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23.10.18

Dois anos sem Simba

Simba me fez aprender a cuidar de plantas. A simbalenta surgiu no estágio terminal da doença renal, para melhorar a energia da casa. Na tentativa de substituir o amigo que se foi, os gatos se esfregavam nela, deitavam nas folhas, mastigavam, derrubavam no chão. E, um ano depois, pouca coisa restou.


Carol Costa me ensinou a ressuscitar plantas. Durante semanas, eu reguei as folhas sobreviventes, repousadas destacadas em um vaso com areia, na esperança de que alguma criasse raiz ― Catarina chegou a enterrar todas e quase que junto minha crença na humanidade.

Eternidades de angústia depois, duas delas viraram, ganhando vasos exclusivos. E as microfolhas, mês a mês, vêm se igualando em tamanho à original.




Não, elas não trouxeram o Simba de volta. Mas me lembram, com as pontinhas rosadas de sol, que é preciso ressignificar a perda.


Foto do Leo Eichinger ♥

3 comentários:

Anônimo disse...

Nunca te esquecerei Simba
E nem da angustia que senti acompanhando seu calvário dia após dia

Maria disse...

Lembrar do Simba ainda faz cair umas lagriminhas por aqui...

Elisa disse...

Bela lição de vida, Simba. Nada é eterno, mas é possível recomeçar.