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14.6.17

Aniversariantes do mês... passado (maio de 2017)

As bigodas mais novas da casa completaram uma década. Sim, aquelas bolinhas de pelo que a Guda pariu ontem! Nestes dez anos, eu escrevi incontáveis posts sobre a arisquice das meninas, que nunca sofreram qualquer tipo de crueldade, exceto ter o acesso a minha cama vetado por causa da alergia (ironia divina) a gatos.

Quando a gente se mudou para o apertamento, talvez por falta de espaço, elas pararam de fugir das tentativas de aproximação. E até passaram a aceitar uns carinhos duros, daqueles sem piscar. Mas nunca, nem no mais otimista dos sonhos, daria para imaginar a Jujuba rolandinho sob meus dedos ― Jujuba, para quem chegou agora, é a felina assassina.


Resolvi, então, comemorar estes 3.653 dias (com 23 de atraso) eternizando os tão esperados cafunés. Se você tem um bichano antissocial, não desista. :)







*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

9.6.17

Amassador de pãozinho profissional procura emprego!

Nestes cinco meses de vida, se tem coisa que ZéZo aprendeu com maestria foi afofar um colo humano. E não precisa ser macio e quentinho, não! Ele também trabalha em taco, piso frio, laminado, gramado. Seu nome de batismo é José Zorêia, por causa da pontinha roubada por uma provável mordida de cachorro.


O pequeno apareceu na garagem do escritório do meu contador (sim, existem empresários pobres), há 18 dias, tremendo de frio e de medo. Julio e Gabi o acolheram, vermifugaram, despulgaram, castraram. Mas o coitado passa o fim de semana inteiro sozinho, vagando entre a recepção e a sala de reuniões.


E ele ama brincar! Pula alto caçando cordinha, dá cambalhotas atrás de bolinhas de papel, ronrona loucamente. Eu dirigi até a zona norte (SP) para fazer as fotografias, vocês ajudam a divulgar? :)





7.6.17

Gato e lagartixa: pode ou não pode?

Depende. Aqui em casa, a parceria funciona bem porque os Garfields não se prestam ao papel indigno de correr atrás de qualquer coisa que seja. E porque lagartixas comem insetos, solução perfeita (e ecologicamente correta) para uma vegana-alérgica como eu. Mas quem tem gato caçador deve ficar alerta, já que as bichinhas podem portar o Platynosomum concinnum, vilão da platinosomose.

Quando ingerido, o parasita provoca lesões na vesícula biliar, fígado, pâncreas e intestino, um belo estrago ― lembram da batalha da Pretinha na UTI? Entre os sintomas da fase inicial da doença estão falta de apetite, vômitos, diarreia, perda de peso e anorexia. No estágio avançado, há anemia, icterícia (mucosas amareladas), líquido no interior do abdome e aumento palpável da vesícula e do fígado.

O diagnóstico ocorre por meio do exame de fezes e, se constatada a obstrução dos ductos biliares, por laparotomia (abertura cirúrgica da cavidade abdominal). Já o tratamento é feito com medicamento, sempre prescrito por veterinário.

Atenção, portanto, sim. Neurose, jamais.

31.5.17

Cooperativa de Reciclagem Gatoca

Cansada de vender a ração do almoço para comprar a latinha da janta, eu resolvi botar os bigodes para trabalhar. A ideia inicial era investir nos malabares, mas eles conseguiriam acertar as bolinhas embaixo da geladeira e a apresentação terminaria antes de o farol abrir.

Na cooperativa de reciclagem, rola um home office quentinho e todo mundo participa. Enquanto Clara separa as caixas por textura de afiação de garra, Pufosa achata com soneca, Jujuba empurra até a passagem mais próxima e o resto critica para aperfeiçoar o processo. O orçamento doméstico agradece e o planeta também.

26.5.17

Pet Delícia: riqueza felina em Gatoca

Nestes quase dez anos, eu escrevi vários posts sobre a importância de fazer os bigodes ingerirem mais água ― na natureza eles caçam animais menores, com 70% de líquido em seus corpos, e não precisam tomar a mistura morna de poeira e pelos da tigela. Essa falta de hábito hídrico, somada a uma dieta baseada exclusivamente em ração seca, mata cada vez mais bichanos por insuficiência renal. Foi assim que eu perdi o Simba.

Depois de outubro, além do bebedouro elétrico (aquisição antiga), passei a investir também nas seringadas diárias de água e experimentei até a alimentação natural (imaginem a vegana na fila do açougue!). Essa batalha de longos 30 dias vale um texto exclusivo, mas o resumo é que só Clara e Guda aceitaram a mudança e a gorducha vomitava até o último fiapo de carne na sequência.

Com a autorização da vet nutróloga, apelei, então, à Pet Delícia, única ração úmida do mercado que a Keka consegue comer, porque não tem corante nem conservantes.


Dá para ver direitinho os pedaços de cenoura e as ervilhas.


Esta semana, chegaram as primeiras latinhas da parceria (obrigada!). 54 clecks de felicidade. ♥



Outras infos importantes:

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:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
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:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

24.5.17

Oitava primavera

Não, a festinha de doação da Pandora não ocorre em maio. E, em vez de colar e blusa, nas nossas selfies comemorativas geralmente aparecem regatas ou vestidinhos. É que este ano eu fui a Sorocaba por outro motivo ― vocês saberão em breve. Só que não podia deixar de apertar a responsável pela transformação bichística mais incrível do Gatoca (história completa nos links do final do post).

A pantera está 365 dias mais ruivo-agrisalhada, de um total respeitável de 5.110, mas continua gorducha e animada. Me recebeu com cabeçadinhas no portão, latiu para quem ousou dividir o carinho, acompanhou a preparação do jantar improvisado (vegano ♥) no melhor lugar da cozinha.


E meu coração tamborilou sincronizado a cada abanada de rabo mais um ano.



Epopeia da Pandora:

:: Caixa de esperança
:: Casa de esperança
:: Nascimento da ninhada
:: Morte da ninhada
:: Devolução
:: Boletim - 28 de novembro
:: Boletim - 1º de dezembro
:: Boletim - 8 de dezembro
:: Sítio temporário
:: Doação de conto de fadas
:: Primeira primavera
:: Segunda primavera
:: Festa em Sorocaba
:: Terceira primavera
:: Quarta primavera
:: Quinta primavera
:: Sexta primavera
:: Sétima primavera

19.5.17

Culpa da chuva

Atrasada para ioga, ouço aquele miado fininho ininterrupto, que faz o coração calar no peito. Largo a bolsa no carro destrancado e saio pela rua procurando a criatura. Filhote de pelo encardido e olho esquerdo colado, em visível desespero. Tento atrair com sachê, mas ele entra cada vez mais fundo em um motor desconhecido. Deixo bilhete no para-brisa e me programo para continuar a caçada na volta.

Não há volta. O carro se foi e o pequeno também. Converso com a vizinha fofoqueira do prédio, que comenta indiferente sobre o surgimento dos miados pela manhã. E emenda, de graça, a história em que foi mordida por uma gata no cio, mandou colocarem a coitada em um saco e desovarem no Riacho Grande.

Eu poderia falar do instinto animal, explicar a importância da castração, citar a lei que criminaliza o abandono. Mas agradeci e me enfiei embaixo das cobertas. Também tenho direito a meus dias de desesperança na humanidade.

17.5.17

Bronzeamento urbano

Pelo preço de três cabeçadinhas e uma ronronada de dois minutos e meio, você pode desfilar seu charme felino na coloração dourada, como as estrelas da savana. O pacote para quatro gatos ainda inclui sessão de carinho e apertos ― promoção não válida para Jujubas e demais animais selvagens.

11.5.17

Aniversariante do mês - maio de 2017

No post comemorativo de 2016, eu escrevi sobre o lado zen da Guda*. Ela redefiniu o conceito de maternidade ao amamentar as Gudinhas por três anos, se esfrega nos meus pés quando saio do banho e vira e mexe serve de travesseiro para alguém. Mas Guda também é gata moderna.

Com uma década de vida recém-completada, estapeia bolinhas pela casa feito filhote e não há fogão ou geladeira que atrapalhem sua diversão ― o resto da gangue se limita a acompanhar com a cabeça.


*Novelinha: conheça a história da Guda

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6.5.17

Super-heroínas à procura de esconderijos secretos

Elas são donas dos olhos que conquistaram o Facebook. Mas, por um motivo inexplicável, ainda não ganharam suas famílias de filme de aventura ― com final feliz, claro. Como o barraco em que moram provisoriamente está superlotado, publico novamente as histórias das cinco. Ajudem a compartilhar? Candidatos devem mandar um bat-sinal para: contato@gatoca.com.br.

Pegou o longa começado? Entenda aqui.


Batgirl, 1 ano
Desovada nas vielas da favela pela filha quando a tutora entrou em coma, precisa ser conquistada ― com a adoção do irmão, ficou ainda mais murchinha.


Viúva Negra, 11 meses
Encontrada quase morta em uma das intermináveis obras da cidade, adora um cafuné.


Vampira, 11 meses
Dócil e faladeira, conheceu o gostinho de ter uma família por apenas alguns meses.


Mulher-Maravilha, 9 meses
Supercarinhosa, foi resgatada desnutrida, acreditem, na feira.


Mulher-Invisível, 1 ano
Dengosa e tranquilona, corria risco de atropelamento em uma avenida movimentada.

3.5.17

O segredo de uma vida plena

Mercv descobriu sem viajar para o Tibete.

E as coisas fluem.

Enquanto as Gudinhas disputam as cadeiras da mesa de zoar, ele se estica nos almofadões. Se tem companhia, aproveita o calorzinho. No dia em que compro mamão para o café da manhã, é o primeiro a chegar na cozinha. Quando acaba, toma água com a mesma empolgação.

Nunca briga por comida. Nem por brinquedinhos ou qualquer tranqueira mundana. Adora sol (de sair fritando). Adora chuva (de ficar ensopado). Adora tardes cinzentas, passadas feito estátua no meu colo. Nenhuma preocupação ou obstáculo atrapalha seu sono.

28.4.17

Mulher-Hulk e o filme que não terminou

Ela me recebeu com festa na porta do barraco da Cida, ignorando o feriado pascoal. Demorou para entender como subir no carro, mas aprendeu rápido que coisas incríveis aparecem e desaparecem nas janelas em movimento. Não desobedeceu nenhum comando ao longo da viagem até Campinas ― saudade do freio de mão do Escortinho, mastigado pelo Marley!


Aqui, abro um parênteses para agradecer o Marcelo Verdegay, a Paula Castro, a Rosemay Fenselau, a Vera Lúcia Ribeiro, a Andréia Toledo e a Bonna Straccialini pelo help com o pedágio, o combustível e, indiretamente, com o projeto de educação, conscientização e mobilização do Gatoca ♥. Fecha parênteses.

Cris preparou um almoço vegano árabe, neste cenário de filme:


Michele e Cléber, adotantes da Penélope e dos bebês Cartoon, estão na foto porque o mundo é uma pracinha. A própria Cris ficou com três ex-queletinhos da dona Lourdes, o caso mais antigo deste blog (quase dez anos). E Pérola continua viva!


O roteiro parecia de comédia romântica. Mas, na segunda, chegou a mensagem dizendo que a recém-batizada Hebe não havia se acostumado com a casa nova. Late sem parar de madrugada, arrumou briga com uma das cachorras e até lhe mordeu. Eu não sabia que ela ficaria do lado de fora porque dentro já moram 45 bichanos. Talvez, prefira ser pet de sofá.

Durante o tempo em que passamos lá, não saiu de perto do meu carro, provavelmente tentando dizer isso. :\


Me ajudem a encontrar a família certa para a pequena? Prometo que ela retribuirá com este olhar brilhante ― e uma tonelada de amor.

26.4.17

Trabalho em ONG não precisa ser só voluntário

Essa mentalidade provinciana é cultivada pela proteção animal brasileira. As organizações grandes, principalmente internacionais, contratam funcionários remunerados para garantir que as atividades estratégicas não sobrem para as horas vagas. Trata-se de matemática básica: o dia tem um tempo limitado, certo? Se a gente não precisar trabalhar com outra coisa, cresce mais rápido e ajuda mais bichos.

Eu sempre recebi pelos projetos desenvolvidos em ONGs renomadas de educação e, além de pagar as contas (capitalismo não é opcional), pude investir parte dessa grana no Gatoca ― que ainda não anda com as próprias patas. Se aproveitar de uma causa para ganhar dinheiro é bem diferente de ganhar dinheiro fazendo algo que ama e colaborando para despiorar o mundo.

Está na hora de pensar fora do cercado, pessoal.


Conscientização e sensibilização no CCSP (foto de Giuliana Miranda)

20.4.17

Aniversariante do mês - abril de 2017

Entre namoricos e sonecas despreocupadas com a ameaça de guerra nuclear, Clara* completou 11 anos em Gatoca. O primeiro aniversário sem seu amor ensolarado ― dormir de patas dadas com um frajola desastradamente encantador é diferente de partilhar uma década de cumplicidade e banhos de língua. Mas sinto que só o meu coração se apertou. A gata de retalhos sabe que a vida se esvai enquanto a gente perde tempo deixando de viver.


*Novelinha: conheça a história da Clara

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13.4.17

Dos gatos aos humanos: um novo projeto

Eu tenho muitas amigas gateiras e boa parte delas coloca a mão na massa. Mas a Paula Martinez resgatou uma galinha. E a galinha estava presa na macumba! Nas três vezes em que ficou grávida, ela doou leite para bebês sem a sorte de suas pequenas. E há alguns meses fundou a Ciranda para o Amanhã, com o objetivo de ajudar mais efetivamente os meninos e meninas que moram nos 19 abrigos da Lapa expandida.

Se Paula me pedisse para pular da ponte, eu consideraria seriamente. Ainda bem que ela só queria algumas aulas de português para facilitar a buscar por emprego da molecada que acaba na rua ao completar 18 anos. Desenhei, então, o curso em quatro encontros, partindo dos interesses dos adolescentes e tomando o cuidado de plantar a semente da leitura, assim eles poderiam seguir sozinhos ― nesse tempo não se ensina a escrever nem tuíte e estamos falando de dezenas de vidas que a escola não soube conquistar.

O pessoal do Flores na Varanda cedeu o espaço de jardim colorido para as aulas não convencionais e recebeu a turma com café da manhã durante as três últimas semanas ― na próxima, rolará uma visita à Biblioteca de São Paulo. Teve conversa sobre potencialidades, orientação vocacional express, ditado com música do Racionais, crônicas em voz alta, produção de currículo lúdico, palavrões, mensagens dos abrigos sobre a empolgação dos meninos. Eu ganhei poesia, desenho, dobradura, sorrisos. E W., quase o dobro do meu tamanho, dizendo que não queria ir embora.


(Leo, parceiro de todas as horas, tirou fotos da coleção de olhos brilhantes, mas não podemos publicar.)


Por que este post está aqui no blog? Mona Lisa, a mascote do restaurante, serviria facilmente de gancho ― jornalistas fazem milagres com as palavras.


Mas a verdade é que não existe mundo melhor se a gente pensar compartimentado em bicho, gente, planta. E o próximo projeto do Gatoca será com crianças! Leitores que tomam chá com empresários do bem, mandem mensagem: contato@gatoca.com.br. :)