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14.8.20

Gatonó: dominó de gato grátis, para imprimir e jogar!

Como os bigodes estão velhinhos (as mais novas com 13 anos!), eu passei a fotografar e, principalmente, filmar as singelezas do cotidiano deles para guardar de lembrança — ter poucos registros parece dar mais peso à partida do Simba. Eis que, em junho, me toquei que os gatos dormindo divididos entre os almofadões da sala lembravam muito um dominó.


E resolvi produzir este jogo para vocês se divertirem com o Gatoca — não precisa ser só na quarentena! Leo Eichinger ajudou com a parte gráfica ❤ e, como estudiosa aplicada do assunto que me descobri, nós testamos a mecânica antes!






As regras seguem abaixo, explicadas do jeito mais simples que consegui, com adaptações felinas, claro.

Espero que o Gatonó renda alguma ludicidade neste 2020!

Ah! Feedbacks são bem-vindos! :)


Para baixar, cliquem na imagem


COMO JOGAR

O Gatonó segue as regras do dominó tradicional, só que com muito mais peças (52!) para vocês morrerem de fofura com os bigodes. Confesso que não consegui fotografar todas as combinações numéricas, mesmo após 39 dias de projeto, porque nossa superpopulação conta com "apenas" nove integrantes — e nem todos gostam de trocar calorzinho.

Mas tratei de compensar criando peças exclusivas como o coringa, que pode ser usado no lugar de qualquer número — assumindo esse número para as jogadas seguintes.


Ou o vale-dois, que funciona como 2:3 ou 1:4, dependendo da sua necessidade.


Se vocês, como eu, não veem um dominó na frente há algumas décadas, precisarão de uma recapitulada nas regras, certo? Aí vai, então:

O objetivo é baixar todas as peças na mesa antes do(s) adversário(s), marcando pontos de acordo com as peças que sobrarem em sua(s) mão(s) — na do(s) adversário(s), não na sua, que deve estar vazia, né?

Vence a competição quem alcançar 50 pontos no total de partidas. Sim, o dominó é jogado várias vezes na sequência, eu confesso que não lembrava disso.

Recomenda-se brincar com até quatro participantes (cada um por si ou em duplas), mas, como nosso Gatonó tem quase o dobro de peças, imagino que dê para incluir mais gente — não testei porque os bigodes se recusaram.

Durante a preparação, cada jogador recebe sete peças e o restante fica virado para baixo na mesa, formando o monte de compra — não tem problema se não sobrar monte de compra.

O dono da combinação (somada) mais alta começa, lembrando que cada almofadão acolhe de zero a seis gatos, exceto o coringa que realizou a façanha de juntar sete, rs — em caso de empate, sai na frente o tutor com mais bigodes na vida real.

As partidas sempre rolam no sentido horário, mas, como o primeiro acaba levando vantagem, cada nova empreitada deve ser iniciada por quem estiver do lado direito do primeiro da partida anterior — e pode escolher qualquer peça.

No seu turno, o jogador encaixa uma das opções da mão na extremidade correspondente do dominó, disposto na mesa, e não preciso dizer que o número de gatos deve ser igual, né? — peças com números repetidos ficam na transversal para fazer graça.

Quem não tiver peça para colocar em nenhuma das extremidades vai comprando do monte até dar match. Se não houver monte ou o monte acabar, a vez passa para o próximo.

Eu disse lá em cima que as partidas terminam quando o primeiro jogador ficar sem peças, certo? E a pontuação dele será a somatória das peças que o(s) adversário(s) não conseguiu/conseguiram baixar.

Mas há situações em que a rodada é interrompida porque ninguém tem nada para encaixar em nenhuma das extremidades. Aí, ganha quem possuir menos gatos na mão. E a pontuação se dá da mesma forma: o total dos bichanos na(s) mão(s) do(s) adversário(s).

E em caso de empate? Hm... Vence quem imitar o melhor felino!

Se alguma parte das instruções ficou confusa, usem a imaginação! Hahahahaha!

17.7.20

Como separar a ração de gatos com dietas diferentes

Os leitores antigos sabem que doença renal é a maldição de Gatoca. E nós testamos muitas configurações alimentares até encontrar a ideal para um grupo de dez bigodes. Tudo começou com a Pipoca, em junho de 2012, que instalei no meu quarto para deixar a ração medicamentosa disponível em tempo integral — e a normal para o resto do grupo também.

Naquela época, a gente morava em uma casa grande, com jardim de inverno em frente à cama, e Pipoquinha ainda se livrou do bullying da Clara — vale dizer também que eu acreditava que só essa adaptação na dieta bastava para aliviar os rins, ledo engano. Em 2013, porém, nos mudamos para um apertamento e essa separação se tornou inviável.

Passei a prender a pequena, então, apenas nos horários das refeições (de manhã e à noite) e esperava uns 30 minutos para recolher os potes — ela até ia para o escritório sozinha quando ouvia o barulho do pacote. De madrugada, como a jornada de trabalho se encerrava, a magrela dormia lá e todo mundo podia comer à vontade sua respectiva ração. Até 2015, quando outros cinco gatos apresentaram creatinina alta.

Investi as economias da família em uma consulta com o Dr. Valdo Reche, porque já tinha assistido a uma palestra dele sobre o assunto — esse post está entre os mais acessados do blog. E a cara foi ótima quando entrei no consultório segurando um bloco de anotações e uma caneta, sem bicho algum. Ele explicou que só filhotes, gestantes e peludos com menos de 4 anos não deveriam compartilhar a ração renal. E quase fali até a morte do Simba, em 2016.

Alguma coisa estava errada. Foi quando descobri a alimentação natural (e a importância de restringir fósforo, não proteína), as seringadas diárias de água e todo um ritual para aumentar a umidade na dieta dos bigodes — cliquem nos links deste post para ler os detalhes.

Hoje, eles têm a ração renal disponível o dia inteiro, assim ninguém passa fome. De manhã e à noite, ofereço a alimentação natural da Pet Delícia para quebrar a secura, responsável justamente pela doença. E no fim da tarde libero a ração normal, só um fundo de pote, para não faltar proteína a quem enjoou da AN — felinos são carnívoros, né?

Uma veterinária nutróloga me ajudou a pensar esse esquema e os nove bigodes seguem na resistência, as mais novas com 13 anos e Mercv com quase 15 ❤ — faltou a Guda na foto por motivos de enquadramento. rs


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3.7.20

Veterinários criminosos — e como denunciar

Profissional incompetente tem em todas as áreas, eu sei. Mas os que lidam com a vida me deixam especialmente perplexa. E vocês não imaginam a quantidade de comentários que recebo aqui no Gatoca sobre veterinários que receitaram fluidoterapia sem necessidade, erraram dosagem de medicação, indicaram eutanásia para problema simples de resolver.

Nesta semana, uma gênia mandou a leitora passar Herbalvet no ânus do gato, sempre que fizesse cocô, para tratar giárdia! — a orientação original, que ela obviamente não conseguiu seguir, compreendia dar banho e secar o coitado com secador a cada ida ao banheiro.

Herbalvet, para quem não sabe, é um desinfetante de ambiente e instrumentos cirúrgicos, usado em clínicas e hospitais veterinários. No rótulo, está escrito para evitar o contato com a pele e os olhos, sob risco de irritação. E a instrução não para aí: caso isso ocorra, a região deve ser lavada com água abundante por 15 minutos.

De onde o povo tira essas ideias? Ou melhor: o diploma?

Por isso insisto: não sintam vergonha de questionar ou pedir para o profissional explicar as coisas de um jeito mais simples. É função deles, não da jornalista blogueira — embora eu faça com carinho. E, se ficarem na dúvida sobre o diagnóstico ou o tratamento, ouçam uma segunda opinião.

Para alguns erros, não há segunda chance.

Denuncie!

Se você tem provas de que o veterinário agiu de forma antiética, procure o Conselho Regional de Medicina Veterinária — é preciso se identificar. Alguns estados permitem fazer a denúncia online. Moradores de São Paulo, porém, precisam ir pessoalmente ao CRMV-SP ou enviar a papelada por correspondência:

Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
A/C: Presidência (Dr. Mário Eduardo Pulga)
Rua Vergueiro, 1753/1759, 4° e 5° andares, Vila Mariana
São Paulo – SP
CEP: 04101-000


Para tirar dúvidas com relação à elaboração da denúncia, ligue: (11) 5908-4778.


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5.6.20

3 estratégias para aquecer um animal na pandemia!

Todo ano, nesta época, esfria, os bichos congelam nas ruas e eu escrevo o mesmo post para sensibilizar vocês. Neste 2020 que não deixará saudade, porém, morrerão ainda mais cachorros e gatos, porque as poucas pessoas que se importam com eles estão presas em casa, esperando a pandemia passar — e dizem que será um inverno rígido (o outono já chegou castigando). Bora cada um fazer um tico?

1) Distribuam abrigos pela cidade
Quando forem ao supermercado (de máscara!), aproveitem para pegar as caixas de papelão que os repositores descartam, recheiem com paninhos e instalem em locais protegidos da chuva, onde os bichos costumam perambular — para garantir a sobrevida dos cafofos, não esqueçam de colar este aviso jurídico contra vândalos.

2) Organizem uma vaquinha online
Com uns trocados e alguma habilidade manual dá para transformar bacias em casinhas, basta seguir este tutorial. Não faltam organizações não governamentais precisando ― aqui listo algumas (deixem outras sugestões nos comentários!). E tem coisa mais quentinha do que ocupar o tempo de forma solidária? É possível repassar o dinheiro arrecadado também.

3) Abram a garagem (e o coração)
Se puderem adotar, melhor! Mas, em caso de superlotação, liberar um espaço nos dias mais congelantes para aquele animal comunitário, entre o carro e as quinquilharias, já ajuda.

:: Bônus!

Aqueçam também os peludos de vocês!
Vale improvisar cabanas com cobertores velhos para os gatos e abrigos protegidos do vento e da chuva para os cachorros que ficam no quintal. Comprar roupinhas para idosos, magrelos ou pelos-curtos. Evitar banhos para todo mundo (ou seguir estas dicas). Brincar junto. Caprichar na ração — o apetite aumenta para manter a temperatura do corpo (só cuidado com a obesidade!).

Estendam a ação aos seres humanos
Além das clássicas campanhas do agasalho, com postos físicos de coleta, muitas instituições estão aceitando doações pela internet, por causa do isolamento social. O programa do Estado de São Paulo pede, inclusive, que os cobertores sejam novos para evitar a propagação da covid-19. Vocês podem pesquisar outras iniciativas e regiões no Google. E quem tiver indicações bacanas fique à vontade para compartilhar. :)


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29.5.20

Ração úmida mais barata para gato com doença renal!

Se você chegou aqui porque tem um gatinho renal, antes de qualquer coisa, sinta-se abraçado! Eu já perdi o Simba e quase todos os vovozinhos de Gatoca enfrentam esse problema atualmente. Não é uma doença fácil. Para quem ainda não pegou um hemograma com ureia e creatinina alteradas, fica o alerta: 60% dos gatos apresentarão um grau de disfunção dos rins ao morrer.

A culpa é da dieta baseada exclusivamente em ração seca, aliada à baixa ingestão de água. E sabe por que os felinos torcem o focinho para a mistura morna de poeira e pelos do potinho? Porque, na natureza, eles se hidratavam ingerindo animais menores, com 70% de líquido em seus corpos — vou deixar, no fim do texto, links que podem salvar a vida do seu amigo.

Devastada pela morte do gordinho, procurei uma vet nutróloga, só que não consegui fazer a gangue aceitar a alimentação natural — e meu coração vegano ficou aliviado de não precisar mais encarar a fila do açougue, confesso. Ela indicou, então, a Pet Delícia, acreditando que a umidade funcionaria melhor para a doença do que oferecer somente a ração renal seca — e os bigodes detestavam os sachês medicamentosos.

Há três anos, tempo da nossa parceria, eles comem comida com cara e cheiro de comida, sem corante nem conservantes. Pipoca, inclusive, entra e sai da alimentação forçada e são as latinhas batidas no processador que tenho dado na seringa. Mas agora existe uma opção mais adequada ao quadro dos peludos! Com carnes nobres e legumes frescos, a Control Cat aposta na redução de fósforo e sódio para poupar os combalidos rins.


E a gente identifica os pedacinhos de batata doce, chuchu, abobrinha, cenoura, abóbora:


Se a jornalista miçangueira acertou a conta, custa o mesmo valor da ração renal seca que eles desprezam, rs. Comparando com outras marcas de ração úmida, então, a latinha sai por quase um quarto do preço, já que é bem maior — 320 gramas contra 82/85 gramas. E, dos nove bigodes, só a Pimenta não se animou com a novidade — na verdade, acho que ela enjoou.

Seu bichano não curte o movimento? Aqui tem nove estratégias para ajudar. Os links abaixo vão te convencer que vale a pena. :)



Outras infos importantes:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Diarreia em gatos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?


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30.4.20

Quer saber a idade do seu gato?

Dos mais de cem animais resgatados nesta vida de jornalista-blogueira-protetora, só tinham idade conhecida os poucos bebês que vi nascer. Mas estimar o número de outonos enfrentados pelo bichano recém-adotado é importante para poder oferecer os cuidados adequados. Confiram as dicas do veterinário Marcello Machado e compartilhem o resultado nos comentários!

Coto umbilical
Se o filhote ainda tiver um pedacinho do cordão umbilical na barriga, não passa de 3 dias ― depois disso, ele cai naturalmente.

Olhos e orelhas fechados
O pequeno cabe facilmente na palma da mão, sente dificuldade para abrir olhos e mal dá para ver as orelhinhas? Então, deve estar com apenas algumas semanas.

Azul de mentira
Ao completar 3 semanas, nota-se que os faroletes são azuis (sem exceção), embora ainda fiquem a maior parte do tempo fechados.

Mudança de cor da íris
Essa transformação costuma ocorrer entre a sexta e a sétima semana ― até os olhos que permanecerão azuis mudam de tom.

Pelo fofinho
Durante os primeiros cinco meses, os bebês possuem um manto interno felpudo para protegê-los do frio.

Alteração na pelagem
Conforme envelhecem, a partir dos 6 anos, o pelo vai perdendo o brilho. E, aos 13, aparecem os primeiros fios brancos no focinho.

Dentição
Quem tem ou já teve filhotes em casa sabe que os dentes começam a nascer na segunda semana, porque eles não poupam mãos e pés desavisados. Até a sétima, a arcada deve estar completa. E, no sétimo mês, inicia-se a troca pelos dentes permanentes.

Os primeiros são branquinhos como grãos de arroz. E se põem a amarelar aos 2 anos. Dentes traseiros mais escuros do que os outros indicam idade entre 3 e 5. E, após os 6, há um desgaste natural crescente.


Lilica com 20 dias e os falsos olhos azuis

* Texto escrito para o Yahoo!

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3.4.20

Especial Gatoca: para passar o tempo com... gatos!

Vocês sabem que o Gatoca tem quase 13 anos de textos informativos, que ensinam a entender e cuidar melhor dos bigodes, mobilizadores, para incentivar mais corações a participarem do descagamento de mundo, e aleatórios, com destaque aos engraçados, porque a gente precisa chegar vivo no final, né? São 1.492 posts — 1.493 com este!

Mas poucos leitores (até porque são leitores) conhecem nosso canal no Youtube. E algumas superproducinhas acabaram perdidas no buraco negro de bytes. Aproveito, então, esse período de isolamento social para fazer um resgate! Abaixo, seguem os links das minhas playlists favoritas, com os respectivos resumos:

AssassiGato
Primeiro suspense-drama-comédia felino da internet! Vocês têm quatro capítulos para desvendar quem é o assassino e o que foi assassinado.


Gatices
Mercvrivs, Clara, Chocolate, Guda, Pimenta, Pipoca, Keka, Pufosa e Jujuba compartilham sua paixão por bolinha, carinho de bumbum e Carnaval, convidam à reflexão e me obrigam a pagar uns micos. O grilo entrou de penetra.


Itália, França e Bichos
Cenários maravilhosos, comidas veganas sensacionais e dicas de improviso da aventura que Leo e eu encaramos em 2018. E tem dois vídeos só sobre São Francisco, com a história pregressa, relíquias e igrejas lindíssimas.


Querem maratonar os vídeos informativos também? São nove, porque eu tirei férias dos holofotes da sala, sem prazo para voltar, rs. E os desabafos e bastidores do projeto estão aqui, incluindo a transferência do vespeiro, que envolveu até bombeiro.

Fiquem em casa, se puderem. A crise econômica a gente reverte juntos! ❤


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24.3.20

Coronavírus de gato passa para gente?

Cerca de 80% dos bichanos são infectados com o coronavírus, segundo Anna Lena Berg, em artigo de 2005, publicado na revista Veterinary Microbiology. Não, vocês não precisam entender inglês, porque essas informações técnicas só interessam aos veterinários. Nem se desesperar, já que o coronavírus felino (FCoV) não tem nada a ver com o pesadelo atual (Sars-Cov-2), causador da Covid-19 — o nome se refere a uma família de vírus com formato de coroa.

Nos gatos, o FCoV provoca apenas diarreia e muitos peludos são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas. O problema está na capacidade de mutação do vírus, que, em 5% a 12% dos casos, acaba causando a temida peritonite infeciosa felina (PIF), uma doença fatal — na PIF úmida, os vasos sanguíneos se inflamam e, na seca, formam-se granulomas e necroses em vários órgãos do corpo.

O único cuidado que a gente deve tomar durante a pandemia, portanto, é lavar as mãos antes de encostar nos bigodes ao voltar da rua, porque o Sars-Cov-2 pode ficar no ambiente por até três dias — não há comprovação científica de que animais de estimação desenvolvam ou transmitam a Covid-19. Melhor ainda se todo mundo puder ficar #DentroDeCasa nesse período.

O Gatoca integra o grupo de influenciadores digitais que assinam a campanha #VamosPararOBrasil, para conscientizar vocês sobre a importância de seguir as orientações de quem entende do assunto — assistam aos vídeos do Atila Iamarino! E pressionar o governo a pagar uma #RendaBásicaJá às 77 milhões de pessoas mais pobres do país, que passarão fome se fizerem a quarentena.

Como empatia não parece ser o forte do brasileiro atualmente, vale dizer que esse isolamento social diminuirá os impactos econômicos da crise (inevitável) no futuro, logo todo mundo ganha! Outros países estão tomando atitudes similares e os gastos representarão menos de 2% do PIB, distribuídos ao longo dos seis meses de benefício. Infos completas aqui e o abaixo-assinado para compartilhar também.

Cuidemos de quem precisa, bípedes e quadrúpedes!


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19.3.20

Visitei o primeiro cat café do Brasil!

Sorocaba é um interior "muderno". Tem pizzaria vegana, meditação no parque e o Café com Gato, primeiro espaço do país em que você pode comer sendo julgado pelos bigodes — aqui, a vigilância sanitária não permite animais em ambientes de alimentação, por isso o "aquário". Sorte deles, que podem cochilar sossegados e, quando não estão a fim de plateia, se esconder na parte interna da casa.


Fabiana Ribeiro, a dona do café, me convidou para conhecer a turma e claro que apertei o máximo de vítimas que consegui.


Sim, tem bichanos de raça, porque atraem público.




Mas ela fez questão de colocá-los junto com escaminha, frajola e pretolinos rejeitados, incluindo a Bombom, que ficou paraplégica por trauma.


Toda vez que viaja a Campinas, para trabalhar no café de lá, Fabiana compra uma passagem extra de ônibus para levar a rabugenta, que arranha todo mundo que tenta esvaziar sua bexiga — alguns paraplégicos precisam desse cuidado, várias vezes por dia.

A conversa avançou tarde adentro, com achocolatado e torta vegana gingerbread, recheada de maçã, uva-passa e nozes, edição especial do Natal, que peguei de saída no cardápio. E também não adianta cobiçar o "gatinho feliz" da foto, porque é exclusividade. Mas há outras delícias e eu mesma dei algumas sugestões cruelty free. Quem sabe não rola uma parceria "Café com Gatoca"?




Subi videozinhos da Bombom, Vanilla, Mocaccino, Chantilly, Canela, Capuccino, Pingado, Chocolate, Expresso, Nutella e Tricolore nos stories do Instagram, arquivados em "destaques". E me despeço com um gostinho da Milk e a confissão de que é esquisito tocar em um sphynx. rs


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5.3.20

Cachorro ou gato perdido: saiba o que fazer!

Este post provavelmente será um choque para quem conheceu a Beatriz protetora. Mas a verdade é que eu já morei em casa sem tela (com telefone fixo!), onde vivia fazendo gambiarras para os gatos não irem para a rua, até que a Rosa e o Casé ajudaram a acabar de vez com o pesadelo das fugas — justamente por isso tenho tanta paciência com a ignorância alheia.

E, por três vezes, que não contei aqui, os bigodes me tiraram o sono em São Bernardo: Clara ficou presa no forro do telhado de um sobrado da rua de trás, Mercv caiu no jardim de inverno de uma clínica médica e, quando a faxineira chegou para trabalhar, tentou espantá-lo jogando um balde de cândida (episódio que me rendeu os óculos quebrados), e Chocolate travou na roseira da vizinha, sem deixar que ninguém se aproximasse.

Em nenhum dos casos os sem-noção conseguiriam voltar sozinhos para Gatoca, tanto que nossas buscas levaram dias. E, como nos últimos sete meses fui "atropelada" por dois cachorros fujões, o Strike e a Nina, e teve ainda o Napoleão, que estourou a caixa de transporte no nosso mutirão de castração e sumiu em Santo André, resolvi compartilhar a experiência acumulada.

Você perdeu um peludo?

Divulgue imediatamente nas redes sociais
Quanto antes, maior a chance de reencontrar animal porque ele ainda estará por perto. Escolha uma foto atual, descreva características peculiares dele, informe a data e o local do desaparecimento e não esqueça de incluir seu contato.

No grupo de Facebook Cachorro Perdido em SP, Capital eu achei a família da Nina e, graças a ele, a dona da casa em que ela entrou a reconheceu. Me sugeriram também o Procura-se Cachorro, que tem página no Face e no Instagram. Indiquem vitrines bacanas, para gatos e de outros estados, nos comentários.

Faça buscas à noite
A cidade fica mais silenciosa e seu amigo poderá ouvir você esgoelando por ele — não tenha vergonha de pagar de louco. Foi assim também que eu consegui escutar a resposta da Clara e me pus a tocar todas as campainhas do perímetro, pedindo descaradamente para entrar nas residências onde os miados pareciam ficar mais altos.

Se o bicho for arisco, não delegue
Tem animal que só se reporta ao tutor, como o Napoleão, que desentocou do matagal apenas quando ouviu os assobios da Jane — 19 horas depois do nosso sofrimento vão.

Converse com pessoas estratégicas
Saca aquela galera que passa boa parte do tempo observando a rua? Segurança, flanelinha, vendedor de cachorro-quente, pipoca, espetinho, instalador de Sem Parar. Quem descobriu Mercv preso na clínica foi o guarda, que sabia que a gente estava atrás dele, quando pediram ajuda com umas caixas.

Distribua cartazes pelo bairro
Tecnologia analógica, em um país como o nosso, não acabará tão cedo. O que colocar no papel você aprendeu lá em cima. Na hora de colar, vale poste, comércio, garagem. Vejam esta relíquia da fuga da Chocolatinha — nem experiência com cartaz a gente tinha!


Bônus: use coleira de identificação!
Se existe a mais remota chance de o pet cruzar os limites do seu lar-doce-lar sem supervisão, compre uma coleira do tamanho dele no pet shop e peça para gravarem seu telefone na plaquinha em qualquer loja de aliança.

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20.2.20

Bebedouro para gato que não toma água!

Há seis anos, eu descobri o milagre do Gatolino, o único bebedouro elétrico que os bigodes se dignaram a usar. E eles são queridinhos até hoje em Gatoca. Mas, como toda casa sempre tem um espírito de porco, Clara prefere chacoalhar o potinho manual para tomar água em movimento — e essa água vai escorrendo pelo chão até encontrar o pé da cama, onde se transforma em ferrugem.

Na Black Friday do ano passado, vocês já vão entender a demora do post, Taciane Ribeiro compartilhou um modelo de bebedouro gringo, que eu jamais compraria, pela metade do preço e resolvi arriscar — meu surto capitalista se resumiu a ele e um livro para as enteadas (e existe gente que diz que filho precisa sair da barriga).

Primeiro, o produto chegou com peças faltando. Depois, eu fui à loja para trocar e esqueci a caixa na sala. Aí, o carro ficou um mês no funileiro porque, não contei aqui, conseguiram bater em mim parada. Vencidos os contratempos, bebedouro funcionando a toda eletricidade, os bigodes se dividiram, então, em dois grupos:

Os que sentiam medo do presente e os que o encaravam com desprezo — os apoiadores do projeto receberam os registros de "Autoestima em Xeque", a superproducinha de janeiro. rs


Eu estava quase desistindo de reabastecer o trambolho quando vi Mercv finalmente esfregando a língua no chuveirinho — e foi exatamente essa dinâmica que duvidei que funcionaria. Depois dele, veio Pipoca, a lavadora de patas. E até Clara se rendeu à modernidade!

Ficam, portanto, três lições: algum modelo agradará seu gato, mesmo que você já tenha tentado vários. Bichanos possuem um tempo próprio, persista. E, o disco quebrado (ainda dá para usar essa gíria?), mantê-los hidratados é essencial para evitar problemas renais, já que a umidade da ração não passa de 10%, enquanto o corpo da presa que eles caçariam na natureza concentra 70% de água — infos importantes no pé do post.




Não deixe de ler:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
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:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
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:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
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:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Diarreia em gatos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

12.2.20

Diarreia em gatos: o que fazer?

Guda está com diarreia e eu achei que era um bom gancho para escrever este post. Foi só abrir o editor de texto, aliás, que ela entrou no banheiro para o registro fotográfico — quando a gente escolhe o caminho certo, o Universo conspira! rs

A primeira coisa que se deve fazer é observar se a diarreia persiste. Casos isolados costumam se resolver sozinhos, já os recorrentes precisam de investigação. E o veterinário certamente perguntará coisas como consistência, quantidade e cor, então vale fotografar — eu tenho uma coleção de cocôs no computador!

Além do aspecto pastoso ou líquido, as fezes podem conter muco (uma espécie de catarro), sangue escuro (do estômago ou começo do intestino) ou vivo (aquele vermelhão, do final do intestino). E o animal tende a dar outras pistas do problema. Entre os principais sinais estão: apatia, cansaço, perda de apetite e peso, flatulência, urgência ou esforço para defecar, febre, dor, vômitos.

Mas o que causa diarreia? Basicamente tudo! Estresse, medicamentos, mudança na dieta, alergia ou intolerância alimentar, ingestão de porcarias e substâncias ou plantas tóxicas, infecções bacterianas ou virais, vermes e protozoários, câncer e tumores no trato digestivo, inflamação no intestino, doenças autoimunes e hepáticas.

O quadro atual da Guda se deve à insuficiência renal. E Pipoca protagonizou as piores diarreias da casa em 2014, com uma colite provocada por ingestão de cândida — novatos, cliquem no link antes de me xingar. O tratamento varia de acordo com a enfermidade e o histórico do peludo. Mas é essencial mantê-lo hidratado, sob risco de morte.

Como as redes sociais sabotam o alcance de conteúdo que envolve grana, vou reforçar aqui que o Gatoca está em campanha para estrar uma série nova, com dicas e curiosidades (ilustradas!) da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita por Jackson Galaxy e Mikel Delgado, especialistas em comportamento felino. Vejam os detalhes e as recompensas novas!

Apoiem projetos independentes de mundo melhor! ❤️


Guda fazendo projeções sobre o cenário político e econômico do país

7.2.20

Série nova: dicas do livro "O Encantador de Gatos"

Leo me deu essa bíblia dos gateiros no ano passado e eu, que achava que não tinha mais muita coisa a aprender sobre o assunto, me vi rabiscando e fazendo orelhas no pobre livro como criança em oficina de artes. Em "O Encantador de Gatos", Jackson Galaxy e Mikel Delgado, especialistas em comportamento felino, explicam de forma didática e divertida como entender a natureza dos bichanos para resolver tanto problemas simples quanto mais complexos.


Como nossa vida bandida é corrida, quero poupar o trabalho de vocês de ler as quase 400 páginas, compartilhando aqui no Gatoca uma seleção das informações mais importantes e curiosas, com fotos e, talvez, vídeos dos bigodes para ilustrar. Para conseguir produzir esse conteúdo mensalmente, tem meta nova no Catarse, nosso financiamento continuado!

Se a gente alcançar até o fim do mês, já publico o primeiro post no comecinho de março. Assinaturas acima de R$ 15 ainda dão acesso ao "netflix" do projeto, com superproducinhas exclusivas. Os detalhes todos estão aqui. Divulguem a campanha em suas redes sociais para que bípedes e quadrúpedes vivam cada vez mais em harmonia — missão do Gatoca há 12 anos e meio. ❤️

6.2.20

Quando os gatos te levam à tabacaria

— Tudo bem, moço? Vocês vendem aquele limpador de cachimbo peludinho?
— Para fazer o boneco do Toy Story?
— Oi?
— O Garfinho, do Toy Story 4! As mães estão procurando bastante.
— E eu tenho cara de quem faz bonequinho com criança? É para limpar o bebedouro dos gatos.




O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor — e merece dar risada de vez em quando. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca

29.1.20

Seu bicho mastiga tudo que vê pela frente?

Simba era fã de papelão. Do sabor do papelão! Rasgava com os dentes e mastigava pedacinho por pedacinho, como se degustasse uma iguaria. A compulsão passou antes que eu ouvisse falar em síndrome de pica. Caracterizada pela ingestão frequente de coisas não comestíveis, a doença pode provocar irritação, intoxicação, asfixia, traumatismo dentário e até perfuração no trato gastrointestinal.

Encabeçando as principais causas, está a má alimentação. O bicho procura os nutrientes que faltam ao organismo, geralmente fibras e minerais, devorando sacolas, tecidos e papéis que encontra pela casa. Mas enfermidades como anemia, diabetes e FIV (aids felina), situações estressantes, discussões familiares, falta de atividades estimulantes e genética (oi, siameses!) também podem influenciar.

O tratamento não inclui castigos, já que os animais não têm nossa capacidade de compreensão de mundo. E não adianta investir em cheiros desagradáveis, porque novos objetos serão descobertos. O segredo é mesmo comprar ração de boa qualidade, brincar com seu amigo pelo menos uma vez por dia, entreter os bichanos com prateleiras e arranhadores, e os cachorros com passeios pelo bairro. E, para garantir, sumir com produtos tóxicos.


* Texto escrito para o Yahoo!

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31.12.19

2019

Virou um ritual: toda retrospectiva do Gatoca eu termino chorando — e olha que já foram 13! Neste 2019 atípico, porém, o texto começa molhado. Que ano! Zero frila de jornalismo, duas pneumonias, três mortes e meia (Pandora, Flea, Kiwi e quase Pipoca), relacionamentos doídos. E a humanidade fazendo humanices, especialmente por aqui.

Eu tive de explicar por que um projeto de lei para aumentar a pena de crimes contra animais (PLS 470/2018) era péssimo, que aquele que pretendia torná-los sujeitos de direitos (PLC 27/2018) só valia para os pets, como ajudar os bichos de Brumadinho, pós-rompimento da barragem da Vale, que país os cortes de verba nas universidades públicas e o cancelamento de bolsas de pesquisa gestariam.

Entrevistei Luisa Mell sobre os cachorros torturados no canil de Piedade. Comparei a decisão do STF sobre o sacrifício em cultos religiosos com o bacalhau da Páscoa — que pode ter ovo, coelho e comida incrível sem sacanear ninguém. Usei "Dumbo", do Tim Burton, para insistir na crueldade do entretenimento com animais. E o caso dos pitbulls da rinha de Mairiporã para lembrar os 200 mil anos de destruição que nos acompanham.

Ainda trombei com galinhas morrendo de pouquinho na avicultura do bairro, galos que pararam de cantar na panela, sítio com placa constantemente renovada de "vende-se leitoa", cavalos puxando carroça, quando não tombados — o lado ruim de se morar no interior. E precisei encarar o machismo de um vizinho-agressor.

Nós também fracassamos nas metas para 2019 — quer dizer, retomar os livros de papel, que dependia só de mim, superou o esperado, rs. Foram 15 e estou no fim de "O Desaparecimento de Stephanie Mailer", lendo "Lúcifer" (HQ) durante as caminhadas, "Alice no País das Maravilhas" com as enteadas, rabiscando loucamente "O Encantador de Gatos" para criar conteúdo para cá. E Leo e eu viramos personagens infantis!


Depois de cada porrada, eu respirava fundo, me desencolhia e forçava um novo passo. Assim conheci Alana Rox, responsável por me tornar vegana há quase quatro anos — de vegetariana já somam 13! Participei do Fórum Sorocaba Unida pelos Animais, onde ativistas e população em geral apresentaram suas demandas ao poder público. Dirigi 280 km para doar dois sialatinhas da favela.

E incentivei vocês a apostarem também nas pequenas ações transformadoras, a compartilharem calor, a serem mais compassivos — desafio comemorativo de Dia Mundial dos Animais. Vocês, aliás, seguiram apoiando o Gatoca. E teve Gramado da Fama em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro, que ficou para o ano que vem. ❤

Foi esse suporte financeiro que me permitiu fazer os cursos de escrita com Marcelino Freire e de jogos de tabuleiro e edição de vídeo, no Sesc, que virarão projetos ao longo de 2020! Nosso Netflix para assinantes já estreou, inclusive, com o curta "Altos e Baixos" — eu queria ter produzido algo para o Natal, mas o especial acabou saindo só no blog, por causa da Pipoquinha.


O financiamento continuado também pagou contas importantes, enquanto eu investia em articulações que demoram para virar dinheiro. Rolaram reuniões com a Secretaria da Educação de Sorocaba e o secretário do Meio Ambiente. Nós perdemos o edital do Movimento Bem Maior, mas vencemos o do Condeca — aguardem desdobramentos! E talvez a gente leve o workshop de fotografia e escrita para futuros desejáveis a São Paulo.

Neste ciclo que se encerra hoje, sobrou reflexão. Sobre despedidas, luto, deixar ir — Simba faltou a mais um aniversário, completando três anos do último colo, o carcinoma da Clara segue avançando e Pipoca ainda não voltou a comer sozinha (30 dias já). Sobre quem pode ou não ser mãe. Sobre a vitória do ar-condicionado contra a natureza. Sobre abandono e maus-tratos, na animação mais emocionante de 2019.

Eu defendi o slow reading, leitura sem pressa e escolhida com cuidado, convite que repito agora. E, honrando o voto de confiança de vocês, o Gatoca espalhou afeto, acolhimento, colaboração (beijo para a Paula Lumi!), abraços (concretos e abstratos), amor plural.

Contou a história de uma das várias amizades improváveis nascidas em seus bytes — e que podem virar série! Compartilhou fotos atuais de bigodes doados há 9 anos. Engajou leitores a ajudarem o Gordo, que já ganhou uma família, e o Listrado, que espera sua segunda chance em um lar temporário.

Ensinou a identificar causas de vômitos, evitar toxoplasmose (sem vilanizar os gatos), doar remédios, monitorar bafo, cuidar da cabeleira (pelo também é saúde!), decidir sobre eutanásia, fazer antipulgas, amenizar o clima seco, não tratar animal como brinquedo, prestar atenção em sinais sutis de doença.

Fez rir — em forma de texto (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10) e vídeo ("Catnaval", "Mulher-Gato", "Inferno Astral Felino", "A invasão"). Se meteu em altas confusões — com bombeiros, transferência de vespeiro, ataque de cachorro, quase-atropelamento, pneu furado na epopeia à veterinária, na Bahia.

Celebrou a vida. Da Chocolate, da Clara, da Pandora (pela última vez), da Guda, das Gudinhas, do Mercvrivs — e da adoção dele, embora com atraso. Os 12 anos de projeto. E as parcerias — Pet Delícia me salvou da falência com o patê das seringadas da Pipoca, depois de oito latas fortunosas de A/D e muito desgosto comprando carne.

Foram 101 posts, bem mais longos do que de costume. Talvez, porque o mundo esteja precisando. E, certamente, porque vocês continuam aí — a gente tem um boletim seminovo para ninguém perder nada, é só clicar e assinar!

Que em 2020 nossa rede de apoio se estenda a mais corações!


Retrospectivas dos anos anteriores: 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

13.12.19

9 sinais de doença em gatos que a gente não percebe

Os leitores antigos sabem que insuficiência renal é a maldição de Gatoca. Na época do Simba, havia vômito de ração, água, saliva. Diarreia nas caixas para tomar de canudinho. Perda acelerada de peso. Mucosas amareladas, feridas na boca, bafão. E ele morreu super-rápido, embora os 33 dias de cuidados tenham parecido eternos. Três anos depois, cá estamos de novo às voltas com a doença.

Mas Pipoca só vomita poltergeists esporádicos — apelidei assim porque ela se põe a girar, enquanto o conteúdo da boca vai sendo arremessado para longe. Não chegou à diarreia nem emagreceu de uma vez, embora esteja 1 kg mais ossuda do que nos bons tempos. E mantém o hálito refrescante — para um gato, claro.

Resolvi listar, então, os sinais que me passaram batido, mesmo com 14 anos e mais de 100 bigodes no currículo:

1) Ficar afastado do grupo ou da família
Pipoquinha, que não é a rainha da sociabilidade, mas gosta de deitar nos almofadões com os irmãos e até de ganhar um carinho do seu jeito, no seu tempo, começou a passar dias inteiros isolada num caixote do quintal.

2) Procurar lugares escuros
Bichanos curtem esconderijos apertados, sim. Só que embaixo da cama ela se enfiava apenas quando vinha visita — e costumava sair rápido. Todo comportamento atípico deve ligar o alerta.

3) Deitar no chão gelado sem estar calor
Aquela deitada largada, tipo pano de chão, sabe? A dica também vale para os peludos que decidem se meter embaixo das cobertas com os termômetros marcando 32ºC, como a Keka.

4) Estacionar no pote de água
Você passa e a criatura está olhando fixamente para a tigela. Retorna e ela continua ali, sem tomar uma gota. Inúmeras vezes peguei Pipoca "abraçada" aos bebedouros.

5) Fazer cocôs e xixis fora do padrão
Não precisa ser diarreia. Fezes amolecidas no banheiro já podem indicar algum problema. Excesso de xixi ou aquele odor que arde os olhos também.

6) Miar diferente
Imagino que a fraqueza influencie nas cordas vocais, porque tanto a pequena quanto o Simba adotaram novos tons até o miado desaparecer de vez.

7) Descuidar da limpeza
Pelo sujo significa falta de banho, o que mancha a honra de qualquer gato saudável — tem dicas bacanas aqui. Quando um animal doente volta a se lamber, portanto, está liberado chorar.

8) Apresentar mucosas pálidas
Não esperem pelo amarelão. Basta um rosa desbotadinho para sinalizar início de desnutrição.

9) Começar com frescura para comer
Antes de parar de vez, Pipoca me fazia segurar a colherzinha do patê, que ela adora, um tempão no ar. A ração eu precisava colocar direto no chão, porque ela resolveu implicar com todos os comedouros. E terminei dando grãozinho por grãozinho na boca tibetanamente.



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21.11.19

Spa felino: pelo também é saúde!

Uma das muitas coisas que a vet dos bigodes me ensinou foi que o pelo deles reflete o interior, que a gente não consegue ver. E que uma pelagem saudável, além de brilhante e macia, é uniforme, como a da Keka:


Quando você enxerga esta divisão em tufinhos, portanto, alguma coisa está errada:


No caso da Pufosa, o "erro" se chama insuficiência renal. E gatos idosos tendem a ficar com o pelo mais feioso mesmo, então eu achava que fazia parte. Mas, na última consulta, Maru suspeitou que os vômitos recorrentes das meninas, que a gente também botava na conta da doença, pudessem ser tentativas frustradas de eliminar charutinhos. E sugeriu um spazão-felino de teste.


A ideia era passar a escovar todo mundo duas vezes por semana para facilitar (e estimular) a limpeza, que eles não estavam mais dando conta, e oferecer na seringa 1 ml de óleo de linhaça dourada para turbinar o ômega 3 — suspendendo imediatamente em caso de diarreia. Como a escovação libera serotonina, que aumenta a sensação de bem-estar e felicidade, eles amam.


E até Godofredo entrou no Spa Month!


Mas o óleo de linhaça, meus amigos... Cinco gatos saíram correndo e babando pela casa, uma vomitou, o resto foi tentar tirar o gosto de desgraça da boca comendo grama como se não houvesse amanhã.


Na segunda semana, a babação caiu pela metade. E, na terceira, um tico mais — sim, eu sou uma pessoa resiliente. Pimenta continuou me olhando com ódio...


Mas os cabelos, que diferença! (Considerem que ela não deixará de ter 12 anos nem de ser renal — todas as gudinhas compartilham a doença, inclusive a Keka, dona da pelagem inexplicável de pantera.)


E os vômitos? Quase zeraram!

Toca encaixar mais esse lerê nos meus dias de 48 horas, rs. Só tomem cuidado com a Furminator, porque o uso em excesso pode assar a pele dos bigodes — Clara sabe bem. E, embora todo mundo diga que a escova ultratecnológica remove apenas os pelos mortos, vocês notarão uma carequice pós-exagero.


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3.10.19

Desafio para o Dia Mundial dos Animais!

Em 1209, São Francisco já enxergava os bichos como nossos iguais, pregando para eles, abençoando cabeças pequeninas, socorrendo-os quando necessário. Há 89 anos, a humanidade comemora o Dia Mundial dos Animais, aproveitando a data da morte do santo, em 4 de outubro de 1226. Mas só em 15 de outubro de 1978 a Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi aprovada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

E a gente não cumpre nem o primeiro artigo.

Deixo aqui, então, algumas sugestões para quem realmente ama cachorro, gato, galinha, vaca, cavalo, passarinho, ornitorrinco colocar em prática nas próximas semanas. E vou adorar se vocês voltarem para contar quais conseguiram e quais ainda não rolaram — se explicarem por que ganham dicas extras! :)

1) Abracem a Segunda Sem Carne
Um dia por semana sem presunto no café da manhã, bife no almoço ou frango no jantar não mata ninguém. Pelo contrário: salva vidas, além de economizar água, desacelerar o desmatamento para pasto e diminuir as emissões de gases que causam o efeito estufa. Tem infos sobre a campanha, encabeçada pelo ex-Beatle Paul McCartney e apoiada por vários líderes internacionais, aqui.

2) Testem uma receita vegana
Descobrir novos sabores alarga nosso horizonte gastronômico. E não faltam canais maravilhosos, como o Presunto Vegetariano, da querida Paula Lumi, e o Viewganas, da Bia Barneschi e da Mari Malagutti.

3) Experimentem um restaurante "verde"
O site Happy Cow lista as opções (vegetarianas e veganas) por cidade, região ou CEP. E é grátis — o app para celular custa R$ 14,90, valor que também não leva ninguém à falência, né?

4) Apoiem uma ONG
Tem quem atue com resgate e doação, quem ofereça consulta clínica a preços populares, quem faça CED (captura, esterilização e devolução), quem ainda acredite na educação como ferramenta de mundo melhor — eu!, eu!, eu! E nosso trabalho depende de cada R$ 5 que vocês topam desviar do cafezinho.

5) Ponham a mão na massa
Vale dar comida para um bicho que cruzar seu caminho rua, colocar potes de água na calçada, conversar com os vizinhos sobre a importância de criar os peludos dentro de casa, fazer vaquinha para comprar casinha comunitária, levar aquele cachorro machucado para a consulta, castrar o gatinho que marca território no bairro inteiro.

6) Acolham em vez de apontar o dedo
Se vocês já bingaram a cartelinha da compaixão animal, tenham paciência com quem ainda não chegou lá. Lembrem de seus inícios de jornada. E escolham sempre a comunicação não violenta — ela aproxima em vez de afastar.

7) Sensibilizem outras pessoas
Compartilhem este post. Juntos nós somos transformação. ❤


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1.10.19

Fog sorocabano contra o clima seco

A gente está respirando cada vez pior. Não há negacionista climático que contra-argumente quando quatro dos seus bigodes aparecem "tossindo" — eu até publiquei uns stories no Instagram (arquivados em destaques) porque, em 14 anos de gatos, nunca tinha visto isso. Detalhe: nós moramos no interior e a umidade relativa do ar tem marcado 12%, bem abaixo do intervalo ideal, entre 40% e 80%.

Se vocês derem uma busca no Google, porém, verão que as dicas para amenizar os efeitos da secura só servem para cachorros. Quem consegue deixar toalha molhada no ambiente sem virar pano de chão? Ou besuntar o bichano de hidratante? Ou ligar o inalador (com soro fisiológico) perto da criatura e continuar vivo?

Gatoca solucionou o problema posicionando um umidificador em cima dos almofadões e a gangue foi se achegando sozinha — notem a desconfiança da Pipoca, rs. Tem opções no mercado por menos de R$ 100 e, se o aparelho não exceder quatro horas diárias de funcionamento, o consumo energético muda muito pouco — umidade demais facilita a proliferação de bactérias e fungos, e o aparecimento de mofo!

Para garantir o bem-estar dos peludos na quentura, não deixem de colocar em prática também estas dicas de refrescância.


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