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Mostrando postagens com marcador Pipoca. Mostrar todas as postagens
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17.3.23

Gatos, por Salvador Dalí

Escorridos, desencaixados, inusitados, eles protagonizam cenas bizarras e oníricas, com invejável qualidade plástica.


Rosa Meditativa


Metamorfose de Narciso


A Persistência da Memória


Natureza-Morta Viva


A Desintegração da Persistência da Memória

10.3.23

Conheça sua maquininha de matar: visão | EG #17

"Por que esses olhos tão grandes?", pergunta o rato desavisado. E vocês já sabem a resposta, né? Eles são proporcionalmente maiores do que os nossos (e voltados para frente) justamente porque se tratam de animais predadores. Inclusive respondem melhor a movimentos rápidos. E seu campo visual cobre cerca de 200 graus, contra 150 graus do olho humano. Mas, pasmem, os bichanos não enxergam muito bem de perto. A distância ideal para eles fica entre dois e seis metros.


E, a menos de 30 cm, a presa vira um borrão — aí, quem entra em ação para identificar os detalhes são os bigodes, como expliquei no capítulo anterior desta série, inspirada em O Encantador de Gatos, livro do Jackson Galaxy. Há que se ressaltar, porém, que nossos amigos domesticados tendem à miopia, diferente de seus ancestrais, porque os brinquedinhos com que costumam interagir estão mais próximos.

E o lance de que os peludos não veem cores, procede? Primeiro, vale explicar o funcionamento do olho: a luz passa pela córnea (capinha transparente que ajuda a focar os objetos), entra pela pupila (parte preta no centro da íris, a bolota colorida que controla a quantidade de luz), atravessa o cristalino (que também permite focar os objetos) e é projetada na retina (localizada no fundo do olho), que envia a informação para o cérebro pelo nervo óptico.

Na retina, existem dois tipos de receptores: os bastonetes, especializados em condições de pouca luz, e os cones, melhores na detecção de cores diurnas. Como os gatos possuem três vezes mais bastonetes do que a gente, só que menos cores, até conseguem detectar algumas delas durante o dia, embora não tão proeminentes. Já na penumbra enxergam em preto e branco, mas com muito mais clareza.

No Super Trunfo da caça, nitidez certamente vence o colorido.

Outras curiosidades:

- As pupilas em fresta vertical permitem que os bichanos respondam mais rápido à luz, abrindo e fechando em todas as direções.

- Seus olhos demoram mais para focalizar porque o cristalino é duro. E, quando as pupilas estão retraídas, sob luz intensa, fica ainda mais difícil.

- Enquanto nós, humanos, temos fóvea, um buraquinho na retina especializado em detalhes, os felinos possuem uma "linha visual" que cumpre função semelhante.

- Atrás da retina, eles também possuem células refletoras chamadas tapetum lucidum, que funcionam como lanterna, dando mais poder à visão no escuro — e é por causa delas que, em toda foto com flash que você tira, seu pet sai com olhos brilhantes.

(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 15 anos e meio de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)

24.2.23

Um dia normal em Gatoca, com ataque de pterodátilos

Às 2h, acordo com gritos aleatórios da Pufosa na sala. Mal adormeço e Pipoca vomita um poltergeist — apelido que dei para a modalidade giratória, em que o conteúdo da boca vai sendo arremessado para longe. Micro-ondas informa que perdi o melhor corticoide da madrugada limpado a cozinha com cheiro de azedo. Às 4h, é a vez de Chocolate esgoelar, só que, diferente da Pufosa, persistentemente. Coloco sua almofada de joaninha dentro da caixa de papelão para esquentar.

Meia hora depois, Keka resolve brigar com um gato invasor, de que só vi o rabo pardo desaparecendo pelo muro. Alguém derruba o potinho de ração do suporte às 5h30. Desisto de dormir às 6h30, com Pufosa botando para fora, bem na porta do quarto, toda a ração renal do recinto, ingerida enquanto eu tentava dormir. Adianto o café da manhã do resto da gangue, em jejum forçado, pensando na privação de sono como estratégia de tortura.

Com a compreensão de mundo prejudicada e depois de nove rodadas de patê na seringa para a Guda, um pterodátilo sombreia a casa, faz tremer o telhado e rouba da Chocolate o troféu de pulmões mais potentes.



Ressurgiu do cretáceo, aliás, o Gramado da Fama, com a paraibana Arina Alba e a paulistana July Grafe, que adotou o blog antes dos gatos! ❤


Esse apoio faz toda a diferença para produtores de conteúdo que não trabalham com publicidade porque prezam pela independência. Para se juntar aos despioradores de mundo (e participar do grupo de WhatsApp mais acolhedor e divertido da internet), basta acessar o Catarse — nossa jornada é longa e só pretendo parar na ONU. :)

Obrigada pela companhia, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo...

...Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura...

...Ana Paula de Vilas Boas, Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Elisângela Dias, Amanda Herrera, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva e Regina Hansen! 🤗

2.2.23

Desafio: qual é a série do seu gato?

Com dez gatos, dá para lançar o Emmy de Gatoca — sim, eu incluí estrelas que não brilham mais na terra porque são estrelas, oras! E tem bigode que merece mais de um seriado, sorry. Ficam as sugestões para os humanos, já que se tratam de algumas das minhas séries favoritas. :)

Fofo, engraçado, totalmente sem jeito com as meninas e me considerando um porto-seguro, Mercv ficaria dividido entre Atypical e The Big Bang Theory. Simba, que chegou com as orelhas comidas de briga, sem castrar e virou mocinho, embora apegado aos prazeres mundanos, amaria Lucifer. A sagacidade da Clara para fugir de casa, nos primórdios sem telas, a faria maratonar Lupin e Sherlock com o bloquinho de anotações.

Guda, às voltas com a educação de cinco filhas de personalidades complicadas, só poderia ser fã de Modern Family. Chocolate, que compartilha com ela uma rotina de amor e ódio, assistiria resmungando Grace and Frankie. Pimenta, batizada pela Mariana de Devedora Temedora, alternaria entre La Casa de Papel e Family Business.

Uma gata como Pufosa, que come mais do que cabe na barriga, vomita e come de novo (o das irmãs também!), não perderia Community. Pipoca, desabrochando conforme crescia, depois de quase morrer várias vezes, fez a jornada do herói da Anne with an E. Keka, arisca e com cara de mal-humorada, mas doce por dentro, se identificaria com Wandinha.


Ao falhar na missão de me arrancar um braço, em 2013, Jujuba trocaria Dexter por Only Murders in the Building, mais moderna e com menos sangue. Vocês provavelmente me associariam com Call me Kat, acertei? E o Gatoca tem um quê de The Good Place — entendedores entenderão. 😂

Contem nos comentários as séries dos bichanos de vocês!

20.1.23

Ração em molho para gatos: nós testamos!

Quando você tem sete gatos que já passaram dos 15 anos (e problemas nos dentes, nos rins, no estômago), tende a usar mais o processador de alimentos com eles do que com sua própria comida. Eu não me importava de bater a latinha da gangue todo o café da manhã, mas, com a Guda na alimentação forçada de novo, toda economia de tempo é bem-vinda.

E a Pet Delícia, parceira antiga, atendeu minhas preces não proferidas lançando molhos naturais de frango, carne e peixe! Dá para misturar na ração seca, aumentando a umidade na dieta, só que a gente oferece como sopa mesmo, no asilo que virou Gatoca, rs. Leitores novatos talvez não tenham entendido o lance da umidade — e os antigos perdoem o disco quebrado.

É que os ancestrais dos nossos amigos caçavam animais com 70% de líquido em seus corpos e não precisavam tomar a água morna com poeira e pelos do potinho. Essa falta de hábito hídrico, somada a uma alimentação baseada exclusivamente em ração seca, mata cada vez mais bichanos por insuficiência renal. Foi assim que perdi o Simba. E o Mercv. E estou perdendo a Guda.

Ao longo da semana, nós testamos os sabores de carne e frango, sucessos quase absolutos — Guda não se animou porque há 21 dias não come mais nada sozinha. Pipoca até canta quando ouve o barulho da latinha abrindo! Uma grata surpresa em tempos áridos. :)


Obs.: A ideia era fotografar Pufosa comendo, com a latinha ao lado para mostrar a textura do conteúdo. Mas a meliante citada anteriormente, que já estava no quinto repeteco, invadiu o set — e não, eu não deixo os bigodes enfiarem a cara na lata sem supervisão.


Outras infos importantes:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Diarreia em gatos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

3.11.22

Bíblia Gatólica e o fim do pesadelo

Depois de quatro anos de um governo obscurantista, a gente finalmente vai poder respirar aliviado — a Terra voltará a ser redonda, Jesus entregará o fuzil e as famílias discutirão por outros motivos na ceia de Natal. Não tinha momento melhor para receber a Bíblia Gatólica, livro do Carlos Ruas que pretende fazer rir (e venerar gatos), não queimar quem pensa diferente na fogueira — ainda que virtual.



Para ampliar, cliquem nas imagens


Como eu não sou boa em cultuar seres vivos (ou mortos), apoiei também o Livro Sagrado Pacão — e ganhei as recompensas fofíssimas do financiamento coletivo, além do nome em Um Sábado Qualquer, site das minhas tirinhas contemporâneas favoritas. :)




Aproveito para agradecer a companhia de vocês na jornada do Gatoca, que resiste ao Brasil há uma década e meia, sem perder a ternura — nem os seguidores nas redes sociais. rs

2023 é ano de desengavetar projetos! ❤️

2.9.22

Gatos, língua de beija-flor e o cocô da vingança

Eu já tinha uma história absurda: o beija-flor que tento fotografar há três meses bateu na porta de vidro da sala, ficou uma eternidade aninhado na minha mão (que plumagem psicodélica é aquela, gente?), de repente botou para fora do bico um fiozinho de língua em direção à gota de homeopatia da pipeta e, quando me ocorreu registrar a experiência única, saiu voando.


Aí, no dia seguinte, estava trabalhando no escritório quando ouvi um corre-corre e cheguei a tempo de ver o dono destas peninhas escapar dos gatos janela afora.


Nada digno de nota, concordo. Acontece que o desaforado não só entrou em casa como fez cocô no sofá.

E NA PIPOCA!

24.6.22

Assassinato no Bebedouro do Poente

Parte I: Os Fatos

Eram 8h de uma manhã de quase-inverno em Araçoiaba da Serra, quando Monstro pediu um pente emprestado e, sem rodeios, quis contratar Levischot para um serviço. Recheado de catnip, ele contou que colecionava inimigos — tendo sobrevivido, inclusive, a uma tentativa recente de sepultamento no jardim. Ela declinou a oferta pelo simples fato de não ir com sua pelúcia.

Como aqui não neva e nossa casa, apesar de adaptada em um contêiner, não se mexe, saltemos direto para o assassinato: às 9h do dia seguinte, o corpo de Mostro foi encontrado sem vida, flutuando no bebedouro de água mais alto do recinto, que ele não alcançaria sozinho.

O assassino estava entre nós.


Parte II: Os Testemunhos

As sete entrevistas ocorreram no gatil, para que o culpado se sentisse seguro em território dominado e acabasse escorregando. Pipoca, primeira a testemunhar, relatou que notou um gosto estranho na água e logo o cadáver emergiu. Pufosa jurou estar ocupada com o pote de comida — a madrugada inteira. Keka, Jujuba e Guda apresentaram o álibi coletivo de terem dormido juntas porque fazia frio.

Pimenta, vista para cima e para baixo com o finado (antes de finar), provavelmente deixaria DNA em forma de catarro no local. E negou qualquer envolvimento na trama, assim como a mãe e as irmãs. Já Chocolate se ofendeu com a suspeita de cometer um crime tão desprovido de drama, como afogamento.

Mas quem disse que foi afogamento?

Parte III: Beatriz Levischot Para e Pensa

Quem se beneficiaria com o mergulho fatal do Monstro? Por que ele precisava de um pente? O enterro frustrado no jardim teria conexão com esse trágico desfecho? Eis que tudo clareou, como roupa limpa saída da máquina!

Para remover a lama e recuperar a maciez dos cabelos, Levischot achou que seria uma ótima ideia lavar o brinquedinho com amaciante, perfume que não só agravou a alergia da Pimenta como arruinou a experiência recreativa com o catnip.

Foi Pips, portanto, que atirou o coitado no bebedouro, mas eu dormirei com essa culpa, caros leitores.

8.6.22

Um post diferente de aniversário

Eu sempre fotografo os bigodes no dia dos festejos de adoção (ou, mais clássico, de nascimento), conto para vocês o que a gente fez de bom e às vezes desengaveto um causo empoeirado. Neste 2022, porém, as Gudinhas* completaram 15 anos na sequência da morte do Mercv — assim como Simba morreu em cima do aniversário dele (para que servem os 365 dias?).

E a data acabou passando em preto.

Em vez de improvisar uma comemoração retroativa, como já aconteceu outras vezes, resolvi, então, pesquisar no arquivo fotos das meninas tiradas nesse período e sorri duas constatações: 1) Nunca usei tanto a câmera do celular — como se pudesse congelar os afetos que me escapam pelos dedos. 2) Sem qualquer programação, os gatos desta casa já têm vidas memoráveis. ❤️


Pufosa e o sono em família


Pipoca e o colo aleatório no meio da tarde


Jujuba e as ervas recreativas


Keka e a almofadinha para aumentar o conforto da almofadona


Pimenta e os 90 m2 de gatil na natureza, com florzinha pendurada no nariz


*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2021 | 2020 | 2019 (especial Dia do Abraço) | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

8.4.22

Calculadora de ração para gato, seca e úmida!

Eu só me toquei recentemente que os gatos precisam ingerir muito mais ração úmida do que seca para bater a cota nutricional diária — provavelmente porque os grãozinhos industrializados são comida compactada, rs. E não estou defendendo a dieta que favorece problemas renais (não faria isso depois de perder o Simba), apenas compartilhando uma constatação.

Na batalha de uma década contra a doença da Pipoca, tentei várias configurações de alimentação. E o misto de ração renal seca disponível o dia inteiro, normal seca à noite, só um fundo de pote para não faltar tanta proteína, e úmida de manhã tem funcionado — para ela e para o bolso, junto com as seringadas de água. Mas e as quantidades?

Aí entra a calculadora maravilhosa da Pet Delícia, parceira do Gatoca há cinco anos! Você informa a fase de vida do animal, o peso, se ele precisa emagrecer, engordar ou manter a forma, a frequência de atividade física e o sabor da latinha escolhida que ela devolve as quantidades proporcionais para uma dieta metade seca e metade úmida, ¾ úmida ou totalmente úmida.

Com oito gatos, fica impossível controlar, confesso. Mas a calculadora ajudou demais na última crise séria da magrela, em que a alimentação só rolava pelo dosador oral, processada e coada — sim, preciso de férias! rs

Se você é novo por aqui e não entendeu a conexão entre (falta de) hidratação e insuficiência renal, o pesadelo dos tutores de bichanos, dê uma passeada pelos links no fim do post — 60% dos pequenos terão algum grau de disfunção nos rins ao morrer.



Outras infos importantes:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Diarreia em gatos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

25.3.22

Teste: seu gato sente dor? Descubra pela cara!

Quem tem oportunidade de compartilhar a vida com um bichano sabe: está para nascer criatura mais briosa! Isso quer dizer que eles demoram para dar sinais de que algo não vai bem e esses sinais costumam ser sutis. Para ajudar estudantes, tutores e veterinários, pesquisadores da Universidade de Montreal criaram a Escala Felina Grimace.

Ela leva em consideração cinco "unidades de ação" para avaliar se o animal sente dor e de que intensidade: posição das orelhas, dos bigodes e da cabeça, e tensão dos olhos e do focinho. A pontuação varia entre 0 (ausente), 1 (moderada ou incerta) e 2 (marcante). E, se o total chegar a 4 ou ultrapassar, vale uma visita ao vet.


Compartilho aqui os exemplos de expressões faciais do estudo, mas preciso dar os créditos também ao canal Mascotas y Familias Felices, porque ler artigo científico de veterinária não é uma coisa que jornalistas fazem em seu tempo livre, rs. E fica o alerta: várias dessas expressões podem aparecer em um gato ao longo do dia. Vocês só devem se preocupar se elas forem constantes.

Posição das orelhas

- Para frente: 0
- Ligeiramente separadas: 1
- Viradas para fora: 2


Para ampliar, cliquem nas imagens

Tensão dos olhos

- Abertos: 0
- Parcialmente fechados: 1
- Semicerrados: 2


Tensão do focinho

- Relaxado (formato redondo): 0
- Tensão leve: 1
- Tenso (forma elíptica, ou seja, de círculo achatado): 2


Posição dos bigodes

- Solto (relaxado) e curvado: 0
- Ligeiramente curvado ou reto (mais perto da cara): 1
- Reto e apontando para frente (mais distante da cara): 2


Posição da cabeça

- Acima da linha dos ombros: 0
- Alinhada com os ombros: 1
- Abaixo da linha dos ombros ou inclinada para baixo (queixo no peito): 2


E aí, pela Escala Felina Grimace, vocês acham que Pipoca estava com dor quando tirei a foto do começo do texto? Dá para ver os olhos parcialmente fechados (1 ponto) e a cabeça alinhada com os ombros (mais 1 ponto) — além da magrelice de dez anos de batalha contra a doença renal. Mas não, era só moleza de calor mesmo. :)

17.3.22

O que seu gato quer dizer? | EG #8

Eu já escrevi sobre o ronrom (e o mistério que intriga os cientistas) no capítulo anterior. Mas os gatos conseguem emitir outros 100 sons, entre trinados, uivos, rosnados e, claro, miados — isso é coisa para caramba, se a gente considerar que a biblioteca de vocalizações dos cachorros ostenta apenas dez variações!

Esses sons levam informações a longas distâncias, dando pistas do tamanho e da força de quem "fala". E, enquanto os menos amigáveis rolam com a boca aberta, durante as brigas ou quando os felinos estão com dor, os mais fofos, de boca fechada, se destinam a fazer um social. Para a surpresa de zero pessoa, os bichanos domésticos conversam mais do que os ferais, porque aprenderam a pedir comida e cafuné. rs


No livro O Encantador de Gatos, em que esta série foi inspirada, Jackson Galaxy cita nove vocalizações. Fiz um mix, então, com o vídeo de 2020 para explicar melhor cada uma delas — e vocês podem ouvir os áudios no link!

Miado: na natureza, funciona como um pedido de socorro dos filhotes para a mãe ajudá-los a encontrar as tetas. Convivendo conosco, porém, as criaturas seguem miando mesmo adultas para ganhar nossa atenção — e raramente miam uns para os outros.

Ronrom: trata-se da segunda vocalização mais comum, capaz de acelerar a cicatrização de machucados e até fraturas. Por isso surge também em situações de dor, não só de felicidade e aconchego — mais infos curiosas aqui!


Trinado ou trilado: geralmente feito por fêmeas para chamarem seus bebês. Se os bichanos usam com a gente, equivale a um ronrom mais empolgado.

Tagarelado: nome daquela mexidinha engraçada de mandíbula quando os peludos veem passarinhos, sabem? Imagina-se que significa excitação de predador. Mas há quem entenda como uma tentativa de imitar as aves para atrai-las — Galaxy duvida da efetividade e eu também.

Uivo: costuma ser o primeiro som de gatos encurralados, tipo: "Ferrou! O que faço agora?". Aparece também em casos de dor, já que animais feridos se tornam presas mais fáceis e precisam de estratégias alternativas. Idosos ainda podem uivar no meio da noite, desorientados, sintoma comum de demência.

Bufada: ajuda a afastar outros seres, quando os felinos se sentem ameaçados ou chateados. Normalmente, vem acompanhada por uma postura agressiva, incluindo costas arqueadas, pelo eriçado e orelhas para trás.

Rosnado: precede a bufada, como um aviso de que não estão curtindo o movimento.


Grito: marca registrada das brigas, sucede a bufada, podendo ser motivado tanto por fúria quanto por medo.

Sons sexuais (em inglês, caterwaul): emitidos por gatos e gatas não castrados, durante o período do cio. Servem para atrair parceiros sexuais do outro lado do globo terrestre.

Importante!

O uso de todas essas vocalizações varia de bigode para bigode. Filhotes órfãos, por exemplo, que não tiveram contato com outros peludos entre os 2 e os 9 meses de vida, fase sensitiva do desenvolvimento social, tendem a se comunicar de forma totalmente equivocada, já que humanos não conseguem ensinar um gato a ser gato, né?


Esta série é financiada coletivamente pelos leitores do Gatoca, que tem o melhor grupo de WhatsApp do universo! Quer se tornar apoiador também? Entre no Catarse e veja todas recompensas — aqui há um resumo das principais ações (on e offline) destes quase 15 anos. ❤️


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)

19.1.22

O que eu faria diferente com os gatos #2

Quem já leu três posts do Gatoca provavelmente pegou uma referência à arisquice das Gudinhas, nascidas aqui em casa — quer dizer, lá em São Bernardo. Em algum momento da infância, que não sei precisar bem quando, as pequenas foram se afastando da gente até se fechar de vez na família felina.

Isso significa que Pipoca se deixou tocar apenas aos 5 anos, porque estava morrendo. E Jujuba soltou o primeiro ronrom com 13! Se pudesse voltar no tempo, então, eu não descuidaria da socialização das meninas. Os tratamentos veterinários teriam sido mais fáceis, a mudança para o apertamento não me renderia uma escarificação no braço e a gente teria aproveitado mais.

O desafio, neste finzinho de vida delas, é multiplicar colos e carinhos. rs


Máquina do tempo: #1

25.11.21

Seringa que goteja para cuidar de gato doente

Se você tem um bichano de estimação, provavelmente precisará dar comida, água ou remédio para ele na seringa um dia. Nos casos de doença renal, inclusive, prefiro investir na hidratação diária via oral e deixar a fluidoterapia para os episódios de vômito persistente e diarreia.

Pensem comigo: um dos fatores de agravo do quadro é o estresse e poucas coisas estressam mais um gato do que enfiarem uma agulha de líquido ardido na lateral magrela do seu corpo — pior ainda quando um estranho faz isso, em local também estranho, fedendo a cachorro. rs

E, no quesito matemático, também parece melhor dar 60 ml de água por dia do que injetar 150 ml de soro semanalmente, certo? Eu já havia resolvido o problema do êmbolo que ressecava rápido, emperrando as seringas, ao comprar dosadores orais — que ainda poupam o planeta de descartes desnecessários.


Mas faltava encontrar um modelo que não soltasse aquele jato que afoga os coitados. Tentei a famosa BD, a Injex e até pipeta — que funciona bem para remédio (explico em detalhes num próximo post). Eis que finalmente cheguei na Advantive, que não pagou um centavo pela propaganda, ainda me obrigou a comprar 100 unidades!

É sério: quem já está acostumado a essa rotina terá a vida revolucionada com um dosador oral que goteja, permitindo controlar a quantidade e a velocidade do fluxo. Os bigodes quase pedem para tomar água geladinha, rs. Vejam os vídeos comparativos e o sossego da Pipoca, em estágio avançado da doença.


Lembrando que cabe confortavelmente no estômago deles 20 ml por vez e a digestão demora cerca de 40 minutos. Abaixo linkei um superdossiê sobre insuficiência renal, o maior pesadelo dos tutores de gato, com informações que todo mundo precisa saber para prevenir. :)


Infos essenciais:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Diarreia em gatos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

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O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — aqui tem um resumo das principais ações do projeto. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe um cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br ❤️

12.11.21

Cat Friday inédita no Gatoca!

Não, eu não vou sair distribuindo gatos. Até porque fiz isso durante uma década (com critérios rigorosos, claro!) e não seria novidade, rs. A Cat Friday do Gatoca tem três objetivos diretos...


1) Democratizar o Cluboca

A ideia é estender a mais gente a oportunidade de participar das discussões e troca de experiências entre os apoiadores, em um espaço acolhedor, que me salvou muitas vezes durante a pandemia e o estágio terminal do carcinoma da Clara.

Até o dia 26 deste mês, portanto, todo mundo que contribuir para o nosso financiamento coletivo com R$ 10 (ou mais) receberá um convite para o grupo no WhatsApp — fiquem espertos com a caixa de spam! E dá tempo de pegar o amigo secreto de talentos, diversão natalina garantida (e gratuita)!


2) Desbravar o TikTok

O Gatoca tem uma faixa etária privilegiadamente abrangente de leitores e até projetos pensados para crianças — a trilogia de livros aguardando financiador e um jogo de tabuleiro em desenvolvimento. Mas anda deixando a desejar com os jovens.

Sim, eu criei um perfil na rede chinesa, cinco semanas atrás. Mas preciso que vocês me forcem a produzir conteúdo — desteto filmar na vertical. E não vou fazer dancinha! rs


3) Construir o gatil oficial dos bigodes

Nossa mudança para Araçoiaba da Serra rolou há sete meses e meio, e eles continuam com um cafofo improvisado, cujos bambus roubados do terreno vizinho começaram a apodrecer e as telas da casa antiga já estão fazendo barriga.

No aniversário do Mercv, Leo chumbou as toras de eucalipto. E conseguimos comprar os caibros com desconto, porque ele trouxe equilibrados no capô do carro. Mas ainda tem o alambrado. E quero muito, muito, muito que a Pipoquinha, que entrou na alimentação forçada de novo por causa de uma década de batalha contra a doença renal, possa aproveitar. :)


Esses eram os objetivos diretos, lembram? O indireto é seguir despiorando o mundo — aqui fiz um resumo das principais ações dos últimos 14 anos. E, além do grupo no WhatsApp, nossa campanha oferece outras recompensas, todas pensadas com carinho — vejam lá no Catarse!

Ela também está financiando a série nova do blog, inspirada na bíblia O Encantador de Gatos, escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado. O sexto capítulo estreia na semana que vem e no quinto linkei os anteriores.

Faltam só 10% para bater a meta! Conto com vocês? ❤

5.11.21

O que eu faria diferente com os gatos? #1

A ideia para esta série surgiu de uma conversa com a Mari, minha irmã, recentemente adotada na Itália pelo Pablo, um sósia do Simba, com nome mexicano. E a primeira coisa que penso quando a gente brinca de máquina do tempo é que foi uma insanidade juntar dez gatos em um ano e meio, principalmente para quem não gostava de gatos.

Sem esse lapso de racionalidade no currículo capricorniano, porém, o Gatoca não existiria, né? Passo, então, para a segunda coisa que faria diferente tendo a experiência de hoje: acostumaria os bigodes com a ração úmida desde cedo, o que me pouparia cinco anos de seringadas de água (até agora!) e um diagnóstico generalizado de insuficiência renal. :\

Sim, eu tentei a alimentação natural e eles odiaram. Mas adoram as latinhas da Pet Delícia, parceira antiga do projeto, que produz comida com cara e cheiro de comida, sem corante nem conservantes. No mês passado, inclusive, chegaram os sabores novos — para vovôs e vegetarianos, fortificada com taurina. Só que a favorita continua sendo a inexplicável combinação de frango com mamão. rs


Seu amigo não curte o movimento? Aqui estão nove estratégias para ajudar. Você não entende nada de doença renal? Dá uma fuçada nos links abaixo — 60% dos bichanos terão um grau de disfunção nos rins ao morrer.

Infos essenciais:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu gato
:: Como fazer o bichano beber água
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Alimentação de emergência para gato desidratado
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: Teste: seu amigo sente dor? Descubra pela cara!
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Cuidado com alimentação forçada!

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O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — aqui tem um resumo das principais ações do projeto. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe um cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br ❤️

15.10.21

Os gatos ganharam uma floresta!

Minha mãe era uma mulher elegante, que sabia a ordem de todos os copos e talheres, falava francês com biquinho, arranhava um latim, tocava violão e sempre me emocionava com o "Noturno", de Chopin, ao piano — disso tudo, eu só herdei o piano (e até que não fazia feio).

Gente assim tem amiga que oferece mudas para seu recomeço no terrenão de mato e despacha 57 delas de Serra Negra, a 200 quilômetros de distância de Araçoiaba! Para o futuro pomar, limão-cravo, pitanga, abacate, amora, nêspera, framboesa, café e manga — que só aceitei em consideração ao Leo.

Para a decoração "interna", trepadeiras e arbustos multicoloridos — íris, girassol mexicano, flor-de-são-miguel, ora-pro-nóbis, manacá-de-jardim. Para a decoração "externa", sibipiruna, embaúba, palmeira, ipês roxo e amarelo, pata-de-vacas branca e rosa, neve-da-montanha, jacarandá-mimoso.

Antes que a gente conseguisse plantar a primeira verdinha da Adriana Todesco, Pipoca, a gata renal magrela que recentemente caçou um passarinho e tentou caçar nosso atum vegano, escapou de casa para se aventurar pela floresta.


Cheirou, se esfregou, avaliou as espécies tóxicas, mas acabou ficando com o mato mesmo — não puxou a avó, definitivamente.


Aproveito o gancho para divulgar o projeto de mundo melhor da Mônica Campiteli, que me proporcionou uma fungada de cabra. Escolhido pela Benfeitoria para o matchfunding Todo Cuidado Conta, o Brincando de Agroflorestar pretende estimular a criançada a repensar nossa relação com o meio ambiente.

E, para cada real arrecadado, o fundo coloca mais um! Faltam só 21 dias. Bora ajudar?

13.10.21

O poder do atum vegano

Quando adotei o Mercv e descobri que gostava de animais, parou de fazer sentido almoçá-los — e eu não diferenciava bichos fofinhos, como agora não diferencio os feiosos. 14 anos e meio se passaram vegetariana, os últimos cinco orgulhosamente vegana! Com o avanço da tecnologia, motivado pela emergência climática, está cada vez mais fácil substituir carne, leite e ovos. :)


Não que a gente precise disso para uma dieta balanceada, mas é bom matar a saudade nas promoções, rs. No penúltimo fim de semana, por exemplo, voltei à infância com o sanduíche de atum que minha tia preparava no intervalo das brincadeiras com as primas. O mesmo cheiro, o mesmo gosto, o mesmo óleo.


E os gatos também acharam porque ficaram enlouquecidos com o peixe de mentira, depois de esnobar o sachê de peixe "de verdade" — uma batalha de soja, ervilha, grão-de-bico, rabanete e algas, sejamos honestos, contra carne mecanicamente separada de atum, carcaça de frango, miúdos e plasma suíno.

Pipoca precisou ser retirada do recinto!

30.9.21

Quando a gata te deixa feliz e triste ao mesmo tempo

Pipoca caçou um passarinho. Se você ficou indiferente a essa notícia, não tem coração e não conhece Pipoca. Tratava-se de mais uma sexta-feira de faxina e eu lavava os bebedouros no tanque, quando a cozinha veio a baixo. Em cima da pia estava a magrela, com as asas saindo da boca, e no balcão, disputando a presa perplexa, Pimenta, nossa caçadora oficial.


Gritei, em um misto de desespero e empolgação, tempo suficiente para que o coitado fosse abandonado no chão e, como Leo não apareceu, entretido com alguma ferramenta barulhenta, corri com o montinho de penas para o jardim. Mais um bicho que espasma e morre em minhas mãos, o significado animado da impotência.


Esta, porém, não é só uma história de tragédia, mas também de autoestima, sobre uma gata que abaixava a cabeça receosa ao menor sinal de carinho, e de superação de limites, sobre uma protetora de animais que sentia medo de penosos — talvez ainda sinta sem a adrenalina correndo solta no sangue. rs

Pipoquinha nunca pesou tão pouco — nem durante a crise que nos rendeu 36 dias de alimentação forçada. Enxergo nas vértebras salientes o preço de uma década de batalha contra a doença renal e 14 anos e meio de vida, sabendo que logo não haverá troco. Mas a pequena também nunca esteve tão plena.