Eu já contei aqui o
pesadelo que foi nosso encerramento forçado de ciclo em Sorocaba e recomeço inacabado em Araçoiaba da Serra — dois meses depois, continuamos sem porta no banheiro! Mas, se a vida entre caixas demandou aos humanos escalonar as discussões, os nove gatos pareciam estar no paraíso.
Diferente da
mudança para o apertamento, em São Bernardo, quando Jujuba retalhou meu braço, eles se dividiram em guetos e Pipoca passava as madrugadas gritando, ou mesmo da
vinda para o interiorrrrr, com trilha sonora estendida de bufadas, em 24 horas os bigodes esbanjavam segurança e aconchego.
Quer dizer, 24 horas para cada grupo, porque a gente trouxe as coisas inanimadas no dia 31 de março, a primeira leva dos animados em 1º de abril, com o escritório preparado, e, quando voltamos para buscar a segunda, já tarde da noite, as caixas de transporte tinham ficado em casa.
Não sobrou grana para o gatil planejado, mas Leo improvisou um com as telas velhas, bambus roubados do terreno vizinho e macarrões — o mais perto que chegamos de um jardim com piscina. Isso, claro, depois de a gangue quase nos enlouquecer em 60 m2, de janelas fechadas.
A primeira a fugir foi Jujuba. Depois, o combo Pipoca, Keka e Pimenta. O recorde, porém, ficou com a Chocolate, que a gente colocava para dentro e já descobria outra brecha, tipo fila de brinquedo do Playcenter. Guda, a gata-baiana, demorou um mês e meio para ousar. Mercv e Pufosa sequer tentaram.
Simba morreu antes da nossa mudança para Sorocaba, sem nunca mais ter pisado em um quadradinho de grama. Clara Luz conseguiu conhecer Araçoiaba. ❤
*
Em junho tem série nova! Todo mês, o Gatoca publicará dicas e curiosidades da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, com fotos e vídeos da gangue para ilustrar. Se quiser ser avisado, é só assinar nosso boletim ou entrar no canal do Telegram.