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23.8.24

O Gatoca segundo Ana Roxo (e Tati Fadel)

Quando eu era pequena, bem pequena, desisti do balé clássico porque a professora disse que demoraria para subir na ponta, já que meus ossos ainda estavam em formação. Maiorzinha, abandonei a ginástica olímpica quando um braço ficou para fora do tatame durante o rodante-flic e acabei estatelando a cabeça no chão. Também larguei a fanfarra, o piano e o flamenco, além do curso de alemão e do teatro, porque só sei fazer bem mesmo uma coisa: escrever.

E foi com ronroneos que ouvi Ana Roxo, dramaturga, e Tati Fadel, professora de redação (amante de ornitorrincos e escrita cuneiforme), elogiarem os textos do Gatoca em um canal de 65 mil seguidores ― na foto, as duas pronunciam Mercvrivs ("mercúrius"), o frajola simplão de nome pomposo (culpa do Eduardo) que mudou minha vida. Keka quis muito modelar, aliás, mesmo combalida, o que demandou tempo extra na tentativa de salvar os cliques com iluminação ruim (também não sou boa nisso).


Vocês podem assistir à live completa aqui, mas cortei o trecho que mostraria à minha mãe, se ela ainda estivesse por estas bandas ― já me chamaram de Lebiste, Lewinsky, mas Ceviche foi a primeira vez (tem vegano?). Ana e Tati anunciam nossa parceria de arte, gatos e lubrificação ocular, enquanto jogam conversa fora, porque nem todas as relações precisam ser produtivas e é nos afetos positivos que mora a revolução.


Que tal um desenho de desaniversário? Tem desconto até o dia 31!

7.1.22

2021

Ano de baixar as expectativas.

Era para falar de pandemia no passado, comemorar a casa nova com os bigodes, realizar um projeto antigo. Mas nós continuamos quarentenados, tomamos golpe da empresa de customização dos contêineres enquanto Clara morria, vimos expirar o edital que viabilizaria a trilogia de livros infantis nos portões fechados das escolas municipais.

E integramos o grupo dos privilegiados, em um país de 19,1 milhões de famintos. Como não desanimar? A verdade é que eu desanimei. E, pela primeira vez, em 14 anos, este blog passou dois meses sem atualizações. Só voltei, na real, por causa de vocês — e dos relatos de como o Gatoca ainda ajuda e acolhe leitores.

Nosso banheiro segue sem porta. As brigas quase viraram divórcio. E o luto da Clara durou meses, da despedida aos girassóis — plantados com bolhas nas mãos, regados nem sempre com água da torneira e germinados timidamente. Mas a vida foi assentando. Dentro e fora.

Nasceram, então, girassóis exuberantes, a gangue ganhou uma floresta, o gatil lendário saiu do papel! Pipoca, na batalha de uma década contra a doença renal, até caçou um passarinho — o que me rendeu sentimentos mais conflitantes do que o episódio do atum vegano.

O livro da Rosana Rios inspirado no nosso trabalho entrou para o clube de leitura da Organização das Nações Unidas (ONU), na categoria redução das desigualdades. E nós recebemos do Catarse o selo de "projetos que amamos" — seletos 181, entre mais de 5 mil.

Teve texto também sobre roupinha para gato, cuidados paliativos, seringa perfeita para dar remédio, larvas e bicheira, o perigo das coleiras, esponja mágica para sujeira pesada, ração úmida improvisada, o barato do matatabi, luto em animais, riscos de não urinar, bebedouro inusitado, dosador oral que goteja, o que eu faria diferente com os bigodes, brinquedos para qualquer idade, como os bichanos gastariam seu tempo na natureza.

E a série nova, baseada na bíblia O Encantador de Gatos, escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado: Existe um canto do planeta sem eles?, A primeira gateira da história, Como a humanidade se curvou aos felinos, Seu amigo vem da América ou do Velho Mundo?, 8 mudanças genéticas modernas e 44 raças lindas, mas doentes.

No ativismo, a gente divulgou a Leia, deu entrevista para o UOL (e acabou obrigado a discutir a estigmatização da "louca dos gatos"), participou de bate-papo com ambientalistas sobre educação, homenageou a luta LGBTQIA+, levou a polêmica dos testes com animais à Folhinha, descobriu que ajudou a salvar um filhote famoso, arrecadou dinheiro para o tratamento do Conan.

E não dava para abandonar, justo neste ano-bomba, os posts de entretenimento, né? Vida com gatos #8, Felinos modernos, 6 coisas estúpidas que fiz quando adotei, Guardiãs felinas, Quando o X marca o tesouro, Pimenta à milanesa, Gatos, tijolos e frases desmotivacionais, A causa da rabugice felina, Cantinho da reflexão, Receita de pão de gato, 'Abaporu', de Gatinha do Amaral e Uma caixinha especial.

Clara, Guda e Gudinhas tiveram seus aniversários ignorados no caos da mudança para Araçoiaba da Serra, interior do interiorrr. Mas nós comemoramos o da Chocolate, o do Mercvrivs (nascimento e adoção), os 14 anos de concepção e lançamento do Gatoca (jornalista de papel, gente), o primeiro botãozinho da Clara coincidindo com o quinto ano sem Simba, seu grande amor. E o amigo secreto de talentos, que já virou um clássico!

Tudo isso só aconteceu porque vocês nos apoiam. ❤️ E continuaram mesmo com o Brasil em crise — o Gramado da Fama mais emocionante foi o de Natal! Lembram que eu disse que não ia fazer dancinha no TikTok, aliás? As meninas do Cluboca insistiram, a Cat Friday e o boletim do Catarse compactuaram e nós acabamos de bater a meta de desbravar a rede social chinesa!

Que em 2022 a gente só precise rebolar por ludicidade!


Retrospectivas dos anos anteriores: 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

10.12.21

Gatoca recebe selo especial do Catarse!

Foi um novembro inusitado. Primeiro, eu descobri por uma estranha que a gente havia saído no boletim do Catarse — vou contar em detalhes no Gramado da Fama turbinado, na semana que vem.


A plataforma pioneira de financiamento coletivo no Brasil indicava o Gatoca como uma iniciativa em prol dos animais que merecia ser apoiada. ❤️


Na sequência, entrei no sistema e dei de cara com o selo "Projeto que Amamos", criado, segundo a empresa, para mostrar "admiração e lágrimas nos olhos" por ideias catárticas — seletas 181, de mais de 5 mil, entre campanhas pontuais e assinaturas.


Após dois anos de vida (e país) dando errado, entendi como um abraço do Universo — com empurrãozinho gentil para tirar a poeira do tênis.

10.6.21

Uma semente do Gatoca na ONU!

Eu já contei nestes bytes que virei personagem de um livro da Rosana Rios, autora de mais de 180 obras infantojuvenis, sobre uma menina fluente em cachorrês e um menino hábil em gatês, que se unem para salvar o bosque do bairro ─ discutindo nossa relação com o diferente e o que estamos fazendo com o planeta.


Pois "Entre Cães e Gatos" acaba de ser selecionado para o clube de leitura da Organização das Nações Unidas, na categoria redução das desigualdades! Criado em 2019 e acreditando nos livros como ferramentas de transformação, o clube pretende dialogar com as crianças sobre temas relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).



Para ampliar, cliquem na imagem

Destaque para erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, igualdade de gênero, água e saneamento, cidades e comunidades sustentáveis, consumo e produção sustentáveis, mudanças climáticas, trabalho decente e crescimento econômico. A lista das 175 publicações em português está no site da Câmara Brasileira do Livro, um dos responsáveis brazucas pela iniciativa.

Vocês têm noção da felicidade desta ecossocialista-vegana-ativista pelos animais? ❤️





*

O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte dos despioradores? Assine nosso clube no Catarse ou doe o cafezinho em forma de PIX: doacoes@gatoca.com.br

25.5.21

Bate-papo: o papel da educação na proteção animal

Atualizado em 28 de maio de 2021

Mônica Campiteli e Gabriel Bitencourt me convidaram para pensar junto, como o título deste post dá o spoiler, o papel da educação na proteção animal. A live rolou no dia 26, mas ficou gravada aqui. Quem acompanha o Gatoca sabe que sou jornalista de formação, blogueira por opção e ativista por acidente — há quase 14 anos. Por isso destaco a superbio dos meus parceiros de conversa:

Mônica é bióloga, mestre e doutora em física aplicada à medicina, guardiã do santuário de animais que visitei em janeiro do ano passado e, porque o dia dela tem mais horas do que o nosso, vice-presidente em um projeto social. Gabriel é professor com especialização em educação ambiental, vice-presidente da Anda, colunista da rádio Ipanema e ainda militou como vereador por 12 anos em Sorocaba.

Semanalmente, o Papo de Ambientalista discute questões socioambientais, direitos dos animais e veganismo — pensado especialmente para o público não vegano, com a intenção de oferecer informações que motivem e orientem decisões. Tudo pautado na ciência, claro, no respeito a todas as formas de vida e em valores anticapitalistas.

Qualquer ser vivente que queira despiorar o mundo é bem-vindo. 💚

19.3.21

Gateiras: nem loucas nem solitárias

Eu nunca me importei de ser chamada de "louca dos gatos". Até sexta-feira passada, quando o Universa, portal feminino do UOL, distorceu uma entrevista que dei para encaixar nesse estereótipo. A pauta, segundo mensagem da repórter no Instagram, abordaria a relação de mulheres com os bigodes, especialmente durante a pandemia. E nós conversamos ao telefone por quase uma hora.


Deixei claro que tinha um parceiro de longa data e minha rotina praticamente não mudara na quarentena, porque trabalho em casa há 15 anos e a gangue se formou na mesma época. Cheguei, inclusive, a criticar o estigma da solteirona entupida de gatos, defendendo que lidamos melhor com as personalidades complexas dos felinos e podemos escolher não casar mais com os trastes humanos.

Minha primeira surpresa, quando a matéria entrou no ar, foi ler um depoimento imenso em primeira pessoa, com palavras e expressões que não uso, porque a jornalista fez anotações livres, em vez de gravar e transcrever o relato, e botou tudo na minha boca — verbos repetidos à exaustão, ideias truncadas, vegetariana em vez de vegana, dona em vez de tutora.


E a foto do Gatonó, à direita, decepada

Para não contradizer o título, "Loucas por gatos: como bichanos viraram antídoto para solidão no isolamento", meu status de casada desapareceu, assim como o comentário de não ter sentido tanto o impacto da quarentena. O título, aliás, foi alterado depois de publicado, como denuncia a url da página — "Melhor amigo da mulher: elas contam histórias de amor com seus gatos".


Para ampliar, cliquem na imagem

Tudo pelo clique: essa morte horrível do jornalismo. A repórter até demonstrou boa-vontade de corrigir os problemas apontados — embora, na terceira edição, tenha transformado Leo em vegano e reduzido aos peludos os múltiplos motivos da nossa mudança para Sorocaba. Mas continuava não sendo um depoimento meu. E a essência estava errada.

Os bigodes nos fazem companhia, sim. Uma companhia incrível! Mas a expectativa de que outro ser pode preencher nosso vazio é equivocada. Passado o susto inicial com o surto de covid, por exemplo, quando o povo saiu correndo para adotar animais de estimação, o abandono e os casos de maus-tratos aumentaram.

Associar os bichanos a gente doida, com dificuldade de relacionamento, também tira a chance de muitos deles ganharem um lar, por preconceito. E, o pior de tudo, é mentira. Nós somos diversas: solteiras, idosas, workaholics, lésbicas, ricas, casadas, jovens, com filhos, endividadas, heterossexuais, donas de casa, não binárias.

Levantei esse debate no grupo de apoiadores do Gatoca (conheçam nossa campanha!) e compartilho aqui alguns depoimentos. Bora apagar, de uma vez por todas, essa fogueira medieval?

Aline Fagundes

"Não sei de onde tiram esse negócio de que gato é bicho de mulher solitária, rs. Se fosse um animal subserviente, mas, pelo contrário, é um bicho que te manda ter semancol e se enxergar diariamente. 😂"

Fernanda Barreto

"Quando adotei os meus, já namorava há uns dois anos com meu marido. Amo cachorro também, mas não ia dar para ter em um apartamento pequeno, saindo às 5h30 e chegando quase às 20h. Aí, adotei mais um para fazer companhia ao primogênito."

Lorena da Fonseca

"Sou a humana da Jaguatirica e da Tapioca desde 2014. No início de 2015, comecei a namorar com meu marido e, desde o meio de 2016, moramos todos juntos. Fiz lar temporário até 2018, quando descobrimos que a Tapioca tem FeLV. Sim, eu recebo emoticons da louca dos gatos dos Simpsons. Mesmo tendo só duas gatas. Por outro lado, meu marido sempre recebeu elogios porque faz lar temporário. 'Ahhh que fofo!'. 😒 É bom que temos uma divisão: eu sou a favorita da Jagua e o Fábio é o favorito da Tapi. 🤍🖤"

Bárbara Santos

"Tenho 30 anos, sou ex-funcionária pública, atualmente trabalho como data engineer e sou mãe de gatos. Não digo tutora, porque tutor é aquele responsável. Eu sou mãe, eles nasceram do meu coração e temos um laço de adoção. São os únicos filhos que terei. Neste mês de março, a Bia questionou em nosso clubinho: por que ainda associam mulheres que preferem gatos a pessoas tristes e solitárias? Eu não sou solitária, muito menos triste. Ajudo uma rede de mulheres imensa, trabalho fora (agora em home office), fiz duas faculdades onde consegui amigos incríveis, que me acompanham desde então.

A escolha pela maternidade felina é apenas uma de muitas que eu, como mulher, feminista, pessoa ciente de seus privilégios, posso fazer. Também posso estudar, trabalhar, trocar de profissão (aquela 'dos sonhos' de muitos, com estabilidade), viajar, morar com meu namorado (que também ama gatos), ter amigos, curtir, e amar e ser mãe de gatos. Não ter filhos humanos é uma escolha empoderadora. Significa que posso decidir os rumos da minha vida. E ela não depende de casamento e filhos para ser feliz e repleta. Não serei a velha dos gatos. Serei a mulher que escolheu a companhia felina por amor. A velha dos gatos é a mulher livre, que merece ser olhada com mais carinho e menos estereótipos."

Adrina Barth

"Desde pequena, sempre tive um amor enorme pelos animais. Eu era daquela que achava cachorros/gatos/passarinhos na volta da escola e levava para casa. Meus pais ficavam loucos! Meu passeio favorito no centro da cidade? Visitar o Aviário São Paulo, com filhotes à venda — isso na década de 80, hoje sinto horror à venda de animais. Mas meus pais nunca me deixaram ter gatos, então só adulta é que pude, por iniciativa própria, adotar meus bichanos. Fui de zero a dez gatos em cinco anos, porque é difícil parar quando você começa. E sou muito grata por tê-los em minha vida. Essa companhia me fez ver o mundo de outra forma, com mais compaixão e percebendo as dores e tristezas dos que sofrem. Eles me fazem ser melhor. Fui mãe solo por muitos anos, mas há três tive a sorte de encontrar um companheiro que não gostava de gato e, em pouco tempo, também foi transformado por eles. Hoje formamos uma família feliz: dois humanos, dez bichanos e três galinhas."

Patrícia Sloi Urbano

"Tenho 55 anos e os gatos entraram na minha vida através do meu companheiro. Moramos juntos desde 2005, sem filhos humanos por opção — nunca senti vontade de ser mãe. Em 2010, ele trouxe uma gatinha para casa, uma frajolinha. Eu não gostava de gatos e não queria nenhum, até porque tínhamos um casal de chinchilas. Mas ela era tão pequena e frágil que deixei que ficasse e, em pouco tempo, me apaixonei. De lá para cá, essa paixão só aumentou. Hoje, temos seis gatos e cuido de duas colônias de animais de rua e de quatro bichanos semidomiciliados na rua em que minha mãe mora. Eles fizeram de mim uma pessoa melhor. Tornei-me vegana e conheci o verdadeiro amor incondicional. Os gatos entraram na minha vida por acaso, mas não porque eu fosse solitária, triste ou entediada. Não me imagino mais sem eles. Quero seguir em meu processo de envelhecimento e evolução bem-acompanhada."

Marina Kater

"Os gatos foram minha liberdade. Eu era hiperalérgica quando criança e meu pai não era muito fã deles. Só tinha contato com os bichanos da minha madrinha, que morava na Granja Viana e via esporadicamente, sempre em doses homeopáticas para não morrer entupida. Mas sempre soube que, um dia, teria um gato. A primeira coisa que fiz quando saí de casa foi adotar a Olívia, filhote tricolor de 45 dias de uma das gatas da minha madrinha. Curiosamente, minha alergia havia sumido. Olívia foi minha companheira por 16 anos. Me viu namorar, casar, ter três filhos e me divorciar. O primeiro grande amor da minha vida. ♥️ Meu ex até gostava de gatos, mas não teria se a escolha fosse dele. Nunca foi. Tive outra gata junto com a Olívia e fiz uma série de lares temporários nesse tempo. No ano em que me separei, minhas duas senhorinhas morreram e adotei dois meninos. Não fico mais sem gatos. Até tutora-de-coração eu sou, do gato do meu namorado."

Paula Melo

"Desde criança, eu adorava animais. E, de tanto insistirmos, meus pais adotaram uma gatinha. Eu tinha uns doze anos. Quando me casei, começamos com duas, depois veio a terceira — uma casa, para ser um lar, precisa de gatos! Me separei, fui morar em Brasília e levei as três. Tempos depois, casei de novo, não oficialmente, e as gatas logo se apegaram ao novo pai. Essas já viraram estrelinhas, mas outros foram aparecendo e chegamos a oito.

Os dois mais velhos, Kitty e Benjamim, eram das minhas enteadas. Nasceram no quintal delas, foram passar um tempo conosco e, como a mãe não gostava muito, ficaram. Aí, no meu trabalho, apareceu o Café. O Piano, na garagem do prédio. O Jojô, no veterinário — ele não tem parte de uma pata. Acabei me comovendo, então, com outra gata de patinha torta, a Jade. Preta surgiu na portaria do prédio. E, por fim, Mia atravessou uma avenida de seis pistas na minha frente e se escondeu embaixo do meu carro horas depois.

Isso foi um pouco antes de nos mudarmos para o Rio, com uma parte da turma viajando de avião, na cabine, e outra de carro, em um trajeto longo e cansativo. Também acho que os gatos provocaram uma mudança importante em mim: conheci diversas pessoas que atuam na causa animal, percebi o prazer que existe em se doar, notar o sofrimento dos outros, se importar. Trabalhando em casa na pandemia, praticamente sem sair, eles são fundamentais para nossa sanidade mental. É muito amor e diversão! E perrengues, claro. Mas a gente esquece só de olhar para as carinhas deles."

Aline Silpe

"Tenho 44 anos, três gatinhos, dois deles já idosos, e sou solteira por opção, embora não me sinta solitária. Sempre amei/cuidei de bichanos, desde pequena. Uma das minhas primeiras lembranças somos eu, aos 3 anos, e meu pai limpando os olhinhos remelentos dos filhotes da mamãe gata que ganhava as sobras das minhas refeições, no hotel em que nos hospedamos durante uma viagem de férias em Vila Velha (ES). Nossa casa foi lar de muitos peludos, alguns resgatados, outros que a 'adotavam' por encontrar nela um porto seguro. Curiosamente, só fui ter cachorros há pouco mais de dez anos, também resgatados, embora não me lembre dos meus pais proibindo quando era criança. Acho que tem mais relação com minha personalidade, que se identifica mais com o comportamento dos felinos.

Pode parecer individualista (e talvez seja), mas me vejo uma pessoa inteira, um ser humano que gosta de companhia, sem fazer disso uma muleta para sua existência. E os gatos são assim: independentes, que sabem valorizar um ambiente compartilhado harmonioso. Quantas e quantas histórias já vivenciei de ferais que viraram uns doces depois de um pouco de carinho, alimento e segurança? Não sei contabilizar o número de animais que já tive, até porque muitos foram 'hospedes' à procura de um lar. Mas considero todos fundamentais no meu crescimento como ser humano consciente de suas responsabilidades e no respeito à vida alheia, seja ela humana ou de quatro patas."

Renata Godoy

"Tenho 51 anos, cinco gatos e sou solteira. Com essas características, alguns conhecidos e muitos desconhecidos devem me ver como 'a velha louca dos gatos'. Tirando o 'velha', sou louca por gatos. Morei na zona leste de São Paulo, em um bairro com muitos bichanos soltos pela rua. O primeiro que cuidei foi o Nino. Era adolescente, nada sabia sobre castração e, um dia, ele desapareceu. Cresci, me formei, namorei, viajei, comecei a ganhar o bastante para me sustentar e me mudei. A partir daí, pude realmente adotar e ser responsável por alguns peludos. Os dois primeiros nasceram de uma gata que a mãe de uma amiga cuidava no interior. Tinham problemas neurológicos e ela sabia que comigo seriam bem-cuidados. Estão com 12 anos agora!

Depois, aos poucos, chegaram as meninas. Canela, para que a população felina tivesse uma representante feminina. Depois, Safira e Pérola, mãe e filha devolvidas pela 'tutora' depois de dois anos! Nunca entenderei gente que age assim com os animais. Safira e Canela devem ter uns 13 anos agora. Pérola faleceu de câncer, um dos períodos mais difíceis que passei como mãe de gato. E, recentemente, adotei a Rimpoche, que vivia em uma colônia de gatos de um cemitério em Santos. Ela é muito medrosa, mas está, aos poucos, se adaptando.

Os cinco são o xodó dos tios, eram o xodó do avô e são queridos pela cat sitter e pelos amigos humanos da mãe. Carinhosos, companheiros, falantes, brincalhões e mimados. Em todos esses anos, conheci muita gente legal, que ama os animais. E apoio o trabalho de pessoas e ONGs que lutam arduamente para proporcionar uma vida digna a esses seres vivos, algo que deveria ser responsabilidade de toda a sociedade. Louca dos gatos, não. Por gatos? Sempre!"

Tatiana Pagamisse

"Tenho 40 anos, uma gata e sou casada. Como solteira, morava em casa térrea com meus pais, irmãos e um cachorro. Papagaio, periquitos, outras aves, até coelhos e codornas habitaram nosso lar, mas nunca gatos. Nem por isso nutria algum tipo de antipatia pelos felinos. Ao contrário: tinha bastante curiosidade sobre como seria conviver com estas criaturinhas. Quando meu marido e eu nos casamos, viemos morar em um 'apertamento'. Por trabalhar no esquema home office, eu passava bastante tempo sozinha e, ao mesmo tempo, sentia falta da companhia e do amorzinho dos bichanos (sentimento egoísta este, reconheço). Também acreditava que poderia contribuir para a causa animal adotando.

Como o marido sempre foi 'cachorreiro', de início houve uma resistência sobre a escolha de adotar um gato. Foi só ele conhecer Bolota, porém, resgatinha idosa hospedada em Gatoca, que o jogo virou, não é mesmo? Bolota viveu seu restinho de vida em tranquilidade conosco. E, depois dela, veio Tampa, também resgatada — já há 9 anos aqui. Para contribuir ainda mais com a causa animal, abraçamos o veganismo. E seguimos felizes com nossas escolhas."

*

Em abril tem série nova! ❤️ Todo mês, o Gatoca publicará dicas e curiosidades da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, com fotos e vídeos da gangue para ilustrar. Se quiser ser avisado, é só assinar nosso boletim ou entrar no canal do Telegram.

21.1.21

2020

Eu comecei 2020 sem entender como as pessoas podiam reclamar de trabalhar em casa. Quinze anos de home office depois, a quarentena de coronavírus não fazia cócegas — exceto pelas finanças, já combalidas. E nunca produzi tanto! Leo e eu arriscamos nossa releitura de pinturas famosas, escrevi uma crônica para a antologia "Depois da Quarentena", da badalada Rosana Rios, dei uma oficina sobre financiamento coletivo no #EmCasaComSesc (1 e 2).

Também fiz curso de latim com o ex, de marketing digital para escritores, entrei num grupo de estudos de mídias lúdicas, criei o tão adiado perfil no LinkedIn (para nunca mais usar, rs) e o primeiro dominó de gatos do mundo. Ainda arrumei tempo para ler duas dezenas de livros — incluindo os clássicos de Dostoiévski, Saramago, Stevenson, Edgar Allan Poe, Júlio Verne, Virginia Woolf, Umberto Eco e Frances Hodgson Burnett.

Aí, a bad adiada bateu de um jeito, meus amigos, que passei dias repetindo o mantra: "Odeio minha vida", enquanto lutava com a papelada de um processo jurídico virtual e o estresse de um processo de mudança física, perdendo quilos como quem perde fivelas de cabelo. Acreditem: eu não queria passar as festas de fim de ano ao meu lado — mas Leo resistiu bravamente. rs

Esta retrospectiva fala, portanto, de limites. E como nunca é tarde para acolher nossas fragilidades. Por isso, inclusive, ela está saindo em 2021, não no pavoroso 2020. Não dei conta, admito — não tinha vontade de escrever, não conseguia olhar a história do Gatoca com o coração cheio e, pela primeira vez em 13 anos e meio, não me forcei.

Falta muita coisa para desenroscar ainda. Mas ganhei uma energia extra com a trégua do inferno astral, no dia 6 — continuo amando fazer aniversário! E nossa resistência precisa ser comemorada, né? Foram 76 posts, 25 a menos do que em 2019, só que com textos mais longos, focando esforços na missão de despiorar o mundo — que desceu mais um círculo de Dante com a pandemia.

Conscientizamos sobre a crueldade dos zoológicos e mostramos na prática como se faz um trabalho sério num santuário de animais. Criticamos os incêndios na Austrália e nos posicionamos politicamente aqui no Brasil — participando de uma live com o Raul Marcelo, candidato a prefeito de Sorocaba, para desenhar um plano de governo efetivo e factível para os animais, e sabatinando duas candidatas a vereadoras da causa, a Luli Sarraf e a Manu Barros.

Salvamos uma rolinha, ajudamos a Nina a voltar para casa, divulgamos para adoção um pretolino cego e FIV+ (1 e 2), e um tigrinho paraplégico — sem sucesso ainda, mas não desistimos! Incentivamos a aquecer os peludos que vivem nas ruas. Durante 12 meses, nos oferecemos como espaço de informação, entretenimento e, principalmente, acolhimento.

Teve post sobre síndrome de pica, bebedouro para gato que não toma água, tipos de soro, ração úmida barata para renal, alimentação de emergência, diarreia, coronavírus felino, como separar ração de dietas diferentes, recuperar bicho perdido, denunciar veterinários criminosos, estimar a idade do pet, fazê-lo amar a caixa de transporte, diminuir o desconforto do colar elisabetano — e se a versão de tecido vale a pena.

Também investi na descontração publicando a série Vida com Gatos, alguns relatos de quarentena, uma coletânea de vídeos queridos do Gatoca, o teste separa-famílias, um desafio musical, os bigodes Toy Story, a disputada cadeira à trois, uma enquete natalina usando frases dos peludos de vocês. E espalhei fofura com Mercv, o quadrúpede mais figura do universo, a visita ao primeiro cat café do Brasil, o primeiro ronrom da Jujuba (13 anos depois!), um coração felino de Dia dos Namorados, outra ressurreição da Pipoca.

Não faltou piripaque, aliás: o carnaval foi de cinzas, Dr. Eduardo Carneiro veio de São Paulo atender os bigodes no pacotão, Chocolate teve um fungo básico, o carcinoma da Clara entrou em estágio avançado, a morte do Simba por falência renal completou quatro anos. Depois de chorar no chuveiro (aquele choro do A-ha, sabem?) e xingar o além, eu transformava tudo em serviço para ajudar outros tutores.

E vocês retribuíram apoiando o projeto por mais um ano — teve Gramado da Fama em janeiro, fevereiro, março, maio e setembro, uma vitória em tempos de crise! Se algumas pessoas precisaram cancelar a assinatura do Catarse, outras reativaram ou aumentaram o valor de contribuição. E Gatoca foi parar até na Maratona Marketing de Gentileza.

Fiz questão de agradecer criando um canal no Telegram e o Cluboca, nosso grupo de WhatsApp para estreitar laços, onde compartilho a epopeia da busca pela casóca nova e as superproducinhas em vídeo, exclusivas para apoiadores — em dezembro rolou até amigo secreto de talentos! Também disparei 52 boletins com infos de bastidores — para receber é só preencher o formulário vapt-vupt.

E continuamos celebrando a vida! Desta jornalista, da Chocolate, da Clara, da Guda, das Gudinhas, do Mercvrivs — e da adoção dele. Os 13 anos de projeto, com videoconferência. E as parcerias — Pet Delícia me salvou da falência mais uma vez com o patê das seringadas da Pipoca e da retalhinha. Este ano não teve aniversário de adoção da Pandora, mas ela apareceu em sonho exatamente no dia 17 de janeiro!

Nos próximos 12 meses, espero tirar do papel a série ilustrada pelos bigodes sobre o livro "O Encantador de Gatos", escrito pelos especialistas em comportamento felino Jackson Galaxy e Mikel Delgado — falta pouco para bater a meta! Mas também torço para que a gente consiga se permitir momentos de ócio. Aquele dos velhos tempos mesmo, com preguiça em vez de criatividade.


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12.11.20

Gatoca no Dia Mundial da Gentileza!

Eu conheci a Laíze Damasceno, fundadora do Marketing de Gentileza, pela Vanessa Aguiar, que poderia muito bem criar a Imobiliária de Gentileza — e já tinha me conquistado antes de relevar sua faceta "louca dos gatos". Pois sexta-feira, 13 de novembro, é o Dia Mundial da Gentileza e vai rolar uma maratona de palestras sobre como fazer marketing honesto, estratégico e focado nas relações humanas.

A programação completa está aqui, totalmente gratuita. Mas Laíze indicou o Gatoca e outros quatro projetos bacanas para receberem doações de quem puder retribuir a gentileza — se a gente escrever "gentileza" cinco vezes em um mesmo texto, o mundo fica melhor? Quer aprender a contar boas histórias? Precisa descomplicar a escrita? Falta humor na criação do seu conteúdo? Só clica!

11.6.20

Gatoca participará do #EmCasaComSesc!

Lembram que em março rolaria a oficina Financiamento e o Poder do Coletivo, aqui no Sesc Sorocaba, mas ela acabou cancelada por causa do coronavírus? Pois o pessoal me convidou para realizá-la online, integrando a iniciativa #EmCasaComSesc. ❤ E, nesse formato, sonhadores do Brasil inteiro podem participar! Só não bobeiem porque a plataforma Microsoft Teams limita as vagas.

Será um intensivão de dois dias sobre crowdfunding e conexão humana (17 e 24 de junho, das 15h às 17h), divididos em cinco módulos: Raio-x, Campanhas Relevantes, Inspiração para Começar, Como Estruturar um Projeto e Estratégias de Sensibilização — precisa se inscrever com antecedência!

A culpa é toda da Amanda Palmer, que me ensinou a arte de pedir. Sim, para ajudar gatos, cachorros, uma família de ovelhas, dois ratinhos e um pombo, tive de entender de gente. Em 2014, o financiamento coletivo do Gatoca arrecadou R$ 21 mil, 140% da meta. No fim de 2018, estreou nossa campanha continuada, que segue resistindo bravamente durante a pandemia. E toco também o clube de assinaturas de uma ONG paulistana, com 135 apoiadores.

Guda está triste porque não escolheram a foto dela para a divulgação. Mas deve fazer uma aparição-surpresa no meio da transmissão. rs


O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca

15.5.20

Três notícias sensacionais na quarentena!

No mês passado, eu escrevi um desabafo sobre as três bombas que haviam atingido Gatoca em plena pandemia de coronavírus. Sabia que podia contar com a acolhida carinhosa de vocês. Mas não imaginava que, no meio da crise, teria gente reativando o cadastro em nosso financiamento coletivo, aumentando o valor de contribuição, fazendo assinatura nova!

Maira Fischer, que compartilha o Gramado da Fama abriliano com a Keka, é freelancer como eu, gateira parida por este projeto e ainda tem uma filha humana. "Quem ajuda os fodidos além dos fodidos?", foi a pílula de sabedoria que compartilhou comigo pelo WhatsApp — e faz tanto sentido que, nos últimos 19 dias, comprei rifa para socorrer um café, pães artesanais de um amigo e meu próprio e-book, cuja grana irá para uma ONG. rs


Nesse dominó de boas ações, Rosana Rios, autora de mais de 180 livros infanto-juvenis e finalista do Prêmio Jabuti, doou um conto inédito para a superproducinha de abril, que os apoiadores do Catarse receberam por e-mail. "O gato folgado e a gata maga" era para divertir a criançada, mas Guda, como vocês podem ver, também curtiu.


E a terceira boa notícia é que o Gatoca voltou a ter sua missão de educar, sensibilizar e mobilizar corações pelos animais reconhecida! Eu já havia percebido um movimento de youtubers ressuscitarem blogs. Aí, o Blogger, ferramenta que gerencia este espaço, foi inteirinho reestruturado. E o Google parece que tornou a privilegiar nas buscas conteúdos aprofundados, sem prazo de validade.

Só na última semana foram quase 6 mil visualizações — e nos posts mais importantes desses 13 anos (gráfico abaixo). Nós passamos, aliás, dos 3,5 milhões de acessos! E eu só tenho a agradecer: obrigada pela parceria na jornada! ❤

(Especialmente Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein...

...Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Roberta Roque Baradel, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Amanda Midori, Karine de Cabedelo, Fabiana Ribeiro, Natalia e Lívia Pantarotto, e Michely Nishimura!)


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8.5.20

Gatoca em antologia na Amazon!

Quem cresceu na década de 80 certamente assistia ao Bambalalão, na TV Cultura. Eu gostava tanto das histórias que ainda lembro alguns trechos, como o da narradora perguntando, pausadamente, em tom de suspense: "Um homem... atrás de uma árvore... com uma faca na mão... o que fazia?". "Passava manteiga no pão e comia", era a resposta possível para um programa infantil.

Cheguei a participar da gravação, mas foi meu amigo Renato que passou vergonha na brincadeira da bola — eu me dei por satisfeita em abraçar Gigi, a encantadora de crianças. Mas por que este post de ombreiras e cabelo repicado? Porque Rosana Rios assinava a maioria dos roteiros do Bambalalão. E, três décadas depois, Rosana Rios se tornou minha prima — além de autora de mais de 180 livros infanto-juvenis.

No início da pandemia, ela sugeriu aos amigos que escrevessem contos ou crônicas sobre como imaginavam o mundo depois da quarentena. E o resultado ficou tão bacana que virou uma coletânea. Sim, neste exato momento, tem uma publicação minha na Amazon junto com a Rosana Rios! E nosso e-book já vendeu 74 exemplares, terceiro lugar na categoria "contos e antologias".


Para comprar, basta clicar aqui. Custa só R$ 4,99 e todo o dinheiro será doado a organizações que estão lutando para minimizar os impactos da crise nas populações vulneráveis do país — cada autor indicou uma ONG (a minha foi a Ação Comunitária Inhayba, aqui de Sorocaba) e rolará uma votação quando a grana cair na conta. Volto para prestar contas, claro.

"Enfim, Nós" conta o recomeço de Leo, Graça e Margarida, Sônia, Gil, Rochinha e Gina, César, Bri, Caco e Penélope. Tem o olhar do Gatoca para o planeta, a inspiração do curso do Marcelino Freire, boas horas de pesquisa e uma reviravolta no final. ❤

E vocês, o que esperam depois quarentena?


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7.5.20

Aniversariante do mês – maio de 2020

Há 13 anos, a vizinha temida de São Bernardo tocava nossa campainha com este pacote. Vocês devem ter pensado em pacote de felicidade, mas era de filhotes mesmo. Vale esclarecer também que a única trégua concedida por dona Jane à nossa família, em mais de duas décadas, foi para devolver a gata que não morava conosco — história completa no pé do post.


Esses dias, encarando o bigodão da Guda, me lembrei de quando ela saiu na Folha de S.Paulo e o Gatoca ganhou o mundo. O concurso era de fotografia, mas o que provavelmente sensibilizou os jornalistas foi a tradicional partida de ímã com as gudinhas — até porque as câmeras caseiras não esbanjavam toda essa tecnologia.


No intervalo das duas imagens, Guda parou de amamentar as caras de pau, engordou, aprendeu a brincar sozinha de bolinha, se mudou para um apartamento, emagreceu por causa da doença renal, alugou um gramadinho no interior. Mas os bigodes (e meus apertos) continuam iguais. ❤

*Novelinha: conheça a história da Guda

Outros aniversários: 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008


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6.3.20

Gatoca no Sesc Sorocaba!

Atualização (17/03/20): evento cancelado por causa do coronavírus! :(

Eu já contei que foi a Amanda Palmer quem me ensinou a arte de pedir — para ajudar gatos, cachorros, uma família de ovelhas, dois ratinhos e um pombo, precisei entender é de gente. Em 2014, o financiamento coletivo do Gatoca arrecadou R$ 21 mil, 140% da meta. No fim de 2018, estreou nossa campanha continuada, que bateu recentemente os R$ 1 mil, grande feito para um projeto de educação. E toco, ainda, o clube de assinaturas de uma ONG paulistana, com 117 apoiadores.

Estava mais do que na hora de compartilhar esse conhecimento com vocês! Nos dias 18 e 19 de março, das 15h às 17h, rolará aqui no Sesc Sorocaba a oficina Financiamento e o Poder do Coletivo, um intensivão sobre crowdfunding e conexão humana, composto por cinco módulos: Raio-x, Campanhas Relevantes, Inspiração para Começar, Como Estruturar um Projeto e Estratégias de Sensibilização.

O melhor de tudo: é grátis e dá para se inscrever pelo portal, a partir das 14h do dia 10 (saiu errado na revistinha). ❤

Keka está empolgada! rs




Para ampliar, cliquem na imagem

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31.12.19

2019

Virou um ritual: toda retrospectiva do Gatoca eu termino chorando — e olha que já foram 13! Neste 2019 atípico, porém, o texto começa molhado. Que ano! Zero frila de jornalismo, duas pneumonias, três mortes e meia (Pandora, Flea, Kiwi e quase Pipoca), relacionamentos doídos. E a humanidade fazendo humanices, especialmente por aqui.

Eu tive de explicar por que um projeto de lei para aumentar a pena de crimes contra animais (PLS 470/2018) era péssimo, que aquele que pretendia torná-los sujeitos de direitos (PLC 27/2018) só valia para os pets, como ajudar os bichos de Brumadinho, pós-rompimento da barragem da Vale, que país os cortes de verba nas universidades públicas e o cancelamento de bolsas de pesquisa gestariam.

Entrevistei Luisa Mell sobre os cachorros torturados no canil de Piedade. Comparei a decisão do STF sobre o sacrifício em cultos religiosos com o bacalhau da Páscoa — que pode ter ovo, coelho e comida incrível sem sacanear ninguém. Usei "Dumbo", do Tim Burton, para insistir na crueldade do entretenimento com animais. E o caso dos pitbulls da rinha de Mairiporã para lembrar os 200 mil anos de destruição que nos acompanham.

Ainda trombei com galinhas morrendo de pouquinho na avicultura do bairro, galos que pararam de cantar na panela, sítio com placa constantemente renovada de "vende-se leitoa", cavalos puxando carroça, quando não tombados — o lado ruim de se morar no interior. E precisei encarar o machismo de um vizinho-agressor.

Nós também fracassamos nas metas para 2019 — quer dizer, retomar os livros de papel, que dependia só de mim, superou o esperado, rs. Foram 15 e estou no fim de "O Desaparecimento de Stephanie Mailer", lendo "Lúcifer" (HQ) durante as caminhadas, "Alice no País das Maravilhas" com as enteadas, rabiscando loucamente "O Encantador de Gatos" para criar conteúdo para cá. E Leo e eu viramos personagens infantis!


Depois de cada porrada, eu respirava fundo, me desencolhia e forçava um novo passo. Assim conheci Alana Rox, responsável por me tornar vegana há quase quatro anos — de vegetariana já somam 13! Participei do Fórum Sorocaba Unida pelos Animais, onde ativistas e população em geral apresentaram suas demandas ao poder público. Dirigi 280 km para doar dois sialatinhas da favela.

E incentivei vocês a apostarem também nas pequenas ações transformadoras, a compartilharem calor, a serem mais compassivos — desafio comemorativo de Dia Mundial dos Animais. Vocês, aliás, seguiram apoiando o Gatoca. E teve Gramado da Fama em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro, que ficou para o ano que vem. ❤

Foi esse suporte financeiro que me permitiu fazer os cursos de escrita com Marcelino Freire e de jogos de tabuleiro e edição de vídeo, no Sesc, que virarão projetos ao longo de 2020! Nosso Netflix para assinantes já estreou, inclusive, com o curta "Altos e Baixos" — eu queria ter produzido algo para o Natal, mas o especial acabou saindo só no blog, por causa da Pipoquinha.


O financiamento continuado também pagou contas importantes, enquanto eu investia em articulações que demoram para virar dinheiro. Rolaram reuniões com a Secretaria da Educação de Sorocaba e o secretário do Meio Ambiente. Nós perdemos o edital do Movimento Bem Maior, mas vencemos o do Condeca — aguardem desdobramentos! E talvez a gente leve o workshop de fotografia e escrita para futuros desejáveis a São Paulo.

Neste ciclo que se encerra hoje, sobrou reflexão. Sobre despedidas, luto, deixar ir — Simba faltou a mais um aniversário, completando três anos do último colo, o carcinoma da Clara segue avançando e Pipoca ainda não voltou a comer sozinha (30 dias já). Sobre quem pode ou não ser mãe. Sobre a vitória do ar-condicionado contra a natureza. Sobre abandono e maus-tratos, na animação mais emocionante de 2019.

Eu defendi o slow reading, leitura sem pressa e escolhida com cuidado, convite que repito agora. E, honrando o voto de confiança de vocês, o Gatoca espalhou afeto, acolhimento, colaboração (beijo para a Paula Lumi!), abraços (concretos e abstratos), amor plural.

Contou a história de uma das várias amizades improváveis nascidas em seus bytes — e que podem virar série! Compartilhou fotos atuais de bigodes doados há 9 anos. Engajou leitores a ajudarem o Gordo, que já ganhou uma família, e o Listrado, que espera sua segunda chance em um lar temporário.

Ensinou a identificar causas de vômitos, evitar toxoplasmose (sem vilanizar os gatos), doar remédios, monitorar bafo, cuidar da cabeleira (pelo também é saúde!), decidir sobre eutanásia, fazer antipulgas, amenizar o clima seco, não tratar animal como brinquedo, prestar atenção em sinais sutis de doença.

Fez rir — em forma de texto (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10) e vídeo ("Catnaval", "Mulher-Gato", "Inferno Astral Felino", "A invasão"). Se meteu em altas confusões — com bombeiros, transferência de vespeiro, ataque de cachorro, quase-atropelamento, pneu furado na epopeia à veterinária, na Bahia.

Celebrou a vida. Da Chocolate, da Clara, da Pandora (pela última vez), da Guda, das Gudinhas, do Mercvrivs — e da adoção dele, embora com atraso. Os 12 anos de projeto. E as parcerias — Pet Delícia me salvou da falência com o patê das seringadas da Pipoca, depois de oito latas fortunosas de A/D e muito desgosto comprando carne.

Foram 101 posts, bem mais longos do que de costume. Talvez, porque o mundo esteja precisando. E, certamente, porque vocês continuam aí — a gente tem um boletim seminovo para ninguém perder nada, é só clicar e assinar!

Que em 2020 nossa rede de apoio se estenda a mais corações!


Retrospectivas dos anos anteriores: 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

8.11.19

Virei personagem de livro infantil (com gatos, claro)!

Rosana Rios é figura queridíssima no universo da literatura infanto-juvenil, com 170 obras publicadas! E, se você se acha velho demais para ter lido alguma delas, provavelmente assistiu a um "Bambalalão" roteirizado por sua cachola criativa ─ eu gostava tanto desse programa que participei das gravações! Mas a gente só veio se conhecer três décadas mais grisalhas depois.

Rosana é prima do Leo e sempre nos recebe com causos divertidos e cafés da tarde veganos ─ o bolinho de fubá a gente levou, única receita fofinha que sai deste forno.


Na última visita, ela ainda nos presenteou com "Entre Cães e Gatos", história de uma menina que falava cachorrês e um menino fluente em gatês, que se unem para salvar o bosque do bairro ─ convite à reflexão sobre nossa relação com o diferente e o que estamos fazendo com o planeta. Já seria uma atitude apertável por si só.


Acontece que ela também transformou nós dois em personagens do livro!




E incluiu o Gatoca na dedicatória!


Obrigatório para quem ama gatos, cachorros e, claro, este projeto! ❤


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5.7.19

Parceria para tempos difíceis

Lúcia Choi guardou na gaveta o diploma de direito e resolveu se entregar ao propósito de ajudar pessoas a se descobrirem, pensarem por si sós, tomarem decisões complexas. Levado a sério, o coaching é um processo profundamente transformador e vale cada centavo! Ainda mais quando alguns desses "centavos" vêm para o Gatoca. :)

A ideia é atender quem não pode arcar com o valor integral das sessões em troca de doações ao projeto, beneficiando bípedes e quadrúpedes numa boa ação só. Se vocês estiverem desestimulados como a Keka ou precisando apenas aparar umas arestas, conversem com ela.

Bora fazer a roda girar!

7.6.19

Encontro com as Secretarias de Educação e Meio Ambiente!

Gatoca tem um projeto desenhado para crianças, esperando financiador — eu falo dele há um tempo (está no vídeo do Catarse, inclusive). Este ano, abriu um edital para coletivos não formalizados e, graças ao toque da Renata Godoy 💙, nós estamos participando!

O resultado só sai no fim do mês, mas a gente já pode comemorar. É que, na sexta-feira passada, eu recebi o convite para apresentar a iniciativa a representantes das Secretarias de Educação e Meio Ambiente de Sorocaba!


Levantei às 6h, tomei um banho para acordar de verdade e tirei os sapatos mofados do armário — os de salto guardei para a reunião com o MEC, porque um dia nós viraremos política pública, escrevam aí. Guda providenciou seu saravá e lá fomos, Focus estica-horizontes e eu, para o Centro de Referência em Educação.


Pedrão ainda tratou de abrir os caminhos com sol e céu azul.


A conversa superou todas as expectativas! A cidade tem um programa de bem-estar animal nas escolas, mas falta contemplar justamente os meninos e meninas da faixa etária do nosso projeto — sem nos prender a pequenezas como dinheiro, já fomos logo pensando na logística dos encontros. rs

E quase morri de alegria silenciosa quando a gestora de desenvolvimento educacional mostrou um bichano tatuado no braço, entre os abraços de despedida, e comentou que conhecia este blog.

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30.12.18

2018

Nos filmes hollywoodianos, os heróis recebem missões como derrotar monstros de cabeças múltiplas, prender assassinos psicopatas, salvar o planeta de ataques alienígenas. A minha, este ano, era produzir e soltar no mundo, sem pensar muito, sem ficar mexendo e remexendo, sem o fantasma do perfeccionismo.

Só que eu sou capricorniana. E se tem coisa que capricorniano não domina é a arte do desapego. Soma-se a isso a habilidade de, em quase quatro décadas de vida, ter conseguido ser mais dura comigo mesma do que meus pais, meus chefes e os clientes que reclamavam da fila do banco em que eu trabalhava juntos.

Mas aceitei o desafio ― dizem que foi o ascendente em aquário. E Gatoca ganhou um canal no YouTube, com a minha cara não-perfeita, minha voz não-perfeita, minha técnica não-perfeita para gravação e edição. Os bigodes estrelaram a maior parte do primeiro vídeo e só Gaia sabe a dor de barriga que aqueles 30 segundos de fala me proporcionaram. rs

Depois, vieram mais 14 outros, entre eles o dos mitos felinos, da viagem a Itália e França (um sonho antigo), de São Francisco em Assis, da Copa do Mundo (+ fogos de artifício), de Chicão em Arezzo, Cortona e San Gimignano, de adoção de cães e gatos, de brinquedinhos perigosos, de castração, com mitos e benefícios explicados, de crianças e animais, de Natal, com dicas libertadoras e os peludos acenando no final.

Também teve o "AssassiGato", primeira websérie felina de suspense-drama-comédia da internet, feita em parceria com o Leo Eichinger. Aproveitem as férias para rever os episódios 1, 2, 3 e 4, porque 2019 precisa começar mais leve!

Falando em leveza, apesar dos 11 anos de ativismo pelos bichos, eu nunca tinha escrito tão abertamente sobre política. O post do Bolsonaro teve 2,5 mil interações, rendeu nossos primeiros haters (ainda que boa parte robôs), me ajudou a encontrar um tom acolhedor de argumentação e a servir de inspiração.

Abre parêntese, porque o parágrafo anterior já estava grande: inspiração em forma de texto ("Cotidianices como resistência", "Dois únicos desfechos possíveis para as eleições" e "Brasil pode ter Secretaria Nacional de Políticas para Animais!") e de vídeo ("Eleições 2018: advogando em causa própria" e "Abraço apertado pós-eleição!"). Fecha parêntese.

Eu também evitava abordar o veganismo, acreditando que afastaria leitores e isso não só não ocorreu como trouxe mais simpatizantes para a comunidade ― quem me zoou foi o próprio blog, que parou de notificar os comentários de vocês. E, em um dia ensolarado de passeio no parque, resgatei meu primeiro peixe, depois de discutir com dois molecões e quase rolar barranco abaixo.

Seguindo a linha do "produzir e soltar no mundo", no 11º aniversário do Gatoca nasceu a Lojoca, ideia da Marina Kater-Calabró e da Denise Pinheiros, pós-crise existencial, lindamente ilustrada pelo Mercv ― quem ficou devendo presente de Natal ainda consegue comprar as canecas, chaveiros e ecobags!

E, em novembro (com dois meses de atraso), estreou nosso financiamento continuado no Catarse, o melhor "3 em 1" do país: ajuda o projeto a crescer, recompensa os apoiadores (com mimos e grupo exclusivo) e transforma cada vez mais vidas, humanas e animais. Logo na primeira semana, nós já havíamos batido 32% da meta inicial. Agora, estamos quase na metade! Quem mais vem? :)

Durante os 365 dias de 2018, o Gatoca seguiu inabalável no propósito de educar, conscientizar e mobilizar corações pela causa. Além dos vídeos, citados no começo da retrospectiva, os posts ensinaram a estimar a idade dos bichanos, entender o significado das lambidas, refrescá-los no verão.

E a controlar o peso de cães e gatos, passar longe de comidas tóxicas, acalmar os peludos no foguetório, aumentar o bem-estar em estágio terminal. O texto sobre o funcionamento dos hospitais veterinários públicos de São Paulo, desdobramento do resgate fracassado do Guerreiro, contou com respostas exclusivas da Secretaria Municipal de Saúde, batalhadas por 12 dias!

Também não faltou trabalho de sensibilização: para dar uma chance aos antissociais, aos pretolinos (com bom-humor quebra-preconceito), aos idosos. Smely e Jujuba quase foram deixados para trás no recomeço italiano, mas a família acabou reconsiderando. Já Quindim e Zula, de 13 anos, não couberam na mudança para a Austrália e estão prestes a perder o cantinho temporário brasileiro. Alguém?

Todo ano, as sementes que o projeto vem plantando online desabrocham offline. Depois de 19 meses (e da nossa denúncia na Promotoria de Justiça do Meio Ambiente), a Prefeitura de Santo André apresentou um plano de ação para Paranapiacaba, incluindo os tão esperados mutirões de castração.

Vocês financiaram a cirurgia do Amarelo, que parou de carimbar os varais da vizinhança sorocabana. O ator global Jairo Mattos leu meu manifesto contra a Lei dos Pombos (nº 16.914/18). O vídeo sobre a cachorrinha do Carrefour, com sugestões efetivas para libertar milhares de animais do sofrimento, virou matéria no Universa e ganhou a home do UOL, batendo 300 acessos por minuto!

O que eu não soltei no mundo foram as parcerias. Principalmente com a Pet Delícia, que continua doando as latinhas de comida felina de verdade. A Celebridade Vira-Lata, que pôde castrar mais bichos com os calendários vendidos aqui. E a Canto da Terra, que cuida da gangue de Gatoca e doa cachorros, gatos e galos de rinha com meus textos. ♥

Os bigodes também seguem grudadinhos. Aprontando (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14). Festejando (Chocolate, Clara, Guda, Gudinhas, Mercv em dobro: 1 e 2). Apertando o coração. Simba faltou a mais um aniversário, completando dois anos do nosso último abraço. E Clara foi diagnosticada com carcinoma, que já fez metástase nos linfonodos. :\

Nesses primeiros 365 dias de interiorrrr, porém, teve mais sol do que chuva. Além da visita anual à Pandora (história mais emocionante do blog), deu para matar a saudade da Flea e do Snow, doados para a Guebis há oito anos! E para compartilhar reflexões e aprendizados variados.

Acho que consegui ser mais tolerante e compassiva. Tentei abrir mão do controle, brigar menos com a vida e aproveitar as sincronias. Mas continuei acreditando, embora não tenha todas as respostas, que algumas coisas podem ser diferentes.

Em 2019, Gatoca seguirá na resistência ― produzindo transformação e soltando no mundo acolhimento.


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