Quarta tem feira no Baeta e os moradores podem almoçar vento frito. Eu até experimentei a versão de pizza, mas não fui até lá para isso. Meu objetivo era convencer a família da casa 77 a castrar mamãe esquálida e as duas ninhadas sobreviventes de várias que cruzaram as ruas movimentadas do bairro sem olhar para os lados. O pedido veio da Gatto de Bottas, que operou os bichanos aqui da comunidade em novembro e lembrou do projeto educativo do Gatoca.
Cátia atendeu a campainha desconfiada, ouviu os benefícios da cirurgia, folheou o Guia de Saúde do Pet, que escrevi para a revista Saúde, da Editora Abril, e, de repente, o portão estava cheio de bebês, trazidos pela filha em uma viagem só: três fêmeas e um machinho, com dois meses e meio, de derreter o coração. E, na sequência, duas frajolas maiores, de seis meses.
A castração de todo mundo ficou agendada para hoje, com oferta de carona reforçada, caso o filho não pudesse levar ou buscar a trupe. Assim que eu pisei na recepção da clínica, para fotografar os peludos e ajudar a doar, as meninas vieram perguntar sobre o feito. Queria ter respondido que foram os 16 anos trabalhando com educação e os sete e meio de proteção animal, mas a verdade é que Cátia só baixou a guarda quando contei que dividia o colo com dez bigodes.
P.S.: Amanhã subo as fotos da família para vocês divulgarem também. :)
4.2.15
2.2.15
Cocô fora da caixa
Atualizado em 3 de fevereiro de 2015
Eu entendo mais de xixi, confesso. Mas a Giovana Kraft escreveu pedindo ajuda e leitor do Gatoca nunca fica sem resposta ― ninguém até agora perguntou os números da loteria acumulada ou que futuro terá o país sem água e energia elétrica. Vale dizer que o bigode dela é filho único, fez vários exames e o veterinário não encontrou nenhum problema de saúde que causasse esse comportamento.
Encaminhei a mensagem, então, ao grupo de voluntários do AUG, que completou 12 anos de existência com 7 mil bichanos doados, e juntei as respostas nesta listinha de possíveis soluções (obrigada, Laraue Motta, Luciana Florence, Silvana Marques, Juliana Bussab, Carol Zanni, Mariana Dias, Lucy Cardia, Denise Granja, Fernanda Uchoa e Susan Yamamoto! :*):
Comece pelo granulado higiênico
Experimente outros tipos e marcas. Há opções à base de argila, de madeira, de sílica e até de sabugo do milho. A ONG também já cuidou de gatos que preferiam a caixinha forrada com jornal picado, para não precisar pisar nos grânulos.
Passe para o banheiro
Primeiro, troque de cômodo. O peludo pode não gostar da máquina barulhenta de lavar, por exemplo. Se não der certo, compre um modelo maior ou aberto/fechado. E não deixe de tentar o banheiro extra. Tem criatura, acredite, que se recusa a fazer o número um e o número dois no mesmo lugar.
Apele a um especialista em comportamento
Compulsão é uma das síndromes mais difíceis de se curar. O pessoal indicou unanimemente a Drª. Daniela Ramos, do Psicovet.
Susan alertou ainda que existem distúrbios complicados de detectar, como as enterites, em que o animal faz cocô várias vezes por dia, mais mole e fedido do que o normal, e frequentemente fora da caixa. O ideal, nesse caso, é insistir nos exames ou consultar outro veterinário.
Nos comentários, tem mais dicas. ;)
Eu entendo mais de xixi, confesso. Mas a Giovana Kraft escreveu pedindo ajuda e leitor do Gatoca nunca fica sem resposta ― ninguém até agora perguntou os números da loteria acumulada ou que futuro terá o país sem água e energia elétrica. Vale dizer que o bigode dela é filho único, fez vários exames e o veterinário não encontrou nenhum problema de saúde que causasse esse comportamento.
Encaminhei a mensagem, então, ao grupo de voluntários do AUG, que completou 12 anos de existência com 7 mil bichanos doados, e juntei as respostas nesta listinha de possíveis soluções (obrigada, Laraue Motta, Luciana Florence, Silvana Marques, Juliana Bussab, Carol Zanni, Mariana Dias, Lucy Cardia, Denise Granja, Fernanda Uchoa e Susan Yamamoto! :*):
Comece pelo granulado higiênico
Experimente outros tipos e marcas. Há opções à base de argila, de madeira, de sílica e até de sabugo do milho. A ONG também já cuidou de gatos que preferiam a caixinha forrada com jornal picado, para não precisar pisar nos grânulos.
Passe para o banheiro
Primeiro, troque de cômodo. O peludo pode não gostar da máquina barulhenta de lavar, por exemplo. Se não der certo, compre um modelo maior ou aberto/fechado. E não deixe de tentar o banheiro extra. Tem criatura, acredite, que se recusa a fazer o número um e o número dois no mesmo lugar.
Apele a um especialista em comportamento
Compulsão é uma das síndromes mais difíceis de se curar. O pessoal indicou unanimemente a Drª. Daniela Ramos, do Psicovet.
Susan alertou ainda que existem distúrbios complicados de detectar, como as enterites, em que o animal faz cocô várias vezes por dia, mais mole e fedido do que o normal, e frequentemente fora da caixa. O ideal, nesse caso, é insistir nos exames ou consultar outro veterinário.
Nos comentários, tem mais dicas. ;)
30.1.15
Vida com gatos #2
Você ganha um sabonete artesanal todo desenhado, espera o fim de semana para colocar no banheiro e, dois minutos depois, ele já está personalizado ― junto com a pia, a privada, a lixeira e as toalhas.
29.1.15
Outro motivo para a queda de pelos
No começo do mês, eu comentei aqui no blog que o Dr. N. havia sugerido passar hidratante na nuca da Pimenta, para fortalecer o folículo piloso e ajudar os pelos a crescerem de novo. Mas esqueci de contar que, se a lesão fosse no dorso (das escápulas para trás), na barriga ou bilateral (igual nos dois lados do corpo), poderia indicar problema hormonal.
Ele costuma se manifestar em animais com hipotireoidismo e fêmeas castradas, mesmo anos após a cirurgia, por causa da disfunção causada pela retirada dos ovários, uma espécie de menopausa. Não há risco para a saúde, exceto pelo hábito de lamber a clareira (que até tem uma penugem), ferindo a região. E o tratamento ocorre com remédio.
Fica o alerta: nem toda carequice é provocada por fungos, ácaros e bactérias.
Ele costuma se manifestar em animais com hipotireoidismo e fêmeas castradas, mesmo anos após a cirurgia, por causa da disfunção causada pela retirada dos ovários, uma espécie de menopausa. Não há risco para a saúde, exceto pelo hábito de lamber a clareira (que até tem uma penugem), ferindo a região. E o tratamento ocorre com remédio.
Fica o alerta: nem toda carequice é provocada por fungos, ácaros e bactérias.
28.1.15
Almofadinha que dá barato
Lembram do catnip em vaso que fez o maior sucesso com os bigodes? Pois a Sabor de Fazenda também vende almofadinhas recheadas da erva! Yone escolheu estas três estampas lindas para os peludos, de presente de aniversário ― o meu (rs). O êxtase dura de cinco a 15 minutos, sem efeitos colaterais. E, para voltar o efeito, basta dar um intervalo de duas horas. Reservem um espaço no varal para pendurar as almofadinhas completamente babadas!
26.1.15
Cárie sem chiclete
"Existem coisas que a gente vê uma vez na vida, outra na morte. E é claro que tinha de ser com você". Dr. N. soltou essa frase cheirando o bafinho do Mercv, no último sábado, e eu tentei encará-la como uma oportunidade de aprender ainda mais sobre o fantástico universo dos problemas bigodísticos. Se fosse só uma hiperplasia de gengiva, bastaria remover o tecido com uma gaze, fazer uma compressão forte sobre o local e passar um produto de higienização oral.
Acontece que embaixo dessa gengiva espaçosa tem uma depressão dentária, cujo motivo a ciência ainda não sabe precisar (nem prevenir). Conhecida como Lesão de Reabsorção Odontoclástica Felina (LROF), ou Cárie dos Felinos, a doença causa salivação, dificuldade de mastigar e perda de apetite. Mais da metade dos bichanos sofrerão com ela na velhice, mas o incômodo acaba passando batido porque sua detecção demanda radiografia intraoral, feita por especialistas.
A solução é a extração, já que os casos de restauração, com ou sem tratamento de canal prévio, não deram muito certo. Como Mercv não sente dor e ganhou 200 gramas de pancinha na virada do ano, eu decidi esperar mais um pouco. E deixo a dica para vocês: observem a dentição dos peludos de vez em quando.
Acontece que embaixo dessa gengiva espaçosa tem uma depressão dentária, cujo motivo a ciência ainda não sabe precisar (nem prevenir). Conhecida como Lesão de Reabsorção Odontoclástica Felina (LROF), ou Cárie dos Felinos, a doença causa salivação, dificuldade de mastigar e perda de apetite. Mais da metade dos bichanos sofrerão com ela na velhice, mas o incômodo acaba passando batido porque sua detecção demanda radiografia intraoral, feita por especialistas.
A solução é a extração, já que os casos de restauração, com ou sem tratamento de canal prévio, não deram muito certo. Como Mercv não sente dor e ganhou 200 gramas de pancinha na virada do ano, eu decidi esperar mais um pouco. E deixo a dica para vocês: observem a dentição dos peludos de vez em quando.
23.1.15
Lógica única
― Cheire esta esponja.
― Argh, está podre! Mas não deu nem uma semana de uso...
― Eu não sinto nada, na verdade. Só achei estranho sair um líquido amarelo quando apertei no prato.
Com quatro banheiros gigantes e um tanque de bônus, os bigodes consideraram mais adequado fazer xixi na esponja. De. Lavar. Louça!
― Argh, está podre! Mas não deu nem uma semana de uso...
― Eu não sinto nada, na verdade. Só achei estranho sair um líquido amarelo quando apertei no prato.
Com quatro banheiros gigantes e um tanque de bônus, os bigodes consideraram mais adequado fazer xixi na esponja. De. Lavar. Louça!
22.1.15
Você sabe que São Francisco existe quando...
Esquece o açucareiro aberto em cima da mesa e nenhum bigode entra na cozinha. Toma um trança-pé de filhotes desenfreados e continua com todos os dentes na boca. O primogênito resolve brincar de adotecá sobre o teclado e o Word salva a última versão do seu trabalho.
Protetor solar para animais virou lenda
Eu já escrevi aqui no blog várias vezes que cães e gatos de pelo claro, principalmente nas orelhas e no nariz, devem passar longe do sol, por causa do câncer de pele. A frase seguinte sempre explicava que, se fosse inevitável, valeria usar protetor específico, vendido em pet shops. Ontem, porém, procurei em três lojas grandes e descobri que há meses o dito cujo sumiu das prateleiras.
Mandei um e-mail para a Pet Society, única fabricante do Brasil, e a Fernanda respondeu que o produto saiu de linha. O que fazer, então, para manter os peludos saudáveis no verão? O veterinário de uma das lojas consultadas sugeriu comprar protetor de criança e espalhar bem, para evitar que eles lambam tudo ― o de adulto eu já havia testado e causou irritação nos olhos.
Quem tem outras dicas?
Mandei um e-mail para a Pet Society, única fabricante do Brasil, e a Fernanda respondeu que o produto saiu de linha. O que fazer, então, para manter os peludos saudáveis no verão? O veterinário de uma das lojas consultadas sugeriu comprar protetor de criança e espalhar bem, para evitar que eles lambam tudo ― o de adulto eu já havia testado e causou irritação nos olhos.
Quem tem outras dicas?
20.1.15
Como sacanear um protetor em 4 passos
1) Lembre que ele existe só na hora de empurrar problemas, nunca para oferecer soluções.
2) Faça-o perder tempo esclarecendo mil dúvidas sobre o reino animal e adote com outra pessoa.
3) Responda pedidos de ajuda com intenções de oração, colocando São Francisco no meio, sem ajudar efetivamente.
4) Devolva um bicho feito sapato fora de moda.
2) Faça-o perder tempo esclarecendo mil dúvidas sobre o reino animal e adote com outra pessoa.
3) Responda pedidos de ajuda com intenções de oração, colocando São Francisco no meio, sem ajudar efetivamente.
4) Devolva um bicho feito sapato fora de moda.
19.1.15
Playcat
Aproveitando o calor saarense, os bigodes de Gatoca tiram a roupa para vocês ― eu ia escrever que faltam dois pelados para o calendário, mas fiquei com medo da falta de senso de ironia de São Francisco.
Pimenta, 7 anos, caça tigres de pelúcia profissionalmente
e afoga bolinhas de alumínio nas horas vagas
Keka, 7 anos, canta no coral do blog e se esconde de
visitas com menos de 1 metro de altura
Simba, 11 anos, largou a carreira de lutador de vale-tudo
para barrigar na porta quando a gente chega
Pufosa, 7 anos, ainda não conseguiu fazer decolar sua
carreira de modelo e atriz, uma grande injustiça
Para deixar os peludos aí refrescados também, leiam a dica deste post.
Pimenta, 7 anos, caça tigres de pelúcia profissionalmente
e afoga bolinhas de alumínio nas horas vagas
Keka, 7 anos, canta no coral do blog e se esconde de
visitas com menos de 1 metro de altura
Simba, 11 anos, largou a carreira de lutador de vale-tudo
para barrigar na porta quando a gente chega
Pufosa, 7 anos, ainda não conseguiu fazer decolar sua
carreira de modelo e atriz, uma grande injustiça
Para deixar os peludos aí refrescados também, leiam a dica deste post.
17.1.15
Doença renal, pelo maior especialista em gatos do Brasil
Consulta com o Dr. Valdo Reche é o sonho de consumo de boa parte dos gateiros de São Paulo ― quem não souber por que dê uma olhada no currículo do homem. Imaginem, então, a empolgação com que eu recebi o convite para participar do simpósio da Total Alimentos sobre doença renal crônica, liderado por ele, no hotel Transamérica!
Foi em junho do ano passado, mas, por causa da correria do projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas, só deu tempo de traduzir as dez páginas rascunhadas de veterinês agora ― o evento se destinava a profissionais da área. E o assunto continua quente, infelizmente, porque, segundo o veterinário, 60% dos bichanos terão um grau de disfunção dos rins ao morrer.
Definição e tipos
Trata-se de uma anormalidade estrutural e/ou funcional nos rins, que deixam de filtrar e eliminar as toxinas produzidas pelo organismo do animal. Há dois tipos de doença renal: a genética transmissível, comum nos persas e maine coons, e a adquirida, decorrente do envelhecimento natural.
Classificação
- Estágio 1: o bicho não apresenta sintomas e a alteração estrutural dos rins costuma ser um achado.
- Estágio 2: com creatinina de 1,6 a 2,8 mg/dL, compreende a maior parte dos felinos. Eles podem ter sintomas sutis, que o tutor dificilmente percebe ― tomam mais água do que o normal, urinam mais e comem menos.
- Estágio 3: com creatinina de 2,9 a 5 mg/dL, os sintomas já são visíveis. O animal perde peso e toma ainda mais água.
- Estágio 4: com creatinina maior que 5 mg/dL, surgem a anorexia, os vômitos e a halitose, embora o bicho possa ficar assintomático por um tempão. A doença evolui até a falência renal, fase terminal.
Embora os estágios 1 e 2 acompanhem um gato de aparência normal, seus rins já perderam bastante a capacidade de filtração (e dois terços dos néfrons).
Diagnóstico
Para detectar o estágio da doença, o veterinário deve submeter o animal a um exame clínico, pedir os laboratoriais de rotina (urina e hemograma) e não descartar o de imagem, porque cerca de 70% dos felinos apresentam cálculo nos rins ou ureteres.
Tratamento
- Estágio 1: evite a desidratação, que diminui a perfusão dos rins, estimulando a ingestão de ração úmida ― para reduzir o risco de rejeição, por causa da textura, acostume o bichano antes de completar 1 ano. Se não for possível, peito de peru e atum em água e sal substituem o sachê.
- Estágios 2 a 4: além de evitar a desidratação, pode ser preciso tratar também proteinura (perda excessiva de proteínas pela urina), hipertensão arterial sistêmica, hiperparatireoidismo secundário, hipopotassemia e doenças concomitantes, como anemia.
A dieta com restrição proteica (e de fósforo), para não sobrecarregar os rins, deve acompanhar os níveis de albumina. Ração terapêutica aumenta a expectativa de vida, mas não adianta iniciar na crise, quando o animal está nauseado. Durante as duas primeiras semanas, é melhor que ele coma qualquer coisa, para não aumentar a produção de toxinas urêmicas.
Fluidoterapia (soro) só funciona se o bicho desidratar, já que dilui a creatinina e mascara a evolução da doença ― o excesso também agrava os casos de hipopotassemia e hipertensão (e cerca de 60% dos gatos têm hipertensão). Vale acrescentar vitaminas hidrossolúveis, principalmente as do complexo B.
Prevenção
Estimule o bichano a beber água. Use potes grandes (eles não gostam de encostar os bigodes nas bordas), coloque uma pedrinha de gelo no calor, substitua a torneira pelo bebedouro elétrico ― animal que tem esse hábito fica sem beber nada quando os tutores estão fora de casa, aumentando o risco de problemas urinários.
Importante!
- Creatinina é um índice mais confiável do que ureia, pois sofre menos influência da dieta.
- Gatos idosos apresentam queda nessa taxa porque começam a perder massa muscular ― não significa um bom resultado.
- Doença renal tende a provocar gastrite, já que o bicho acaba comendo menos por causa da náusea, e halitose, fazendo muitos tutores suspeitarem de problema bucal. E a anestesia para a limpeza dentária diminui ainda mais a perfusão dos rins.
- É preciso saber em que momento iniciar a restrição proteica. Felinos jovens (até dois anos) podem ter uma expectativa de vida longa com a ração terapêutica e desnutrição proteica.
- Ração urinária não equivale à renal! Ela é mais gostosa porque tem mais proteína, o que piora a doença.
- Outros agravantes são hipotensão, uso de fármacos (anti-inflamatórios não esteroidais) e obstrução ureteral por cálculos.
- O tratamento deve focar sempre na qualidade de vida do animal, não na quantidade de dias.
Outras infos importantes:
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?
Foi em junho do ano passado, mas, por causa da correria do projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas, só deu tempo de traduzir as dez páginas rascunhadas de veterinês agora ― o evento se destinava a profissionais da área. E o assunto continua quente, infelizmente, porque, segundo o veterinário, 60% dos bichanos terão um grau de disfunção dos rins ao morrer.
Definição e tipos
Trata-se de uma anormalidade estrutural e/ou funcional nos rins, que deixam de filtrar e eliminar as toxinas produzidas pelo organismo do animal. Há dois tipos de doença renal: a genética transmissível, comum nos persas e maine coons, e a adquirida, decorrente do envelhecimento natural.
Classificação
- Estágio 1: o bicho não apresenta sintomas e a alteração estrutural dos rins costuma ser um achado.
- Estágio 2: com creatinina de 1,6 a 2,8 mg/dL, compreende a maior parte dos felinos. Eles podem ter sintomas sutis, que o tutor dificilmente percebe ― tomam mais água do que o normal, urinam mais e comem menos.
- Estágio 3: com creatinina de 2,9 a 5 mg/dL, os sintomas já são visíveis. O animal perde peso e toma ainda mais água.
- Estágio 4: com creatinina maior que 5 mg/dL, surgem a anorexia, os vômitos e a halitose, embora o bicho possa ficar assintomático por um tempão. A doença evolui até a falência renal, fase terminal.
Embora os estágios 1 e 2 acompanhem um gato de aparência normal, seus rins já perderam bastante a capacidade de filtração (e dois terços dos néfrons).
Diagnóstico
Para detectar o estágio da doença, o veterinário deve submeter o animal a um exame clínico, pedir os laboratoriais de rotina (urina e hemograma) e não descartar o de imagem, porque cerca de 70% dos felinos apresentam cálculo nos rins ou ureteres.
Tratamento
- Estágio 1: evite a desidratação, que diminui a perfusão dos rins, estimulando a ingestão de ração úmida ― para reduzir o risco de rejeição, por causa da textura, acostume o bichano antes de completar 1 ano. Se não for possível, peito de peru e atum em água e sal substituem o sachê.
- Estágios 2 a 4: além de evitar a desidratação, pode ser preciso tratar também proteinura (perda excessiva de proteínas pela urina), hipertensão arterial sistêmica, hiperparatireoidismo secundário, hipopotassemia e doenças concomitantes, como anemia.
A dieta com restrição proteica (e de fósforo), para não sobrecarregar os rins, deve acompanhar os níveis de albumina. Ração terapêutica aumenta a expectativa de vida, mas não adianta iniciar na crise, quando o animal está nauseado. Durante as duas primeiras semanas, é melhor que ele coma qualquer coisa, para não aumentar a produção de toxinas urêmicas.
Fluidoterapia (soro) só funciona se o bicho desidratar, já que dilui a creatinina e mascara a evolução da doença ― o excesso também agrava os casos de hipopotassemia e hipertensão (e cerca de 60% dos gatos têm hipertensão). Vale acrescentar vitaminas hidrossolúveis, principalmente as do complexo B.
Prevenção
Estimule o bichano a beber água. Use potes grandes (eles não gostam de encostar os bigodes nas bordas), coloque uma pedrinha de gelo no calor, substitua a torneira pelo bebedouro elétrico ― animal que tem esse hábito fica sem beber nada quando os tutores estão fora de casa, aumentando o risco de problemas urinários.
Importante!
- Creatinina é um índice mais confiável do que ureia, pois sofre menos influência da dieta.
- Gatos idosos apresentam queda nessa taxa porque começam a perder massa muscular ― não significa um bom resultado.
- Doença renal tende a provocar gastrite, já que o bicho acaba comendo menos por causa da náusea, e halitose, fazendo muitos tutores suspeitarem de problema bucal. E a anestesia para a limpeza dentária diminui ainda mais a perfusão dos rins.
- É preciso saber em que momento iniciar a restrição proteica. Felinos jovens (até dois anos) podem ter uma expectativa de vida longa com a ração terapêutica e desnutrição proteica.
- Ração urinária não equivale à renal! Ela é mais gostosa porque tem mais proteína, o que piora a doença.
- Outros agravantes são hipotensão, uso de fármacos (anti-inflamatórios não esteroidais) e obstrução ureteral por cálculos.
- O tratamento deve focar sempre na qualidade de vida do animal, não na quantidade de dias.
Outras infos importantes:
:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
:: Diagnóstico renal não significa sentença de morte
:: Sobrevida de 11 anos (e contando)!
:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
:: Teste: seu peludo sente dor? Descubra pela cara!
:: Como identificar mal-estar sem sintomas
:: Quando correr ao veterinário?
:: Dicas salvadoras (e vídeo) para dar remédio
:: O difícil equilíbrio ao cuidar de gatos
:: Pesando bichanos com precisão
:: Como estimular a beber água
:: A importância de ter potes variados
:: Gatos sentem o sabor da água
:: O melhor bebedouro para o verão!
:: 13 macetes para dar líquidos na seringa
:: A seringa (quase) perfeita
:: Seringa que goteja para cuidar de gato doente
:: O milagre da água na seringa, seis anos depois
:: Pele flácida: velhice ou desidratação?
:: Soro subcutâneo: dicas e por que vale o esforço
:: Soro fisiológico, ringer ou ringer com lactato?
:: Em quanto tempo o soro faz efeito?
:: O desafio da alimentação natural
:: Quando a alimentação natural não dá certo
:: Ração úmida mais barata para gato renal
:: Seu pet não come ração úmida (patê, sachê, latinha)?
:: Como ensinar o bichano a amar ração úmida natural
:: Truque para quem não come ração úmida 'velha'
:: Ração em molho: nós testamos!
:: Alimentação de emergência para animal desidratado
:: Suco para gato debilitado que não aceita comida
:: Calculadora de ração felina, seca e úmida
:: Cuidado com alimentação forçada!
:: Como deixar o patê lisinho (para seringa!)
:: Suporte para comedouro pode cessar vômitos
:: Gato vomitando: 4 dicas que ninguém dá
:: Diarreia em bichanos: o que fazer?
:: Quando e como usar fralda
:: Gastrite causada por problemas renais
:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?
15.1.15
Um gato e cinco segredos
Elas disputam as lambidas no cabelo. Se soubessem, gritariam quando ele passa. Basta deitar que se amontoam todas em volta. Às vezes, nem comer direito o coitado consegue. Se Simba tivesse nascido na Malásia, seria sultão. Nos Estados Unidos ou na Inglaterra, rockstar. Aqui, na terra do bronzeado, é mais um loiro fazendo sucesso com as gatinhas.
14.1.15
Para sobreviver ao calor
14h. Sento no computador para escrever o post do dia. Está quente demais. Passo o supermercado na frente. 18h. Continua abafado, apesar da tempestade. Melhor tomar um lanche. 22h. Pelada, descabelada e suada, não consigo pensar em outro assunto para estas linhas. São quatro as dicas que todo mundo deve seguir para manter a integridade de cães e gatos no verão senegalês:
1) Coloquem gelo nos potes de água
Bigodes e focinhos têm de beber ao longo do dia, no mínimo, 60 ml por quilo de peso. Nesta época do ano, a água também ajuda a regular a temperatura corporal. Uma pedrinha por tigela grande facilita a missão. E eu não preciso dizer para mantê-las longe do sol, né? Água morna ninguém merece!
2) Só passeiem em horários frescos
Principalmente com cachorros peludos ou de focinhos curtos. A dificuldade de eliminar o calor, quando submetidos a esforços excessivos, pode gerar mal-estar. Para a desidratar é um pulo. E as almofadinhas das patas certamente acabarão machucadas. Não esqueçam de oferecer água durante o percurso e após o término, aliás.
3) Mantenham o carro ventilado
Se o passeio for motorizado, abram os vidros ou liguem o ar-condicionado. E nunca, NUNCA deixem o bicho preso no veículo exposto ao sol. Cães e gatos não transpiram e tendem a sofrer um aumento agudo da temperatura, seguido de morte.
4) Passem protetor solar
Não é frescura. Animais de pelo claro também têm câncer de pele, mesmo que não saiam de casa ― a menos que sua casa não possua janelas. Comprem um produto específico para eles e espalhem nas orelhas e no focinho, regiões menos protegidas.
O Climatizador só serviu para me empobrecer R$ 500 mais, porque, quando a gente liga, os caipiras ficam achatados no chão, imóveis, em pânico.
1) Coloquem gelo nos potes de água
Bigodes e focinhos têm de beber ao longo do dia, no mínimo, 60 ml por quilo de peso. Nesta época do ano, a água também ajuda a regular a temperatura corporal. Uma pedrinha por tigela grande facilita a missão. E eu não preciso dizer para mantê-las longe do sol, né? Água morna ninguém merece!
2) Só passeiem em horários frescos
Principalmente com cachorros peludos ou de focinhos curtos. A dificuldade de eliminar o calor, quando submetidos a esforços excessivos, pode gerar mal-estar. Para a desidratar é um pulo. E as almofadinhas das patas certamente acabarão machucadas. Não esqueçam de oferecer água durante o percurso e após o término, aliás.
3) Mantenham o carro ventilado
Se o passeio for motorizado, abram os vidros ou liguem o ar-condicionado. E nunca, NUNCA deixem o bicho preso no veículo exposto ao sol. Cães e gatos não transpiram e tendem a sofrer um aumento agudo da temperatura, seguido de morte.
4) Passem protetor solar
Não é frescura. Animais de pelo claro também têm câncer de pele, mesmo que não saiam de casa ― a menos que sua casa não possua janelas. Comprem um produto específico para eles e espalhem nas orelhas e no focinho, regiões menos protegidas.
O Climatizador só serviu para me empobrecer R$ 500 mais, porque, quando a gente liga, os caipiras ficam achatados no chão, imóveis, em pânico.
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