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29.1.15

Viramos abóbora

Eu, à meia-noite. Simba, uma hora depois de acordar.

28.1.15

Almofadinha que dá barato

Lembram do catnip em vaso que fez o maior sucesso com os bigodes? Pois a Sabor de Fazenda também vende almofadinhas recheadas da erva! Yone escolheu estas três estampas lindas para os peludos, de presente de aniversário ― o meu (rs). O êxtase dura de cinco a 15 minutos, sem efeitos colaterais. E, para voltar o efeito, basta dar um intervalo de duas horas. Reservem um espaço no varal para pendurar as almofadinhas completamente babadas!





26.1.15

Cárie sem chiclete

"Existem coisas que a gente vê uma vez na vida, outra na morte. E é claro que tinha de ser com você". Dr. N. soltou essa frase cheirando o bafinho do Mercv, no último sábado, e eu tentei encará-la como uma oportunidade de aprender ainda mais sobre o fantástico universo dos problemas bigodísticos. Se fosse só uma hiperplasia de gengiva, bastaria remover o tecido com uma gaze, fazer uma compressão forte sobre o local e passar um produto de higienização oral.

Acontece que embaixo dessa gengiva espaçosa tem uma depressão dentária, cujo motivo a ciência ainda não sabe precisar (nem prevenir). Conhecida como Lesão de Reabsorção Odontoclástica Felina (LROF), ou Cárie dos Felinos, a doença causa salivação, dificuldade de mastigar e perda de apetite. Mais da metade dos bichanos sofrerão com ela na velhice, mas o incômodo acaba passando batido porque sua detecção demanda radiografia intraoral, feita por especialistas.

A solução é a extração, já que os casos de restauração, com ou sem tratamento de canal prévio, não deram muito certo. Como Mercv não sente dor e ganhou 200 gramas de pancinha na virada do ano, eu decidi esperar mais um pouco. E deixo a dica para vocês: observem a dentição dos peludos de vez em quando.

23.1.15

Lógica única

― Cheire esta esponja.
― Argh, está podre! Mas não deu nem uma semana de uso...
― Eu não sinto nada, na verdade. Só achei estranho sair um líquido amarelo quando apertei no prato.

Com quatro banheiros gigantes e um tanque de bônus, os bigodes consideraram mais adequado fazer xixi na esponja. De. Lavar. Louça!

22.1.15

Você sabe que São Francisco existe quando...

Esquece o açucareiro aberto em cima da mesa e nenhum bigode entra na cozinha. Toma um trança-pé de filhotes desenfreados e continua com todos os dentes na boca. O primogênito resolve brincar de adotecá sobre o teclado e o Word salva a última versão do seu trabalho.

Protetor solar para animais virou lenda

Eu já escrevi aqui no blog várias vezes que cães e gatos de pelo claro, principalmente nas orelhas e no nariz, devem passar longe do sol, por causa do câncer de pele. A frase seguinte sempre explicava que, se fosse inevitável, valeria usar protetor específico, vendido em pet shops. Ontem, porém, procurei em três lojas grandes e descobri que há meses o dito cujo sumiu das prateleiras.

Mandei um e-mail para a Pet Society, única fabricante do Brasil, e a Fernanda respondeu que o produto saiu de linha. O que fazer, então, para manter os peludos saudáveis no verão? O veterinário de uma das lojas consultadas sugeriu comprar protetor de criança e espalhar bem, para evitar que eles lambam tudo ― o de adulto eu já havia testado e causou irritação nos olhos.

Quem tem outras dicas?

20.1.15

Como sacanear um protetor em 4 passos

1) Lembre que ele existe só na hora de empurrar problemas, nunca para oferecer soluções.
2) Faça-o perder tempo esclarecendo mil dúvidas sobre o reino animal e adote com outra pessoa.
3) Responda pedidos de ajuda com intenções de oração, colocando São Francisco no meio, sem ajudar efetivamente.
4) Devolva um bicho feito sapato fora de moda.

19.1.15

Playcat

Aproveitando o calor saarense, os bigodes de Gatoca tiram a roupa para vocês ― eu ia escrever que faltam dois pelados para o calendário, mas fiquei com medo da falta de senso de ironia de São Francisco.


Clara Luz, 8 anos, coleciona medalhas de salto à porta,
perseguição de gatos e surf no chinelo



Pimenta, 7 anos, caça tigres de pelúcia profissionalmente
e afoga bolinhas de alumínio nas horas vagas



Guda, 8 anos, me deu o golpe da barriga e acabou abandonando
a vida nas ruas para virar dona de casa



Jujuba, 7 anos, retalha braços à noite e a faz bico
como dama de companhia no café da manhã



Keka, 7 anos, canta no coral do blog e se esconde de
visitas com menos de 1 metro de altura



Simba, 11 anos, largou a carreira de lutador de vale-tudo
para barrigar na porta quando a gente chega



Mercv, 9 anos, é dublador de gente, abridor de caminhos e mimado



Pufosa, 7 anos, ainda não conseguiu fazer decolar sua
carreira de modelo e atriz, uma grande injustiça



Pipoca, 7 anos, venceu a misantropia com a falência renal
e agora amassa pãozinho para fora



Chocolate, quase 8 anos, descobriu o elixir da vida:
aperfeiçoa a rabugice sem envelhecer

Para deixar os peludos aí refrescados também, leiam a dica deste post.

17.1.15

Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil

Consulta com o Dr. Valdo Reche é o sonho de consumo de boa parte dos gateiros de São Paulo ― quem não souber por que dê uma olhada no currículo do homem. Imaginem, então, a empolgação com que eu recebi o convite para participar do simpósio da Total Alimentos sobre doença renal crônica, liderado por ele, no hotel Transamérica!

Foi em junho do ano passado, mas, por causa da correria do projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas, só deu tempo de traduzir as dez páginas rascunhadas de veterinês agora ― o evento se destinava a profissionais da área. E o assunto continua quente, infelizmente, porque, segundo o veterinário, 60% dos bichanos terão um grau de disfunção dos rins ao morrer.

Definição e tipos

Trata-se de uma anormalidade estrutural e/ou funcional nos rins, que deixam de filtrar e eliminar as toxinas produzidas pelo organismo do animal. Há dois tipos de doença renal: a genética transmissível, comum nos persas e maine coons, e a adquirida, decorrente do envelhecimento natural.

Classificação

- Estágio 1: o bicho não apresenta sintomas e a alteração estrutural dos rins costuma ser um achado.

- Estágio 2: com creatinina de 1,6 a 2,8 mg/dL, compreende a maior parte dos felinos. Eles podem ter sintomas sutis, que o tutor dificilmente percebe ― tomam mais água do que o normal, urinam mais e comem menos.

- Estágio 3: com creatinina de 2,9 a 5 mg/dL, os sintomas já são visíveis. O animal perde peso e toma ainda mais água.

- Estágio 4: com creatinina maior que 5 mg/dL, surgem a anorexia, os vômitos e a halitose, embora o bicho possa ficar assintomático por um tempão. A doença evolui até a falência renal, fase terminal.

Embora os estágios 1 e 2 acompanhem um gato de aparência normal, seus rins já perderam bastante a capacidade de filtração (e dois terços dos néfrons).

Diagnóstico

Para detectar o estágio da doença, o veterinário deve submeter o animal a um exame clínico, pedir os laboratoriais de rotina (urina e hemograma) e não descartar o de imagem, porque cerca de 70% dos felinos apresentam cálculo nos rins ou ureteres.

Tratamento

- Estágio 1: evite a desidratação, que diminui a perfusão dos rins, estimulando a ingestão de ração úmida ― para reduzir o risco de rejeição, por causa da textura, acostume o bichano antes de completar 1 ano. Se não for possível, peito de peru e atum em água e sal substituem o sachê.

- Estágios 2 a 4: além de evitar a desidratação, pode ser preciso tratar também proteinura (perda excessiva de proteínas pela urina), hipertensão arterial sistêmica, hiperparatireoidismo secundário, hipopotassemia e doenças concomitantes, como anemia.

A dieta com restrição proteica (e de fósforo), para não sobrecarregar os rins, deve acompanhar os níveis de albumina. Ração terapêutica aumenta a expectativa de vida, mas não adianta iniciar na crise, quando o animal está nauseado. Durante as duas primeiras semanas, é melhor que ele coma qualquer coisa, para não aumentar a produção de toxinas urêmicas.

Fluidoterapia (soro) só funciona se o bicho desidratar, já que dilui a creatinina e mascara a evolução da doença ― o excesso também agrava os casos de hipopotassemia e hipertensão (e cerca de 60% dos gatos têm hipertensão). Vale acrescentar vitaminas hidrossolúveis, principalmente as do complexo B.

Prevenção

Estimule o bichano a beber água. Use potes grandes (eles não gostam de encostar os bigodes nas bordas), coloque uma pedrinha de gelo no calor, substitua a torneira pelo bebedouro elétrico ― animal que tem esse hábito fica sem beber nada quando os tutores estão fora de casa, aumentando o risco de problemas urinários.

Importante!

- Creatinina é um índice mais confiável do que ureia, pois sofre menos influência da dieta.
- Gatos idosos apresentam queda nessa taxa porque começam a perder massa muscular ― não significa um bom resultado.
- Doença renal tende a provocar gastrite, já que o bicho acaba comendo menos por causa da náusea, e halitose, fazendo muitos tutores suspeitarem de problema bucal. E a anestesia para a limpeza dentária diminui ainda mais a perfusão dos rins.
- É preciso saber em que momento iniciar a restrição proteica. Felinos jovens (até dois anos) podem ter uma expectativa de vida longa com a ração terapêutica e desnutrição proteica.
- Ração urinária não equivale à renal! Ela é mais gostosa porque tem mais proteína, o que piora a doença.
- Outros agravantes são hipotensão, uso de fármacos (anti-inflamatórios não esteroidais) e obstrução ureteral por cálculos.
- O tratamento deve focar sempre na qualidade de vida do animal, não na quantidade de dias.



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15.1.15

Um gato e cinco segredos

Elas disputam as lambidas no cabelo. Se soubessem, gritariam quando ele passa. Basta deitar que se amontoam todas em volta. Às vezes, nem comer direito o coitado consegue. Se Simba tivesse nascido na Malásia, seria sultão. Nos Estados Unidos ou na Inglaterra, rockstar. Aqui, na terra do bronzeado, é mais um loiro fazendo sucesso com as gatinhas.

14.1.15

Para sobreviver ao calor

14h. Sento no computador para escrever o post do dia. Está quente demais. Passo o supermercado na frente. 18h. Continua abafado, apesar da tempestade. Melhor tomar um lanche. 22h. Pelada, descabelada e suada, não consigo pensar em outro assunto para estas linhas. São quatro as dicas que todo mundo deve seguir para manter a integridade de cães e gatos no verão senegalês:

1) Coloquem gelo nos potes de água
Bigodes e focinhos têm de beber ao longo do dia, no mínimo, 60 ml por quilo de peso. Nesta época do ano, a água também ajuda a regular a temperatura corporal. Uma pedrinha por tigela grande facilita a missão. E eu não preciso dizer para mantê-las longe do sol, né? Água morna ninguém merece!

2) Só passeiem em horários frescos
Principalmente com cachorros peludos ou de focinhos curtos. A dificuldade de eliminar o calor, quando submetidos a esforços excessivos, pode gerar mal-estar. Para a desidratar é um pulo. E as almofadinhas das patas certamente acabarão machucadas. Não esqueçam de oferecer água durante o percurso e após o término, aliás.

3) Mantenham o carro ventilado
Se o passeio for motorizado, abram os vidros ou liguem o ar-condicionado. E nunca, NUNCA deixem o bicho preso no veículo exposto ao sol. Cães e gatos não transpiram e tendem a sofrer um aumento agudo da temperatura, seguido de morte.

4) Passem protetor solar
Não é frescura. Animais de pelo claro também têm câncer de pele, mesmo que não saiam de casa ― a menos que sua casa não possua janelas. Comprem um produto específico para eles e espalhem nas orelhas e no focinho, regiões menos protegidas.

O Climatizador só serviu para me empobrecer R$ 500 mais, porque, quando a gente liga, os caipiras ficam achatados no chão, imóveis, em pânico.

Leitores quadrúpedes

Felinos, caninos, piticos, vovôs, compactos, extragrandes, eles ajudaram o projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas a sair do papel! :)

Quando Katia Zutter ganhou um "vale-gato" do marido alérgico, há três anos, foi correndo para a feirinha de Santos adotar Amy, a filhota mais arteira da ninhada.


Ao ouvir dele que deveria escolher outro bichano, para que se divertissem juntos, o Gonzaga tremeu com seu grito. E Harley ficou com a irmãzinha.


As meninas viraram tatoos e a rinite do marido desapareceu.


De orelhas carameladas, Pudim custou R$ 90, por causa de uma hérnia umbilical. Há mais de uma década, espera Andrea Sassaki chegar da rua para lhe fazer companhia no sofá ou esticar as patas na toalha de banho.


Yvni é uma ragdoll sossegada de 5 anos, que se transforma quando vê um insetinho. Já Xerokê, de 8, curte um agito em tempo integral e, como bom vira-lata, raramente fica doente. Os dois brincam, dormem e brigam juntos na casa da Edna Jardim.


Abandonada em uma caixa de papelão, Bela teve complicações renais e acabou sobrando com a Gloria Pontes. Adora buscar bolinhas de sacola plástica para jogarem de novo, ignorando o fato de não saber latir.


Jade foi rejeitada pela mãe do rapaz que a resgatou, pelo pet shop do bairro e pela vizinha, até chegar à porta da Gloria, com quem dorme grudadinha.


Bento mama na Jade. E cabe nesta tigelinha. Precisa dizer mais alguma coisa?


Boris ama Dudu, neto da Gloria. Extremamente dócil, já teve infecção renal, na próstata e deixou de andar temporariamente por causa de uma bactéria na coluna. Espera o reiki ansiosamente.


Apelidada de Fiscal, Sara Lee se mete em tudo. E Gloria fotografa.


Truco deveria tomar conta da família da Gloria, recém-viúva. Passou 42 horas na chuva, sem comer nem beber, caiu dentro da piscina quando o adestrador tentou pegá-lo e, traumatizado por possíveis maus-tratos, virou um parceiro brincalhão.

13.1.15

Telas: alerta!

Eu já escrevi sobre a importância de impedir o acesso dos peludos à rua, listei empresas que instalam redes de proteção pelo Brasil, contei a experiência do Gatoca. Faltou dizer, porém, que telas e filhotes são uma combinação perigosa. O estrago da foto abaixo foi feito pela família Cartoon (que ainda espera um lar!) no apartamento da Michele. E hoje a Patricia me mandou uma mensagem perguntando como evitar que o gatinho recém-adotado se atire do décimo andar.

Aqui, isso nunca aconteceu, porque os bigodes têm preguiça até de levantar para comer. Mas eu lembro da Ju Bussab comentando que passava spray de cabelo na trama para conter a fúria mastigadora de seus minitemporários. Também vale a pena checar o estado das redes de vez em quando, já que elas não duram para sempre ― os fabricantes costumam recomendar a troca a cada cinco anos.

Outras dicas e relatos são bem-vindos. ;)

9.1.15

Rato é para os fracos

Pimenta caça tigres. E deixa de presente no meu chinelo. ♥

Vômitos: quem são, onde vivem, do que se alimentam?

O assunto já rendeu posts engraçados aqui no blog. Mas este, contrariando o título, é sério. Todo gateiro conhece o egagropilo, ainda que não com seu nome grego. Trata-se do charutinho que os bichanos vomitam depois de se lamber, principalmente nos períodos quentes do ano, em que boa parte dos subpelos cai para deixá-los mais refrescados ― a escovação ajuda bastante.

Existem outros dois tipos comuns de vômito, porém, aos quais eu fui apresentada no check-up coletivo da gangue (essa ida tripla ao veterinário rendeu!). O da Keka, líquido com pelinhos tímidos, indica esofagite de refluxo. Seu organismo, mais sensível, tende a expelir a cabeleira precocemente ― provavelmente por isso ela sempre vomitava o sachê, até aprender a recusar.

Já o da Pufosa, de ração recém-mastigada, mostra que seu esôfago, dilatado e flácido (megaesôfago), é tão preguiçoso quanto a dona. O alimento fica parado no meio do caminho e acaba voltando. Para contornar o problema, basta colocar o pote mais alto, evitando que o animal precise abaixar a cabeça para comer.