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13.6.25

Um colo que demorou 18 anos!

Pode ter sido a combinação de frio e ausência do montinho felino. Ou carência pelo meu sumiço do escritório por duas semanas. Talvez medo de que a dengue me derrubasse de vez, sem oposição. O fato é que, no dia 29 de maio, coloquei a Jujuba no colo para acolher a miação desorientada, enquanto tomava café, e ela ficou.

Ficou e deitou. Deitou e ronronou. Ronronou e amassou pãozinho. 18 anos depois — a gata da escarificação, que só aprendeu a arte do purrrr aos 13.

Lembrei daquela tirinha do ladrão angustiado com o amanhecer, segurando o saco de dinheiro sem se mexer no sofá para não acordar o gato. Se pudesse escolher um momento para reviver em sequência com a encardida, seria esse, apesar da febre, da dor no corpo, da sopa de canudo. ❤️

11.6.25

Peguei dengue salvando três árvores

Bem no dia em que Leo foi para São Paulo cuidar dos pais, o progresso bateu à porta de Gatoca. Não, não eram bilionários querendo comprar a casinha de contêiner para construir o resort de nossas aposentadorias e, sim, a prefeitura ameaçando derrubar as árvores que a gente aduba desde o ano passado, na esperança de ter abacate e flores, para asfaltar a estrada de terra.

Pensei em chamar de mudas, mas desmereceria o esforço que fiz para tirá-las do chão durante uma manhã inteira, usando cinco modelos diferentes de pá, até despertar a comoção de quatro pessoas, um trator e uma vira-lata caramelo ― se tem alguém aí pensando que plantamos as árvores no meio da rua, vale esclarecer que era a tubulação de esgoto que precisava se enfiar embaixo da nossa "calçada".


Missão comprida cumprida, voltei para o computador, ignorando que o pior desafio ainda estava por vir. Pela primeira vez, nas últimas duas décadas, meu corpo inteiro desandou, enquanto nariz e pulmões continuaram funcionando perfeitamente ― quem tem alergia a gatos, dez gatos e asma vivencia o exato oposto disso. Claro que não podia ser bom sinal.

Com a dor nas costas, ombros e pescoço, veio a febre, sucedida por choques na cabeça e 24 comprimidos de Neosaldina ingeridos feito Confete. Qualquer comida parecia absurdamente salgada. E acho que nunca bebi tanta água no frio ― quem pega uma doença de calor no inverno? A cada duas noites, sonhava que a dengue havia evoluído para a versão grave (ou hemorrágica) e amaldiçoava o ipê, a pata-de-vaca e o abacateiro salvos no meu lugar.


Como desdobramento de um quadro já preocupante, todo o lado direito da cabeça inflamou (ouvido, garganta, mucosas e linfonodos), me obrigando a tomar sopa, aquela já sem sal nenhum, de canudo. A bochecha do lado esquerdo abriu uma lesão que fazia tomate parecer ácido sulfúrico. E a gengiva descolou do dente do fundo, como calça arriada.

Voltei ao hospital, onde havia feito o teste e tomado soro da primeira vez, para sair com uma receita de anti-inflamatório, que, em 0,1% dos casos, faz sangrar o nariz.


Esqueçam o Bial e usem repelente!

23.5.25

+Gatoca: o boletim que vai mudar sua vida!

Espera, você não tem gato nem considera adotar um? Então pode pular este post. Para todas as outras pessoas, a promessa do título continua valendo. Há 18 anos, o Gatoca compartilha informações que salvam vidas e que não se encontram fácil na internet porque não interessam às grandes empresas do mercado pet.

Os 1,9 mil textos juntam a experiência de quem dividiu casa e coração com dez bigodes (e algumas dezenas de temporários, incluindo cachorros e uma pomba), enfrentou os desafios da velhice (16, 17, 18 anos) e entende mais de doença renal (o pesadelo dos gateiros) do que muito veterinário por aí ― não que isso seja um privilégio. 😂


Para qualquer dúvida felina que surgir, basicamente, o blog tem um post ― e uma comunidade maravilhosa, com quem também aprendo, tanto nos comentários quanto no grupo do WhatsApp. Conteúdo produzido por gente de verdade, coisa rara ultimamente. E com fotos de verdade, inclusive as que sobrepõem peludos no mesmo almofadão.

Como jornalista, porém, tem me desanimado profundamente precisar cuspir fogo, enquanto equilibro o monociclo na corda-bamba e jogo bolinhas ao alto para agradar o deus-algoritmo ― vocês seguem o projeto nas redes sociais, querem receber nossas dicas, dar risada com os bastidores, se emocionar nas despedidas e os infelizes não entregam!


Na Era da inteligência artificial, logo nem com os buscadores poderemos contar mais. O +Gatoca nasceu em 2019 justamente para cortar esses atravessadores, na contramão do excesso de informações vazias, incentivando o consumo consciente, ativo, sem pressa ― e as conexões autênticas, claro.

Agora, ele está de cara nova, no Substack, uma rede mais orgânica, direcionada a quem gosta de ler e escrever, sem chamar três parágrafos de textão. Lá, vocês encontrarão notas com uma pegada mais irônica, como nos tempos de Facebook. E o boletim segue por e-mail, no formato tradicional ― dependendo do número de assinantes, pretendo incluir uma seção nova com curadoria de links.

Totalmente grátis, para guardar para consulta, porque garanto que vocês ainda precisarão do tutorial/gambiarra/macete em questão um dia. E a parte mais legal: quem trouxer mais assinantes ganhará esta caneca do Mercv ilustrada pela Marina Kater, que garanto não conversar em bytes, um chaveiro da Lina Gatolina, o cartão-postal relíquia da gangue e um caderninho de anotações nada afetado.


Convidem os amigos pelas próprias redes sociais, por e-mail, WhatsApp, qualquer canal em que consigam acessar o link deste post. E, se você chegou por indicação, basta preencher seu e-mail na janelinha laranja abaixo e as infos do amigo no formulário do Google. Sim, eu recompensarei esse trabalho sorteando uma caneca do Mercv para os novatos também!


A campanha termina no dia 20 de junho ― querem que eu vá divulgando pelos stories do Instagram quem está na frente?

Valendo! 😊

*

Bastidores da sessão de fotos:

― Intrú, empresta seu nariz rosinha para divulgar a campanha do boletim novo?
― Tenho uma ideia melhor! E se eu fingir que estou caçando esses dois insolentes, sem absolutamente nenhuma intenção real de rasgar o jornal?
― Acho que as redes sociais vão gostar mais da sua versão fofa...
― Então vou fazer cara de merda.

22.5.25

Jujuba fez 18 anos, azedinha-doce!

Ela nunca foi a favorita por motivos de: arisquice. Nem parecia a aposta mais óbvia de sobrevivente da temporada original do Gatoca ― dizem que estresse faz mal à saúde, não? Mas gostei da explicação da Guebis, tutora do Snow (e da Flea, no coração), de que os encardidos vivem mais para compensar os cafunés que deixaram de ganhar antes.


Jujuba ronronou pela primeira vez, inclusive, aos 13 anos, quando boa parte dos gatos domésticos já teria batido as patas. E cada dia em que o carinho-playcenter ralentava considerei uma conquista. Agora, superamos barreiras no intervalo de uma tarde ― isso porque enchi uma bexiga pequena. O tubarão, com dentes, precisou de duas semanas.



Eu sei, bexigas não são o melhor presente para um gato. Dezoito anos, no entanto, achei que mereciam ― nunca comemorei com bolo, cantoria, decoração temática. Se a pequena fosse humana, aliás, poderia dirigir o trator que ganhamos da prefeitura!


Espero que esteja conseguindo compensar a falta da família felina, amorzinho. Mas não se sinta obrigada a nada, viu? ❤️


*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2024 | 2023 | 2022 | 2021 | 2020 | 2019 (especial Dia do Abraço) | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

14.5.25

Gatificação: mundo vertical e autoestradas | EG #35

Para invadir Gatoca, Intrú teve de ultrapassar 2 m de muro. E a maioria dos gatos-almofada que vivem em nossas casas se divertiria explorando o ambiente do chão ao teto, porque são escaladores naturais. Nem precisa de parquinho elaborado ― mas, se puder, invista! Qualquer superfície longe do chão, de cadeira a topo de estante, pode virar paisagem vertical.


Se conseguir criar um caminho entre os móveis, permitindo que os peludos transitem por eles sem descer, mais legal ainda. Segundo Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, uma autoestrada bem-construída conta com:

Faixas múltiplas
Elas possibilitam o acesso de vários bichanos ao circuito vertical, sem tumulto.

Rampas de acesso
Servem para entrar e sair da brincadeira.

Destinos e paradas de descanso
São lugares onde seu amigo passará mais tempo, contemplando o entorno, como nos poleiros, ou tirando um cochilo, por exemplo, em uma caminha no alto do armário.

Devem-se evitar, portanto, as seguintes armadilhas:

Vias apertadas
Passagens com menos de 20 cm de largura (e sem rotas alternativas) tendem a gerar confusão, porque dificultam a travessia simultânea.

Áreas inalcançáveis
Em caso de emergência ou visita de rotina ao veterinário, vocês não conseguirão pegar a criatura ― do malabarismo para limpar nem preciso falar, né?

Pontos de conflito
No post sobre planejamento urbano antitreta, explico em detalhes como contornar as zonas de emboscada e pontos mortos.

Não, Intrú não subiu na árvore. Ele prefere cimento. rs


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivoaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes quase 18 anos de Gatoca. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 32: Gatificação: um lugar para onde voltar
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem destruir a casa
CAPÍTULO 34: Gatificação: planejamento urbano antitreta
CAPÍTULO 36: Gatificação: necessidades especiais (estreia no dia 20 de junho de 2025)

9.5.25

Cluboca do Livro: quando o assassino não é o gato

Eu queria uma história de mistério/policial para estrear o gênero na próxima leitura do Cluboca do Livro e cheguei a pensar em A Última Casa da Rua Needless, da estadunidense Catriona Ward, porque tem uma gata narradora. Mas li antes de sugerir, pois, apesar do burburinho, não conhecia a autora e achei meio pesado ― já teremos clássicos do terror no Halloween.

Descobri, então, Um Gato Entre Pombos, da Agatha Christie, que é uma expressão idiomática, sem bichanos efetivamente, e o grupo topou para não restringir tanto as opções ― vale também ilustração do peludo na capa ou presença na vida real do escritor. A rainha do crime ainda vem da Inglaterra, país inédito no nosso clube, além de quebrar a hegemonia dos autores homens.

Oitenta romances e contos publicados, com quatro bilhões de exemplares traduzidos para mais de 100 idiomas, ficando atrás apenas da Bíblia e de Shakespeare, está bom para vocês? Pode não ser a melhor atuação do detetive Hercule Poirot, mas certamente renderá uma boa diversão. Tenho aproveitado para ler na rede, em companhia do Intrú, por causa da fonte pequena demais para quem está acostumada a configurar letra-cartaz no Kindle. rs


E do que se trata o livro? De Meadowbank, uma escola para filhas de ricos e poderosos da alta sociedade britânica, onde, graças a uma de suas fundadoras, Miss Bulstrode, escândalos nunca acontecem. Até que a professora de educação física aparece morta ― por culpa dos próprios segredos ou protegendo alguém. E, conforme a investigação avança, fica claro que assassino ainda não terminou.

O encontro para conversar sobre a leitura ocorrerá no terceiro domingo de junho, dia 15, das 16h às 19h, pelo WhatsApp. Para participar, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando os links abaixo, uma porcentagem vem para a gente. :)

- Um Gato Entre Pombos, impresso da HarperCollins
- Um Gato Entre Pombos, e-book da L&PM
- Qualquer item adquirido na Amazon partindo deste link ajuda o projeto

Discussões anteriores

:: Vou te Receitar um Gato, da japonesa Syou Ishida
:: O Mestre e Margarida, do russo Mikhail Bulgakov
:: Um Homem Chamado Ove, do sueco Fredrik Backman

7.5.25

Agressividade em gatos por frustração?

Sim, existe e eu senti na pele. Depois que os hormônios da guerra se viram obrigados a deixar o corpo com a castração, Intrú nunca mais havia me atacado. Mas aí ele descobriu o gostinho de entrar em casa, primeiro aproveitando as frestinhas de janela que a gente esquecia abertas, depois trabalhando com o Leo no estúdio, e para a cama da Seila foi um passo.

Agora, a criatura se recusa a dormir no chalé, do lado de fora (FeLV+). Passou até a se esquivar dos carinhos. E no feriado de 1º de maio, quando voltou para cá porque tinha cachorro hospedado na Seila e ainda apliquei o vermífugo, que tentou tirar rolando na terra, o rebelde pulou com as duas mãozinhas no meu rosto ― a esquerda furou, a direita arranhou e tchan, tchan, tchan, tchan! 😂


Não, ele não fica sozinho no estúdio, gente. Leo liberou, quando viu que não subia nas coisas nem destruía nada. Só que o gordinho quer companhia.



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
:: Quando as Cataratas do Niágara visitaram Intrú
:: Um post mal-humorado fofo de Natal
:: O gato que só falta tocar a campainha!
:: Intrú adoeceu antes de ganhar uma casa
:: Ressurreição e mordidas literárias
:: Quase grudinho
:: Lado errado?
:: História de filme: a vida dupla de Intrú!

2.5.25

Pode uma caminha substituir toda uma família?

Se Jujuba soubesse falar, fundaria o Movimento dos sem Montinho. Acostumada a dormir soterrada por outros oito gatos (Chocolate se recusava a participar), viu o amontoado peludo sofrer perdas drásticas nos últimos dois anos e, desde que a Keka morreu, em novembro, não tem mais uma fonte sequer de calor quadrúpede para trocar.

Muito antes de as temperaturas baixarem, já sonorizava nossas madrugadas com uma miação sofrida ― parte pela solidão, parte pela idade (quase 18 anos!). Decidi, então, comprar uma caminha fechada, na esperança de emular acolhimento e, seguindo as regras da física, manter a pequena aquecida.

Podia ter escolhido um modelo tradicional, mas, nessas raras oportunidades da vida, o mais barato era justamente o mais legal: um tubarão!


A caminha chegou em 9 de abril e Jujuba saltou direto na bocarra dentuça, enquanto eu estava filmando ― qual é a chance de isso acontecer duas vezes? Lavei o bicho para ficar com o cheirinho da nossa casa e, graças ao sol araçoiabano e ao material importado, depois do almoço já peguei a criatura encolhida lá dentro.


Esgotada a sorte de principiante, porém, ela nunca mais quis saber da novidade ― testei os dois lados da almofada: o liso, que pela cor imita melhor uma língua, e o peludinho, que usa o mesmo material azul da parte externa do tubarão. Até uma semana atrás, quando a carente finalmente tomou coragem de deitar e relaxar.


O lance da física funcionou ― fazia tempo que suas orelhas não ficavam tão quentinhas! Mas os lamentos noturnos continuam.

Não, uma caminha não pode substituir uma família.

30.4.25

História de filme: a vida dupla de Intrú!

Eu sempre suspeitei dos sumiços do Intrú. Mas ele acabava voltando para dormir na casinha com isolamento térmico, em seu cobertor favorito ― andava bem carente, aliás. Até que, na última semana, começou a aparecer apenas para jantar. E as madrugadas frias de Araçoiaba da Serra me fizeram acreditar que só podia ter trocado Gatoca por uma casa em que o deixassem entrar.

Leo chegou a ver um frajola reinando entre cachorros, há dois quarteirões daqui ― estava de carro, por isso não parou. Na segunda-feira, tratei, então, de aproveitar a caminhada para procurar a família bastarda. Não, não era a dos cachorros, porque todo mundo que acompanha histórias de detetive sabe que nenhum roteirista entrega um caso assim, de mão beijada.

Mas o senhor simpático também havia enxergado um frajola na vizinha e lá fui eu tocar outra campainha. Uma vez, duas, três, nada. Sobe a música de suspense. Eis que uma pug velhinha sai andando com dificuldade e entrega que havia gente na sala. Visivelmente desconfiada da investigação, Seila me leva até o quarto, onde o meliante encara ambas com igual desprezo, sem ruborizar.



A chácara fica exatamente no trecho da avenida em que quase registrei seu atropelamento, lembram? Isso já faria o cinema vir abaixo. Acontece que esse longa metragem está apenas começando, caro espectador. E Intrusinho escolheu justamente a casa com as neves-da-montanha que me fizeram querer morar neste bairro, em 27 de maio 2020:


Foi em 2020 também que ele deu as caras por lá, nosso primeiro plot twist: a segunda família somos nós! Impossível de capturar por pessoas sem experiência mesmo com gatos fofos, o gorducho, na época magrelo, comia e corria. Até que Seila se mudou para Santa Cataria, em 2023, e repassou ao inquilino a missão, claramente fracassada, de alimentar a fera. Restou a Chicão guiá-lo para cá, cruzando a avenida, o caminho menos intuitivo.

Em janeiro de 2024, poucas semanas depois da castração (trabalhamos com aventura!), ela voltou e sofreu um ataque tão feio que o jardineiro buscou uma foice para matar a criatura incompreendida do nariz rosado. Vocês têm noção de quantas famílias não impediriam? Mas Seila impediu, mesmo sem coragem de encostar no encardido até hoje ― fui eu que incentivei o cafuné tímido da foto.

Uma história em que vilões e heróis se alternam. Nessa outra vida, ironicamente, Intrú se chama Shanti, "paz" em sânscrito, porque Seila também faz ioga e se inspirou em um curso de culinária... vegana!


Dá para acumular mais coincidências bizarras? Em filme sempre dá. Nas noites de chuva em que o cara de pau não aparece, ela e a filha chamam no portão, passando a mesma vergonha que a gente aqui. Final feliz? Não, por culpa do plot twist derradeiro: a família faz hotelzinho para cachorros e é por isso que, exceção feita à pug tortinha, ele prefere ficar em Gatoca.

Um gato com duas casas, que continua efetivamente sem nenhuma ― não desistam da divulgação?

Ao menos agora conseguimos combinar melhor os cuidados. Lá, ele come peixe e churrasco sem tempero, toma leite de aveia, assiste à TV e dorme na cama quentinha durante a baixa temporada. Aqui, segue tendo sua casinha de fuga, esnobando ração super premium e Pet Delícia, recebendo tratamento veterinário e carinho sem restrições, caçando qualquer ser vivo que ouse invadir seu espaço, os 1 mil m² do lado de fora da lavanderia.


Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
:: Quando as Cataratas do Niágara visitaram Intrú
:: Um post mal-humorado fofo de Natal
:: O gato que só falta tocar a campainha!
:: Intrú adoeceu antes de ganhar uma casa
:: Ressurreição e mordidas literárias
:: Quase grudinho
:: Lado errado?

23.4.25

Dicas para cortar unha de gato antissocial (sobrevivi!)

Jujuba vai fazer 18 anos no mês que vem, a única gata, em duas décadas, de quem eu nunca havia arriscado cortar as garras por motivos de: trauma ― diferente das irmãs, assustadas-passivas, a criatura sempre foi assustada-agressiva. Ainda usa o arranhador, sobe e desce da minha mesa de trabalho sem escadas, corre enlouquecida pela casa. Mas tem se enroscado no cobertor e cheguei a pegá-la com uma pata presa à outra pela unha. rs

Como um gladiador prestes a entrar no Coliseu, no dia 25 de março tirei, então, o cortador enferrujadinho da gaveta, parti para cima da fera e acabei caindo na risada ao constatar que boa parte das Gudinhas deu mais trabalho durante a manicure do que a encardida. Sim, ela está mais velha. Só que eu também acumulei mais experiência ― pelo amor e pela dor.


Se vocês também precisam encarar esse desafio, principalmente no caso de gatos idosos, que tendem a afiar menos as garras, sob o risco, inclusive, de atravessarem as almofadinhas, seguem minhas dicas salvadoras:

Use um cortador específico
O formato que acompanha a curvatura da unha do bichano facilita a missão.

Pegue seu amigo sonolento
Apesar de a estratégia não ter funcionado com os outros bigodes, Jujuba se mostrou bem menos resistente interrompida em seu sono de beleza.

Se adapte à posição escolhida pelo gato
Talvez você precise voltar para a ioga, mas garanto que vale a pena. Contenção aqui em casa, aliás, só irritava mais a gangue.

Seja paciente
Se a tolerância do felino permitir aparar apenas uma garra por vez, não insista. Quanto maior o estresse, mais adrenalina e cortisol o organismo libera, deixando o animal mais agressivo.

Corte apenas as pontinhas
Ao pressionar a pata, as unhas ficam à mostra, devendo-se encaixar o cortador o mais longe possível da base rosada.


A prova do feito, apesar de o celular da Samsung deixar as garras parecendo falsas

Ofereça recompensas
Como Jujuba não gosta de croquetes e já come sachê todos os dias, caprichei na escovação ― que ela ama. Se não for o caso aí, substitua por uma sessão demorada de carinho. E, se seu peludo curtir petiscos cremosos, tem esse truque que o veterinário Dan Baeta testou, aplicando nas costas da mão que segura a pata, para distrair a Snow durante o processo.

*

Alerta! As garras ajudam no equilíbrio e na mobilidade do bicho, incluindo os atos de pular e escalar, portanto, não podem ser extraídas (onicectomia) — sem contar que isso é proibido no Brasil, desde 2008, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. Quem não quer ter o sofá customizado deve investir em enriquecimento ambiental.

18.4.25

Lado errado?

Intrú dorme comigo no quarto. Do lado de fora.


Trabalha comigo no escritório. Do lado de fora.


Almoça comigo na sala de jantar. Do lado de fora.


Cuida do jardim com o Leo. Do lado de dentro.



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
:: Quando as Cataratas do Niágara visitaram Intrú
:: Um post mal-humorado fofo de Natal
:: O gato que só falta tocar a campainha!
:: Intrú adoeceu antes de ganhar uma casa
:: Ressurreição e mordidas literárias
:: Quase grudinho

17.4.25

Um Homem Chamado Ove: encontro 'Cluboca do Livro'

Eu amo os livros do Fredrik Backman porque ele consegue escrever sobre temas complexos de um jeito leve, tirando sarcasmo da manga sempre que a gente está embargado, prontinho para desaguar. Em Um Homem Chamado Ove (sinopse aqui), o autor-jornalista fala de velhice e morte com irônica propriedade, uma vez que é mais jovem do que eu.

A gente já começa sorrindo com os títulos dos capítulos ― ao menos a maior parte deles. Embarca, então, em uma montanha-russa de definições impagáveis: crianças, pequenos erros linguísticos balançantes, que crescem sem o menor respeito; gentileza, uma caixa contendo nitroglicerina; aposentar-se, tornar-se desnecessário; gente, desperdício de oxigênio; vencedor de uma discussão, aquele que conhece as palavras mais difíceis; medo da morte, ela passar batido e nos deixar sozinhos.

E tem o gato, que "vai perambulando com o porte de um bicho convencido, talvez um pastor-alemão de 60 kg do esquadrão antidrogas da polícia. Ove desconfia que é justamente a ausência total de autopercepção que fez com que ficasse sem cauda e metade da pelagem". Por outro lado, quando o bichano constata a prisão no carro, deita e dorme, "uma forma muito direta de resolver problemas". E, ao ser questionado se sete vidas não bastam, "lambe a pata, parecendo não ser do tipo que considera importante ficar fazendo a contagem".

Chorei de rir com os capítulos em que o velho rabugento tenta comprar um iPad, agride um palhaço e ensina Parvaneh a dirigir. E chorei de chorar no final. Ove também perdeu os pais precocemente, antes de poder formar sua família, "um tipo muito peculiar de solidão", acreditava que não gostava do gato, via-se cercado por idiotas e adoraria que quem estivesse certo estivesse certo e quem estivesse errado estivesse errado.

No último domingo, o livro nos deu a oportunidade de trocar experiências sobre nossos idosos e nossos próprios planos para a velhice, em um raro espaço de acolhimento, já que os tabus sobre o assunto se sobrepõem: pagar um cuidador para manter o familiar em casa (o que não custa barato) ou trazer para morar conosco e mudar toda a rotina? ― mesmo trabalhando fora, essa função ainda sobra para as mulheres. E na clínica de repouso, pode colocar contra a vontade? Até quando se tem condições de decidir? Como envelhecer com qualidade?


Fernanda Barreto citou a médica Ana Claudia Quintana, sobre quem envelhece bem ter as melhores relações, não necessariamente a melhor saúde ― na contramão da Era das telas e dos algoritmos das redes sociais, programados para engajar no ódio, gerando atomização. Embora não possamos descartar a importância da alimentação na longevidade, como lembrou Neide Rodrigues. Sua avó, que plantava a comida no interior sem agrotóxicos, viveu até os 94 anos, independente e ativa.

Se manter em movimento, aliás, talvez seja o terceiro pé do andador. A mãe da Cristina Rebouças, também com 94 anos, morava sozinha e viajava todo ano de navio, até a pandemia. Sua tia, de 92, ainda vai ao shopping com as amigas e não perdem um filme ou show. Ela faz Universidade da Memória e, em 2024, lançou um livro com as receitas da família.

Um andador precisa de quatro pés, certo? Exercitar o cérebro, como qualquer outro músculo do nosso corpo, atende os requisitos. A própria Cris, de 71, está estudando inglês para bater papo com a sogra irlandesa. Já a mãe da Paula, aos 86, divide a assinatura do Kindle com as filhas para ler digitalmente. Para a maioria das famílias, porém, a velhice vem cheia de desafios.

A negação das doenças sem cura, a sobrecarga em um dos familiares, a culpa de quem está longe, cobranças de todos os lados. Vanessa Araújo ressalta que é preciso acolher o comportamento do outro, por mais que a gente não entenda: "Idosos viram crianças, mas são crianças que já tiveram autonomia. Despedir-se de si mesmo não deixa de ser um processo de luto".

Por isso Aline Silpe, que tem como ritual ir ao teatro com o pai, "a criatura de 76 anos mais marrenta do universo", reforça que todo mundo deveria fazer terapia: "Nós precisamos de alguém de fora para ajudar a entender a nós mesmos e as pessoas ao redor".

Na lógica do capitalismo, inclusive, a aposentadoria nos torna inúteis, mas sempre se pode encontrar outros motivos para sair da cama e ser importante para alguém, como mostra o livro do Fredrik ― provocando o sistema, Cris confessa se sentir bastante útil cuidando de si, dos seus gatos e assessorando uma ONG baiana. Quatro amigas juntaram suas famílias em um pequeno condomínio, dividindo o cuidador, e ela pensa em repetir o combinado com outro grupo.

Ao longo das quatro horas de conversa, não faltaram indicações...


Para lidar melhor:

A Máquina de Fazer Espanhóis, livro do português Valter Hugo Mãe
"Eu me coloquei no lugar do personagem principal. Quando chegar a minha vez, já tenho uma ideia de como será", Cristina Rebouças.

O Incrível Dom de Oscar, livro do estadunidense David Dosa
"Mostra como as pessoas reagem a seus idosos internados", Paula Melo.

E se eu Morrer Amanhã?, livro da portuguesa Filipa Fonseca Silva
"Fala sobre descobrir o sexo na terceira idade", Fernanda Barreto.

Finitude Familiar, livro da brasileira Luiza Gonçalves de Paula
"Aborda a jornada que antecede a morte, os aprendizados, a importância dos cuidados paliativos", Vanessa Araújo.

A Luz Difícil, livro do colombiano Tomás González
"Conta a história de quem fica", Cristina Rebouças.

E se Vivêssemos Todos Juntos?, comédia dramática francesa (Prime Vídeo)
"Fala sobre cuidar de quem está perdendo a acuidade mental", Aline Silpe.


Para saber mais:

Como se prevenir contra as demências?
Vídeo do Drauzio Varella que também discute o papel do Estado no desenvolvimento de políticas públicas que garantam uma estrutura de cuidados aos idosos, como as que existem atualmente para bebês e crianças.

Cidades não gostam de pessoas mais velhas?
Vídeo da jornalista Mariana Mello, indicado pela Fernanda Barreto, sobre como as cidades precisam se preparar para acolher os idosos, estimulando que saiam de casa e tenham vida social.

O Bom do Alzheimer
Perfil da gerontóloga Claudia Alves Silva, indicado pela Lorena Fonseca.


Para se divertir (lista toda minha, porque ninguém é de ferro, né?):

Minha Avó Pede Desculpas
Livro fofo do mesmo autor de Ove.

O Clube do Crime das Quintas-Feiras
Coleção de detetive de Richard Osman.

Grace and Frankie (Netflix)
Série de comédia com a Jane Fonda e Lily Tomlin.

O Método Kominsky (Netflix)
Série de comédia-drama com Michael Douglas.

Only Murders in the Building (Disney+)
Série de comédia-policial com Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez.

A Gangue da Luva Verde (Netflix)
Série de comédia com atrizes polonesas maravilhosas.

Um Espião Infiltrado (Netflix)
Série de comédia com Ted Danson.

*

Volto para contar quando o livro de junho for decidido. Para viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando nosso link da Amazon (para qualquer produto, aliás), uma porcentagem vem para o projeto. :)


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:: Vou te Receitar um Gato, da japonesa Syou Ishida
:: O Mestre e Margarida, do russo Mikhail Bulgakov

11.4.25

Quatro anos de casa nova-velha, sem blog

Foi em 31 de março, mas eu não tinha como contar aqui, pois a Hostinger, empresa que hospeda o Gatoca, conseguiu nos deixar 27 dias fora do ar, por causa de um boleto que vencia no sábado e o banco jogou o pagamento para segunda-feira, respaldado tanto pela Lei 7089/83 quanto pelo Código Civil, no Art. 132 ― e comigo apelando por e-mail, Procon até parar no Juizado Especial Cível.

Ufa! Eu precisava muito botar isso para fora, desculpem. Quando chegou o aviso de que apagariam todo o conteúdo do servidor, no último sábado, vi 18 anos de projeto indo para o lixo ― o painel que me permitia acessar os arquivos já estava zerado, como se a gente nunca tivesse existido por lá. Quanto vale uma gastrite, seu juiz?

Agora, sim, a comemoração! No aniversário de 2024, eu disse que a gente havia instalado a lendária porta do banheiro, né? Mas a verdade é que, como faltava o batente do lado de dentro, Leo tirou para pintar tudo junto e, entre uma morte e outra de gato, mais um ano e meio se passou ― vocês também se perguntam para onde vai esse tempo, que parece tão lento quando se olha de dentro?

O desfecho da epopeia ocorreu em 23 de março e pedia registro, né? Spoiler alert: a gente ainda não sabia que a porta não cumpriria sua função a contento.


E esse foi o grande feito dos últimos 365 dias em Araçoiaba da Serra ― junto com os surtos de arrumação, doação, jardinagem e a visita de amigas cultivadas há três décadas. Isso porque na lista dos fatos esquecíveis estão a morte inesperada da Pimenta, apesar de velhinha, e as partidas esperadas, mas igualmente tristes, da Chocolate e da Keka, deixando Jujuba sozinha pela primeira vez em 17 anos e meio ― Jujuba, a gata que me rendeu uma escarificação e agora não desgruda.


Por falar em grude, outra transformação produzida ao longo desses 12 meses foi a do Intrú, que não perde uma oportunidade de ganhar carinho, inclusive quando me vê desmontada da caminhada ― e ainda espera uma casa onde possa morar do lado de dentro da porta de vidro lavanderia.


Termino este retorno de brasileiro-que-não-desiste-nunca com dois pedidos:

🚨 Divulguem aos amigos os links do Gatoca que permitem comprar no Petz (com 10% de desconto!), na Amazon, na Shopee e agora também no Mercado Livre, revertendo uma parte do valor ao projeto. Como a Hostinger derrubou o blog 17 horas depois que publiquei o post, ninguém viu ― e perdemos as vendas justo do Dia do Consumidor. 😢

🚨 Esse período todo inacessível prejudicou também a indexação no Google dos textos que ajudavam gatos doentes, principalmente renais, e acolhiam seus tutores, como mostra o relato que Aline compartilhou recentemente no Cluboca. Bora fazer uma força-tarefa para que eles voltem a aparecer nos resultados de busca? Preciso que vocês interajam com os posts que redivulgarei nas redes sociais ao longo das próximas semanas. 😊


Para ampliar, cliquem na imagem

Obrigada! Obrigada! Obrigada! ❤️

14.3.25

Como apoiar o Gatoca sem gastar um centavo!

Atualizado em 10 de abril de 2025

Antigamente, só os ricos podiam financiar pinturas e esculturas da própria cara e fazer filantropia enquanto mantêm a população na miséria. Agora, vocês conseguem comprar a ração dos bigodes no Petz com 10% de desconto, ainda ajudar o Gatoca a seguir na luta contra os algoritmos das redes sociais e a inteligência artificial do Google para educar e mobilizar corações pelos animais.

Ou trocar na Amazon aquele aspirador que só falta tossir os pelos da bicharada de volta e patrocinar a criação do primeiro card game do projeto. Dá até para renovar o guarda-roupa (bípede e quadrúpede) na Shopee, garantindo a vida boa do Intrú ― que ainda espera sua família definitiva. Se quiser algo do Mercado Livre, aliás, escreve por aqui ou pelo Instagram que incluo na vitrine!

Ao usar nossos links para adquirir qualquer produto em um desses parceiros, uma porcentagem da sua compra é automaticamente revertida para deixar o mundo melhor ― de 7% no Petz (também válido com o cupom GATOCA) até 16% no ML, dependendo do item.

Não custa nada a mais para vocês e faz toda a diferença para a gente ― só para manter o blog no ar vão, anualmente, R$ 300 de servidor + R$ 40 do domínio nacional + R$ 90 do domínio gringo (sim, nós cultivamos grandes ambições, rs).

Ah! O incompetente do Bezos não consegue rastrear que a compra vem do Gatoca se abrir no aplicativo. Para ter certeza, vale copiar e colar o link num navegador em que dê para enxergar em alguma parte da url gigante: gatoca07-20.

Obrigada! Obrigada! Obrigada! ❤️

7.3.25

Cluboca do Livro: gato sueco dribla velho rabugento

Em Gatoca seria "gato rabugento dribla velha nada sueca" ― a foto não me deixa mentir. A boa notícia que acompanha as mordidas empolgadas, aliás, é que Intrú se recuperou da gastrite, inflamação intestinal ou qualquer revertério que tenha me feito pensar que ele morreria antes de ganhar uma casa.


Voltando ao livro, Um Homem Chamado Ove, do sueco Fredrik Backman, me abraçou durante os cuidados intensivos da despedida da Keka e é tão deliciosamente escrito que, ao concluir a leitura em e-book, acabei comprando também a versão impressa, só para poder grifar inteirinha e mandar para minha sogra, igualmente precisada de um intervalo de vida.


A gente ri da rabugice de Ove, que acredita estar cercado por idiotas, se emociona com as brechas que os vizinhos novos conseguem abrir entre as tentativas frustradas de abreviar uma existência sem sentido após a morte da esposa e torce o tempo inteiro pelo gato ― mais do que isso não posso contar! Se deem de presente esse afago na alma, mesmo fora do Cluboca do Livro.

Tem filme fofo também com o Tom Hanks, em que o personagem foi rebatizado de Otto, mais norte-americano, e no Brasil se chama O Pior Vizinho do Mundo, para manter a linha editorial da Sessão da Tarde. Mas não chega aos pés do texto do Backman ― quem descreve a passagem dos anos em modelos de carro? Depois desse, devorei Minha Avó Pede Desculpas e já botei na lista Gente Ansiosa.

O encontro para conversar sobre a leitura ocorrerá no segundo domingo de abril, dia 13, das 16h às 19h, pelo WhatsApp. Para participar, basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida e comprar sua edição favorita ― usando os links abaixo, uma porcentagem vem para a gente. :)

- Um Homem Chamado Ove, em papel
- Um Homem Chamado Ove, em e-book
- Qualquer item adquirido na Amazon partindo deste link ajuda o projeto

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