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22.3.22

A dieta secreta dos bigodes

É meio que regra: criança costuma comer escondido chocolate, adulto salgadinho e idoso o quarto prato de macarronada. Aqui em Gatoca, quando a gente não está olhando, os gatos devoram grama como salada e bebem água saborizada com insetos.



4.3.22

Polêmica: você clonaria seu gato?

Mercvrivs é, sem espaço para dúvida, uma das coisas mais importantes da minha existência — amor, família, projeto de mundo melhor em forma de gato. Cada aniversário dele, desde 2018, me divide ao meio: a metade que comemora quão longe nós chegamos juntos e a metade que nota o tempo acabando nos quilos perdidos. 16 anos!

A ideia da clonagem apela justamente à nossa dificuldade com despedidas. Mas envolve questões delicadas — supondo que você tenha US$ 35 mil (sim, dólares), o que definitivamente não é meu caso, mesmo vendendo a casa, rs. Parece justo explorar outros animais para, depois de várias gestações (e filhotes, num mundo já tingido pelo abandono), parir o clone "perfeito"?

E o que constitui um indivíduo? Apenas moléculas de DNA? Nada de alma, espírito, costela de Adão? Onde entram as experiências vividas? Se eu adotasse Mercv hoje, com a bagagem de dezenas de resgates (e cicatrizes pelas perdas), ele seria o mesmo gato daquela Beatriz que nem sabia que gostava de gatos? Não fomos nós criando um ao outro na jornada?

O especialista em comportamento felino Jackson Galaxy conta em seu vídeo, inclusive, que Snuppy, cachorro clonado em 2005, morreu exatamente do mesmo câncer que o original. Você faria um ser amado passar por isso duas vezes? Quando fecho os olhos e lembro da Clara ou do Simba, grito mudo — de jeito nenhum!

Atravessar o luto dói, eu sei. Mas nos mantêm íntegros.

2.3.22

Imagens exclusivas do carnaval de Gatoca!

Pimenta de ressaca.


Chocolate de ressaca.


Mercvrivs de ressaca.


E eu tentando trabalhar.

11.2.22

Pancinha de gato: alerta ou gostosura?

Sabem a pelanca na barriga que alguns gatos têm, aquela que balança de um jeito engraçado quando eles correm? Ok, a quem estou querendo enganar omitindo nomes? Mercv é o rei da pancinha! Desde pequeno. Lembro até de perguntar ao veterinário como uma criatura magrela podia desfilar tamanha flacidez abdominal e a resposta foi cortante: "Genética, oras, como acontece com humanos".

Pois se a bolsa primordial não está necessariamente ligada ao excesso de peso do animal, para que serve? Trata-se de uma estratégia "3 em 1" da natureza, que permite armazenar gordura em épocas de escassez (como um extensor de mala), proteger contra ataques (tipo air bag) e fazer movimentos alongados (notem que marombados andam sempre travados).

Justamente por não precisarem mais dessa estrutura é que apenas os gatos domésticos que herdam seus genes continuam ostentando-a. Eu queimei o filme do Mercv, mas, aqui em casa, a pancinha mordível ainda domina — Jujuba, a modelo da foto, não me deixa mentir, rs. E por aí?

10.2.22

Quando o bebedouro dos gatos explodiu

Nunca duvidem da sabedoria popular de que nada está tão ruim que não possa piorar. Como se não bastasse morar há quase um ano em uma casa sem porta no banheiro, porque tomamos um golpe da empresa de contêineres, Leo conseguiu quebrar o tornozelo caindo no buraco. Literalmente.

E uma fíbula não foi suficiente para aplacar a fúria dos deuses, porque, 13 dias depois, eles levaram em sacrifício o bebedouro dos gatos. Aconteceu tudo muito rápido: a muleta desequilibrou e, em 60 m2, conseguiu acertar exatamente o bebedouro, alagando a sala e dando origem ao próximo Coringa.

16.12.21

Gramadão da Fama para comemorar o gatil novo!

Eu já soltei um spoiler do gatil oficial dos bigodes no texto sobre como os bichanos passariam o tempo na natureza e prometo contar os bastidores da construção e a reação da gangue amanhã. Este post acabou furando a fila porque são muitas fotos legais para escolher! E porque preciso agradecer, em um fim de ano tão complicado para o país, os dez novos apoiadores do Gatoca.


Ana Hilda Costa, Lia Paim, Márcia Mentz e Carmen Lucia Aguiar chegaram pelo boletim do Catarse — para quem não viu, nós ganhamos o selo "Projeto que Amamos" da plataforma pioneira em crowdfunding no Brasil! Elisângela Dias veio pelo Google, pesquisando informações sobre gatos. E Amanda Herrera é família — aquela que a gente escolhe, sabem?

Michele Strohschein trouxe, ainda, a Ivoneide Rodrigues, que passava por um momento delicado com a Nina, em estágio avançado da doença renal. E eu queria ter mais perto a Melissa Menegolo, a Vanessa Almeida e a Vivian Vano, então convidei-as descaradamente — minha meta para 2022 é fazer a energia circular, com ou sem dinheiro! rs

Para receber essa galera toda, a gente ia precisar mesmo de um Gramado da Fama maior. E Mercv fez questão de segurar a plaquinha!


Para ampliar, cliquem na imagem

O financiamento coletivo, não canso de repetir, me permite investir em projetos alternativos, como a série sobre O Encantador de Gatos (primeiro capítulo aqui!) e o futuro jogo de tabuleiro para crianças — será que sai no ano que vem? Faltam R$ 30, aliás, para bater a meta de levar o Gatoca para o TikTok!

Vocês ganham superproducinhas audiovisuais (juro que retomarei!), grupo no WhatsApp para trocar experiências, memes e angústias, e outras recompensas pensadas com carinho — os bastidores da obra da casóca viraram seriado apócrifo com 25 capítulos, está rolando o Amigo Secreto de Talentos e devo organizar um sorteio para janeiro, mês do meu aniversário. :)

Obrigada pela parceria também, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita...

...Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Amanda Midori, Karine de Cabedelo, Michely Nishimura, Ana Paula de Vilas Boas, Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida e Ana Cris Rosa! ❤️

2.12.21

Presente reverso

Quando adotei o Mercv*, exatamente 16 anos atrás, achei que estava oferecendo a ele a chance de ganhar uma família — eu nem gostava de bicho, o filhotico frajola jogou baixo! Mas foi Mercv quem acabou me dando uma família.

E amigos.

Trabalhos.

Um projeto de vida.

Sem esse gato, nenhuma parte de mim seria igual.


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

28.10.21

Aniversariante do mês – outubro de 2021

As opções de brinquedos para gato se multiplicam nos petshops. Mas o presente de 16 anos do Mercvrivs* veio da madeireira: no último domingo, dia 24, Leo chumbou as toras de eucalipto que sustentarão o gatil oficial de Gatoca! — os bambus da versão provisória começaram a apodrecer, as telas estão fazendo barriga e os bigodes só não fogem por piedade.


Falta ainda o dinheiro do alambrado, que, em sete meses de casa nova, ainda não conseguimos juntar. Mas já temos mudas mastigáveis de capuchinha e um filhote de manacá, doado pela Adriana Todesco, para garantir a soneca sombreada da gangue em breve (espero!).

Como Mercv não é investidor de mercados futuros, entreguei à vista colo, carinho e aquele aperto de quando não ninguém está olhando.



*Novelinha: Conheça a história do Mercv

Outros aniversários: 2020 (extra!) | 2019 (extra!) | 2018 (extra!) | 2017 (extra!) | 2016 | 2015 (extra!) | 2014 (extra!) | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

22.10.21

8 mudanças genéticas nos gatos modernos | EG #5

Sabe aquele dia em que você chegou estressado do trabalho e brigou com o bigode que quebrou o vasinho de suculentas? Ele provavelmente se lembra. É que, em 2014, cientistas coletaram amostras de DNA da boca de 22 gatos domésticos, de raças variadas, e selvagens do Oriente Médio e da Europa, e conseguiram determinar alterações genéticas significativas.

Nossos bichanos apertáveis têm...

1) Maior capacidade de criar memórias
Guda, por exemplo, adora o joguinho das meninas. Para morder. rs


2) Maior habilidade de associar estímulo e recompensa
Assim a gente tenta ensinar os meliantes a não subir na mesa com petiscos.

3) Menor condicionamento ao sentimento de medo
O que significa que eles não entram tão rapidamente no modo de lutar-ou-fugir.

4) Corpo e cérebro menores
Essa é autoexplicativa, né?

5) Mandíbula mais curta
E os cientistas nem estavam comparando com os persas.

6) Glândulas suprarrenais menores
Elas controlam justamente o instinto de lutar-ou-fugir, citado anteriormente.

7) Intestinos mais longos
Uma adaptação para consumir comida humana.

8) Dentes com espaçamentos mais estreitos
Apesar de todos os felinos possuírem caninos longos, que permitem matar com uma mordida bem-dada no pescoço, os dentes dos gatos domésticos são mais juntinhos porque se adaptaram a caçar roedores menores, suas presas favoritas.


Mas nem tudo mudou nos bichanos atuais:

- O formato e a estrutura do crânio continuam parecidos com os de leões e tigres, conservando a mesma mandíbula poderosa.


- O comportamento também, pelo menos é o que diz Jackson Galaxy, especialista e autor da bíblia O Encantador de Gatos, em que esta série, financiada coletivamente, foi inspirada — se vocês estão curtindo, considerem se tornar apoiadores (aqui tem um resumo das principais ações do Gatoca).

- A maioria dos peludos escolhe seus parceiros, o que ajuda a manter o patrimônio genético diversificado.

- Bigodes ainda conseguem sobreviver sem nós. É só a gente não atrapalhar.


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)

24.9.21

Seu gato vem da América ou do Velho Mundo? | EG #4

Os ancestrais dos bichanos com quem partilharmos nossas casas se dividiam entre o Novo Mundo, que compreendia as Américas do Norte, Sul e Central, e o Velho Mundo, formado pela África, Asia e Europa. Ao primeiro grupo pertenciam os pumas, gatos-do-mato e jaguatiricas. Já o segundo incluía os gatos domésticos, selvagens, pescadores, linces, caracais, servais e guepardos.

Não existe uma definição clara da origem dos nossos felinos PP, porque, da perspectiva evolutiva, é todo mundo muito próximo. Mas dá para notar diferenças comportamentais:

1) Peludos do Velho Mundo deitam com as patas embaixo do corpo, como a maioria dos bigodes de Gatoca. Spoiler!




Enquanto os do Novo Mundo lembram esfinges — nesta foto, peguei Pipoca em uma rara exceção, como se nota ao comparar com a de cima, nos fundilhos do Mercv.


Mas o que dizer da Chocolate, Jackson Galaxy, e seu estilo "sem bracinhos"?


Ou da Pimenta com o clássico "para o alto e avante"?


2) Se nossos amigos almoçassem passarinhos, também poderíamos analisar as penas: gatos do Novo Mundo limpam suas presas totalmente antes de comer, já os do Velho Mundo não perdem tempo com isso.

3) E o terceiro tópico segue sem ilustração em respeito aos estômagos frágeis: apenas os bichanos do Velho Mundo recebem educação de suas mães e enterram o cocô.

Esta série é inspirada na bíblia O Encantador de Gatos, escrita pelos especialistas no babado Jackson Galaxy e Mikel Delgado, e financiada pelos nossos leitores queridos. ❤️ Se vocês estão curtindo, considerem se tornar apoiadores tambémaqui tem um resumo das principais ações do projeto, que extrapola os bytes. 14 anos já, minha gente!


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)

18.8.21

Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

Quando Simba entrou no estágio terminal da doença renal, Clara continuou grudada nele: dormia junto no tapetinho higiênico, cobiçava as comidas diferentes, dava banhos caprichados — os outros gatos acabaram se afastando porque os feromônios mudam, tornando o animal combalido praticamente um estranho, e o instinto tende a protegê-los de possíveis infecções.


Nas últimas semanas, foi a vez de a retalhinha entrar no estágio terminal do carcinoma. E Mercv retribuiu o amor que mantém o Gatoca de pé em tempos tão difíceis — nesta foto ela ainda estava gordinha, três meses atrás, mas escolhi porque o abraço no rabinho me transborda.


Clara morreu ao lado de seu Romeu peludo, na terça-feira mais triste deste mês, e durante três dias ninguém conseguiu convencê-lo a deixar o cantinho deles — Julieta embaixo do edredom, fugida dos insetos.


À noite, eu embrulhava o frajola feito um burrito, para atravessar a madrugada solitária, e o encontrava descoberto e gelado pela manhã.


No quarto dia, Guda emprestou seu calorzinho.


E o resto da gangue foi chegando aos poucos. Mas fiquei pensando como fazem as famílias com escassez de bigodes. Resolvi, então, entrevistar a Amanda Alano, veterinária especialista em comportamento felino e dona do meu perfil favorito no Instagram, o Território Felino.


É importante ressaltar que nem todos os gatos sofrem com a partida do outro. Depende muito da relação que eles tinham. "Quando Snow e Lelão morreram, Luke desenvolveu uma dermatite por lambedura e se tornou mais introspectivo. Já Pierre, que não se dava com os irmãos, se aproximou da gente e passou a chamar para brincar. É comum rolar essa mudança no grupo social", explica Amanda.


(Luke, Snow, Lelão e Pierre, se fazendo de difícil)

:: Os estágios do luto

Assim como nós, os animais também ficam enlutados, mas o processo consiste em três etapas:

1) Fase ativa
Quando começam a vocalizar, cheirar os cômodos e procurar o companheiro.
2) Fase passiva
Reina a introspecção e muitos acabam optando pelo isolamento — precisa tomar cuidado porque alguns param de comer de tristeza.
3) Aceitação
Momento em que pode ocorrer também alterações de personalidade — tem bichanos que se tornam mais carentes, por exemplo.

A intensidade e duração de cada estágio mudam conforme o indivíduo e não há necessidade de bingar a cartelinha — Mercv saltou direto para o segundo. Amanda pontua, ainda, que o luto tende a se prolongar quando a morte é do tutor. "Dependendo da idade, o animal sofre tanto que não se recupera". Em tempos de pandemia, inclusive, muitos gatos que perderam suas famílias por covid estão sendo divididos entre amigos, uma situação ainda mais delicada.

:: 4 formas de amenizar a tristeza

1) Mantenha a rotina
Continue oferecendo ração e petiscos na mesma hora, brinque com seu amigo mesmo sem vontade, respeite os momentos de soneca. A previsibilidade é importante para os bichanos.

2) Segure a limpeza
Evite sair lavando tudo assim que o peludo morrer porque o feromônio, uma substância volátil, que diminuirá com o passar dos dias sem novas esfregações, ajuda a tornar mais real a percepção da ausência.

3) Cuide da energia
Florais e homeopatia demonstram bons resultados em questões comportamentais.

4) Seja paciente
Assista ao tempo fazer seu trabalho — "muito ajuda quem não atrapalha", já dizia o ditado.

:: Principais erros

- Forçar interações
Não adianta mimar um bicho que não curte o movimento só porque ele está chateado. Deixe o grupo social se reestabelecer sozinho e os bigodes irem ocupando os espaços — só interfira em caso de conflito.

- Correr para adotar outro
Cada gato é um ser único. E adaptações geralmente envolvem uma dose de estresse, né? Tentem pensar com a cabeça do peludo: ele gostaria de uma companhia nesse momento? Depende do contexto também. No caso de idosos, por exemplo, Amanda sugere um parzinho de filhotes para brincarem sem incomodá-lo. E, se ele sentir vontade, participa, já que não possui o mesmo pique.

Por fim, permitam-se viver o luto — está liberado chorar, faltar no trabalho, ignorar quem não entende sua dor. E cerquem-se de pessoas que enxergam os animais como iguais e te ajudarão a recolher os caquinhos. O Gatoca está aqui para isso. :)

*

Todo mês, o Gatoca publica dicas e curiosidades da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, com fotos e vídeos da gangue para ilustrar. ❤️ Se quiser ser avisado, é só assinar nosso boletim ou entrar no canal do Telegram.

10.8.21

14º aniversário do Gatoca!

Atualizado em 16 de agosto de 2021, com a foto do festerê

A vida já estava difícil com a pandemia — tanto que passei a investir mais em conteúdo leve e divertido por aqui. Aí veio a mudança para Araçoiaba da Serra com a casa inacabada, depois de tomar um golpe da empresa de contêineres que quase enterrou o Gatoca. E, na semana passada, Clara morreu — exatamente 12 meses depois de eu escrever que ela começara a escurecer.

Mas um projeto que resiste há 14 anos, o mais longevo desta jornalista freelancer, merece um esforço comemorativo, né? Desde a primeira crônica, com pretensões exclusivamente literárias, até o quase-resgate de uma vaca, que acabei contando só no Cluboca, foram muitas frentes:

:: Educação e disseminação de informação
1.576 posts, sem fugir de tabus ou polêmicas, série nova, inspirada na bíblia O Encantador de Gatos, boletim e canal no Youtube, lives com Raul Marcelo e Gabriel Bitencourt + Mônica Campiteli, livro adotado pelo clube de leitura da ONU, oficina no Sesc, roda de conversa no CCSP, projeto com crianças, puxadinho no Yahoo!, entrevista na Rádio Bandeirantes, e-book.

:: Engajamento e formação de comunidade
11.554 comentários, 6.324 seguidores no Facebook, nosso primeiro milhar Instagram e mais uma meia-dúzia no Twitter, 27 parceiros ao longo da jornada, com destaque especial à Pet Delícia, pelo quarto ano consecutivo, e o maravilhoso grupo de apoiadores, que relutei em criar e virou meu porto-seguro.

:: Ativismo mão-na-massa
115 bigodes, oito focinhos e quatro bicos socorridos (dos esqueletinhos da dona Lourdes, que me transformaram em protetora, ao filhote de rolinha, que ensinei a voar), mutirão de castração para 50 cães e gatos da comunidade do DER, em São Bernardo do Campo (SP), denúncia no Ministério Público pelos animais abandonados em Paranapiacaba — que demorou três anos para caminhar.

:: Captação de recursos
Quatro dígitos arrecadados em financiamento coletivo, com 240 apoiadores e o apadrinhamento do Wings For Change, lojoca em versão beta, pausada no momento, clube de assinaturas quase batendo a terceira meta (16%!).

:: Projeto Amigão Bicho
Iniciativa em parceria com a prefeitura de Sorocaba, aprovada no edital do Condeca (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente), esperando o final da pandemia para sensibilizar o olhar de estudantes de escolas públicas localizadas em regiões de vulnerabilidade social da cidade.

:: Entretenimento
Gatonó, o primeiro dominó de gatos do mundo (grátis!), recriação de pinturas famosas com o Leo, quiz Bichanos x Família, enquete do peludo falante, Depois da Quarentena, antologia idealizada pela Rosana Rios, AssassiGato, um suspense-drama-comédia felino, a ressurreição da série Vida com Gatos.


Nada disso seria possível sem vocês!

No sábado (14), aliás, rolou o festerê virtual. E os apoiadores, que acompanharam todo o perrengue dos últimos meses, em 24 capítulos apócrifos, compartilhados no grupo do WhatsApp, finalmente conheceram a casóca. Eu fiz faxina até a hora da videoconferência, porque ficamos sem água na sexta e ainda não deu para instalar a caixa. Choveu em cima da roupa lavada três vezes. E não sobrou tempo nem para um batonzinho. Mas me diverti demais!


Para ampliar, cliquem na imagem

Obrigada pela companhia, e especialmente pelo suporte, destes 5.114 dias! ❤

Festinhas anteriores: 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

3.8.21

Saudade

Você foi meu parto ao contrário. E, quando decidi te chamar de Clara Luz, não fazia ideia disso. Era uma homenagem a um livro de infância, sobre uma fada que não queria seguir as regras do livro das fadas. Nossa história toda, aliás, foi avessa a regras, né? Você quem me adotou, há 15 anos e (quase) quatro meses, enroscando as garras, de dentro da gaiolinha do pet shop, na minha blusa de lã.


E eu, que só tinha o Mercv, perguntei para a atendente se poderia te devolver caso a adaptação não desse certo — você, recém-abandonada em um saco de lixo com toda a ninhada! Se dependesse do seu gênio ariano adotivo, não daria certo mesmo. Mas Mercv te amou desde o primeiro instante. Hoje eu olho esta foto, que nomeei inexperiente como "beijo", e dou risada: você cogitava um ataque.


Aí, depois de sete anos e meio sem pegar um resfriado, apareceu um tumor, retirado com sucesso. E a hiperqueratose inofensiva, em 2015, que ninguém imaginou virar um carcinoma. Uma sorte, porque a quimioterapia te proporcionaria uma sobrevida de dois anos e você só baqueou nos últimos nove meses.

Nossa gestação ao contrário começou com o colar elisabetano, porque o machucado que nunca cicatrizaria passou a coçar cada vez mais e você transformou o escritório em um filme do Tarantino. Sem conseguir comer direito, a gente inventou de bater a ração úmida da Pet Delícia no processador e te dar de colherinha. 270 dias. Você curtiu cada um deles. E, quebrando a tradição mais uma vez, preferia lamber as costas da colher.

Não bastassem as limitações impostas pelo colar, ainda rolou um quase enforcamento com a coleira. Eu tentei muitos modelos e acabei te deixando o mais solta possível, com algumas derrotas para o carcinoma, porque você descobria novos jeitos de se libertar. Ninguém aproveitou tanto o terreno da nossa casa nova, aqui em Araçoiaba da Serra — o resto da gangue precisou se contentar com o gatil. Eu via seu colarzinho espetado no gramado, ao longe, e te chamava de girassol, lembra?


A primeira bicheira não demorou a nos aterrorizar. E tirei tantos ovos da sua cabeça depois dela que não sei de que jeito a segunda conseguiu evoluir. Você só desistiu dos passeios há quatro semanas, quando ficou cega de vez — o olho direito o carcinoma já tinha roubado no início da nossa gestação ao contrário. Como sobraram os insetos, criei as coleções "primavera-verão" e "outono-inverno". Várias vezes por dia alternava a "cobertura" entre o lençol e o edredom. Sempre com o Mercv colado — eu sei que sua paixão era o Simba, mas ele aceitou o segundo lugar com elegância.


Seus irmãos se afastaram porque seu cheiro mudou. Ele não se importava. E, quando eu limpava seu rosto com o paninho úmido quente, precisava tirar pus e sangue do pelo do coitado.


Me desculpa por ter gritado na noite em que você fez xixi na coberta? Era desespero de te deixar com frio. E, enquanto a máquina de lavar trabalhava, eu esquentava o lençol com secador, na esperança de me redimir. Bateu 2ºC naquela manhã — não esqueço porque esfreguei o colar no tanque com os dedos adormecidos.


Tentei colocar alarmes a cada duas horas para te levar ao banheiro. E fomos bem até o dia da diarreia. Eu só tinha experiência com fralda + gato paraplégico e fralda + bebê humano sem garras. Não foi fácil. Insistia só para te ver devorar feliz a xicrinha de patê. Esse era nosso acordo: aproveitar a comida, o sol no jardim, ainda que no colo, o carinho.


Anteontem você não conseguiu. Parece que o carcinoma chegou na mandíbula e a gente quebrou o galho com a pipeta, depois ficou só na água e ontem não desceu mais nada. Você miou sofrido quando sentei no gramado, dando a entender que preferia voltar. E nunca mais ronronou. Eu procurei um veterinário para te ajudar a descansar, mas quis dar a chance de ir sozinha primeiro. 24 horas, muitas lágrimas, meia oração, porque também não sou boa com protocolos.

Ajeitei seus 2,35 kg (de 6!) no meu quarto, aquele que ninguém entra porque sou uma gateira alérgica a gatos. Acordei nas três vezes em que você engasgou, botei no colo, arremessei o colar — você não precisava mais. Quando amanheceu, te trouxe para o sol e Mercv tratou de reassumir seu posto:


Foram dez minutos. Você gritou, eu te embalei e nublou.

Amanhã, quando abrir a janela do quarto, você será girassol.


*

Antes de morrer, sonhei que Clara tentava por três vezes, bem baixinho porque estava fraca, me dar um recado: "Se desesperar... Se desesperar... Se desesperar... pega uma bandeira e coloca no altar". Foram 12 dias quebrando a cabeça até me tocar que bandeiras representam coletivos — ordens religiosas, templárias, torcidas de futebol, brasões familiares.

E, quando pedi, a ajuda veio. Minha mãe e meu pai em sonho também, Tati Spinelli com um reiki que só fiquei sabendo depois (estrelado por Santa Clara e Pachamama!), Amanda Herrera perguntando se estava tudo bem, Mari Levischi mandando um vídeo sobre o tempo das coisas que importam. E Rose Hacklaender com a intermediação para a eutanásia desnecessária.

Eu não teria conseguido cuidar da Clara assim, aliás, se trabalhasse fora. Devo esse privilégio aos apoiadores do Gatoca, que me acolheram emocionalmente muitas vezes também. Ao Edu e à Maru, veterinários que viraram amigos, vieram ao interiorrr para consultar a retalhinha e responderam inúmeras mensagens fora do horário comercial. E à Mônica Campiteli, que nos socorreu no episódio da bicheira, uma das coisas mais desafiadoras que encarei na vida.

No final dessa gestação ao contrário, precisei apelar às drogas. E voltei para o corticoide, depois de cinco anos limpa e uma madrugada sufocando no hospital. Dr. Vagner passou semanas me acompanhando a distância, por texto e videoconferência, até desistir de cobrar pelas consultas — que loteria nenhuma no mundo pagaria, na verdade.

E, em todos esses momentos, cá estava ele: Leo Eichinger, o Mercvrivs que Chicão mandou para mim. ❤️

23.7.21

A primeira gateira da história | EG #2

Se os homens estreitaram laços com os felinos por interesse, tendo seus grãos protegidos contra roedores, foi uma mulher quem popularizou a ideia trazê-los para dentro de casa — pelo menos é o que se acredita. E faz uns 150 anos só! A rainha Vitória apoiava o bem-estar animal e chegou a conceder status de Real à Sociedade Protetora dos Animais inglesa.


Além de cachorros, cavalos e cabras, tinha dois gatos persas — a fêmea White Heather viveu até o final no Palácio de Buckingham, muito depois de sua morte. Bichos de estimação em geral aumentaram na Era Vitoriana (a Inglaterra do século 18), tanto símbolos de status quanto uma forma de os nobres demonstrarem poder sobre a natureza.




E o caráter blasé dos bichanos os tornava a espécie perfeita: "selvagem, mas limpinha" — muitos escritores e artistas expressaram seu amor por eles e pessoas passaram a fazer funerais para seus amores peludos.


Esta série é inspirada no livro O Encantador de Gatos, escrito pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado. Eu assino a confecção das coroas de papel alumínio de cozinha e o cuidado com os bigodes, há quase 16 anos, rs. E Leo Eichinger fez as fotos maravilhosas. ❤️


Menos estas! Hahahahahahaha!





CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: Bichanos dormem menos do que parece (estreia no dia 15 de setembro!)
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28.5.21

Aniversários felinos não comemorados

Nos últimos dois meses, os únicos "aniversários" lembrados por aqui foram os das caixas da mudança, que insistiam em atravancar o caminho e fazer desaparecer coisas importantes. Isso significa que os 15 anos de adoção da Clara, no dia 10 de abril, passaram batido, assim como os 14 da Guda, em 7 de maio, e de todas as Gudinhas, duas semanas depois.

Sete bigodes de nove, um recorde de negligência! Mas temos bons motivos: recomeçar mais perto da natureza, em uma casa melhor ventilada e iluminada, na torcida por menos crises de alergia/asma, sem a insegurança do aluguel, que nos desabrigou em plena pandemia. E não faltará festerê!

Leitores de exatas notarão um gato frajola não-aniversariante sobrando nas fotos. É Mercv, nosso penetra favorito. rs





*Novelinhas: conheça as histórias da Clara, da Guda e das Gudinhas

Outros aniversários da retalinha: 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 |2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

Outros aniversários da barriguda: 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

Outros aniversários das pequenas: 2020 | 2019 (especial Dia do Abraço) | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

26.3.21

Cantinho da reflexão

Jujuba afiou as garras no sofá, que fica ao lado do arranhador. Keka se pôs a babar as seringadas de água, depois de quatro anos e meio. Pimenta assassinou uma dúzia de insetinhos na última semana. Guda fez xixi na cozinha. Mercvrivs ganhou petisco extra para encarar a gangue e aumentar o constrangimento. Quatro gatas ainda não acordaram.


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Em abril tem série nova! ❤️ Todo mês, o Gatoca publicará dicas e curiosidades da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita pelos especialistas em comportamento Jackson Galaxy e Mikel Delgado, com fotos e vídeos da gangue para ilustrar. Se quiser ser avisado, é só assinar nosso boletim ou entrar no canal do Telegram.

5.2.21

6 coisas estúpidas que fiz quando adotei um gato

Não se nasce protetor, torna-se protetor. E vocês não têm noção de quanta cabeça eu bati nestes 15 anos! Comecei limpando as patas do Mercvrivs toda vez que ele saía da caixa de areia — vida de freelancer, oficina do diabo. Na semana seguinte, decidi levar o carro para lavar e voltar a pé com ele no colo, ganhando arranhões múltiplos no peito assim que passou o primeiro caminhão.

Para impedir o acesso à rua (e economizar o dinheiro das telas), improvisava gambiarras com papelão e sacos de lixo. Mas, incentivado pela Clara, vira-lata pura recém-chegada, o sem-noção um dia conseguiu fugir, caiu na clínica médica e tomou um balde de cândida na cabeça — que me rendeu os óculos quebrados, porque depois ainda tentei dar banho nele de chuveiro ligado.


E achei que seria uma ideia incrível me redimir passeando com os dois de coleira pelo bairro.




Por fim, e com um oferecimento do namorado da época, acendi uma vela durante a queda de luz e deixei no gaveteiro ao lado da cama, acreditando no mito do instinto de sobrevivência animal. Os bigodes encaracolados falam por si:


Espero que o Gatoca tenha poupado vocês de boa parte desses micos.