Fantástica Fábrica de Chocolate. 😂




E confesso que me arrependi de ter escolhido um tecido não impermeável porque suja só de existir, encolheu absurdamente e me obrigou a gastar R$ 70 de Scotchgard que até repele água, só que é inútil para as outras secreções das gatas, com destaque especial ao catarro da Pimenta. Para evitar peludas voadoras, aliás, prendi as almofadas nas prateleiras com fita dupla-face — o velcro não parava colado em nenhuma das duas.




Já os papéis adesivos renovaram móveis de outros ambientes (uma cômoda e dois gaveteiros) e a mesa de jantar doada pela Tati Pagamisse remoçou com capinhas de cadeira listradas, produzidas na força do ódio e da cola quente, quando o dinheiro acabou. Mas ainda vai ter parquinho vertical doado pela Vanessa Aguiar e a Laíze Damasceno!

P.S.: A caixinha de madeira, feita pelo Leo, veio de Sorocaba. Do arranhador de papelão falei aqui e do bebedouro (posteriormente superado pelo de barro), aqui — sim, tem um bichinho de pelúcia afogado nele, rs. Já o arranhador de cone vai ganhar um post exclusivo, com passo a passo!

3.5.23

O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos

Atualizado às 20h49

Quando Simba morreu, em outubro de 2016, eu me dei conta de que os bigodes haviam envelhecido e passaria pelo misto de impotência, corpo dolorido e emocional em frangalhos mais nove vezes. O que parece uma não-escolha é, na verdade, desdobramento da decisão consciente de poupar criaturas que ainda preservam uma essência selvagem — domesticadas milhares de anos depois dos cachorros.

Mas, antes do desfecho final, e ciente do privilégio que significa poder cuidar de quem parte em casa, no mesmo esquema intensivo da internação de hospital, por não precisar trabalhar fora, outras resoluções importantes marcaram nossa jornada de quase duas décadas.

Constatada a doença renal na maior parte do grupo, por exemplo, e após quase perder Pipoca na coleta de sangue de 2018, cianótica de pavor, suspendi os exames (hemograma e função renal) de todo mundo — conhecia a evolução dos sintomas e eles bastariam para guiar o tratamento.

Na confirmação do carcinoma da Clara, optei por continuar com a homeopatia em vez de submetê-la aos efeitos colaterais da quimioterapia, que acompanhei durante os oito anos de batalha (perdida) da minha mãe. E, em vez da sobrevida de dois, a retalinha ganhou seis, nos deixando aos 16 e meio.

Sei que não se escreve homeopatia hoje em dia sem ser confundido com o povo do chapéu de alumínio. Abro parêntese, então, para explicar que acredito em terrabolismo, aquecimento global e sou capricorniana — ok, tenho um fraco por astrologia. E quem sugeriu as bolinhas do Hahnemann foi um veterinário alopata.

A gente já tentava curar uma infecção de pele highlander do Simba há mais de ano, fracassando com antifúngico, antibacteriano, anti-inflamatório, antibiótico e corticoide. E a única ração renal que o leãozinho aceitou ainda desencadeou uma intolerância alimentar que três profissionais taxaram como insolúvel sem a substituição da comida. Com a homeopatia (que atua na energia vital, tratando o ser, não a doença), as feridas no corpo sumiram em 38 dias e o piriri, em três meses.

Fecha parêntese, porque o objetivo do post é defender a ideia de que quanto menos se estressar um gato com viagens de carro e manipulações por estranhos, melhor. E, quando não der para evitar, recompense com petiscos, carinho extra ou escovação para mostrar que vale a pena continuar — lembrança do meu avô tomando uísque com morfina no final do câncer de próstata. rs


Sim, é difícil encontrar esse meio termo, principalmente com animais que não podem expressar seus desejos, mas mantenho sempre no horizonte. E a longevidade da gangue acho que prova meu ponto. Pipoca, renal desde os 5 anos, completará 16 em 20 dias, junto com as quatro irmãs. Escrevo isso, aliás, depois de escolher não fazer a drenagem do derrame pleural — diagnosticado por raio-x, aqui em casa.

Apesar de o vet araçoiabano duvidar que o organismo reabsorveria o líquido a tempo e o quadro ainda ser delicado, a magrela já voltou a caçar insetinhos. No dia de sua visita, inclusive, pedi para auscultar também a Chocolate e só o fato de segurá-la à força nos rendeu três dias da diarreia mais tensa de Gatoca, uma lambeção compulsiva e o ânus florescente.

E não tem como não citar a Síndrome de Pandora da Guda, caracterizada por uma cistite recorrente, que a gente demorou para perceber se dever à ansiedade — obra, mudança caótica, ultrassons (1 e 2), alimentação forçada, morte dos amigos. Ela partiu dez meses depois do Mercv, aos 17 anos (e ele, aos 16 e 7 meses).

Preciso enfatizar que poupar os bichanos de estresse e sofrimento desnecessários não quer dizer falta de cuidado? Pago o vet homeopata mensalmente para acompanhar os bigodes a distância, dou água na seringa três vezes por dia para todos e patê batido no processador para quem não consegue comer sozinho, aplico soro nas crises — e queimei três dedos na cola quente fazendo o arranhador favorito deles!

20.4.23

Comprei a primeira caminha para gato, 17 anos depois

Eu aprendi a ser gateira com o carro andando — 18 anos atrás, sequer simpatizava com animais! Isso quer dizer que não faltou improviso em Gatoca. E o mais duradouro deles foi a caminha. Primeiro, a gangue se dividia entre as camas de solteiro da nossa casa antiga, três irmãos sem pais. Para o apertamento de São Bernardo, Tati Pagamisse doou os encostos de seu sofá, que viraram almofadões, perfeitos para acolher dez gatos.

Aí, em Sorocaba, conquistamos nosso próprio sofá, doado pela minha prima Miriam. Chocolate teve, ainda, o travesseiro de joaninha de uma ex-chefe, presente para mim, na verdade, por causa do recheio de camomila — repaginado à la Tim Burton. E a cestinha que Leo havia comprado para enterrar a Clara, sem sucesso.

Sempre que alguém comentava sobre a tal da cama nuvem no grupo de apoiadores, a alergia gritava — junto com a praticidade capricorniana e a conta bancária de jornalista freelancer. Acontece que três mortes em um ano e meio nos dão outra perspectiva sobre a vida. E decidi testar com a Chocolate, que sente mais frio por causa da idade (16 anos e meio) e porque não dorme no grupinho.

Escolhi de propósito um modelo em que só cabe a gata-anã, com o preço justo da gringa, lavável na máquina. E me surpreendi: a pelúcia esbanja maciez e o tecido limpa fácil com paninho molhado, mesmo não sendo impermeável — só posso afirmar isso porque, quatro dias depois, ela teve uma diarreia nunca dantes vista.

De diva a doce, toda vez que passo pela lavanderia, a criatura está em uma pose diferente.




E nem a maria-fedida resistiu — não me perguntem se isso é ovo ou cocô.


Para ampliar, cliquem na imagem

31.3.23

2 anos de casa nova, menos 3 gatos

Eu sei que escolhi vir morar no interiorrr para os bigodes terem de volta um gramadinho no fim da vida — que acabou virando gramadão. E que gatos de 15 e 16 anos não atravessariam uma década. Mas sou de humanas, deem um desconto pelas linhas salgadas. Entre os cuidados com a Clara, o Mercv e a Guda, sobrou pouco tempo para curtir.


Continuamos, inclusive, sem porta no banheiro — existe estresse pós-traumático de obra? Até paguei por um toldo contra o alagamento da lavanderia, só que o gênio instalou um modelo que vaza água quando chove, deixa a casa escura nos dias de sol e faz barulho com o vento. Talvez, meta uma cortina de miçangas entre a privada e o quarto.

Já as plantas não podem reclamar: cresceram quase tanto quanto o mato, floriram de todas as formas, renderam caipirinha, moqueca, cupcake. E a gangue também aproveitou — o gatil improvisado, o gatil oficial, as escapadas do gatil (privilégio de quem não conseguiria mais alcançar a rua).

Ainda restam seis.

Decidi embrulhar o passado em contact e acquablock para recomeçar com outras cores. Mas pega leve, Universo!










17.3.23

Gatos, por Salvador Dalí

Escorridos, desencaixados, inusitados, eles protagonizam cenas bizarras e oníricas, com invejável qualidade plástica.


Rosa Meditativa


Metamorfose de Narciso


A Persistência da Memória


Natureza-Morta Viva


A Desintegração da Persistência da Memória