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20.12.16

Suculentas e gatos

Depois dos posts da Simbalenta (1 e 2), muita gente me escreveu perguntando se esse tipo de planta não era tóxica para os bigodes. Pois observem as folhas da coitada.


Agora, vejam a criatura que a deixou nesse estado e tirem suas conclusões.

16.12.16

Sonhei com o Simba!

O gordinho estava sentado-deitado na mesa da cozinha da nossa casa de infância e eu dava um grito de felicidade quando o via. Ele correspondia com o olhar afetuoso, miava daquele jeitinho inconfundível e se transformava em outro gato: vesgolino, de pelo longo, embora ainda amarelo-tigrado.

Tenho "enxergado" o leãozinho de relance pelo apertamento há uns dias. Primeiro, dentro da caixa de papelão, na sala, e ontem na cama do escritório, perto do canto da parede. Entendi que ele quis me dizer que continua por aqui, só que diferente.

55 dias depois, devia estar escolhendo as palavras.

14.12.16

Mesa de zoar

Parece que a gente se mudou ontem, mas já faz três anos. O sofá e a mesa de jantar, que viriam logo depois da reforma iluminadora, viraram exames veterinários (no plural), consertos mecânicos (no plural também), tratamento homeopático para a asma-rinite-sinusite (eterno), curso de elaboração de projetos (plantando sementes!).

E o amor pôde ser exercitado a cada almoço na bancadinha do micro-ondas e conversa entorta-coluna no colchão com pillow top. Segunda passada, Tati Pagamisse doou sua mesa de 200 lugares para Gatoca. Os bigodes afiaram as unhas em todas as cadeiras, vomitaram nos assentos, capotaram a Simbalenta no tampo de vidro. Tudo isso em menos de 24 horas.

Leo e eu continuamos exercitando nosso amor.

9.12.16

Como denunciar maus-tratos pela internet em SP

Finalmente entrou no ar a Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa), promulgada por meio da Lei 16.303/2016, de autoria do deputado Feliciano Filho (não confundam com o pastor!). O objetivo é agilizar as denúncias e investigações de crimes contra animais no estado de São Paulo, que até terça-feira precisavam ser feitas presencialmente nas delegacias da Polícia Civil, depois de um amargo chá de cadeira.

Para usar o serviço, basta clicar em: www.ssp.sp.gov.br/depa e preencher um formulário simples com informações sobre a ocorrência, o bicho e o agressor, anexando fotos e vídeos se existirem. O sistema também pede os dados de quem denuncia, mas dá para escolher ficar no anonimato. A delegacia responsável recebe o dossiê, toma as providências necessárias e retorna em até dez dias ― antes tarde do que nunca.

Você não mora em São Paulo? Pois outros cinco estados já estão copiando a ideia: Espírito Santo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia e Santa Catarina, e a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Além de ajudar a punir quem sacaneia os quadrúpedes, o portal permitirá traçar um mapa estadual da criminalidade contra animais, facilitando a implantação de políticas públicas de prevenção. :)))

IMPORTANTE! Se um ato de crueldade grave estiver ocorrendo sob seus olhos, ligue para 190, porque a Polícia Militar é quem pode interromper e salvar o bicho ― não banque o super-herói.

7.12.16

Por que eu saí do AUG e como enxergar a proteção animal

Achei que não precisaria escrever este post, afinal, não sou a Angelina Jolie e não casei com o Brad Pitt ― embora também tenha uma prole de filhos adotivos. Mas o bazar de Natal do Adote um Gatinho aconteceu sem mim, depois de nove anos de voluntariado, e as mensagens começaram a pipocar, quase todas terminando com "que pena".

Wrong feeling. O AUG tem um trabalho incrível de resgate e doação de bichanos, com o suporte de dezenas de pessoas. O Gatoca atua na educação e conscientização, para mudar o olhar do ser humano que abandona, e conta... comigo. Se não é fácil se dedicar a um projeto voluntário e pagar as contas no fim do mês, imaginem a dois.

A morte do Simba me fez relembrar, pela terceira doída vez, que a vida acaba num suspiro mais demorado ― e a gente deixa para trás uma coleção de palavras não ditas, abraços não dados, mundo não transformado. Decidi, então, que 2017 é ano de investir mais nestas linhas digitais e nas entrelinhas reais. A cada nova iniciativa, a proteção ganha, em vez de perder.

ONGs bacanas estão percebendo isso e abrindo mão da competição para somar. Celebridade Vira-Lata deu uma superconsultoria para o mutirão de castração no DER. Felinos Urbanos e Stray Cats vira e mexe ajudam leitores que querem fazer CED (captura, esterilização e devolução) em suas comunidades. Confraria dos Miados e Latidos recebeu oito gatos de uma colecionadora que caiu no meu colo em agosto. Canto da Terra socorre os bigodes com homeopatia sempre que as coisas se desequilibram por aqui.

As portas do AUG continuam abertas para os textos desta jornalista-coração-de-pudim. E eles sempre estarão disponíveis para o AUG.

2.12.16

13 macetes para dar líquidos na seringa a um gato

Não, ele não precisa estar doente para você ler o post até o final. Dar água na seringa diariamente ajuda a evitar problemas renais, já que os bichanos não são bons de tomar no pote, a versão parada, morna e com sujeirinhas ― seus ancestrais caçavam animais menores, que serviam ao mesmo tempo como comida e bebida, dispensando o reforço hídrico.

20 ml é uma boa quantidade, mas, se rolar um repeteco à noite, melhor ainda! E acostumar as maquininhas de matar com essa manipulação facilita absurdamente a administração de remédios e comida forçada, em caso de necessidade futura. Como tenho à disposição um laboratório de dez bigodes (agora nove, snif) para teste, fiz uma coletânea de dicas supimpas:

1) Compre seringa de 5 ml
Elas são mais anatômicas para a função.

2) Treine com 1 ml
Ofereça essa quantidade de água uma vez por dia até baixar a resistência da criatura ― prometo que isso acontece.

3) Não afogue o animal
Aqui em casa, funciona melhor dar dez seringadas de 2 ml do que lotar o êmbolo e diminuir as chuchadas.

4) Segure a cabeça com uma das mãos
Coloque a palma no topo e pressione os buraquinhos de cada lado da mandíbula com os dedos indicador/médio e polegar, facilitando a abertura.

5) Posicione a boca para cima
Caso contrário, pode esperar a cuspida.

6) Impeça fugas
Eu evito a imobilização pelo cangote porque acho que aumenta o estresse do bicho. Para impedir que ele dê ré, então, vale empurrar o bumbum para baixo com o mesmo braço da mão que está segurando a cabeça ou colocá-lo em uma mesa/prateleira/balcão e fazer barreira com o peito.

7) Ajeite a seringa no canto da boca
Além de ajudar a forçar a abertura, não dá tanta vontade de mastigar como na frente. Só tome cuidado para não machucar a gengiva.

8) Mire no céu
Se o jato for direto para o fundo, há uma grande chance de engasgar. Na bochecha também funciona, mas precisa prestar atenção para não sair do outro lado.

9) Respeite o ritmo do bichano
Alguns vão bebendo conforme a gente aperta o êmbolo, portanto, é melhor ir devagar. Outros se desesperam com a água acumulada, preferindo que a tortura termine mais rápido. Só não pese na mão, porque a rebatida volta na cara ― pode rir imaginando a cena.

10) Mantenha a cabeça para o alto
Até o peludo terminar de engolir, pelo mesmo motivo do item 5. Dá para fazer isso empurrando o queixo de leve. E deixe ele relaxar enquanto recarrega a seringa.

11) Tome cuidado com a garganta e os bigodes
A água tem de passar por ali e, se a cabeça do gato for pequena, a gente acaba apertando a garganta sem querer. Quanto aos bigodes, repuxá-los todo dia fará com que comecem a cair ― I've been there, pobre Simba.

12) Distancie as seringadas das refeições
No estômago dos bichanos cabe, confortavelmente, 20 ml de bebida ou 20 gramas de comida. Mais do que isso, causa desconforto. A boa notícia é que ele demora apenas 40 minutos para esvaziar.

13) Dobre a cota de carinho ao final da empreitada
O pequeno precisa associar as seringadas a um momento bacana. Nada de brigar quando tomar olé pela casa ou de chorar ao encontrar água no chão depois de seguir todas as instruções.

Se bater o desânimo, lembre desta jornalista-coração-de-pudim, que tem uma trupe circense para seringar. E a Jujuba, rainha da sociabilidade. rs



Leia também:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

30.11.16

Síndrome de homeless

Guda adora um telhadinho. A gente puxa a banqueta para tomar lanche e ela brota do piso. Basta deixar a tampa da caixa de areia no chão, durante a limpeza, que a criatura resolve brincar de tartaruga. Já a perdemos embaixo do fogão, da cama box, da lixeira capotada (por ela mesma) do escritório. Depois de morar um ano na rua, melhor ter dois tetos sobre a cabeça para garantir, né?

25.11.16

Quando o caminho esburacado é o certo

Na manhã em que escolhi trabalhar com educação, sabia que não esbanjaria fama, fortuna, milhões de leitores. Se os textos ajudassem a melhorar a vida de algumas dezenas de pessoas, porém, já teria valido a pena. Há nove anos, estendi esse olhar ao Gatoca. E o post sobre a doença que me roubou o leãozinho alcançou 188 mil usuários no Facebook, somando 4,9 mil compartilhamentos e 20 mil curtidas.

Pode ser pouco para memes de política, vídeos com filhotes de panda e fofocas da última separação de Hollywood. Mas, para um assunto sério (e chato), escrito por uma jornalista que nem subcelebridade é, significa muito. Se as dicas ajudarem a melhorar a vida de algumas dezenas de bichanos, já terá valido a pena.

22.11.16

Doença renal: 7 dicas que podem salvar seu gato

Hoje, faz um mês que o Simba morreu. Não deixei de pensar nele um único dia, de coração apertadinho. Os últimos 33 pores de sol da doença renal foram dos mais tristes da minha vida ― e olha que esta vida já viu tombar pai e mãe. Ainda não estou pronta para escrever sobre o tratamento no estágio terminal. Mas resolvi ressignificar parte da dor compartilhando o aprendizado que pode poupar outros bigodes desse desfecho.

Leve vômitos a sério
Rins com problema não conseguem filtrar as toxinas do sangue direito, provocando náusea, feridas no estômago e, consequentemente, vômitos. O único vômito bom é o de pelos, todos os outros merecem investigação. Antes de começar a vomitar comida, Simba deixava pela casa pocinhas espumantes assim (nem sempre em forma de coração):


Pese o bichano mensalmente
Enjoados, eles tendem a comer menos, emagrecendo lentamente. O gordinho perdeu 800 gramas em oito meses e meu olho, viciado, não percebeu. :\

Dê água na seringa
Sim, é trabalhoso e, não, os geniosos não curtem. Garanto, porém, que a rotina de remédios, alimentação forçada e fluidoterapia produz muito mais sofrimento para todos os envolvidos. Comece com 1 ml por dia até o peludo se acostumar com a manipulação. Aumente progressivamente para 20 ml e, se possível, repita a dose à noite, totalizando 40 ml diários ― neste post tem 13 macetes para facilitar as seringadas. E neste, o modelo perfeito de seringa.

Compre potes de tamanhos diferentes
Cansei de ler, nestes 11 anos, que gato prefere tigela grande para não encostar os bigodes na borda, mas o potico que improvisei para o leãozinho fez o maior sucesso, mesmo sem a torre, e acabou virando oficial. Além dele e dos potões de cachorro, a gangue conta também com um bebedouro elétrico. Ingerir pouca água é a principal causa da doença renal, que mata 60% dos bichanos ― aqui tem um texto bem completo sobre o assunto.


Não economize na ração
Repita como um mantra. Marcas baratas possuem excesso de sal, que provoca disfunções urinárias, e de corante, que prejudica a absorção dos nutrientes, além de gerar um volume maior de cocô. A trupe come Farmina, parceira do Gatoca, porque a N&D e Vet Life não têm transgênicos nem conservantes artificiais, usam proteínas de melhor qualidade e os óleos e vitaminas entram só no final do processo, evitando que se percam com as altas temperaturas. Elas nem precisavam ser mais palatáveis. :)

Ofereça comida úmida frequentemente
Esqueça o tártaro (acredite, já vi essa discussão). Na natureza, os felinos caçam animais menores, com 70% de água em seus corpos, e não precisam beber o líquido morno parado no pote, juntando poeira e pelos. Por isso a falta de hábito, que a gente chama de frescura. Vale sachê, latinha e até alimentação natural, desde que preparada exclusivamente para eles, seguindo a orientação de um especialista.

Cuide da energia da casa
Dizem que plantas ajudam os bigodes na tarefa de filtrar nossa nhaca e a nhaca do ambiente. Se for mentira, espalhar uns vasinhos (não tóxicos!) pelos cômodos não prejudicará ninguém. Por fim, cultive menos rancor e mais amor. A vida é curta e às vezes cabe na palma da mão.



Outras infos importantes:

:: Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
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:: Como estimular a beber água
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:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

19.11.16

Ao infinito e além!

Não se deixem enganar pelo ângulo da fotografia. Nesta cadeira cabe, mal e porcamente, minha bunda. E minha bunda é proporcional aos menos de 50 quilos que frustraram duas décadas de esperança de salvar vidas doando sangue. Mas Guda e suas meninas não sabem disso. Quando a gente é gato sem padrões limitantes, pode tudo.

16.11.16

Pé de Pimenta quebra-tudo

Dizem que gatos filtram nossa nhaca ― se quiserem, claro, porque não se trata de um trabalho com carteira assinada, férias remuneradas, 13º, fundo de garantia, né? E que as plantas filtram a nhaca do ambiente, dando uma força aos bigodes na missão.

Só por isso eu topei comprar a suculenta para o Simba, que morreu duas madrugadas maldormidas depois, deixando o vasinho laranja de lembrança agridoce. Só por isso, dei de cara esses dias com Pimenta fazendo a Simbalenta de travesseiro, no maior conforto do universo.

Só por isso, a vida continua valendo a rega. Ainda que salgada.


Foto do Leo Eichinger ♥

11.11.16

Paciência tibetana

Em 2006, Clara só tinha olhos para o Mercv ― até porque ele era a única opção do recinto. Nos últimos dez anos, a população de bigodes foi aumentando de forma inversamente proporcional ao tamanho da casa, reduzida a um quinto, e o primogênito ficou sem o colo exclusivo, as guloseimas diárias, o amor da geniosa.

Podia ter queimado almofadões, feito greve de fome, desafiado Simba para um duelo de garras. Mas escolheu esperar. Uma década. 122 meses. 3687 dias. Meu colo continua disputado, principalmente no inverno. As guloseimas rarearam ainda mais com o diagnóstico quase-coletivo de doença renal. O coração da Clara, porém, é seu de novo.

9.11.16

Das coisas que realmente importam

Cilla Nolli não me conhece. Nunca comeu um bolo vegano em Gatoca nem apertou os bigodes ― pelo menos os que não se enfiam antissocialmente embaixo do fogão ou em cima da geladeira. Mas fez esta ilustra coisamaisfofadomundo na época em que o Simba estava doente, ainda completou com um post-afago em seu blog.

Ontem, quando fui buscar as cinzas que descansarão no jardim da nossa futura casinha (obrigada, Mari!), quis chorar os 33 dias de novo. E lembrei do leãozinho sorridente, no meu colo desenhado. Esse amor, bípede e quadrúpede, com que o projeto me cerca há nove anos é das riquezas mais caras que um ser humano pode colecionar.

4.11.16

Montinho de recomeço

Parece seis gatos juntos. Mas é vida que ensaia retomar o fluxo. O buraco do Simba segue na cama e no peito. Nove dias depois, porém, os bigodes voltaram a dormir pertinho.

1.11.16

Paranapiacaba no ventilador

O Gatoca denunciou a situação dos animais de Paranapiacaba em julho, vocês enviaram e-mails, o poder público ignorou, nós apelamos à Promotoria do Meio Ambiente, descobrimos uma ação civil pública contra a prefeitura e até agora, acreditem, nada mudou ― o prazo para cumprir a determinação do juiz termina no dia 17.

Mas este é um post "meio cheio". Nossa força-tarefa chamou a atenção da Vejinha, que me entrevistou em setembro, do SBT, que queria gravar para o SBT Brasil, mas acabou não rolando, de políticos da causa. E a assessoria de imprensa da prefeitura finalmente topou agendar uma conversa com um representante legal da vila (continuamos aguardando).

O novo prefeito assume no dia 1º de janeiro e se posicionou pró-bicho. As ONGs autoras da ação civil pública seguirão pressionando com a gente. Desgasta e desanima ter de cobrar o óbvio, sim. Mas 2017 há de ser um ano mais humano para os peludos andreenses.