Notem que fiz questão de incluir "generativa" porque hoje em dia até geladeira vem com IA para regular a temperatura de acordo com os hábitos da família. Já as IAs generativas aprendem pela análise de um grande número de dados e, combinando esses dados, conseguem gerar novas informações ― não, elas não criam, quem cria somos nós.

Outra crença importante de se desmistificar é que esse tipo de inteligência artificial não serve como buscador, porque alucina. Se existir bastante conteúdo sobre o assunto, a chance de acerto aumenta, mas, se você quiser saber o fim de um livro chatíssimo que o Kindle empurrou de brinde, a criatura vai inventar personagens, enredo e até plot twists ― qualquer semelhança com fatos da vida real... 😂
Eu sei, o Google retorna cada vez resultados gerados por IA. Ao lado, porém, aparece um ícone de link que mostra de onde saiu a informação ― chequem tudo, sempre. E como saber se a fonte presta? Comecem observando se o site é conhecido (grandes veículos de comunicação têm essa vantagem), se o texto está assinado, se traz a data de publicação e se não contém erros. Depois, reflitam: a que interesses ele atende? Por fim, comparem com outras fontes.
Recentemente, tive duas experiências legais com chatbots. (Gemini, da Google, ChatGPT, da OpenAI, e o chinês DeepSeek), de onde tirei a ideia para este post. Primeiro, pedi para resumirem em tópicos explicativos um vídeo que já havia assistido, poupando-me do trabalho de digitar, e ficou mais organizado do que o roteiro do veterinário.
Testo em Gatoca muita coisa que aprendo com especialistas em comportamento animal de outros países e esses chatbots também funcionam bem como tradutores ― entendo inglês e espanhol, mas ainda apanho do francês (o resto deixei para a próxima encarnação).
A segunda experiência foi um oferecimento do Intrú, dono de um paladar exigente, já que pode caçar comida fresca e variada no nosso terreno. Eu queria, então, substituir a ração de palatabilidade imbatível por uma marca que divide o pacotão de 7 kg em saquinhos de 500 g, também super premium, apostando na sedução do cheirinho constante de novo ― já ostento pegada ambiental exemplar como vegana home officer.

E precisava avaliar os ingredientes: eles correspondiam às quantidades ideais de proteína (entre 25% a 33%), gordura (mínimo de 9%) e taurina (entre 0,1% e 0,13%), essa última essencial para os olhos e o coração, segundo o veterinário Carlos Gutierrez? O chatbot não só respondeu como listou o que continha gordura naturalmente e o que era fonte de gordura explícita, ou seja, adicionada diretamente.
Faltava decidir o sabor: de frango eu sabia que ele gostava, carne não rola nem no sachê e salmão nunca tentamos. Acontece que justo a de frango não fazem na versão "bichos castrados" e o gordinho já é... gordinho.
O chatbot pontuou as principais diferenças entre a ração normal e a de castrados: teor de gorduras e tipos de óleos, ajuste de minerais (para prevenir problemas urinários), teor de fibras e calorias (para o controle de peso) e aceitação dos sabores. Ainda concluiu: "se seu gato demonstra tendência à obesidade ou problemas urinários, a ração para castrados é a melhor opção, independentemente do sabor".
Como robô serve para ajudar com cálculos, sistematizações e informações bem-definidas, uma ferramenta para economizar tempo de trabalhos mais mecânicos, comprei a de frango. Do frajola entendo melhor ― ele é um bichano ativo e, junto com a alimentação seca, a gente sempre oferece a úmida, blindando os rins . A balança aprovou minha escolha. 😊
Sem contar que tem IA ganhando o Darwin Awards, prêmio que celebra a capacidade humana de delegar às máquinas nossa habilidade de tomar péssimas decisões, por catástrofes variadas.
Se vocês quiserem informações baseadas na experiência de um ser humano real, aliás, com bigodes que possuem a quantidade certa de dedos, o arquivo do blog coleciona 1.896 posts. E agora dá para buscar no celular também, por palavra-chave, data de publicação e categoria.

P.S.: As fotos do Intrú não são de IA. Eu fiz uma graça no Photoshop para disfarçar a incompetência do celular da Samsung em trabalhar com luz e foco ― além de estufar a bateria com dois anos de uso.
2 comentários:
Adorei as dicas!
Hahahaha, tava jurando que as fotos do Intru eram montagem! Obrigada pelo post, como sempre ótimas dicas.
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