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20.10.17

Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço

Depois de amanhã, completa um ano que Simba morreu ontem. Trinta e três dias antes da derrota para a insuficiência renal, eu perguntei à veterinária se daria tempo de mudar para Sorocaba e devolver ao tigrinho o jardim perdido. Não deu. Mas aproveitei todas as oportunidades dos últimos 12 meses-voadores para conscientizar sobre a doença e evitar outros desfechos assim (links no fim do post).

Relembrar ainda me encharca o coração. A data, porém, precisa ser ressignificada. Quando desabei sobre este teclado pós-tentativa fracassada de fluidoterapia, vocês me ensinaram macetes para facilitar a aplicação, gravaram até vídeo e a missão se tornou um tico menos amarga. É minha vez de retribuir ― passem para frente!

Encarar o desafio do soro vale muito a pena porque ajuda a diluir o excesso de ureia no sangue, herança do funcionamento capenga dos rins, amenizando o enjoo e as úlceras, na boca e no estômago, que matam o apetite. E a aplicação caseira estressa bem menos o bichano, além de sair muito mais em conta.

Comece com o veterinário
Só ele pode prescrever a quantidade ideal de soro para o animal e tem expertise para orientar a primeira aplicação.

Compre equipo e bolsas pela internet
A diferença de preço compensa o frete.

Arrume um fiel escudeiro
Eu distraía o leãozinho com carinho, enquanto Leo fazia o serviço sujo, e sobrava com as mãos livres para conter as tentativas de fuga. Mas hei de confessar que tem leitora-mulherão que dá conta do recado sozinha, imobilizando o peludo pelo cangote.

Escolha um cantinho confortável
Não esqueça, porém, que o soro precisará ficar pendurado.

Vista uma jaqueta jeans
Ela protege braços e peito dos arranhões, sem tecnologia espacial.

Esquente a bolsa
Uns 30 segundos no micro-ondas bastam, porque o líquido geladão entrando no corpo assusta.

Use escalpe em vez de agulha normal
Essa dica merece beijo na boca! Como a agulha do escalpe é mais curtinha, não há risco de sair do outro lado da pele na pinça nem de perfurar algo importante. E fica mais bem fácil segurar pela borboletinha.

Encare o calibre grosso
Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, dói menos do que o fininho, porque o soro, ardido, corre mais rápido. A gente comprava escalpe 19, branco.

Aplique na lateral do corpo
A bolota que se forma incomoda menos nessa região e dá para ir alternando os lados. Nos casos de aplicação-solo, vale centralizar a picada no cangote para evitar que o soro desça para uma das patas.

Tenha paciência
As primeiras vezes são difíceis mesmo, mas o bichinho acaba acostumando ― e a gente também.



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19.10.17

O melhor arranhador do mundo

O primeiro arranhador dos bigodes tinha uma casinha no topo e, como todo imóvel com vista panorâmica, custou uma fortuna. Eles nunca usaram. Nem a casinha nem o tronco de sisal, curto demais para afiar as garras esticadão. Esse é o segredo de um bom arranhador, novatos.


Quando Neise doou o cone de peixinhos para uma rifa do Gatoca, eu fiquei de cara com o combo sucesso + simplicidade. E, há sete anos, só mudo as cores dos peixinhos ― ela abortou a produção faz tempo, mas sempre acaba abrindo uma exceção para o meu chororô. No fim de semana, chegaram os modelitos sorocabanos. Vejam a felicidade da criatura e copiem sem culpa. :)

13.10.17

Socialização de gatos ariscos ou muito medrosos

No post da familinha de ferais que Gabi e Julio herdaram com a mudança, eu comentei que Kuka Fischer, do Stray Cats, tinha nos dado um monte de dicas bacanas, lembram? (O projeto dela castrou mais de 200 bichanos assim.) Pois chegou a hora de compartilhá-las! Se você precisa encarar o desafio de encantar um bigode, pegue papel e caneta ― ou print esta tela mesmo.

A primeira estratégia de sedução passa pela barriga: coloque um potinho com sachê/patê/petisco apelativo a um metro de distância e deixe o peludo comer e sair correndo, sem tentar tocar ou fazer movimentos bruscos. Quando eles perceberem que não serão atacados, tendem a relaxar ― tanto que alimentador de colônia consegue encostar até nos piores ferais.

Se programe para ficar um tempo por dia na área em que o gato está. Vale bater papo com alguém, ler um livro, tomar sol. Quanto mais contato visual melhor. Kuka chegou a dormir no banheiro para servir de Guliver a uma ninhada antissocial. Em dois dias os pequenos já arriscavam cheirá-la, em cinco entenderam que não virariam banquete. O segredo, ela enfatiza, é se mexer o mínimo possível porque eles interpretam errado.

E a castração, citada no começo do texto, termina de acalmar os humores ― saiba os benefícios e lugares que operam de graça aqui. Se não rolar atrair o animal para a caixa de transporte com comida (uma amiga pedia sangue, argh!, no açougue e fazia um rastro), apele à gatoeira (várias ONGs emprestam) ou contrate um laçador fofo como o Niko (contato por e-mail).


Ah! No Felinos Urbanos tem uma tradução importantíssima do Neighborhood Cats, projeto pioneiro de CED, explicando que há ferais que jamais viverão felizes em "apertamento", constantemente apavorados e estressados. Se rolar uma suspeita de que pode ser o caso aí, melhor castrar e soltar no mesmo local da captura.

11.10.17

Paz

De quem trocou a poluição da Anchieta por pores de sol, as buzinas de motoboy por cigarras e passarinhos, o trânsito noturno pelo som da própria respiração. 💚






6.10.17

Jardim de "dorgas"

Os bigodes já curtiram uma brisa com o clássico catnip desidratado, com vasinhos de catnip, almofadinhas de catnip e até spa de catnip ― se você desconhece a erva do gato politicamente correta, clique aqui. Mas nunca tiveram uma plantação inteira para deitar e rolar, literalmente. E eu não seria uma tutora antenada sem realizar esse sonho.

O dia de plantar as mudinhas entrou para a história de Gatoca.




A blindagem improvisada, na esperança de rolar um enraizamento plantístico, também: durou menos de 24 horas.




E o que restou, 26 pores de sol depois, foi esta terra arrasada.

5.10.17

As aglomerações de Gatoca

Tradicional favela felina.


Favelinha hipster.

29.9.17

Quando dá match com Chicão

Lembram do Zézo, que apareceu na garagem do escritório do Julio, meu contador-amigo? Ele foi adotado por uma colega de artesanato da Gabi, a esposa-amiga. Virou Tato, ganhou um irmão humano de 3 anos, o Theo, uma parceira canina velhinha, a Nina, e duas camas para se esticar folgadão.




A história deveria acabar aí. Mas, quando São Francisco encasqueta com a gente, as continuações humilham a franquia do 007. E uma familinha de ferais se mudou para a casa nova da Gabi e do Julio antes deles, ficando presa no quintal com a instalação das telas. Kuka Fischer, do Stray Cats, deu uma superconsultoria de socialização dos bichanos, que só permitem fotos a distância.


Os pequeninos começaram a comer ração esta semana e logo poderão ser castrados, junto com a mãe e o (suposto) pai ― não vamos sofrer por antecipação pensando na captura, não vamos sofrer por antecipação pensando na captura, não vamos sofrer por antecipação pensando na captura.

Conto com a ajuda de vocês para pagar as cirurgias e arrumar mais cinco finais felizes? Olhem estas carinhas!


27.9.17

Fungo: quem tem pele teme

A variação de fungos no mundo surpreende e os estragos causados por eles (ignoremos os cogumelos) vão de infecção de pele a doenças sistêmicas que atingem órgãos distintos. Mas este post se concentrará na micose, uma inflamação da camada superior da epiderme, transmissível a outros bigodes e também a seres humanos.

Como os tais fungos são versáteis, vivendo na terra, em pisos, tapetes e até nos próprios bichanos, qualquer queda na imunidade pode virar carequice e vermelhidão. E foi o que aconteceu aqui em Gatoca, com o estresse da mudança para Sorocaba. Guda apareceu com a primeira orelha avariada, depois vieram Jujuba, Pipoca, Pimenta e Chocolate.

Todos os ouvidos estavam limpinhos (sim, eu consegui examinar a Jujuba!) e não encontrei pulgas que justificassem a coçação coletiva. A vet fechou, então, o diagnóstico poupando os peludos da cultura fúngica. E o tratamento, claro, ficou por conta da homeopatia ― as clareiras já começaram a "repelar", sem efeitos colaterais nem cenas de terror durante a medicação.

21.9.17

Melhor guardião felino: resultado!

Quem dorme na casa da Eliza Mancuso é surpreendido por um cafuné atípico: Petúnia solta elásticos do cabelo com a habilidade de um trombadinha da Sessão da Tarde e leva correndo para seu refúgio secreto, onde a jornada de trabalho jamais adentra a madrugada (Fora, Temer!).

O feito felino rendeu à família humana o novo livro da Rosana Rios e da Helena Gomes, que o resto de nós, mortais, só poderá comprar no sábado, a partir das 18h30, na Martins Fontes da Av. Paulista ― manda seu endereço por e-mail, Eliza: contato@gatoca.com.br?


Para ver a votação, cliquem na imagem
(As respostas completas estão aqui)

Eu já escrevi antes, mas vale o byte repetir: parte da renda de cada exemplar de Os Guardiões do Pentagrama (mesmo pós-evento) será revertida para a ONG Adote um Gatinho, que protege os bichanos de São Paulo.

Quem vamos? :)

18.9.17

Primeiro aniversário sem aniversariante

Faz quase um ano. Mas parece que foi ontem. O aniversário de adoção foi mesmo. Só que você não me recebeu cantando na porta, não comeu seu petisco favorito antes dos amigos, não ganhou cafuné-japonesinho ― aquele de repuxar os olhos de gente.

E, quase um ano depois, cá estou eu salgando mais uma vez a sua falta. Dizem que a vida é uma espiral: de tempos em tempos, a gente volta ao mesmo ponto, com bagagem diferente para se reinventar. Você chegou magrelinho-desconfiado, cheio de cicatrizes de briga.


Cultivou a barriga mais apertável de Gatoca.


E partiu magrelinho-amado, quando brigar contra a insuficiência renal deixou de fazer sentido.


Eu te acolhi e libertei com o ponteiro da balança marcando o mesmo número ― apesar do interlúdio de uma década. Mas aqui dentro nada ficou igual.

*Novelinha: Conheça a história do Simba

Outros aniversários: 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

15.9.17

Dá para telar casa, sim!

Quando eu blindei o apertamento, escrevi um post dizendo que os bigodes só sairiam de lá para a próxima casa, com jardim. Quatro anos depois, cá estamos nós! (Com todos os prazeres e desprazeres da jornada.) E o pessoal da Redes 2000 veio até Sorocaba para garantir que a gangue permanecesse a salvo dos perigos da rua.


Gilvan, Leilson e Diego trabalharam por cinco horas sob o sol escaldante, sugeriram soluções em que eu jamais pensaria para pontos complexos, alcançaram cantinhos aparentemente inacessíveis.




E fizeram tudo isso com capricho e bom humor.


Edmundo, dono da empresa, doou ao Gatoca 53 m de rede, em um serviço que custaria R$ 2.141 ― nem o corrimão da escada externa ficou de fora.


E a gente pôde continuar investindo tempo e amor (dinheiro não tem mesmo, rs) no projeto de educar, conscientizar e mobilizar cada vez mais corações de pudim por um mundo melhor. :)

14.9.17

Melhor guardião felino: votação

Bora escolher o bigode que vai poder guardar com suas sete vidas (e bumbum cheiroso) o novo livro da Rosana Rios e da Helena Gomes? Votem na enquete abaixo, de respostas resumidas por falta de espaço, e cliquem aqui para se divertir com os relatos completos.

O resultado sai na próxima quinta-feira. E dia 23 tem noite de autógrafos na Martins Fontes da Av. Paulista, entre 18h30 e 21h. Quem comprar um exemplar (ou mais, rs) de Os Guardiões do Pentagrama ajudará a ONG Adote um Gatinho a continuar protegendo os bichanos de São Paulo.

8.9.17

Melhores lugares para dormir

Eu aqui, desesperada para colocar a casa pós-mudança em ordem, e os bigodes amando a bagunça e a sujeira ― as caixas de papelão minúsculas eles já curtiam no apertamento.


Pufosa descobrindo novas curvas


Guda e a coleção de lixeiras


Vassoura de jardim em vez do jardim


Pipoca reinventando a cadeira

6.9.17

Casa nova, bebedouro novo

Em casa de gateiro, não pode faltar bebedouro elétrico. Eu sempre reforço aqui no blog que bichanos são resistentes à hidratação voluntária porque seus ancestrais caçavam animais menores, com 70% de líquido no corpo, e não precisavam tomar a mistura morna de poeira e pelos da tigela. Essa resistência, somada a uma dieta baseada exclusivamente em ração seca, acaba virando insuficiência renal e não tem final feliz.

Depois de perder o Simba, eu passei a seringar os bigodes todo santo dia, peguei fila no açougue (argh!) para experimentar a alimentação natural, fiz parceria com a Pet Delícia, única ração úmida que a Keka come sem vomitar porque não contém corante nem conservantes. Mas o bebedouro continuou Gatolino ― a torneirinha simples dele é mais eficaz do que todos os modelos importados que a gente testou.


Para decorar a casa nova, Katia Zutter presenteou os peludos com essa versão vermelho-arrasadora, limpadores felpudinhos (vocês podem comprar em tabacaria, aqueles para cachimbo mesmo) e bilhete-amor.


Keka achou a frajola do adesivo muito bonita.

Leia também: 7 dicas que podem salvar seu gato da doença renal

1.9.17

Bastidores da mudança

Eu namoro Sorocaba desde a doação da Pandora, a história mais incrível deste blog. A cada festinha de aniversário (e foram muitas), deixava a cidade de coração partido, rumo ao caos de São Bernardo, uma extensão de São Paulo sem a parte boa. Até que a parede da nossa sala desabou com a reforma do vizinho.

Primeiro, eu urrei todos os urros. Depois, chorei todas as lágrimas. E, então, decidi recomeçar. Em três meses e meio, virei do avesso os sites de imobiliárias, visitei uma dezena de casas com a ajuda imprescindível da Rose, aluguei o apertamento para a Maira, amiga querida, e nos mudamos ― quando a escolha é certa, as coisas fluem.


Maga pagou o almoço de comemoração, Casé e Rosa capricharam no jantar, Paula emprestou três transportes felinos, Tati e Mari embalaram, carregaram e descarregaram mil caixas. Maira ainda doou seus armários de cozinha, Miriam o sofá (agora a gente tem sofá!), a sogra parte do carreto, com aspirador de pó de brinde. E cá viemos nós, trazendo chuva e céu cinza (sorry, sorocabanos!).

Por uma semana, os bigodes ficaram presos no escritório, enquanto a gente dormia, comia, tomava banho entre caixas ― e tudo que podia dar errado seguia dando (fogão quebrado no caminhão, colchão torto e molhado, vazamento no box, água do filtro turva, guarda-roupas imontável, montador com a agenda cheia).

Mas só na primeira noite, acreditem, rolaram fuzzz coletivos ― Leo e eu, por outro lado, brigamos uns três dias consecutivos. Morar apertado favoreceu a socialização das Gudinhas. Maru também preparou o emocional dos peludos com homeopatia (recomendo muito!), as caixas de transporte ficaram no chão para eles acostumarem com o cheiro e só faltou passar essência de lavanda, não encontrada a tempo.

Em vez da escarificação de 2013, este foi o arranhãozico-lembrança de 2017.


Agora, está todo mundo solto, de pelo imundo, torrando no sol e vomitando matinho na sala. O pinheiro do jardim me lembra os Natais de infância, a primavera se tornou minha planta favorita de vida adulta e, para qualquer cantinho que eu olhe, imagino como o Simba gostaria de ter vivido um tico mais.