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3.2.17

Recado da família da Pretinha


Nós levantamos R$ 1.240 para ajudar a pagar as despesas da UTI. Não traz a pretolina de volta, mas renova o fôlego para continuar despiorando o mundo juntos, né? :)


Foto tirada pela Fernanda Abreu, na época do lar temporário

1.2.17

A caneca mais maravilhosa de toda a galáxia

Marina Kater-Calabró me conheceu em um dia de fúria e insistiu na amizade, dá lar temporário para os meus enroscos desde 2007 e ainda desenha lindamente. Quando pediu uma foto do Simba, eu sabia que envolveria emoções conflituosas. Mas não imaginava que elas me acompanhariam no café da manhã, como o gordinho gostava de fazer.


A caneca mais maravilhosa de toda a galáxia saiu da embalagem caprichada com lágrimas, no meio do Tubaína Bar, comemoração destes 37 anos de gangorra de vida.


E é a primeira coisa segurável com o logo do Gatoca. :)))


Talvez, ela vire um projeto. Mas isso pouco importa. ♥

27.1.17

Perdeu um gatinho? Siga estas dicas!

Converse com os vizinhos
Não espere o bichano voltar sozinho ou alguém aparecer para ajudar. Eles podem se meter em enrascadas e, quanto mais tempo a gente demora, mais longe conseguem ir. Saia tocando as campainhas do entorno, explique o ocorrido e sensibilize o maior número possível de pessoas a ficarem alertas.

Espalhe cartazes em pontos comerciais
A frequência de padarias, farmácias e mercadinhos é alta e multiplica as chances de sucesso da empreitada. Escolha uma foto em que o rosto do peludo apareça bem, apele para o drama da criança doente no texto e coloque seu telefone para contato ― nem todo mundo tem acesso fácil à internet.

Faça buscas de madrugada
O bairro se torna mais silencioso e menos "assustador". Vale gritar o nome do fujão a plenos pulmões (melhor virar o Louco dos Gatos do que dormir com o travesseiro frio, né?) e trate de apurar os ouvidos para identificar possíveis respostas. Leve também um potinho de ração e alterne os gritos com as chacoalhadas sedutoras ― medo paralisa.

Conhece alguém que perdeu um gatinho? Não julgue. As criaturas são engenhosas, telas não estão imunes a roídas, visitas às vezes se descuidam com a porta. Eu mesma tirei um bichano da boca do cachorro porque a faxineira (na época em que a gente podia delegar a lavagem da privada, rs) bobeou com a janela. Exercite a empatia. :)

20.1.17

Quatro motivos para comemorar

Jacob esperou três anos e duas adoções fracassadas para ganhar sua família de comercial de margarina. Chuvisco me fez atravessar a Marginal Pinheiros na frente dos caminhões e driblar os seguranças da Editora Abril com uma caixa de papelão miante. Feijão e Luigi perderam suas tutoras depois de meia década.

O que essa gataiada toda tem em comum? Eles recomeçaram na casa da Gláucia e do Ricardo ― com uma Valentina entre as adoções. Mas isso os leitores antigos já sabem, né? A novidade é que, 12 meses depois, Chuvisco e Feijão foram flagrados dormindo juntos! Quando o gorducho resolveu superar as diferenças e se aproximar do arqui-inimigo, o pretolino até resmungou, mas continuou colado. Gláucia disse que ainda rolam umas provocações, só que sem sangue envolvido.


Luigi recuperou os quilos perdidos de tristeza.


E Jacob trocou de vez os ataques (que renderam as duas devoluções) pelas mamadas.


O coração precisava desse intervalo, né?

16.1.17

Quatro horas para fazer a diferença!

O mundo se divide em dois tipos de pessoas. As que colocaram Lex Luthor para fora de casa aos 10 anos, porque apareceu com um tumor na boca que começou a crescer e cheirar mal. Ou que acorrentaram o vovozinho Porzingis ao relento, lhe rendendo uma infecção respiratória e o corpo magrelo coberto de feridas. Ou, ainda, que abandonaram 15 filhoticos para morrer de fome e frio na rua.

E as que batalham sem férias remuneradas nem 13º para dar a essa bicharada toda a chance de recomeçar. Lex Luthor passou por cirurgia para remoção do tumor, fez tartarectomia, foi castrado, vacinado e testado para FIV (positivo) e FeLV.


Porzingis ficou internado por quase um mês só para tratar a infecção, controlar a diarreia e ganhar peso — falta um longo caminho.


E os pequenos estão prontinhos para adoção (castrados, vacinados e testados).


Mas a Confraria dos Miados e Latidos precisa de ajuda para pagar a conta do veterinário, que vence hoje. Faltam apenas R$ 1 mil, dos mais de R$ 6 mil. E nessa dívida entram também os gatos da colecionadora do Campo Limpo (lembram?), que ainda não conseguiram suas famílias de comercial de margarina — vou escrever sobre eles nas próximas semanas, prometo.

Em que grupo vocês estão?

Associação Confraria dos Miados e Latidos
17.291.107/0001-39
Bradesco
Agência: 2626
Conta corrente: 2294-2
Banco do Brasil
Agência: 0384-0
Conta corrente: 30050-0

13.1.17

Quando a morte se engana de alvo

Pretinha partiu. Não existe outra forma de começar um post destes. Ela morreu nova, gorducha, de pelo macio e brilhante. Um engano, claramente. Para quem está chegando agora, a pequena foi castrada no mutirão do Gatoca, em 2015. Um mês depois, teve anemia severa, infecção, hepatose. E sobreviveu ― me recebia com ronrons na favela, mesmo depois das consultas veterinárias, dos exames e dos remédios.

Perdeu o primeiro lar temporário por suspeita de calicivirose, que, na verdade, era infecção na traqueia. Mais veterinário, exames, remédios. E sobreviveu. No segundo lar temporário, apareceu um gânglio inflamado no pescoço. Veterinário, exames, remédios. E sobreviveu. Em busca da família de comercial de margarina, fizemos campanhas de Halloween e Black Friday. Até que os pais da Fernanda Abreu a escolheram para dormir na cama, de cobertor.

Surgiu, então, o problema dentário estrutural e a estomatite. Arrancaram todos os molares. E a pretolina sobreviveu. Em dezembro, recebi esta foto de "feliz Natal":


Alguns dias depois, ela teve uma reação alérgica à creolina usada no ralo contra baratas, que virou edema pulmonar e pneumonia. Sobreviveu de novo. Mas voltou ao hospital na virada do ano por causa de uma diabetes misteriosa e da hepatose, onde tudo começou. A gente piscava o olho e uma nova doença tomava a conversa.

Verme transmitido por lagartixas, pancreatite, canal do fígado obstruído, cirurgia de risco. E ela sobreviveu a tudo. Só que a pressão caiu e não estabilizou nem com a transfusão de sangue. No fim de semana do meu aniversário, consegui autorização da UTI para fazer um intensivão de homeopatia, orientada pela Drª Maria Eugênica Carretero.


A guerreira chegou a melhorar ― Cristiane Conti e as meninas da Catland ajudaram com o reiki a distância. Deu uma volta no cubículo e até tentou fugir da gaiola.


Convenci a equipe do plantão a continuar o tratamento de madrugada, com direito a instruções por escrito.


Mas ela não sobreviveu. Um engano, claramente.

P.S.: Como não posso ressuscitar a gorducha, gostaria de devolver parte do dinheiro gasto na Vet Support: R$ 17.096,60. Help: doacoes@gatoca.com.br? Perder quem a gente ama e sobrar com uma dívida astronômica dessas deve ser desolador. :\

11.1.17

O fantástico universo das plantas

Nas etiquetas estava escrito "graminha para gato" ― sim, eu caí nesse golpe de novo. Os bigodes cheiraram, derrubaram os vasinhos (antes da jardineira), espalharam terra por toda a sala, como de costume.


E quem fez sucesso, acreditem, foi o Alegrim (eu deveria receber um salário para inventar nomes de esmaltes, drinks e plantas). Além de deixar as batatas assadas mais saborosas do que o alecrim industrializado, dizem que ele também funciona como faxineiro energético. Ainda dá uma força na decoração natalina.

Quatro a zero para o pinheirinho de tempero!

6.1.17

Protesto felino

Hoje é aniversário da mamãe.

A gente esperou o dia inteiro para comemorar com colo, carinho, comida especial e sabem o que ela fez? Chegou tarde da noite, toda felizona! Se imaginássemos que esse ultraje poderia acontecer, não teríamos dormido nas cadeiras macias e fofinhas da mesa de zoar, com sol na barriga e vento refrescante nos bigodes. Aguardem que haverá retaliação. Xixi na esponja de lavar louça ou vaso do manjericão capotado no fogão, ainda estamos decidindo.

4.1.17

Acerte no brinquedo do seu gato!

Existem três tipos de brinquedos para gatos. Os de filhote, que pressupõem ação. Os de adulto, que permitem executar essa ação deitado. E aqueles que viram diversão sem planejamento nem grana envolvida. Já escrevi bastante sobre a última categoria, que contempla, além de milhares de objetos inusitados, as bolinhas de papel, os prendedores de pão e as caixas de papelão.

Bebês caçam qualquer coisa que se mova, né? Este post (não pago), portanto, tem o objetivo de compartilhar o primeiro sucesso brinquedístico com bigodes decenários: um spa massageador! Sem levantar a carcaça do tapete de borracha, eles podem escovar os pelos na parte verde, esfregar a cabeça na rodela azul, morder e massagear as gengivas na pecinha do centro.

O catnip desidratado ainda rende excelentes vídeos para o Youtube. rs

31.12.16

2016

Se eu pudesse voltar no tempo, pesaria Simba todo mês para perceber a evolução da doença renal antes que fosse tarde demais. Ou melhor: começaria o tratamento preventivo com homeopatia e daria água na seringa todo dia. Pensando bem, acho que resgataria o gordinho ainda filhote para que a rua não deixasse suas marcas. Como eu não gostava de bicho, porém, teria de programar a máquina para a década de 80 e convencer mamãe a trocar os peixes moribundos por um gatinho.

Acontece que a gente só pode voltar no tempo simbolicamente, escrevendo retrospectivas. E, por mais que elas enfileirem apertos, nas entrelinhas certamente há abraços. De amigos, de desconhecidos, do acaso. Em 2016, os janelões de Gatoca se despediram do sol ― foram 33 dias de garoa, registrados em 22 diários terapêuticos (os links estão no pé do post). E ainda chovo pela casa.

Em 2016, os janelões da Laís e da Lara Razza receberam Catrina, a gata azarada que caçou a sorte na garra ao negativar uma leucemia felina. Pituca, a primeira resgatinha do projeto, me recebeu para uma tarde de cafuné, 9 anos mais grisalha. E Feijão e Luigi receberam o amor incondicional da pequena Valentina, após a perda da primeira família.

Pandora comemorou o sétimo aniversário de adoção à beira da piscina. E os animais de Paranapiacaba esperam comemorar uma atitude do poder público que os tire da rua ― denúncia no Ministério Público e matéria na Vejinha não bastaram. Pretinha deixou o chão de terra da favela para dormir na cama. E os oito bichanos da colecionadora do Campo Limpo deixaram o cubículo imundo para bagunçar na Confraria dos Miados e Latidos ― nem todos ficaram lá, mas essa história ainda não tive estômago para contar.

Em janeiro, saiu o primeiro e-book do Gatoca, com direito a bate papo na Rádio Bandeirantes. Nos meses seguintes, saíram 24 textos para o Yahoo!. E a participação do Global Causes, iniciativa do Facebook ocorrida simultaneamente em 30 países. O primeiro mico no Snapchat. A parceria com a Farmina, sem transgênicos nem conservantes artificiais. O primeiro milhão de acessos neste blog. O primeiro projeto com crianças. E eu saí do AUG para plantar mais sementes por aqui. :)

O post sobre a doença que nos roubou o leãozinho alcançou 188 mil usuários na rede do Zuckerberg, somando 4,9 mil compartilhamentos e 20 mil curtidas! Gatoca também conscientizou leitores sobre os bichos de raça e por que adotar, o abandono de coelhos na Páscoa, os perigos de cheiros fortes e de se humanizar os peludos, a importância do enriquecimento ambiental, os mitos da alimentação animal, o colecionismo.

Também ensinou as diferenças das gripes felina e canina, os macetes para dar líquidos na seringa, como plantar milho de pipoca, que suculentas e gatos supercombinam, por que eles não gostam de sabores doces. E incentivou a denunciar maus-tratos, a não ignorar um bichano abandonado, a aquecer bípedes e quadrúpedes, a repensar hábitos alimentares, a deixar o mundo melhor com um passo.

Os bigodes seguiram marcando presença no trabalho (1 e 2), nas roupas (1 e 2), nos furtos (que renderam até concurso), na cama do escritório, nos banhos, no colo, nas caixas de papelão, na estante, no pano de prato, nos cafés da manhã, na máfia, nas contas a pagar, no túnel, nos almofadões, nas sacolas, nas Olimpíadas, nos chinelos, no taoismo, nas performances, nas plantas, nas cadeiras, sob as banquetas, na mesa de zoar, nas prateleiras.

Nos aprendizados (1 e 2) e no recomeço.

Teve festerê para a Chocolate, para a Clara, para a Guda, para as Gudinhas, para o Gatoca (1, 2 e 3), para o Dia do Amigo, para o Simba (o último, snif), para o Mercvrivs. E vocês ajudaram este projeto de muitos corações a continuar assinando o Clube na Kickante, dobrando a doação com o 13º, eternizando a trupe em ilustração, perguntando frequentemente se faltava algo, contando as transformações inspiradas por aí. Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Se eu pudesse voltar no tempo, talvez descobrisse que as coisas acontecem exatamente do jeito que deve ser.


Foto de Leo Eichinger ♥

Retrospectivas dos anos anteriores: 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

27.12.16

Como nocautear um gato

Eles resistiram bravamente à mudança para o apertamento (sem jardim), à ração renal, aos exames de laboratório, às seringadas diárias de água, às visitas das crianças. Mas 33ºC de casaco de pele é sacanagem!

23.12.16

Especial de Natal: você pode deixar o mundo melhor

Não espere ganhar na loteria, ter mais tempo, trocar de trabalho, casar, separar, encaminhar os filhos, enterrar os pais. Também não adianta delegar ― isso só funciona enquanto a gente acredita em Papai Noel. Flexione levemente um dos joelhos, levante a perna o suficiente para permitir o movimento e apoie o pé no chão, um tico à frente (a outra perna sabe o que fazer). Tudo começa com um passo, desde comprar pão na esquina até descobrir a cura para o câncer.

E vou dar um exemplo bichístico, senão este post não estaria aqui. A caminho da Cobasi, cruzei com uma cachorrinha magrela deitada na banca de jornal, completamente invisível. Não, eu não conseguiria enfiá-la no apertamento com mais nove gatos. Mas a enxerguei. E, quando a gente enxerga uma vez, não pode mais se valer da bênção dos ignorantes.

Comprei uma latinha de ração úmida para ter certeza de que não seria rejeitada, pedi um potinho emprestado para o funcionário do pet shop e atraí a pretolina até o estacionamento, onde mais corações de pudim se sensibilizariam. Em meia hora, ela ganhou dois sacos de ração seca, um monte de carinho e uma chance de adoção pós-conversa com o marido.

Tirei fotos para ajudar na divulgação caso tudo desse errado (capricorniana), sondei a possibilidade de uma consulta veterinária solidária (grande) e deixei-a cercada de um afeto inimaginável no quarteirão anterior. À tarde, me contaram depois, o dono de um HB20 branco levou-a para recomeçar. A vida funciona assim: basta alguém quebrar o padrão para quem está em volta se sentir cutucado a fazer diferente também.

Já flexionou o joelho?

20.12.16

Suculentas e gatos

Depois dos posts da Simbalenta (1 e 2), muita gente me escreveu perguntando se esse tipo de planta não era tóxica para os bigodes. Pois observem as folhas da coitada.


Agora, vejam a criatura que a deixou nesse estado e tirem suas conclusões.

16.12.16

Sonhei com o Simba!

O gordinho estava sentado-deitado na mesa da cozinha da nossa casa de infância e eu dava um grito de felicidade quando o via. Ele correspondia com o olhar afetuoso, miava daquele jeitinho inconfundível e se transformava em outro gato: vesgolino, de pelo longo, embora ainda amarelo-tigrado.

Tenho "enxergado" o leãozinho de relance pelo apertamento há uns dias. Primeiro, dentro da caixa de papelão, na sala, e ontem na cama do escritório, perto do canto da parede. Entendi que ele quis me dizer que continua por aqui, só que diferente.

55 dias depois, devia estar escolhendo as palavras.

14.12.16

Mesa de zoar

Parece que a gente se mudou ontem, mas já faz três anos. O sofá e a mesa de jantar, que viriam logo depois da reforma iluminadora, viraram exames veterinários (no plural), consertos mecânicos (no plural também), tratamento homeopático para a asma-rinite-sinusite (eterno), curso de elaboração de projetos (plantando sementes!).

E o amor pôde ser exercitado a cada almoço na bancadinha do micro-ondas e conversa entorta-coluna no colchão com pillow top. Segunda passada, Tati Pagamisse doou sua mesa de 200 lugares para Gatoca. Os bigodes afiaram as unhas em todas as cadeiras, vomitaram nos assentos, capotaram a Simbalenta no tampo de vidro. Tudo isso em menos de 24 horas.

Leo e eu continuamos exercitando nosso amor.