Gatoca

Educação, sensibilização e mobilização pelos animais

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7.2.19

Quando Gatoca apelou aos bombeiros

Pessoas normais comemoram seus aniversários com jantar, balada, viagem. Leo resolveu festejar o dele, no dia 22 de janeiro, podando a primavera que ameaçava transformar Gatoca na casa dos hobbits. E descobriu um vespeiro! Mas só depois de ter sido atacado no braço, nas costas, no peito e saído em todas as fotos comemorativas com a boca da Angelina Jolie.


Como o serviço de remoção particular custava dois cortes de cabelo, aqueles que estamos adiando há meses, liguei para a prefeitura ― em três dias diferentes. E preenchi o formulário de "vigilância epidemiológica" no site, para ver se rolava um atendimento nesta encarnação.

Me encaminharam, então, aos bombeiros. Que também não fazem esse serviço. Mas chegaram naquele caminhão para-vizinhança, explicaram que se tratava de uma arapoá não venenosa e nos ensinaram como realocar o ninho sozinhos.






Nossa aventura de amanhã certamente seria mais fácil se, como os médicos sugerem, eu não tivesse pesquisado infos sobre a espécie no Google:

"Conhecida também pelo nome de irapuã, é uma abelha social brasileira extremamente agressiva. Não possui ferrão, mas se enrosca nos pelos e nos cabelos das pessoas. Isso acontece porque seu corpo está normalmente coberto por resinas de árvores. Quando se sentem ameaçadas, procuram penetrar orifícios dos agressores, como as orelhas e narinas."

Aceitamos vibrações positivas.

31.1.19

O lado não glamouroso da vida de gateira

O pessoal vê os gatos fofos no Instagram, ouve relatos emocionantes de tutores, chora com livros. Mas ninguém comenta a alegria de carregar, por exemplo, 22 kg de ração no sol. Ou de arrastar 36 kg de areia, que não durarão duas semanas ― isso porque os bigodes usam o jardim de banheiro. Tem ainda o prazer supremo de descobrir que todas as suas calcinhas novas estão furadas.

28.1.19

Como ajudar os animais de Brumadinho

Eu li muitas reportagens sobre o rompimento da barragem da Vale, que deixou Brumadinho (MG) soterrada em lama e detritos de mina. Assisti a vídeos de biólogo, jornalista, ecossocialista. Vi fotos arrasadoras (e revoltantes) dos bichos ilhados e mortos. Mas compartilhar desgraça não é o propósito deste projeto, que precisa de pessoas inteiras para continuar na luta.

Luli Sarraf me deu, então, a oportunidade de engajar o Gatoca na solução de parte (ainda que pequena) do desastre: a Celebridade-Vira Lata está arrecadando ração, água e jornal para levar à equipe de veterinários que atuará no local assim que os policiais liberarem o acesso.

O posto de coleta para quem mora em São Paulo é a Nature Dog House, na Av Jamaris, 1092, em Moema. E eu me disponho a juntar as doações sorocabanas. Em breve, deve rolar também uma vaquinha para custear o transporte e a compra de insumos. Fiquem de olho na página da Celebridade no Facebook!

O Ministério Público de Minas havia cobrado o resgate imediato dos animais, a assessoria de imprensa da Vale informou que o trabalho já estava sendo feito por oito equipes, mas grupos de proteção reclamam da falta de apoio. E o Conselho Regional de Medicina Veterinária foi procurado por mais de 1 mil voluntários oferecendo ajuda!


Vale a pena, humanidade? (Foto de Márcia Foletto)

25.1.19

Um convite às gateiras do Gatoca!

Claro que meninos são bem-vindos neste projeto. E quem tem outros bichos também, de cachorro a galinha, contanto que não role exploração. Mas a verdade é que quem curte e compartilha o conteúdo do Gatoca são, esmagadoramente, mulheres. Eu quero propor a vocês, então, um outro jeito de interagir com este espaço virtual ― e com a vida.

Primeiro, vale contextualizar os fatos: no início do blog, há mais de uma década, os posts alcançavam bem menos gente. Mas essas pessoas vinham até aqui para acompanhar as peripécias dos bigodes e as aventuras do coração de pudim. E se demoravam. E levavam o Gatoca com elas, nas pequenas atitudes do cotidiano.

Hoje, nossa fanpage no Facebook tem 6,3 mil seguidores. Só que o algoritmo mostra o conteúdo para apenas 2%. E isso não quer dizer que esses 2% vão ler porque, na competição com memes e polêmicas políticas, a gente acaba perdendo.

Eu poderia ignorar que já coloco dinheiro do bolso (agora, com o apoio de vocês no Catarse 💙) para sensibilizar a população a uma convivência mais harmônica com os animais, função do poder público, e pagar também o Facebook. Mas curtidas aleatórias não se convertem em mundo melhor ― nem seguidores que só quererem ser seguidos de volta no Instagram.

É nossa comunidade fiel que ajuda o projeto a plantar as sementes de transformação. E nós podemos fazer isso de um jeito mais efetivo. Grátis! Quando aparecer um post do Gatoca na timeline de vocês, comentem, como antigamente. Além de enriquecer o debate (ou a piada, rs), essa interação define nossa relevância ― quanto mais relevante, mais gente vê.

Eu testei com o bumbum da Clara e vocês se divertiram compartilhando traseiros peludos, lembram? :)


Para rever o post original, cliquem na imagem

Claro que nem sempre a gente tem esse tempo. Mas uma figurinha já faz diferença para driblar um algoritmo que foca na quantidade, não na qualidade. E fica uma reflexão: que tal expandir o "slow reading" (leitura desfrutada, numa tradução livre) para a vida offline?

A gente não precisa estar por dentro de todos os assuntos, conhecer todos os lugares, vivenciar todas as experiências. Basta escolher um texto que te faça terminar melhor do que começou, uma exposição que tire seus pés da zona de conforto, um café com amigos não "escroláveis".

Produtividade é para robôs.

24.1.19

O primeiro unicórnio gatoqueiro

É uma mistura de startup analógica de produção de miado apelativo e animal mitológico de gênero não-binário, com valor de mercado puramente sentimental.

18.1.19

O que move nossas escolhas

Toda vez que eu penso que as coisas seriam mais fáceis se tivesse doado a ninhada da Guda (relato do golpe da barriga: parte 1 e parte 2), me deparo com uma cena destas e lembro que a vida é, na verdade, sobre afetos.

15.1.19

Exclusivo: PLS 470, que aumenta a pena de crimes contra animais, é pior do que parecia!

O Vista-se noticiou em dezembro que o projeto de lei proposto pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pós-assassinato da cachorrinha do Carrefour, até tinha boas intenções. Mas, com as emendas posteriores, liberaria os maus-tratos praticados em esportes equestres e vaquejadas. Só que esse não me pareceu ser o único problema. E demorei para escrever a respeito porque preferi ouvir um especialista.

Mariana Levischi, a irmã-advogada, dissecou para o Gatoca as mudanças que ocorrerão na Lei de Crimes Ambientais caso o PLS 470/2018 passe como está ― e levantou uma questão importante, para a qual ninguém se atentou! Encaminhado à Câmara dos Deputados há quase um mês, ele aguarda os pareceres das comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e Constituição, Justiça e Cidadania.

No site, dá para ver que ganhou outro número: PL 11210/2018 (mantendo o original indexado). E que pediram para juntar o PL-7199/2010, que há nove anos também propôs alterações no artigo 32 dessa lei e acabou engavetado. É impossível prever se a votação ocorrerá rápido ou na próxima década. Mas todo mundo deve clicar em "cadastrar para acompanhamento" (em verde, no final da página) para receber as atualizações por e-mail.

O texto precisa de uma redação decente, voltando a ser apreciado pelo Senado. E a gente não pode perder o timing da pressão!

O que diz a atual Lei de Crimes Ambientais
Sancionada em 12 de fevereiro de 1998, a Lei 9.605 pune quem maltrata animais com pena de detenção de três meses a um ano, podendo ser cumprida em regime semiaberto ou aberto, + multa (íntegra aqui). Como o crime é considerado de menor potencial ofensivo, o processo corre no Juizado Especial Criminal e o canalha pode trocar a soneca na cadeia por uma pena alternativa, como o pagamento das famosas cestas básicas.

A versão original do PLS 470/2018
O senador Randolfe Rodrigues propôs elevar a pena para quem sacaneia bicho de um a três anos, ainda podendo ser cumprida em regime semiaberto ou aberto, e punir financeiramente estabelecimentos comerciais (íntegra aqui). Com esse teto de três anos, o crime deixa de ser considerado de menor potencial ofensivo, vai para o Juízo Comum Ordinário e não permite mais pena alternativa. Teoricamente (vamos explicar mais para frente).

O que propunha a emenda do bem
Apresentada pelo próprio senador Randolfe Rodrigues, a primeira emenda a esse PLS subia ainda mais o limite máximo da pena de maus-tratos, de três para quatro anos, substituía a palavra "detenção" por "reclusão", permitindo o cumprimento em regime fechado, e acrescentava abandono nas práticas criminosas, porque tem gente, acreditem, que não entende assim (íntegra aqui).

O que propõe a emenda do mal
Apresentada pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), a segunda emenda tirou a palavra "abandono" recém-incluída pelo colega, tornou a substituir "reclusão" por "detenção", nos roubando o prazer de ver gente escrota 24h atrás das grades, e excluiu esportes equestres e vaquejadas da categoria de maus-tratos (íntegra aqui) ― porque é uma delícia ter o rabo arrancado, as patas fraturadas ou amputadas, os ligamentos e vasos sanguíneos rompidos e a coluna lesionada, certo?

Teve ainda uma terceira emenda, apresentada pelo senador Telmário Mota (PTB-RR), que também excluía de maus-tratos os "animais destinados à cadeia alimentar, ao desporto e ao trabalho" (íntegra aqui), mas essa nem chegou a ser aprovada.

Um detalhe essencial, que passou despercebido
Mesmo que a gente ignore a crueldade dos esportes equestres e das vaquejadas, não considere abandono maus-tratos e se contente com as penas de detenção em regime semiaberto e aberto (melhor do que o pagamento de cestas básicas), nem isso o PLS 470 garante. "Por quê?", vocês devem estar se perguntando incrédulos e exaustos pelo juridiquês.

Porque os gênios dos nossos políticos não leem as leis inteiras. E esse projeto altera apenas o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, ignorando que o artigo 7, responsável por especificar a aplicação das penas, prevê, sim, versão alternativa para até quatro anos de condenação, se a substituição servir como reprovação e prevenção (íntegra aqui).

Fica, então, a cargo do juiz decidir. E por que ele decidiria dessa forma? Porque existe uma tendência mundial de desencarceramento (que é boa) para evitar devolver à sociedade pessoas piores do que antes de entrarem na prisão. E nem todos os juízes enxergam torturadores e assassinos de animais como psicopatas em potencial. Quem quiser saber mais sobre essas "medidas despenalizadoras" pode seguir até o final do post.

Aos que resolverem parar por aqui (e eu superentendo!), o resumo da ópera: nós sobraremos só com a parte ruim do projeto de lei, que blinda de processos judiciais abusadores de cavalos e vacas.

Bônus: como funcionam as medidas despenalizadoras
Em casos de penas mínimas menores ou iguais a um ano, o Ministério Público pode propor a suspensão do processo (antes do julgamento) por um período dois a quatro anos, tempo em que o acusado pelo crime será monitorado e deverá preencher as condições descritas no artigo 89, da Lei 9099/95. Não se discute a culpa e, andando na linha, o processo se encerra, seguindo o réu como primário.

Nas penas privativas de liberdade não superiores a dois anos, recebidas após o julgamento, o Ministério Público também pode propor essa suspensão para monitorar o comportamento, só que de acordo com os artigos 77 a 80, do Código Penal. E o réu deixa de ser primário, porque já existiu uma condenação. O que se extingue, portanto, é a execução da pena.

Deu para entender ou meus três dias de pesquisa, entrevista e tradução jornalística foram vãos? rs


Chocolate se escondendo das pequenas do Leo :)

11.1.19

Metas animais para 2019!

Eu rascunhei este post como "resoluções para 2019", mas "metas" parece mais forte (além de menos velho). E a gente vai precisar de motivação extra para tirar projetos do papel em tempos de crise, né? Nota mental: substituir "crise" por "oportunidade".

No vídeo, tem objetivo pessoal, coletivo (quem vem?), ambicioso, em parceria, de festa. E imagens inéditas da sala de Gatoca, porque eu ganhei um microfone de lapela e agora posso gravar dentro de casa sem eco! rs

Vocês devem estar se perguntando qual é a ligação entre os livros da foto e um país melhor para os animais ― gato, cachorro, bezerro, gente. Assistam oras!

10.1.19

Surpresa de aniversário: Alana Rox e meu veganismo

Atualizado em 15 de janeiro de 2019

O sábado amanheceu cinzento, a previsão era de chuva eterna, Pipoca passou mal. E eu quase desisti da comemoração antecipada dos 39. Mas não haveria outra oportunidade de conhecer o Purana tão cedo e Leo e eu pegamos a estrada para São Paulo assim mesmo ― depois de cuidar da gata, claro. O espaço da Alana Rox é uma graça, o atendimento de botar a gente no colo e a comida ótima.

Mas o que me conquistou mesmo foi o bombom de chocolate, pasta de amêndoas e framboesa, cortesia dupla de aniversário, porque comentei, envergonhando mamãe, que era pequeno. Melhor bombom do universo! Eu precisava dizer isso à Alana, dando sopa perto da entrada, em uma conversa que acabou se estendendo, inspiradora.

Vegana há 15 anos, ela contou que apanhou até os 12 por não querer comer carne. Ficou conhecida no Instagram com o desafio de cozinhar por uma semana sem sofrimento animal gastando apenas R$ 50, ganhou programa na GNT, virou embaixadora da Mercy For Animals Brasil.

E, no meio do papo, me lembrei que consegui fazer a tão sonhada transição para o veganismo, depois de nove anos e meio vegetariana, por causa deste vídeo dela:


O Fabio Chaves divulgou no Vista-se no dia 27 de maio de 2016, chamando de "sensível" em vez de "destruidor", e na parte das plaquinhas eu já estava ensopada. Quatro dias depois, rolaria uma reunião importante para o Gatoca na Padaria Brasileira, a mais sensacional do ABC, e resolvi testar a força de vontade capricorniana.

Folheei um cardápio inteiro de bolos, tortas e os famosos sonhos fritos, meus favoritos, pedi a salada de fruta desanimadora e assisti sem lacrimejar às meninas que me acompanhavam se acabando nos doces com recheio e cobertura.

Nunca mais voltei atrás. Nem pisei na Brasileira.

4.1.19

Gramado da Fama

Eu sempre digo que o Gatoca é um projeto de muitos corações. Mas não imaginava que nosso financiamento continuado bateria 51% da primeira meta em menos de um mês e meio! Principalmente porque ele foi lançado em uma época de saldo negativo e cabeça nas férias. Nada mais justo, então, do que começar 2019 agradecendo!

Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Lilian Rega, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater-Calabró, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Denise Perin e Patrícia Urbano, vocês estão eternizados no gramado dos bigodes! 💕

Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen e Renata Godoy, que já contribuíam antes do Catarse e preferiram continuar transferindo a grana direto para a conta, também! São 21 apoiadores, o que me obrigou a repetir as cores das canetinhas ― espero ter de comprar um estojo novo em breve. rs

Quem quiser ajudar o Gatoca a crescer para transformar ainda mais vidas, humanas e animais, participar do nosso grupo exclusivo no Facebook e ganhar outras recompensas pensadas com carinho clique aqui.

Só em 2018 a gente fez tudo isso!


Para ampliar, já sabem (rs)

30.12.18

2018

Nos filmes hollywoodianos, os heróis recebem missões como derrotar monstros de cabeças múltiplas, prender assassinos psicopatas, salvar o planeta de ataques alienígenas. A minha, este ano, era produzir e soltar no mundo, sem pensar muito, sem ficar mexendo e remexendo, sem o fantasma do perfeccionismo.

Só que eu sou capricorniana. E se tem coisa que capricorniano não domina é a arte do desapego. Soma-se a isso a habilidade de, em quase quatro décadas de vida, ter conseguido ser mais dura comigo mesma do que meus pais, meus chefes e os clientes que reclamavam da fila do banco em que eu trabalhava juntos.

Mas aceitei o desafio ― dizem que foi o ascendente em aquário. E Gatoca ganhou um canal no YouTube, com a minha cara não-perfeita, minha voz não-perfeita, minha técnica não-perfeita para gravação e edição. Os bigodes estrelaram a maior parte do primeiro vídeo e só Gaia sabe a dor de barriga que aqueles 30 segundos de fala me proporcionaram. rs

Depois, vieram mais 14 outros, entre eles o dos mitos felinos, da viagem a Itália e França (um sonho antigo), de São Francisco em Assis, da Copa do Mundo (+ fogos de artifício), de Chicão em Arezzo, Cortona e San Gimignano, de adoção de cães e gatos, de brinquedinhos perigosos, de castração, com mitos e benefícios explicados, de crianças e animais, de Natal, com dicas libertadoras e os peludos acenando no final.

Também teve o "AssassiGato", primeira websérie felina de suspense-drama-comédia da internet, feita em parceria com o Leo Eichinger. Aproveitem as férias para rever os episódios 1, 2, 3 e 4, porque 2019 precisa começar mais leve!

Falando em leveza, apesar dos 11 anos de ativismo pelos bichos, eu nunca tinha escrito tão abertamente sobre política. O post do Bolsonaro teve 2,5 mil interações, rendeu nossos primeiros haters (ainda que boa parte robôs), me ajudou a encontrar um tom acolhedor de argumentação e a servir de inspiração.

Abre parêntese, porque o parágrafo anterior já estava grande: inspiração em forma de texto ("Cotidianices como resistência", "Dois únicos desfechos possíveis para as eleições" e "Brasil pode ter Secretaria Nacional de Políticas para Animais!") e de vídeo ("Eleições 2018: advogando em causa própria" e "Abraço apertado pós-eleição!"). Fecha parêntese.

Eu também evitava abordar o veganismo, acreditando que afastaria leitores e isso não só não ocorreu como trouxe mais simpatizantes para a comunidade ― quem me zoou foi o próprio blog, que parou de notificar os comentários de vocês. E, em um dia ensolarado de passeio no parque, resgatei meu primeiro peixe, depois de discutir com dois molecões e quase rolar barranco abaixo.

Seguindo a linha do "produzir e soltar no mundo", no 11º aniversário do Gatoca nasceu a Lojoca, ideia da Marina Kater-Calabró e da Denise Pinheiros, pós-crise existencial, lindamente ilustrada pelo Mercv ― quem ficou devendo presente de Natal ainda consegue comprar as canecas, chaveiros e ecobags!

E, em novembro (com dois meses de atraso), estreou nosso financiamento continuado no Catarse, o melhor "3 em 1" do país: ajuda o projeto a crescer, recompensa os apoiadores (com mimos e grupo exclusivo) e transforma cada vez mais vidas, humanas e animais. Logo na primeira semana, nós já havíamos batido 32% da meta inicial. Agora, estamos quase na metade! Quem mais vem? :)

Durante os 365 dias de 2018, o Gatoca seguiu inabalável no propósito de educar, conscientizar e mobilizar corações pela causa. Além dos vídeos, citados no começo da retrospectiva, os posts ensinaram a estimar a idade dos bichanos, entender o significado das lambidas, refrescá-los no verão.

E a controlar o peso de cães e gatos, passar longe de comidas tóxicas, acalmar os peludos no foguetório, aumentar o bem-estar em estágio terminal. O texto sobre o funcionamento dos hospitais veterinários públicos de São Paulo, desdobramento do resgate fracassado do Guerreiro, contou com respostas exclusivas da Secretaria Municipal de Saúde, batalhadas por 12 dias!

Também não faltou trabalho de sensibilização: para dar uma chance aos antissociais, aos pretolinos (com bom-humor quebra-preconceito), aos idosos. Smely e Jujuba quase foram deixados para trás no recomeço italiano, mas a família acabou reconsiderando. Já Quindim e Zula, de 13 anos, não couberam na mudança para a Austrália e estão prestes a perder o cantinho temporário brasileiro. Alguém?

Todo ano, as sementes que o projeto vem plantando online desabrocham offline. Depois de 19 meses (e da nossa denúncia na Promotoria de Justiça do Meio Ambiente), a Prefeitura de Santo André apresentou um plano de ação para Paranapiacaba, incluindo os tão esperados mutirões de castração.

Vocês financiaram a cirurgia do Amarelo, que parou de carimbar os varais da vizinhança sorocabana. O ator global Jairo Mattos leu meu manifesto contra a Lei dos Pombos (nº 16.914/18). O vídeo sobre a cachorrinha do Carrefour, com sugestões efetivas para libertar milhares de animais do sofrimento, virou matéria no Universa e ganhou a home do UOL, batendo 300 acessos por minuto!

O que eu não soltei no mundo foram as parcerias. Principalmente com a Pet Delícia, que continua doando as latinhas de comida felina de verdade. A Celebridade Vira-Lata, que pôde castrar mais bichos com os calendários vendidos aqui. E a Canto da Terra, que cuida da gangue de Gatoca e doa cachorros, gatos e galos de rinha com meus textos. ♥

Os bigodes também seguem grudadinhos. Aprontando (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14). Festejando (Chocolate, Clara, Guda, Gudinhas, Mercv em dobro: 1 e 2). Apertando o coração. Simba faltou a mais um aniversário, completando dois anos do nosso último abraço. E Clara foi diagnosticada com carcinoma, que já fez metástase nos linfonodos. :\

Nesses primeiros 365 dias de interiorrrr, porém, teve mais sol do que chuva. Além da visita anual à Pandora (história mais emocionante do blog), deu para matar a saudade da Flea e do Snow, doados para a Guebis há oito anos! E para compartilhar reflexões e aprendizados variados.

Acho que consegui ser mais tolerante e compassiva. Tentei abrir mão do controle, brigar menos com a vida e aproveitar as sincronias. Mas continuei acreditando, embora não tenha todas as respostas, que algumas coisas podem ser diferentes.

Em 2019, Gatoca seguirá na resistência ― produzindo transformação e soltando no mundo acolhimento.


Retrospectivas dos anos anteriores: 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

28.12.18

Festas e fogos: 9 dicas para acalmar animais

A lei que proíbe o manuseio, utilização, queima e soltura de fogos de artifício na cidade de São Paulo voltou a valer ― ela foi sancionada pelo prefeito Bruno Covas no dia 23 de maio, suspensa por uma liminar em 8 de junho e essa liminar acabou cassada em setembro. Excelente notícia para tutores de cães e gatos, que possuem uma audição quatro vezes mais sensível do que a humana e ouvem sons cinco vezes mais distantes, certo?

Mais ou menos. É que a tal da lei nº 16.897/2018, de autoria do vereador Reginaldo Tripoli, não fala nada sobre a comercialização dos fotos de artifício. E a prefeitura terá de quebrar a cabeça para definir como fará a fiscalização. Para garantir, portanto, que seu amigo sobreviva às festas de fim de ano sem enjoo, salivação, tremores, taquicardia ou falta de ar, vale a pena colocar em prática as dicas da veterinária Maria Eugenia Carretero, presidente da ONG Canto da Terra.

1) Acostume o bicho com sons altos
Você pode usar este vídeo quando o animal estiver perto e ir aumentando o volume a cada dia, tornando a baixar caso ele se assuste.

2) Não estresse junto
Haja normalmente durante a barulheira. Quando a gente pega o peludo no colo ou faz carinho, ele entende que sentir aquele pânico é, de certa forma, bom.

3) Crie um refúgio
Observe onde o animal costuma se esconder e deixe o espaço bem confortável, colocando coberta e brinquedinhos, além, claro, de comida, água e banheiro para os gatos.

4) Recompense a bravura
Quando ele sair do local de fuga sozinho, está liberado apertar, beijar, encher de carinho.

5) Em caso de fobia extrema, apele à homeopatia
Se as dicas anteriores não funcionarem, leve o pet a um homeopata, que receitará um medicamento sem efeitos colaterais.

:: Para o Natal e o Ano-Novo ::

6) Mantenha o refúgio e as recompensas
Não vale trocar o bunker de lugar por causa das visitas. E fique atenta para festejar sempre que o cachorro ou o gatinho aparecerem.

7) Feche portas e janelas
Na hora do desespero, o primeiro impulso deles é tentar fugir. E a estratégia de manter portas e janelas fechadas também ajuda a abafar os rojões.

8) Bote coleira de identificação
Se o animal conseguir escapar mesmo assim, quem resgatá-lo saberá seu telefone.

9) Deixe a TV ou o rádio ligados
Essa dica é para quem vai comemorar fora de casa, já que som disfarça o barulho dos fogos.


*Texto escrito para o Universa, portal feminino do UOL

24.12.18

Especial de Natal: 7 dicas libertadoras + 9 gatos

Todo ano eu digo para vocês desencanarem das convenções sociais e curtirem um Natal que faça sentido ― os posts de 2014 e de 2017 são meus favoritos. Mas nunca tinha arriscado esse convite em vídeo, com lembranças da infância, relíquias fotográficas e figurino de Jornal Nacional (aquele que só funciona da cintura para cima).

Vale deixar claro que vocês não encontrarão "dicas de sobrevivência" porque a vida voa para a gente gastar "sobrevivendo". E que ter segurado a Jujuba no colo (assistam até o fim!) merece curtidas, compartilhamentos e inscrições no canal à altura. :)

Quem ainda estiver procurando presente, nosso financiamento continuado no Catarse é 3 em 1: ajuda o Gatoca a crescer, rende recompensas pensadas com carinho e mais animais (cachorro, gato, pombo, gente) têm suas vidas transformadas.

19.12.18

Peixoca e veganismo

Depois de 116 gatos, sete cachorros e três aves (incluindo uma pomba), eu resgatei meu primeiro peixe. Era para ser uma caminhada relaxante no parque. E, meia hora depois, lá estava a criatura de nem 50 quilos batendo boca com dois molecões que pescavam no lago. Bicho se debatendo no gramado, eles repetiam que faziam isso frequentemente, enquanto eu insistia na proibição.

E nem sabia da tal da piracema, período de reprodução, que vai de novembro até o fim de fevereiro, em que a pesca no país fica ainda mais restrita. Sim, liguei para a Polícia Ambiental de Sorocaba ― se alguém precisar: (15) 3238-2050. E o Soldado Rafael prometeu intensificar a fiscalização.

Antes de saírem fugidos em suas bicicletas, os meninos tentaram argumentar que o peixe, já colocado na sacola, havia morrido. Mirei no mais novo e apelei: "Você pode ser melhor do que isso". O mais velho riu. Riu da minha cara. Quem me conhece já imagina a cena seguinte: tomei a sacola, desci o barranco rezando para, caso existisse um Deus, que me poupasse do desfecho aquático e soltei o animal, que saiu nadando lindamente.

Duas mulheres, que nada tinham a ver com a história, comentaram que crueldade era deixar o outros passarem fome. Passar fome? Com todos os grãos, legumes, leguminosas, verduras e frutas existentes?

TOMA VERGONHA NA CARA, HUMANIDADE!

E aqui entra o veganismo lá do título. Todo mundo é livre para comer o que quiser. Mas assumam suas escolhas. Eu fui vegetariana durante nove anos e meio, metade deles, pelo menos, sabendo que minha sobremesa favorita rendia uma vida miserável para vacas e bezerros. E, em vez de ficar arrumando desculpas, batalhei até que a causa ganhasse do prazer.

Em tempos de pós-verdade, a gente precisa, urgentemente, voltar a chamar as coisas pelo nome. E confesso a vocês: não existe experiência gastronômica mais frustrante do que pudim vegano.


Jujuba, nossa vaquinha, porque eu não ia fazer book do peixe morrendo, né?

13.12.18

Os bastidores de AssassiGato e uma notícia triste

Atualizado em 15 de dezembro de 2018

Em novembro, o Gatoca lançou a primeira websérie dos bigodes, que a gente classificou, na brincadeira, como suspense-drama-comédia ― quem foi sugado pelas eleições e feriados pode assistir aqui. Há anos, eu pensava em escrever roteiros ficcionais transformando os gatos em personagens. Mas essa estreia veio para deixar mais leve uma realidade nada divertida.

Clara tem carcinoma, a verdadeira origem do sangue que aparece no vídeo. O tratamento começou em 2015, na alopatia, como uma hiperqueratose inofensiva. E a gente passou semanas arrancando a crosta e limpando a região com Povidine, por instrução do veterinário. Só que ela nunca deixou de se formar.


Pelo contrário: foi tomando um pedaço cada vez maior da cabeça até alcançar o outro lado ― e a peste cutuca porque coça, piorando tudo. Maru, homeopata deles, oficializou o diagnóstico em outubro agora, quando veio a Sorocaba para o checape da gangue e percebeu os linfonodos da retalhinha inchados, indicativo de metástase.

Pois é: a gata que nunca pegou um resfriado, como escrevi neste post de 2013, relato justamente do dia em que ela precisou ser operada às pressas para a retirada de um tumor, vem resistindo bravamente à doença que derrubou meu pai e minha mãe. Mas não sei mais por quanto tempo.

11.12.18

Gatoca na home do UOL, pelos animais!

Eu contei no post de quinta-feira que dei poucos furos jornalísticos em duas décadas, porque prefiro apurar os fatos com cuidado, caprichar no texto e oferecer um conteúdo/serviço que o leitor não encontra em outro lugar, lembram? Pois aquele vídeo atrasado sobre a cachorrinha morta no Carrefour de Osasco virou matéria no Universa ― obrigada Lu Bugni!


E foi para o topo da home do UOL esta manhã, rendendo 300 acessos por minuto! Sim, um texto que critica o comércio de animais, que cobra políticas públicas para a causa, que revela os bastidores das indústrias bilionárias de ovos e leite, que cutuca as pessoas a se mexerem.


Para ampliar, cliquem na imagem

O mais incrível? Cheio de elogios. O Gatoca conseguiu sensibilizar comentaristas de portal! Por isso eu insisto: é preciso fazer a informação chegar às massas. E acolher ― amor transforma, ódio só disfarça. Aperto especial, aliás, nos apoiadores deste projeto, que permitem que ele seja cada vez mais relevante! 💛

6.12.18

Carrefour, a cachorrinha e 9 ações efetivas

Em 19 anos de jornalismo, eu sempre fugi da notícia instantânea ― o que não rendia elogios a quem trabalhava num portal de internet. Fazia questão de apurar os fatos com cuidado, escolher cada uma das palavras do texto e oferecer uma informação mais consolidada ou um serviço que o leitor não encontraria em outro lugar.

É por isso que o Gatoca está sempre atrasado ― e não dá muito as caras no Twitter ou no Stories do Instagram. Mas também é por isso que os posts e vídeos espalham tantas sementes de transformação. Espero que não seja diferente desta vez. :)

Se vocês também ficaram revoltados com o assassinato brutal da cadelinha do Carrefour de Osasco (e com os policiais, que acompanharam a captura desastrada sem fazer B.O., o despreparo do CCZ, que ignorou a situação descarada de maus-tratos, e o posicionamento da rede francesa), compartilhem o vídeo ― gravado ontem, editado até de madrugada e reeditado hoje. rs

Assinar petição, participar da manifestação do sábado e comprar banana em outro supermercado são atitudes superválidas, mas têm pouco impacto no contexto. Estas nove ações podem libertar milhares de vidas do sofrimento.

Depende de vocês.

5.12.18

Balanço: vida com gatos

Há 13 anos, não tinha pelo rolando pela casa, favela de papelão esmigalhado, barulho de coisas quebrando. Nem comida roubada da mesa, cocô na hora da visita, xixi no botijão de gás. Muito menos perna arranhada, calcinha furada, rinite alérgica + asma.

E o colo também não se esquentava sozinho, ninguém lambia as lágrimas, acordar era solitário. Gatoca jamais existiria, levando com ele o veganismo, o voluntariado e o ativismo. E Sorocaba seguiria interiorana, mas sem nossa horta e nossa rede.

Antes de você, Mercv*, a vida não tinha balanço.


A indiferença de um gato que tem dois aniversários: de nascimento e adoção


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

30.11.18

AssassiGato: último episódio

Três semanas depois do assassinato que não abalou Gatoca porque a vítima permanecia desconhecida, as investigações podiam ser consideradas oficialmente travadas. Até que chegou ao nosso escritório um envelope em branco, protegendo um pendrive sem digitais!

Se você ainda não assistiu aos episódios anteriores da primeira websérie felina de suspense-drama-comédia da internet, clica aqui ― a geração X aprendeu a fazer playlist no YouTube! E quem quiser arriscar condenar um gato inocente é só colar nome e sobrenome nos comentários.

1) Pipoquinha de Copas com o castiçal, na sala de jantar.
2) Chocorsei Lannister com o cano, na biblioteca.
3) Clera Venenosa com a faca, na sala de estar.
4) Pufosão Gancho com a corda, na cozinha.
5) Gruxa Má do Oeste com o revólver, na sala de música.
6) Jujubella DeVil com a chave inglesa, no hall.
7) Pim Corleone com o poder da mente, no salão de jogos.
8) Mercvs Moriarty com seu bafinho, no escritório.
9) Kekatrix Lestrange com posts de Facebook, no salão de festas.

Ficou triste com o final de "AssassiGato"? Pense com carinho em participar do nosso financiamento continuado no Catarse. O objetivo é produzir mais conteúdo desse tipo em 2019, mesclando com os vídeos informativos e os textos transformadores, para deixar a vida mais leve. Ideias não faltam.

R$ 5 fazem diferença. E a gente espera passar a quebradeira de fim de ano. :)

29.11.18

Os padrinhos mais incríveis do mundo!

Nossa campanha de financiamento continuado era para ter sido lançada dois meses atrás. Durante dias, eu escrevi o roteiro do vídeo, pesquisei as imagens, gravei com garoa na cabeça, editei até tarde da noite, defini as metas e recompensas, caprichei na descrição, preenchi a plataforma do Catarse.

Mas ficou faltando o texto do blog e passado das 22h da última sexta de setembro, horário em que ninguém mais vê nada na internet, desisti de continuar ― dividi a frustração com vocês aqui, lembram? Aí, vieram as eleições e só se falava de um assunto. Depois, a websérie dos bigodes, que a gente não aguentava mais de ansiedade para compartilhar.

E o Cluboca acabou nascendo no meio da Black Friday, porque no mês do Natal todo mundo estaria ainda mais quebrado. Eis que vocês me surpreenderam: em uma semana, nós já alcançamos 32% da meta inicial (R$ 280, sem descontar as taxas). 💜

Leo Eichinger (o primeiro apoiador, do Catarse e da vida!), Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Lilian Rega, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater-Calabró, Sonia Oliveira e Danilo da Silva, vocês não sabem o tanto que me deixaram feliz!

E Adrina Barth, Alice Gap, Renata Godoy e Itacira Ociama, que preferiram continuar transferindo direto para a conta, mas terão os mesmos privilégios. Obrigada! Regina Haagen, estou tentando falar com você, aliás! E-mail-me: contato@gatoca.com.br.

Para comemorar, todo mundo que apadrinhar o projeto até 25 de dezembro, independente do valor, participará do grupo fechado no Face! A ideia é discutir desde estratégias de despioramento de mundo até por que os gatos odeiam tirar foto com a gente. rs

23.11.18

AssassiGato: episódio 3

Imagens da câmera de segurança feitas na véspera do assassinato de vítima desconhecida mudam o rumo da nossa investigação! E tem gato que vai se enrolar no terceiro episódio deste suspense-drama-comédia felino.

Quem perdeu o primeiro episódio pode assistir aqui. E o segundo, aqui. O quarto (e último) vai ao ar na sexta que vem. Inscrevam-se no canal e providenciem pipoca e unhas grandes para roer!

22.11.18

Lançamento: Clube do Gatoca + especial de 11 anos

Há quem tome o café da manhã lendo as notícias do dia, quem prefira rolar sem compromisso os feeds do Facebook ou do Instagram, quem trocou a televisão pela telinha do YouTube. Eu sou do grupo que caraminhola. E, como como devagar, com fruta, granola, pão caseiro, chocolate quente/frio, rosquinhas, dá tempo para caraminholar bastante coisa.

Por exemplo, que o Gatoca precisava ter um clube exclusivo para agradecer vocês pelos 11 anos de apoio e para a gente ficar mais pertinho ― não rolou com a Kickante e eles até descontinuaram o serviço, ruim demais. Obrigada, Tatiana Pagamisse, Bárbara Toledo, Alice Gap, Adrina, Irene Icimoto, Itacira Ociama, Regina Tavares e Renata Godoy, sobreviventes!

Que os tempos atuais pedem que impactemos ainda mais animais e seres humanos ― se você é novo por aqui, olha tudo que já fizemos, tirando dinheiro (e amor) do bolso. Preciso, então, abrir espaço na agenda para produzir mais conteúdo, principalmente em vídeo (50 minutos só para legendar cinco, fora os paus de edição, rs).

Que não se paga conta com mundo melhor, infelizmente. E os boletos continuam chegando, os frilas rareando com a crise do jornalismo, a poupança acabando. Uma solução seria inserir publicidade aqui no blog e no canal, ideia que nunca me agradou, porque acredito mais em parcerias (oi, Pet Delícia!) do que em propaganda. Outra solução seria descobrir uma nova profissão, estratégia que inviabilizaria a continuidade do Gatoca.

E tem a solução de juntar todas essas demandas no Catarse! Vocês ajudam a financiar o projeto com qualquer valor a partir de R$ 5, ganham recompensas pensadas com o maior carinho e juntos nós conseguimos sensibilizar mais olhares e engajar mais corações pelos animais. As metas estão aqui ― lembrando que 13% do valor arrecadado fica para a plataforma.

E eu preparei um vídeo especial com retrospectiva, depoimentos de transformação, explicação da trabalheira envolvida em pesquisar, escrever, fotografar, gravar, editar, divulgar esse conteúdo todo. Ainda tem o Mercv filhote, fazendo mercvrices! O colar que estou usando, aliás, foi presente da Lina Gatolina, que assina os chaveiros da lojoca.

Não me deixem caraminholando sozinha? Dá para contribuir no boleto! rs


16.11.18

AssassiGato: episódio 2

É preciso contextualizar que ocorreu um assassinato em Gatoca. E que não se sabe ainda o que foi assassinado ― quem perdeu o episódio 1 do primeiro suspense-drama-comédia felino da internet pode assistir aqui. No episódio de hoje, Mercv, Clara, Chocolate, Guda, Pimenta, Pufosa, Pipoca, Keka e Jujuba apresentam suas defesas.

Já providenciaram cortiça, alfinetes e barbantes coloridos para ajudar na investigação? Então, se inscrevam no canal para não perder a continuação da websérie, sempre às sextas-feiras. E podem acusar o culpado sem piedade nos comentários!

14.11.18

Por que o Gatoca discute política

"Seu blog era bom até você começar a falar de política" virou o novo "bonita de boca fechada". Claro que quem escreve isso não conhece a história do Gatoca, que está longe de ser um projeto de gatinhos fofos ― embora os bigodes sejam fofos. Em 2009, por exemplo, a gente participou da manifestação no CCZ de São Paulo por melhores condições aos cães e gatos confinados.

Em 2014, teve post sobre o plano de governo do Eduardo Jorge, candidato à presidência que defendia o abolicionismo animal (e a cultura de paz). Em 2016, rolou a denúncia na Promotoria do Meio Ambiente sobre a situação dos bichos abandonados em Paranapiacaba ― depois de acionar, em vão, o Centro de Controle de Zoonoses, a Vigilância Sanitária e a Secretaria de Gestão de Recursos Naturais.

Este ano mesmo, antes das eleições do ódio, nós escrevemos um manifesto contra a "lei dos pombos", lido em vídeo por ator global. E conseguimos informações sobre os hospitais veterinários públicos, em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, que ninguém esclarece na internet.

Gatoca atua há 11 anos para transformar o mundo, educando, conscientizando, mobilizando corações a botarem a mão na massa junto. E acredita que toda ação é política ― inclusive pregar que não se deve falar de política.


Filhota (fofa) castrada graças ao projeto


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9.11.18

AssassiGato: episódio 1

Quando uma jornalista-gateira (eu), um designer-fotógrafo (Leo Eichinger) e nove bigodes (Mercv, Clara, Chocolate, Guda, Pimenta, Pufosa, Pipoca, Keka e Jujuba) se juntam, só pode dar nisso: o primeiro suspense-drama-comédia felino da internet!

Nas próximas três semanas, sempre às sextas-feiras (mesmo que seja feriado, mesmo que os ETs invadam a Terra, mesmo que o apocalipse resolva se antecipar), vocês terão um crime para desvendar.

Tratem de providenciar cortiça, alfinetes e barbantes coloridos, se inscrevam no canal para não perder nenhum episódio e compartilhem o desenrolar das investigações nos comentários!

7.11.18

Aniversariante do mês passado - outubro de 2018

Essas eleições me tiraram amigos (e um pouquinho de fé na humanidade, confesso), atrasaram o lançamento da websérie dos bigodes (desta sexta não passa), quase me fizeram desistir do financiamento continuado (sim, Gatoca terá outra empreitada no Catarse!) e apagaram o aniversário do Mercv*, dia 24 de outubro.

Mas resultado político nenhum é capaz de apagar a transformação que aquele frajolinha sobrancelhudo causou na minha vida, há 13 anos. E que este projeto segue causando nas vidas de leitores e um mundaréu de outros animais. Mesmo que bata recordes de retrocesso, o Congresso jamais conseguirá me roubar o prazer bizarro de trabalhar com os braços doloridos e a roupa cheia de pelos. ❤️

Essa é minha resistência.


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

Outros aniversários: 2017 (extra!) | 2016 | 2015 (extra!) | 2014 (extra!) | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

31.10.18

Como reverter azar de gato preto

Neste Dia das Bruxas, Pretinha compartilha, diretamente do além, seis passos infalíveis para acabar com nhaca de gato negro.

Passo 1
Navegue em sites de ONGs que doam bichanos.

Passo 2
Escolha aquele que combina melhor com as expectativas da sua família.

Passo 3
Preencha o formulário de adoção sem xingar a organização ou mentir sobre as telas.

Passo 4
Receba os voluntários que farão a vistoria da sua casa com respeito, evitando cárcere privado.

Passo 5
Providencie comedouros, bebedouro elétrico, banheiro, granulado higiênico, ração de boa qualidade, patê e brinquedinhos.

Passo 6
Ame incondicionalmente seu amigo, mesmo que ele afie a unha no sofá novo, rejeite manifestações esfuziantes de carinho e durma com a bunda na sua cara.

Pronto! Você reverteu o azar de um animal que apodreceria no abrigo só por ter nascido da cor "errada".

29.10.18

Abraço apertado pós-eleição!

Eu queria botar cada um de vocês no colo e dizer que vai passar. Mas vocês moram longe. E ia faltar colo. Fiz, então, esse videozinho para assistirem sempre que o desânimo resolver se demorar. Não se apequenem! Pelos animais, pelo meio ambiente, pelo direito de pensar e agir diferente.

Bolsonaro há de ser lembrado, ao longo dos próximos quatro anos, que 61% dos brasileiros não votaram em sua agenda odiosa e retrógrada ― 30,2% escolheram Haddad, 7,4% anularam, 2,1% votaram em branco e 21,3% simplesmente não deram as caras.

Hoje pode ser dia de luto. Mas amanhã tem luta!



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26.10.18

Dois únicos desfechos possíveis para as eleições

1) Bolsonaristas ganharem e continuarem reclamando da vida, enquanto a gente arregaça as mangas para descagar o país.

2) A gente ganhar e continuar arregaçando as mangas para descagar o país, enquanto bolsonaristas reclamam da vida.

Foquem nisso e acalmem o coração. Medo paralisa, nós não podemos nos dar esse luxo. ;)



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23.10.18

Dois anos sem Simba

Simba me fez aprender a cuidar de plantas. A simbalenta surgiu no estágio terminal da doença renal, para melhorar a energia da casa. Na tentativa de substituir o amigo que se foi, os gatos se esfregavam nela, deitavam nas folhas, mastigavam, derrubavam no chão. E, um ano depois, pouca coisa restou.


Carol Costa me ensinou a ressuscitar plantas. Durante semanas, eu reguei as folhas sobreviventes, repousadas destacadas em um vaso com areia, na esperança de que alguma criasse raiz ― Catarina chegou a enterrar todas e quase que junto minha crença na humanidade.

Eternidades de angústia depois, duas delas viraram, ganhando vasos exclusivos. E as microfolhas, mês a mês, vêm se igualando em tamanho à original.




Não, elas não trouxeram o Simba de volta. Mas me lembram, com as pontinhas rosadas de sol, que é preciso ressignificar a perda.


Foto do Leo Eichinger ♥

18.10.18

Brasil pode ter Secretaria Nacional de Políticas para Animais!

Hoje rolou uma reviravolta no cenário político do país. Mas nossa justiça tem dificuldade com imparcialidade, eleitor fanático arruma justificativa para tudo e candidato escroque vai continuar sendo escroque. Vamos conversar, então, sobre o encontro do Haddad com representantes de 150 ONGs que atuam em defesa dos animais?

Iniciativa da vereadora de Salvador Ana Rita Tavares, o evento ocorreu hoje à tarde, em São Paulo. E o presidenciável se mostrou bastante sensível à causa, especialmente com relação à exportação de bichos vivos para abate no exterior. Contou que está aprendendo muito com a filha, que abraçou o veganismo este ano, e que a família já reduziu bastante o consumo de carne, ovos e laticínios.

E se comprometeu a realizar um sonho antigo de protetores e ativistas pelos animais: criar um órgão federal para cuidar do tema (vídeo na íntegra aqui). Luli Sarraf, amiga e fundadora da Celebridade-Vira-Lata, marcou presença e falou bonito, inclusive, honrando os 18 mil votos (recorde no partido!) para deputada federal.

Mais do que vencer as eleições, importa quem está ao nosso lado nas trincheiras. E Gatoca luta com os melhores corações ― sintam-se inclusos!


Chocolate não babou no catnip, é suor de batalha


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11.10.18

Cotidianices como resistência

Tem sido cada vez mais difícil sair da cama. Como se emendar a manhã corrente com a da eleição pudesse me poupar de ter pessoas egoístas e preconceituosas nos círculos de afeto. E as notícias absurdas não lidas se tornassem menos absurdas. E o medo de tempos sombrios respeitasse os limites oníricos.

Mas eu levanto porque tenho nove gatos me ensinando que, independente do gramado inundado pela chuva, a vida segue. E alguns milhares de leitores esperando que este projeto também siga. Ainda não deu para voltar à programação normal e lançar a websérie. Cá estou, porém, praticando a resistência da Eliane Brum.

Na coluna do El País, ela sugere transformar luto em verbo: "É preciso resistir primeiro nas pequenas coisas do cotidiano. No amor, na amizade, no sexo, no prazer de ver um filme ou ouvir uma música, num café bem coado. E, principalmente, no prazer de estar junto".

Continuemos juntos. Não há tempestade que dure para sempre.



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10.10.18

Vamos construir pontes!

Leitores que estão pensando em escolher o Bolsonaro no segundo turno, existe um jogo de manipulação de informação rolando nestas eleições e vocês têm todo o direito de sentir medo, raiva, frustração. Mas façam o esforço de abrir o coração para as linhas abaixo e, se elas não ressoarem aí, podem fechar de novo, combinado?

Em 28 anos de mandato na câmara, o deputado Jair Bolsonaro apresentou 171 projetos de lei e só conseguiu aprovar dois (isenção de Imposto sobre Produto Industrializado para bens de informática e autorização para o uso da fosfoetanolamina sintética, a "pílula do câncer"), o que significa que não tem muita influência entre seus pares.

E daria para fazer coisa para caramba nesse tempo, com um cargo político. Em duas décadas, por exemplo, esta jornalista trabalhou em uma ONG que pautou a criação de diversas políticas públicas na área da educação, escreveu matérias que deixaram um tico melhor a vida de milhares de leitoras das classe C e D (éramos recordistas de cartas e e-mails na editora), fundou o Gatoca, que reescreveu a história de centenas de animais e suas famílias.

Não, o Partido dos Trabalhadores também não era minha primeira opção. Justamente porque ficou 13 anos no poder e não teve coragem de realizar as reformas necessárias para diminuir a desigualdade social no país. Mas nós não estamos "comendo nossos cachorros", né? Nem na Venezuela estão, embora a situação lá seja realmente triste.

Essas mentiras, cuidadosamente arquitetadas, pretendem instaurar o pânico, desumanizar quem enxerga as coisas diferente, transformando em inimigo, e, sem que a gente se dê conta, eleger um cara que flerta com o fascismo italiano. E vocês não são fascistas. Eu também não sou bandida, feminazi, vagabunda. Vamos conversar. :)

Amigos que pretendem escolher o PT no segundo turno, dialoguem com seu entorno ― 20,3% da população se absteve de votar no primeiro turno. Haddad tem boas propostas de governo (neste especial da BBC, dá para comparar os candidatos) e uma delas é promover um amplo debate para a construção de políticas públicas nacionais de proteção e defesa dos animais, em especial na área de educação (página 58).

Não, eu não esqueci que ele vetou o projeto de lei que proibia o aluguel de cães para guarda, quando foi prefeito de São Paulo, justificando que cabia à União decidir a questão. Mas sua gestão também sancionou as leis que permitem animais no transporte público, autorizam moradores de rua a levar seus peludos para os abrigos e proíbem a produção e comercialização de foie gras na cidade ― essa a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes derrubou, infelizmente.

Teve ainda a inauguração do Hospital Veterinário Público no Tucuruvi e do novo Centro Municipal de Adoção de Cães e Gatos, em Santana, ambos na zona norte. Bolsonaro, por outro lado, quer acabar com o Ministério do Meio Ambiente, abrir a Amazônia para exploração desenfreada, liberar a caça e comemorar esse retrocesso todo com rodeios e vaquejadas (detalhes e vídeos do próprio candidato fazendo essas afirmações neste post).

Não leiam robôs, de bits ou de carne e osso, que compartilham os mesmos clichês, textos sem embasamento, vídeos grosseiramente editados. E toneladas de ódio. Leiam pessoas que vocês sabem que estão na luta de mangas arregaçadas, com respeito às diferenças.

O deputado disse no Jornal Nacional, aliás, que vai botar "um ponto final em todos os ativismos no Brasil" (vídeo aqui). E, em entrevista à Jovem Pan, insistiu que "ativismo não é benéfico" (vídeo aqui). Gatoca faz ativismo há 11 anos. E quer continuar fazendo.

Compartilhem este post-convite. Vamos construir pontes!



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5.10.18

Nós continuaremos lutando

Ontem, eu publiquei um post com argumentos bem-fundamentados e uma dezena de matérias (dos veículos mais variados) para quem respeita os animais não votar no Bolsonaro. Fatos, não opiniões. Os comentários raivosos chegaram antes dos leitores (compassivos) que acompanham o projeto (pacífico) e sem qualquer contra-argumento.

Palavrões, gifs, ameaças, disco quebrado no PT e na Venezuela. Não se deram ao trabalho de ler nada, assistir nenhum vídeo, abrir nenhum link. Um ataque orquestrado de robôs, não pessoas de verdade, ainda que feitas de carne e osso. Entrei em uma espiral descendente de desânimo, sensação de impotência, medo do futuro.

De madrugada, tive um insight: é esse massacre psicológico que os bandidos usam nas ligações falsas de sequestro, feitas de dentro do presídio. A gente sabe que é mentira, já ouviu falar em outros 200 casos e se pega tremendo inteiro com a gritaria ― tem gente, inclusive, que transfere a grana.

Proponho aqui, então, um esforço-estratégico conjunto: paremos de ler esses comentários. Ignorem, deletem, vão fazer outra coisa. A nhaca passa e a gente consegue enxergar com mais clareza: o ser humano sempre teve esse lado trevas. Nós, protetores de animais, estamos em contato com ele diariamente.

E lutamos.

E vamos continuar lutando.

Porque ninguém derruba quem tem um ideal. #EleNão

*

Apesar do chorume, o post alcançou 6,6 mil pessoas no Facebook em menos de 24h, um record para o blog. E 1,1 mil clicaram para ler o texto. Somando quem veio de outras redes sociais, já são 4 mil visualizações. Continuem compartilhando! Nós temos até domingo. :)

A gente preferiu adiar o lançamento da websérie, aliás, para ela não ser ofuscada pelas eleições ― e esse lamaçal de ódio. Na semana que vem, voltamos à programação normal. E mais fortes.



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4.10.18

Quem respeita os animais não vota no Bolsonaro

Quem respeita outros seres humanos também não, já que o deputado (que em 27 anos de mandato e 171 projetos de lei apresentados só conseguiu aprovar dois) é machista, racista, homofóbico e sádico. Mas foquemos nos bichos, assunto deste blog. Aí vão quatro motivos para vocês escolherem qualquer outro candidato nesta eleição:

1) Enfraquecimento do Ministério do Meio Ambiente
Bolsonaro pretende unificá-lo com o Ministério da Agricultura e nomear um ruralista para coordenar as duas pastas, promovendo um retrocesso sem precedentes nas políticas de preservação e utilização sustentável de ecossistemas, biodiversidade e florestas.

Se alguém tem dúvidas, vale assistir ao vídeo do Vista-se, em que ele afirma que "o meio ambiente consegue fazer um estrago no que não deveria ser feito". Isso mesmo: o meio ambiente prejudicando o ser humano, não o contrário. Ontem, aliás, a bancada do agronegócio oficializou seu apoio.

2) Exploração da Amazônia
Em mais de uma oportunidade, o deputado defendeu a exploração da Amazônia para extração de recursos minerais, condenando a criação de unidades de conservação na região. Ele também criticou em Rondônia o número de áreas florestais protegidas no país, alegando que isso "atrapalha o desenvolvimento".

3) Incentivo aos rodeios e vaquejadas
O candidato considera eventos que exploram e torturam os animais "uma festa, uma tradição, que deve ser comemorada em todo Brasil". Ainda tem a cara de pau de dizer que o bicho é mais do que bem-tratado, gerando emprego e renda. Está tudo aqui.

4) Liberação da caça
No rodeio de Rio Verde, em Goiás, ele declarou que, se for eleito, a caça no país "terá burocracia zero", chamando a prática cruel de "esporte saudável". Pesca em área proibida também aparece em seus discursos.

Como bônus, Bolsonaro debocha de protetores e admitiu ter praticado zoofilia. Para vocês não dormirem com essa imagem mental perturbadora, deixo uma foto fofa da Guda ― e meu post engajado com duas indicações de amigos-candidatos e um monte de referências bacanas para votar com consciência no domingo. #EleNão



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28.9.18

Abrir mão do controle: um exercício sofrido

Há semanas, eu acompanho a luta da passaroca que escolheu nossa primavera para fazer seu pequenino ninho. Os galhos, repletos de folhas e flores...


...encarecaram de repente. E, como se não bastasse ter virado presa fácil para os gatos que passeiam soltos no bairro, desandou a chover. Dias seguidos.


Sem drama, a bichinha abandonou o ovo solitário no ninho inseguro...


...e começou tudo de novo deste lado da árvore:


Eu me pus a correr na terça-feira para subir a campanha de financiamento continuado do Gatoca hoje (nós voltaremos ao Catarse!). Acordei com o galo do vizinho, fui dormir depois do Leo, esqueci de almoçar. O nervoso era tanto que o cortisol liberado na corrente sanguínea acabou com as crises de alergia ― tudo tem seu lado bom. rs

Não deu. E doeu. Mas o mundo vai continuar girando no seu tempo.

26.9.18

A primeira websérie do Gatoca!

Porque eu cansei de reclamar que só bobeira viraliza. Porque o talento dos bigodes não podia continuar sendo desperdiçado. Porque o Leonardo Eichinger estava dando sopa na sala. No dia 5 de outubro (anotem na agenda!), vocês têm um crime para resolver. Suspense tragicômico (ou comédia suspensodramática) para gateiro nenhum torcer o focinho.


Petisco abaixo!

21.9.18

Hospitais veterinários gratuitos de São Paulo

Eu tenho guardadas as notícias do lançamento de cada hospital veterinário público em São Paulo, o primeiro deles há seis anos. Mas, quando a gente precisou socorrer o Guerreiro, nenhuma pesquisa de internet esclareceu nossas dúvidas ― nem as ligações telefônicas nem as mensagens para a amiga da Alemanha, com contato estratégico em uma das equipes.

O peludo seria atendido tarde da noite e sem senha? Valia a pena atravessar a cidade com um animal recém-atropelado? E se a gente não chegasse a tempo? Guerreiro acabou em um hospital fortunoso do Ipiranga, foi para a ONG Canto da Terra na noite seguinte e não resistiu ao terceiro dia de batalha contra a lipidose hepática.


Eu segui atormentando a Anclivepa, responsável pelas três unidades da cidade, para responder as questões levantadas, na esperança de ajudar outros bichos (compartilhem o post!). E eles acabaram me encaminhando para a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde.

As informações abaixo valem para os hospitais do Tatuapé, na zona leste, e da Parada Inglesa, na zona norte, porque o da Vila Sônia, na zona oeste, embora igualmente gratuito, não tem parceria com a prefeitura ― e, 46 dias depois, a Anclivepa não se dignou a retornar meu e-mail.

*

Os hospitais veterinários públicos funcionam 24h?
Não. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, exceto feriados. E as senhas são entregues entre 6h e 10h, com início do atendimento às 7h.

Emergências precisam de senha?
Os hospitais permanecem abertos para emergências até as 17h e, nesses casos, o atendimento é feito de forma imediata.

O que pode ser considerado emergência?
Casos em que o animal está em risco iminente de morte, como atropelamentos e outros acidentes graves.

Se precisar de cirurgia, ele já fica internado?
A internação ocorre de acordo com a avaliação do veterinário. Se não for um caso urgente, o animal fica apenas na internação do pós-cirúrgico.

Há previsão de uma unidade na zona sul?
Não.

Para usar o serviço, o tutor deve morar na cidade de São Paulo, certo?
Sim. E apresentar RG, CPF e comprovante de residência.

Estes endereços e telefones estão atualizados? (Não tive sucesso com os telefones.)
Os endereços e telefones, assim como outras informações, estão disponíveis neste link.

[Para facilitar, colei tudo abaixo. Se eles ficarem desatualizados de novo, consultem direto no site da Anclivepa.]

Hospital da zona leste
Av. Salim Farah Maluf, esquina com a Rua Ulisses Cruz, lado par, Tatuapé
(11) 2291-5159
Funciona até o último animal com senha ser atendido.

Hospital da zona norte
Av. Gen. Ataliba Leonel, 3194, Parada Inglesa
(11) 2478-5305
Também funciona até o último animal com senha ser atendido.

Hospital da zona oeste
Rua Manuel Jacinto, 249, bairro de Vila Sônia
Só atendem 30 bichos por dia, segundo o site. As senhas são distribuídas das 6h às 8h e o animal precisa estar junto.

*

Para encerrar o textão, uma notícia triste e outra feliz:

A triste é que eu conversei com uma senhora que esperou seis horas para passar o gatinho em consulta no hospital da zona norte ― e parece que a fila quilométrica domina todas as unidades. A feliz é que a Anclivepa vai inaugurar também um hospital em São Bernardo do Campo, onde o Gatoca nasceu, totalmente free. :)