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26.3.20

Desafio: qual é a música do seu gato?

Eu já gravei vídeo sobre o coronavírus, escrevi dois posts (1 e 2) e aderi ao grupo de influenciadores digitais que estão na batalha de conscientizar as pessoas (e pressionar o governo) durante a pandemia. Mas a gente também precisa de um respiro, né? O desafio musical do Gatoca nasceu de uma conversa com o Leo, num contexto que, confesso, não lembro mais. rs

A ideia era encontrar músicas com os nomes dos dez bigodes. Chocolate ficou com Marisa Monte, porque não quero pó, não quero rapé, não quero cocaína, me liguei em chocolate. Clara foi de Jorge Ben Jor, já que clareou nossos caminhos. A música da Guda, cantada em ganês por um tal de Kirani Ayat, vocês precisam ouvir, pois não faço ideia do que se trata.

O comentário também vale para a da Keka, desafinada por Jessi Gift & Laxmi, em um filme de Bollywood. Aconselho pararem a do Mercvrivs antes dos vômitos da banda sérvia Temple of Gnosis. Pimenta acompanha carrapicho e Almir Sater. Jujuba estrelou um espetáculo infantil contra alienígenas! Pipoca alfabetizou muita gente com o Palavra Cantada.

E Simba leva um filme inteiro, "O Rei Leão", claro, que até hoje me faz chorar. Vocês devem ter notado que faltou a Pufosa, né? Sim, eu perdi o desafio! Parece que, em nenhum dos 206 países do mundo, há uma canção para ela. Se alguém descobrir, cola o link nos comentários? — o vídeo exclusivo para os apoiadores deste mês será um clipe da gangue!

Agora, quero saber a trilha sonora de vocês!


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24.3.20

Coronavírus de gato passa para gente?

Cerca de 80% dos bichanos são infectados com o coronavírus, segundo Anna Lena Berg, em artigo de 2005, publicado na revista Veterinary Microbiology. Não, vocês não precisam entender inglês, porque essas informações técnicas só interessam aos veterinários. Nem se desesperar, já que o coronavírus felino (FCoV) não tem nada a ver com o pesadelo atual (Sars-Cov-2), causador da Covid-19 — o nome se refere a uma família de vírus com formato de coroa.

Nos gatos, o FCoV provoca apenas diarreia e muitos peludos são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas. O problema está na capacidade de mutação do vírus, que, em 5% a 12% dos casos, acaba causando a temida peritonite infeciosa felina (PIF), uma doença fatal — na PIF úmida, os vasos sanguíneos se inflamam e, na seca, formam-se granulomas e necroses em vários órgãos do corpo.

O único cuidado que a gente deve tomar durante a pandemia, portanto, é lavar as mãos antes de encostar nos bigodes ao voltar da rua, porque o Sars-Cov-2 pode ficar no ambiente por até três dias — não há comprovação científica de que animais de estimação desenvolvam ou transmitam a Covid-19. Melhor ainda se todo mundo puder ficar #DentroDeCasa nesse período.

O Gatoca integra o grupo de influenciadores digitais que assinam a campanha #VamosPararOBrasil, para conscientizar vocês sobre a importância de seguir as orientações de quem entende do assunto — assistam aos vídeos do Atila Iamarino! E pressionar o governo a pagar uma #RendaBásicaJá às 77 milhões de pessoas mais pobres do país, que passarão fome se fizerem a quarentena.

Como empatia não parece ser o forte do brasileiro atualmente, vale dizer que esse isolamento social diminuirá os impactos econômicos da crise (inevitável) no futuro, logo todo mundo ganha! Outros países estão tomando atitudes similares e os gastos representarão menos de 2% do PIB, distribuídos ao longo dos seis meses de benefício. Infos completas aqui e o abaixo-assinado para compartilhar também.

Cuidemos de quem precisa, bípedes e quadrúpedes!


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20.3.20

Agradecimento em tempos de crise

Eu imagino a angústia que muitos de vocês devem estar sentindo, neste momento, em relação ao trabalho e ao futuro do país — sobre a saúde nem preciso comentar, né? Fiz um vídeo, na quarta, contando que perdi a oficina no Sesc, planejada meses antes, e a reunião com um possível financiador para a coletânea dos livros infantis, que venceu o edital do Condeca.

Mesmo assim, vocês continuam apoiando o Gatoca! E faltam letras no meu teclado surrado por gatos para agradecer. ❤ No Gramado da Fama de fevereiro, junto com a cabritinha, estrelam três queridas: a Natalia e a Lívia Pantarotto, que moram em um matão-tão-matão de Minas Gerais que o vizinho delas é uma rave, e a Michely Nishimura, que, batendo todos os recordes, vive no Japão!

Março ainda não tem apoiadores novos — é sua chance! Faltam só R$ 150 para estrear a série sobre o livro "O Encantador de Gatos", ilustrada pelos bigodes! R$ 5 fazem diferença, especialmente agora. E contribuições a partir de R$ 15 dão acesso ao nosso "netflix", com superproducinhas exclusivas, para passar o tempo durante o isolamento social.

Na semana passada, aliás, rolou o segundo encontro virtual do projeto, em que nós aprendemos como desatolar carro de cocô de cavalo, morar fora do país feito rico sendo pobre e construir amizades duradouras em dia de fúria. O próximo está agendado para julho! Assinem o boletim +Gatoca ou nosso canal no Telegram para não perderem nada, porque os algoritmos estão cada vez mais mercenários.

E obrigada, sempre e sempre, a Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe...

...Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Roberta Roque Baradel, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Amanda Midori, Karine de Cabedelo e Fabiana Ribeiro, por seguirem juntinho!

19.3.20

Visitei o primeiro cat café do Brasil!

Sorocaba é um interior "muderno". Tem pizzaria vegana, meditação no parque e o Café com Gato, primeiro espaço do país em que você pode comer sendo julgado pelos bigodes — aqui, a vigilância sanitária não permite animais em ambientes de alimentação, por isso o "aquário". Sorte deles, que podem cochilar sossegados e, quando não estão a fim de plateia, se esconder na parte interna da casa.


Fabiana Ribeiro, a dona do café, me convidou para conhecer a turma e claro que apertei o máximo de vítimas que consegui.


Sim, tem bichanos de raça, porque atraem público.




Mas ela fez questão de colocá-los junto com escaminha, frajola e pretolinos rejeitados, incluindo a Bombom, que ficou paraplégica por trauma.


Toda vez que viaja a Campinas, para trabalhar no café de lá, Fabiana compra uma passagem extra de ônibus para levar a rabugenta, que arranha todo mundo que tenta esvaziar sua bexiga — alguns paraplégicos precisam desse cuidado, várias vezes por dia.

A conversa avançou tarde adentro, com achocolatado e torta vegana gingerbread, recheada de maçã, uva-passa e nozes, edição especial do Natal, que peguei de saída no cardápio. E também não adianta cobiçar o "gatinho feliz" da foto, porque é exclusividade. Mas há outras delícias e eu mesma dei algumas sugestões cruelty free. Quem sabe não rola uma parceria "Café com Gatoca"?




Subi videozinhos da Bombom, Vanilla, Mocaccino, Chantilly, Canela, Capuccino, Pingado, Chocolate, Expresso, Nutella e Tricolore nos stories do Instagram, arquivados em "destaques". E me despeço com um gostinho da Milk e a confissão de que é esquisito tocar em um sphynx. rs


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18.3.20

Coronavírus, solidariedade e o futuro do Gatoca

Esta folhinha em que Pimenta resolveu descansar é o roteiro do vídeo que eu gravei ontem, um desabafo inédito nestes quase 13 anos de Gatoca — assistam, no final do post, para entender o contexto. Como vocês podem ver, a gata está zero preocupada com os algoritmos, a pandemia e os boletos. Já minha asma não pode dizer o mesmo.


Ontem, me peguei dividida no supermercado entre rezar para não espirrar com o ar-condicionado, evitando o linchamento popular, e fugir da senhorinha que assoprava o nariz no lenço e mexia em todos os produtos da prateleira. A gente precisa, sim, seguir as orientações dos especialistas — de higiene, isolamento social, identificação de sintomas relevantes.

Mas não podemos começar a nos enxergar como monstros — e escrevo para eu mesma ler. Enquanto tem criatura comprando todo o álcool em gel do planeta, 35 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água tratada e 100 milhões não possuem esgoto, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Desde 2007, o Gatoca planta sementes de solidariedade, que vocês espalham on e offline. Espero, nestes dias críticos, continuar sendo espaço de informação, entretenimento e, principalmente, acolhimento. Venham para dar um tempo do noticiário catastrófico, para matar a saudade dos bigodes, para a gente aprender junto como melhorar. ❤


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13.3.20

Gato da sorte para todas as sextas 13!

Banguela foi abandonado ainda filhote, porque a tutora engravidou. Na verdade, ela comprou uma vizinha para ficar com ele e a irmã, que embolsou os R$ 200 e largou os dois no quintal, debaixo de chuva e sol forte. A fêmea logo morreu atropelada, como a gente sabe que acontece com animais que vão para a rua. E o pequeno sobrou sem família — humana e felina.


Alyne Castregrini e o marido, que têm uma empresa no mesmo bairro, começaram a alimentá-lo, mas não demorou para o bichano cruzar também com um carro desgovernado. Graças ao socorro veterinário, o acidente lhe custou apenas uns dentinhos quebrados, motivo do apelido cinematográfico.

Só que os meses foram passando e, recentemente, o peludo reapareceu tão fraco que não conseguia subir as escadas nem para comer. Quem dá azar mesmo? O casal levou-o mais uma vez ao vet, que caprichou na engorda e já emendou a castração — se você desconhece os benefícios, clique aqui.


Agora, a gente precisa de uma família que saiba valorizar a sorte de ter um pretolino carinhoso, curioso e brincalhão para compartilhar a vida — Alyne e o marido já preencheram as vagas do amor com dois gatos, que ficam separados porque deram para se estranhar, e um cachorrinho.

Banguela completou 1 ano e meio, está em Santo André e não preciso dizer que só será doado para apartamentos telados ou casas de muros altos, né? — depois da sexta-feira 13. Ajudem a compartilhar este pote de ronrom no fim do arco-íris?


Arte do Leo Eichinger 💙

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12.3.20

Veterinário gato em Gatoca!

As meninas invejam a cabeleira. As velhinhas querem apertar as bochechas. Mas foram os bigodes que ganharam a atenção do Dr. Eduardo Carneiro no último sábado! Importado de São Paulo, ele passou horas preciosas em Gatoca, cheirando bafo, limpando orelhas, analisando tons de catarro na parede e texturas de cocô nas caixas de areia.

A boa notícia é que os peludos estão resistindo melhor do que eu à idade. Não contei aqui, mas, depois que Pipoca saiu da alimentação forçada, entrou Pufosa, que já voltou a comer sozinha também. E Guda segue oscilando na diarreia, com mais vitórias do que derrotas. A doença renal vira e mexe derruba um, só que ainda não conseguiu segurá-los no solo. :)

E tem a alergia eterna da Pimenta, que parece sincronizada com a minha — quando anoitece, nossos espirros ecoam em estéreo pela casa. Espero que ela se liberte com esse atendimento mais próximo. E, de culpa, marquei uma consulta também — não com o veterinário. rs

Lembram do abscesso do Mercv na glândula ad-anal? Cicatrizou, a febre passou, sobrou apenas a depilação brazilian wax — e o abalo na dignidade. Já o carcinoma da Clara tomou boa parte do lado esquerdo da cabeça, a ferida do lado direito ficou mais funda e os linfonodos parecem mais inchados. Essa seria uma notícia ruim, se Clara não insistisse em continuar aproveitando a vida — e seus 14 anos.


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6.3.20

Gatoca no Sesc Sorocaba!

Atualização (17/03/20): evento cancelado por causa do coronavírus! :(

Eu já contei que foi a Amanda Palmer quem me ensinou a arte de pedir — para ajudar gatos, cachorros, uma família de ovelhas, dois ratinhos e um pombo, precisei entender é de gente. Em 2014, o financiamento coletivo do Gatoca arrecadou R$ 21 mil, 140% da meta. No fim de 2018, estreou nossa campanha continuada, que bateu recentemente os R$ 1 mil, grande feito para um projeto de educação. E toco, ainda, o clube de assinaturas de uma ONG paulistana, com 117 apoiadores.

Estava mais do que na hora de compartilhar esse conhecimento com vocês! Nos dias 18 e 19 de março, das 15h às 17h, rolará aqui no Sesc Sorocaba a oficina Financiamento e o Poder do Coletivo, um intensivão sobre crowdfunding e conexão humana, composto por cinco módulos: Raio-x, Campanhas Relevantes, Inspiração para Começar, Como Estruturar um Projeto e Estratégias de Sensibilização.

O melhor de tudo: é grátis e dá para se inscrever pelo portal, a partir das 14h do dia 10 (saiu errado na revistinha). ❤

Keka está empolgada! rs




Para ampliar, cliquem na imagem

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5.3.20

Cachorro ou gato perdido: saiba o que fazer!

Este post provavelmente será um choque para quem conheceu a Beatriz protetora. Mas a verdade é que eu já morei em casa sem tela (com telefone fixo!), onde vivia fazendo gambiarras para os gatos não irem para a rua, até que a Rosa e o Casé ajudaram a acabar de vez com o pesadelo das fugas — justamente por isso tenho tanta paciência com a ignorância alheia.

E, por três vezes, que não contei aqui, os bigodes me tiraram o sono em São Bernardo: Clara ficou presa no forro do telhado de um sobrado da rua de trás, Mercv caiu no jardim de inverno de uma clínica médica e, quando a faxineira chegou para trabalhar, tentou espantá-lo jogando um balde de cândida (episódio que me rendeu os óculos quebrados), e Chocolate travou na roseira da vizinha, sem deixar que ninguém se aproximasse.

Em nenhum dos casos os sem-noção conseguiriam voltar sozinhos para Gatoca, tanto que nossas buscas levaram dias. E, como nos últimos sete meses fui "atropelada" por dois cachorros fujões, o Strike e a Nina, e teve ainda o Napoleão, que estourou a caixa de transporte no nosso mutirão de castração e sumiu em Santo André, resolvi compartilhar a experiência acumulada.

Você perdeu um peludo?

Divulgue imediatamente nas redes sociais
Quanto antes, maior a chance de reencontrar animal porque ele ainda estará por perto. Escolha uma foto atual, descreva características peculiares dele, informe a data e o local do desaparecimento e não esqueça de incluir seu contato.

No grupo de Facebook Cachorro Perdido em SP, Capital eu achei a família da Nina e, graças a ele, a dona da casa em que ela entrou a reconheceu. Me sugeriram também o Procura-se Cachorro, que tem página no Face e no Instagram. Indiquem vitrines bacanas, para gatos e de outros estados, nos comentários.

Faça buscas à noite
A cidade fica mais silenciosa e seu amigo poderá ouvir você esgoelando por ele — não tenha vergonha de pagar de louco. Foi assim também que eu consegui escutar a resposta da Clara e me pus a tocar todas as campainhas do perímetro, pedindo descaradamente para entrar nas residências onde os miados pareciam ficar mais altos.

Se o bicho for arisco, não delegue
Tem animal que só se reporta ao tutor, como o Napoleão, que desentocou do matagal apenas quando ouviu os assobios da Jane — 19 horas depois do nosso sofrimento vão.

Converse com pessoas estratégicas
Saca aquela galera que passa boa parte do tempo observando a rua? Segurança, flanelinha, vendedor de cachorro-quente, pipoca, espetinho, instalador de Sem Parar. Quem descobriu Mercv preso na clínica foi o guarda, que sabia que a gente estava atrás dele, quando pediram ajuda com umas caixas.

Distribua cartazes pelo bairro
Tecnologia analógica, em um país como o nosso, não acabará tão cedo. O que colocar no papel você aprendeu lá em cima. Na hora de colar, vale poste, comércio, garagem. Vejam esta relíquia da fuga da Chocolatinha — nem experiência com cartaz a gente tinha!


Bônus: use coleira de identificação!
Se existe a mais remota chance de o pet cruzar os limites do seu lar-doce-lar sem supervisão, compre uma coleira do tamanho dele no pet shop e peça para gravarem seu telefone na plaquinha em qualquer loja de aliança.

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27.2.20

Exclusivo: o final feliz da cachorra que mobilizou a internet!

Pela primeira vez em 12 anos, eu chegaria no horário para almoçar com a Rosa e o Casé — lembrando que eles ainda moram em Santo André e Sorocaba fica à 132 quilômetros de distância. A pizzada vegana foi marcada à tarde justamente para encaixar entre as medicações dos bigodes. Eis que vejo um cachorro de peitoral vermelho cruzar a Bandeirantes na frente dos carros e faço Leo frear instantaneamente, antes de chegar no nosso.

Desço, sem lenço nem documento, abro os braços para impedir uma tragédia e a criatura passa como uma bala. O que os motoristas presenciaram na sequência foi uma desajustada ziguezagueando entre os caminhões, agitando as mãos para o alto e pedindo para pararem, enquanto o animal diminuía no horizonte. E a cena se repetiu quando ele resolveu correr o mesmo percurso de volta e subir a Alberto Willo, em direção a Moema.


No cruzamento do final da ladeira, a asma e eu estancamos, indecisas para onde continuar. E Bruno e Rafael, que estavam indo almoçar na Castelo Branco, caminho inverso do nosso original, ofereceram a milagrosa carona — que nem por meio segundo cogitei recusar, enquanto eles consideravam a hipótese de os meus 48 quilos integrarem uma quadrilha.


Até a Miosótis, Com Bruno dirigindo feito ambulância e espalhando nossos contatos de boteco a PM, as pistas dos moradores seguiam quentes. Já na Praça da Árvore, quase 40 minutos depois do início da perseguição, ninguém mais tinha visto o bicho. Pedi, então, o celular emprestado do Rafael para avisar que estava viva, ligando para o meu próprio telefone, único que sei de cor, e Leo me resgatou no metrô.

Inconformada, na continuação do trajeto a Santo André, publiquei um post no Facebook, que alcançou 194 compartilhamentos. Mas foi pelo Instagram que Cristine Busch indicou o grupo "Cachorro Perdido em SP, capital", onde encontrei este cartaz, já de volta a Sorocaba, divulgado apenas 53 minutos antes — e com uma única curtida, no fim do feed:


O maratonista era uma cachorra! Telefonei para a Camila na hora, dividi a experiência do Gatoca com fugas, publiquei um texto caprichado no mesmo grupo do Facebook, que alcançou mais 222 compartilhamentos, e de tempos em tempos curtia cada um deles para que Nina ficasse sempre visível. Domingo virou quarta-feira de cinzas.

Às 14h45, depois de três insônias e duas gastrites, chegou a tão esperada notícia: a bichinha havia entrado no quintal de uma casa no Planalto Paulista (!), exausta, e a família a reconheceu pelos nossos apelos nas redes sociais! Camila, com quem eu conversei durante todo esse período, a estava hospedando para que Ana Paula, a verdadeira tutora, curtisse o carnaval em Natal. E é claro que a coitada bateu no aeroporto e pegou o avião de volta.

O vídeo do reencontro das duas emociona até paralelepípedo:


Mas tinha mais! A história de adoção da Nina fez valer cada minuto do esforço coletivo para recuperá-la:

Eu me mudei para São Paulo em janeiro, mas trouxe a Nina não faz nem duas semanas. Ela estava ficando na casa da minha mãe, em Minas mesmo. Vim para trabalhar, sou engenheira. Nina deu cria na rua da casa em que eu morava, há uns quatro anos, de seis filhotinhos. A menina que morava comigo encontrou-os no meio do mato, mas ninguém conseguia chegar perto, porque ela é muito medrosa. Saía correndo toda vez. Você viu como ela corre! É assim com todo mundo, traumatizada.

Essa menina e eu resolvemos levar os filhotes para casa, contra a vontade das outras, que moravam com a gente. Coloquei, então, todo mundo na garagem, deixei o portão aberto e, quando a Nina entrou para ficar junto, fechei. E foi assim que a resgatei. Doei os filhotes e acabei adotando-a porque ninguém iria querer uma cachorra tão medrosa, que não gosta nem de carinho.

Paguei consulta com adestradores, tratei o medo dela com medicação. Comigo ela é quase uma cachorra normal. Das outras pessoas, não chega nem perto. Acho que nem era cachorra de rua, porque eles geralmente são carentes, acostumados com pessoas ao redor. Acredito que ela tinha um dono e era maltratada para sentir esse medo gigante de humanos.

Por isso fiquei desesperada quando ela fugiu. Ela tem muito medo de carros, de barulho, de sombras até. Imagino o desespero em ficar perdida nas ruas movimentadas de São Paulo. Disse para minha mãe hoje que isso me fez ver quanta gente boa ainda existe neste mundo!

Muita gente se dispôs a ajudar, muita gente se preocupou — claro que encontrei também pessoas que me desanimavam, que falavam que ela devia estar morta, que riam quando eu confessava meu desespero.

O amor da Nina é o mais puro que já conheci, porque ela me ama sem querer nem ao menos um carinho.



Por isso eu insisto, há quase 13 anos, no poder que a gente tem juntos! E que cada ação importa, mesmo uma curtida em redes sociais. Na semana que vem, aliás, compartilharei as dicas de seis experiências bem-sucedidas para recuperar cachorros e gatos perdidos — ou tutores. rs

Seguimos coladinhos? ❤️

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26.2.20

Carnaval de Cinzas: Bloco dos Enfermos

Hoje é dia de ressaca para quem pulou e bebeu o feriado. E de começar a quaresma para os cristãos, que em algum momento abrirão mão da carne para se empanturrar de bacalhau. Eu, que não tenho religião, sou vegana e curti o Carnaval cuidando de cinco gatos doentes, só quero que pare de chover para voltar a abrir as janelas.

Pufosa andou dando umas vomitadas e retomamos a medicação para a doença renal. Pipoca, também renal, parou de comer de novo e, além do remédio, recebeu reforços de patê na seringa. A alergia persistente da Pimenta seguiu acrescentado novas cores e texturas às paredes da casa. Clara vira e mexe encrenca com o carcinoma e passou boa parte do tempo de colar elisabetano.

A novidade foi o abscesso do Mercv. Mais especificamente na glândula ad-anal, do lado esquerdo. O excesso de lambedura na região, para um gato não muito asseado, chamou a atenção e a quantidade de pus que saiu do buraquinho deveria demandar duas bundas. Agora, ele está jururu, com febre e depilado.

Os apoiadores acabaram de receber "Carnaval em Gatoca", aliás, a superproducinha tragicômica de fevereiro. E em março vai rolar o segundo encontro virtual — sugiram datas! Para ajudar o projeto a crescer, ganhar recompensas e transformar vidas (humanas e animais), basta clicar aqui. Todo realzinho faz diferença! Estou animada para começar a série nova — faltam só 12%! :)))


Guda revezando a enfermagem comigo

21.2.20

Vocês salvaram meu carnaval!

Toda vez que as coisas começam a dar errado em cadeia, eu leio os comentários de vocês, vejo os nomes no Catarse, lembro das vidas transformadas. Quando a humanidade parece inviável, vocês me provam o contrário. E eu persevero. A cada piora na insuficiência renal da Pipoca, no carcinoma da Clara ou na alergia da Pimenta, encontro aqui acolhimento — de desconhecidos-amigos. 💜

Neste feriado de carnaval, confesso que não estava muito para confetes e serpentinas. Mas a Amanda Midori apoiou o Gatoca de Londrina, no Paraná, e a Karine de Cabedelo, na Paraíba. Teve ainda a Fabiana Ribeiro, aqui de Sorocaba, dona do primeiro "cat café" do Brasil, o Café com Gato, que a gente visitou antes mesmo de se mudar. E Pufosa entrou no gramado para agradecer!


Obrigada também Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo...

...Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Roberta Roque Baradel, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças e Lorena da Fonseca, por não deixarem o pandeiro cair!

Para quem está chegando no bloguinho agora, o Gatoca resiste, educando, conscientizando e mobilizando corações pelos animais em tempos sombrios, graças a um financiamento continuado. É possível contribuir com qualquer valor e ainda ganhar recompensas! — assinaturas a partir de R$ 15, por exemplo, dão acesso ao nosso "netflix", com vídeos exclusivos (já vai sair o de fevereiro!).

Despioradores de mundo, uni-vos!

20.2.20

Bebedouro para gato que não toma água!

Há seis anos, eu descobri o milagre do Gatolino, o único bebedouro elétrico que os bigodes se dignaram a usar. E eles são queridinhos até hoje em Gatoca. Mas, como toda casa sempre tem um espírito de porco, Clara prefere chacoalhar o potinho manual para tomar água em movimento — e essa água vai escorrendo pelo chão até encontrar o pé da cama, onde se transforma em ferrugem.

Na Black Friday do ano passado, vocês já vão entender a demora do post, Taciane Ribeiro compartilhou um modelo de bebedouro gringo, que eu jamais compraria, pela metade do preço e resolvi arriscar — meu surto capitalista se resumiu a ele e um livro para as enteadas (e existe gente que diz que filho precisa sair da barriga).

Primeiro, o produto chegou com peças faltando. Depois, eu fui à loja para trocar e esqueci a caixa na sala. Aí, o carro ficou um mês no funileiro porque, não contei aqui, conseguiram bater em mim parada. Vencidos os contratempos, bebedouro funcionando a toda eletricidade, os bigodes se dividiram, então, em dois grupos:

Os que sentiam medo do presente e os que o encaravam com desprezo — os apoiadores do projeto receberam os registros de "Autoestima em Xeque", a superproducinha de janeiro. rs


Eu estava quase desistindo de reabastecer o trambolho quando vi Mercv finalmente esfregando a língua no chuveirinho — e foi exatamente essa dinâmica que duvidei que funcionaria. Depois dele, veio Pipoca, a lavadora de patas. E até Clara se rendeu à modernidade!

Ficam, portanto, três lições: algum modelo agradará seu gato, mesmo que você já tenha tentado vários. Bichanos possuem um tempo próprio, persista. E, o disco quebrado (ainda dá para usar essa gíria?), mantê-los hidratados é essencial para evitar problemas renais, já que a umidade da ração não passa de 10%, enquanto o corpo da presa que eles caçariam na natureza concentra 70% de água — infos importantes no pé do post.




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14.2.20

Aniversariante do mês – fevereiro de 2020

No Valentine’s Day, o Dia dos Namorados gringo, os casais trocam bombons, flores, perfumes. Eu ganhei uma gata! E nem foi do namorado. Tentei entregá-la no pet shop onde adotei a Clara, mas é claro que, na minha vez, não tinha vaga. Isso faz 13 anos! Chocolate* ostentava a maior parte do nariz rosa. E, conforme o gênio se pôs a encardir, o coração marrom ganhou forma.

O amor é assim: usa delicadezas para te convencer a abraçar o estranho do outro.


*Novelinha: conheça a história da Chocolate

Outros aniversários: 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

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12.2.20

Diarreia em gatos: o que fazer?

Guda está com diarreia e eu achei que era um bom gancho para escrever este post. Foi só abrir o editor de texto, aliás, que ela entrou no banheiro para o registro fotográfico — quando a gente escolhe o caminho certo, o Universo conspira! rs

A primeira coisa que se deve fazer é observar se a diarreia persiste. Casos isolados costumam se resolver sozinhos, já os recorrentes precisam de investigação. E o veterinário certamente perguntará coisas como consistência, quantidade e cor, então vale fotografar — eu tenho uma coleção de cocôs no computador!

Além do aspecto pastoso ou líquido, as fezes podem conter muco (uma espécie de catarro), sangue escuro (do estômago ou começo do intestino) ou vivo (aquele vermelhão, do final do intestino). E o animal tende a dar outras pistas do problema. Entre os principais sinais estão: apatia, cansaço, perda de apetite e peso, flatulência, urgência ou esforço para defecar, febre, dor, vômitos.

Mas o que causa diarreia? Basicamente tudo! Estresse, medicamentos, mudança na dieta, alergia ou intolerância alimentar, ingestão de porcarias e substâncias ou plantas tóxicas, infecções bacterianas ou virais, vermes e protozoários, câncer e tumores no trato digestivo, inflamação no intestino, doenças autoimunes e hepáticas.

O quadro atual da Guda se deve à insuficiência renal. E Pipoca protagonizou as piores diarreias da casa em 2014, com uma colite provocada por ingestão de cândida — novatos, cliquem no link antes de me xingar. O tratamento varia de acordo com a enfermidade e o histórico do peludo. Mas é essencial mantê-lo hidratado, sob risco de morte.

Como as redes sociais sabotam o alcance de conteúdo que envolve grana, vou reforçar aqui que o Gatoca está em campanha para estrar uma série nova, com dicas e curiosidades (ilustradas!) da bíblia "O Encantador de Gatos", escrita por Jackson Galaxy e Mikel Delgado, especialistas em comportamento felino. Vejam os detalhes e as recompensas novas!

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Guda fazendo projeções sobre o cenário político e econômico do país