E, por três vezes, que não contei aqui, os bigodes me tiraram o sono em São Bernardo: Clara ficou presa no forro do telhado de um sobrado da rua de trás, Mercv caiu no jardim de inverno de uma clínica médica e, quando a faxineira chegou para trabalhar, tentou espantá-lo jogando um balde de cândida (episódio que me rendeu os óculos quebrados), e Chocolate travou na roseira da vizinha, sem deixar que ninguém se aproximasse.
Em nenhum dos casos os sem-noção conseguiriam voltar sozinhos para Gatoca, tanto que nossas buscas levaram dias. E, como nos últimos sete meses fui "atropelada" por dois cachorros fujões, o Strike e a Nina, e teve ainda o Napoleão, que estourou a caixa de transporte no nosso mutirão de castração e sumiu em Santo André, resolvi compartilhar a experiência acumulada.
Você perdeu um peludo?
Divulgue imediatamente nas redes sociais
Quanto antes, maior a chance de reencontrar animal porque ele ainda estará por perto. Escolha uma foto atual, descreva características peculiares dele, informe a data e o local do desaparecimento e não esqueça de incluir seu contato.
No grupo de Facebook Cachorro Perdido em SP, Capital eu achei a família da Nina e, graças a ele, a dona da casa em que ela entrou a reconheceu. Me sugeriram também o Procura-se Cachorro, que tem página no Face e no Instagram. Indiquem vitrines bacanas, para gatos e de outros estados, nos comentários.
Faça buscas à noite
A cidade fica mais silenciosa e seu amigo poderá ouvir você esgoelando por ele — não tenha vergonha de pagar de louco. Foi assim também que eu consegui escutar a resposta da Clara e me pus a tocar todas as campainhas do perímetro, pedindo descaradamente para entrar nas residências onde os miados pareciam ficar mais altos.
Se o bicho for arisco, não delegue
Tem animal que só se reporta ao tutor, como o Napoleão, que desentocou do matagal apenas quando ouviu os assobios da Jane — 19 horas depois do nosso sofrimento vão.
Converse com pessoas estratégicas
Saca aquela galera que passa boa parte do tempo observando a rua? Segurança, flanelinha, vendedor de cachorro-quente, pipoca, espetinho, instalador de Sem Parar. Quem descobriu Mercv preso na clínica foi o guarda, que sabia que a gente estava atrás dele, quando pediram ajuda com umas caixas.
Distribua cartazes pelo bairro
Tecnologia analógica, em um país como o nosso, não acabará tão cedo. O que colocar no papel você aprendeu lá em cima. Na hora de colar, vale poste, comércio, garagem. Vejam esta relíquia da fuga da Chocolatinha — nem experiência com cartaz a gente tinha!
Bônus: use coleira de identificação!
Se existe a mais remota chance de o pet cruzar os limites do seu lar-doce-lar sem supervisão, compre uma coleira do tamanho dele no pet shop e peça para gravarem seu telefone na plaquinha em qualquer loja de aliança.
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca