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4.10.24

Por que ver vídeo de gatinho faz bem à saúde?

Da próxima vez que você for surpreendido rindo alto com alguma peripécia felina na internet, pode alegar que está mantendo a saúde em dia. A afirmação é do veterinário espanhol Carlos Gutierrez, que repercutiu um estudo da Universidade de Indiana, feito em 2015, com 1 mil espectadores de vídeos de gatos.

Os cientistas concluíram que esse tipo de conteúdo aumenta o bem-estar, porque provoca mais emoções positivas, principalmente alegria, diminui a ansiedade e a tristeza, já que ajuda a esquecer o estresse e os problemas do cotidiano, e ao final do processo ainda dá aquela turbinada na energia e na vitalidade.

Há quem considere até uma alternativa à terapia com animais, principalmente para crianças que têm alergia. No Japão, constataram também que os trabalhadores ficavam mais focados e atentos. Mas os benefícios se perdem quando a gente usa para procrastinar, causando o efeito o contrário de culpa e sentimento de perda de tempo. Dizem. rs

2.10.24

Entardecer (e amor na seringa)

Keka engordou 200 g. Essa informação, assim jogada, dificilmente terá o impacto desejado se vocês não souberem que a frajola passou dos 17 anos, avançada na doença renal crônica, e chegou a 1,7 kg com as diarreias explosivas ― que já conseguimos reverter.

Sim, ela está velhinha e cada vez mais fraca, mas ainda mia na porta do quarto para ganhar um carinho se me ouve ir ao banheiro de madrugada, arrisca umas lambidas no sachê que bato para dar na seringa, pede para passear no terreno ― e ressuscita para caçar um lagartinho. rs


Eu trabalho em casa, décadas antes de ser modinha, e posso oferecer esse cuidado enquanto ela quiser receber ― já escrevi sobre o difícil equilíbrio de tratar animais que ainda preservam uma essência selvagem e por que escolho sempre a abordagem menos invasiva. Também alertei sobre os riscos da alimentação forçada.

Mas acho que ficou faltando falar sobre como as seringadas de comida deram (e ainda dão) uma qualidade de vida melhor para a gangue na velhice, porque garantem a hidratação, sem precisar recorrer ao soro subcutâneo (gatos ariscos!), e amenizam outros estragos da doença renal, como a gastrite.

Para Jujuba, que está bem, faço um patê com as latinhas da Pet Delícia ― dicas para deixar lisinho aqui. Para a Keka, que não pode ficar de estômago vazio, senão vomita sangue, alterno no blender sachês de peru e peixe branco ― os únicos que têm parado na barriga. E até suco de maçã testei com a Chocolate, quando não aceitava mais o resto.


Esse é meu limite. Apesar de a comida na seringa chamar "alimentação forçada", não soco goela abaixo. Com o peludo sentado ou deitado de barriga para baixo, dou doses pequenas (às vezes, 1 ml) e bem devagar, enquanto ele vai lambendo e engolindo sozinho ― encaixo a seringa na lateral da boca, nunca no fundo. E, se o pequeno cospe ou trava os dentes, suspendo.

Na pancinha deles cabe, confortavelmente, 20 ml por vez e a digestão demora cerca de 40 minutos. Mas um bichano debilitado dificilmente conseguirá comer tudo isso, então, comece com menos. Para a Keka, tem funcionado fazer dez rodadas de 14 ml por dia, somando 140 ml. Jujuba, que ainda devora a ração seca, só recebe um reforço úmido com quatro rodadas de 20 ml ― de manhã, na hora do almoço, à tarde e à noite.

De novo: sei o privilégio que é trabalhar em casa. Qualquer alimentação úmida, porém, que vocês puderem incluir no cardápio ajuda. Em qualquer idade, inclusive. As seringadas servem para esse estágio de paladar seletivo. :)