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2.1.15

Dúvida existencial

Falta muito para acabar o ano?

1.1.15

2014

Keka jamais ilustraria uma retrospectiva do Gatoca ― em 943 posts, há 17 fotos dela, metade misturada na família. Eu jamais seria feliz em um apertamento, vizinho da favela e musicado pela Anchieta. Política jamais renderia texto aqui (nem em outro espaço da minha vida). Passar o fim de semana com a Galinha Pintadinha jamais ganharia de uma sessão de cinema a dois. Natal jamais me faria sorrir leve. 2014 foi um ano de alaranjar o olhar.

Começou com a doação do Sparky e, uma semana depois, o resgate de filme da Penélope, grávida de cinco frajolas. Lindinha foi morar na casa da Ana Paul e Patti Maionese não demorou a amolecer o coração do Fernando. Os outros três filhotes, inexplicavelmente, acabaram encalhando ― Batatinha sentiu falta das irmãs e voltou para a Michele, Lilica viajou até a zona leste de bobeira, porque a adotante mentiu sobre as telas, e Pedrita sequer despertou interesse. Nem a campanha "Cansei de Ser Gato sem Família" funcionou.

Também não deu para ajudar a Mel, cega pela catarata, mesmo conversando com oito profissionais e instituições especializadas. E terminou aí cota de impotência do ano. Em abril, teve delivery canino para Santos. Em julho, Mike rumou para Sorocaba (e de lá para União da Vitória, no Paraná). Em outubro, rolou a tradicional Campanha do Agasalho do AUG. Em novembro, cinco bichanos da comunidade foram castrados. Em dezembro, ocorreu o bazar de Natal mais fodástico do país.

Para retribuir a suadeira, o Gatolino Bebedouros virou parceiro do blog. O Celebridade Vira-Lata abraçou o mutirão de castração no DER. O calendário 2015 do Felinos Urbanos se inspirou na gente. A Lucia Fontes resolveu nos doar 20% do dinheiro do livro da Kira. O que marcou 2014, porém, foi o duplo sucesso (parte 1 e 2) do financiamento coletivo do projeto "Um Post por Dia para Salvar Vidas", com apoio do Wings For Change e, claro, de vocês ― que me incentivaram a sonhar alto com estes comentários.

Os bigodes, musos inspiradores de toda a empreitada, adoeceram mais do que o normal: colite, malassezia, alergia (1 e 2), infecção de pele (1 e 2), sangue misterioso, problema renal, fazendo o primeiro check-up coletivo valer cada centavo. Para não desanimar, entre um remédio e outro, nós seguimos comemorando os aniversários do mês: Chocolate, Clara, Pandora, Guda, Gudinhas, Gatoca (1, 2 e 3), Simba, Mercv (1 e 2). E eu continuei tentando trabalhar ― até contei o segredo destas linhas digitais.

Não faltaram dicas supimpas, aliás, para leitores novatos e experientes. O post sobre como socorrer animais em incêndio alcançou 1,4 mil curtidas! Vocês ainda aprenderam a adotar seu melhor amigo, em vez de comprar, cultivar catnip em vaso, adaptar cães e gatos, refrescar os pequenos e acabar com os tufos de pelo pela casa. E se emocionaram. E se divertiram ― os links estão todos no arquivo, para não tirar o timing do texto.

Quem quiser começar o ano com o pé direito releia "100% transpiração", "Superação", "Verdades universais", "Ressignificação de objetos", "Purê de batata especial", "A arte imita a vida", "Etiqueta ao bebedouro", "Karate cat" e "Ranhetice faz bem à saúde". Vocês perderam vários desses posts? Configurem o Facebook para não acontecer mais ― o Gatoca tem uma fanpage agitada lá. :)

E que 2015 alaranje outros olhares!


Retrospectivas dos anos anteriores: 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

30.12.14

Mais Gatoca no Facebook

Curtir uma página na rede social do Mark Zuckerberg não significa que os posts dela vão aparecer no seu feed, sabiam? É que o algoritmo do Facebook exibe o conteúdo das fanpages para menos de 10% de seus fãs. Esses dias, Leo comentou sobre um tutorial do Hypeness para mudar isso e eu resolvi adaptá-lo aqui, assim vocês não perdem nenhuma dica supimpa, peripécia dos bigodes ou estímulo para mudar o mundo. :)

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Aproveitem e ajudem o AUG a ter uma sede própria. rs

29.12.14

Apertem seus bebês!

As Gudinhas nasceram aqui em casa e nunca botaram o nariz para fora. Simba veio da rua com 3 anos, não castrado e as orelhas mastigadas de briga. Adivinhem quem "erra" a caixa de areia na hora do xixi, foge das visitas em pânico e demorou uma eternidade para aceitar (e mais 24 meses para curtir) um cafuné! Não, não foi o loiro.

Quando as meninas eram minúsculas (e eu, inexperiente), me disseram que nosso cheiro podia fazer a mãe rejeitá-las e as pequenas acabaram crescendo isoladas na panelinha. Eis que, no check-up coletivo da semana passada, o hemograma das cinco indicou problema renal. Bichinhas do mato, elas devem ter bebido menos água e usado o banheiro menos vezes do que o necessário.

Como, apesar de ser época de retrospectiva, não dá para voltar no tempo de verdade, deixo um alerta a vocês: beijem, abracem e acariciem muito seus filhotes, principalmente os recém-nascidos. A socialização, nessa fase do desenvolvimento, é essencial. E motivo não falta. ♥

28.12.14

Tempo para respirar

Na segunda, eu esqueci a janela aberta pré-temporal e cheguei da rua com a sala em ondas. Perdi um tempão puxando a água, deixei o vidro escancarado para secar e precisei fazer tudo de novo 20 minutos depois, porque não percebi que voltara a chover. Antes, já havia comprado o presente de aniversário da Amanda e ignorado o dia de dar "parabéns". E combinado a programação de dois fins de semana invertida, para ter de cancelar tudo.

A gota d'água foi colocar ração no potinho da Pipoca, que come separada do grupo por causa do problema renal, e guardar no armário. A madrugada inteira! Achei melhor desacelerar, antes que desacelerassem comigo. Por isso o blog ficou sem atualização na quinta e na sexta ― me comprometi a escrever nos feriados, para quem sobrou em casa não se sentir sozinho. Amanhã, nós retomamos a programação normal.

E no dia 31 tem o post-retrospectiva! \o/

24.12.14

O Natal que escolhi

No fim de 2003, a cidade piscava suas luzes natalinas, enquanto dona Vera se apagava no hospital. E eu, que já sofria com o inferno astral, acabei brigando definitivamente com Noel. Essa talvez seja a primeira vez que não sinto vontade de emendar novembro com janeiro. Nos 11 anos que se costuraram fechando buracos, fui ganhando famílias ― não as de comercial de margarina, mas que também fazem a gente sorrir de graça.

Primeiro, os irmãos, que viraram mais do que irmãos. Depois os bigodes, amores quadrúpedes instantâneos. E os tios, que passaram a incluir pratos vegetarianos na ceia. E os amigos, que ainda emprestam seus colos, partilham ideais, ajudam a xingar. E vocês, leitores, que transformam carinho em comentários, doações, abraços reais. E o Leo, para trocar, cuidar e ser cuidada.

Este ano, não deu para comprar presentes caros. Mas fiz questão de providenciar dois especiais: batalhoada para a Tati, amiga-irmã de duas décadas, que decidiu parar de comer carne justo nas festas em que os parentes têm mais dificuldade para aceitar. E retirada de pontos de castração a domicílio para a Morgana, gatinha da Vera que agora viverá dobrado.

O Gatoca deseja que cada um de vocês possa comemorar um Natal que faça sentido. :)

Caixa de transporte amiga

Só tem uma coisa que os gatos detestam mais do que caixa de transporte: ir ao veterinário de carro, chacoalhando na caixa de transporte. Quando eu tive de capturar os dez bigodes para mudar para o apertamento, ganhei uma cicatriz-pulseira da Jujuba e pensar em passar por isso de novo me gelava os ovários policísticos.

Mas São Francisco providenciou um frila extra de Natal e decidi investir no primeiro check-up coletivo da gangue (exame clínico caprichado no Dr. N. e hemograma no R&K, com função renal e hepática) ― Pimenta nasceu ontem e já está com os pelos do bumbum grisalhos! A primeira leva foi fácil: Mercv, Simba, Clara e Chocolate.

Para encarar a segunda e a terceira, das Gudinhas, enrolei quase uma semana e resolvi testar a dica de deixar as caixas na sala, à disposição das sonecas. Pufosa aprovou o interior quentinho, Keka o telhado arejado e Jujuba, acreditem, entrou sozinha no dia do veterinário! A estratégia deu tão certo que, mesmo virados do avesso, os peludos continuam curtindo as casinhas improvisadas.

23.12.14

Ranhetice faz bem à saúde

Chocolate é famosa por seus miados de cabrita, que mais parecem resmungos do que miados. Diversas vezes ao dia, atravessa o apertamento para ficar perto de outro bigode e poder reclamar que o coitado está perto dela. Chuta os amigos até dormindo! Na semana passada, saiu o resultado de seu hemograma: todas as taxas no meinho do intervalo, função hepática excelente, renal ainda melhor.

Esqueçam tudo que vocês aprenderam sobre otimismo.

20.12.14

Show

Figurinha repetida completa o álbum, sim! E ainda faz performance na festa de Natal da firma. Não, vocês não estão bêbados.

19.12.14

Vida com gatos (e 180 garras)

De que adianta comprar vestido caro para as festas de fim de ano, se a frajola te presenteia com um arranhão que vai chamar mais atenção do que o decote? Sorte que eu escolhi trocar os pneus do carro.

17.12.14

Dicas de adaptação entre cão e gato

Sempre que me perguntam como juntar bigodes e focinhos, sem o desfecho bélico dos desenhos animados, eu peço para algum amigo contar sua experiência ― os especialistas comportamentais costumam entender muito do segundo grupo e quase nada do primeiro. Mas hoje, quando o pai do Sparky me escreveu, lembrei que a Mari Dias trabalha na Cão Cidadão e é supergateira. Eis o passo a passo que ela sugeriu, em sete dias:

Dia 1
Isole o gato (novato, neste caso) em um cômodo ― serve banheiro, lavanderia, escritório. O importante é deixá-lo em paz, para se acostumar com a mudança de família e espaço. Coloque uma cobertinha perfumada de lavanda ou feromônio dentro da caixa de transporte, para servir de toca. E ajeite o pote de ração sobre um paninho com o cheiro do cachorro, para que ele associe o amigo a algo que já gosta ― vale fazer o mesmo com o veterano.

Dia 2
Permita que os peludos se vejam pela fresta da porta. O ideal é repetir o processo várias vezes, em períodos curtos ― essa instrução serve para os próximos dias também.

Dia 3
Apresente o gato dentro da caixa de transporte ao cão preso na guia, para evitar pavor. E reforce os cheiros dos paninhos sob os potes de ração.

Dia 4
Tire a guia do cão na hora do contato, mas mantenha o gato na caixa de transporte ― ele provavelmente saberá que está seguro lá.

Dia 5
Com o gato solto no cômodo de isolamento, leve o cão preso na guia para lhe fazer uma visita. E não esqueça de reforçar mais uma vez os cheiros dos paninhos sob os comedouros.

Dia 6
O cão deve continuar na guia, mas o contato com o gato solto pode rolar fora do cômodo de isolamento, sempre frustrando aproximações exageradas, para mostrar que há limites.

Dia 7
Com ambos livres, leves e soltos, reforce os comportamentos gentis distribuindo petiscos e desestimule os hotis borrifando água no focinho ― para funcionar como bronca, não como refresco, o jato deve ser reto; o animal precisa acreditar que o castigo vem de uma força maior, não do tutor; e não adianta repetir a punição 200 vezes, que eles acostumam.


Bela focinhando Jade, foto emprestada pela Gloria Pontes

Seu novato é o cachorro? Pode encurtar passos! Eles aceitam as mudanças mais fácil do que os bichanos. Dependendo do focinho, nem precisa ficar isolado. Os primeiros contatos, porém, devem ocorrer sempre com supervisão.

Não sabe como fazer a adaptação entre gatos? Clique aqui. ;)

15.12.14

Prioridades

Em Gatoca, burca é sinônimo de aconchego. Pipoca continua livre para dirigir, votar e chefiar empresas. Mas prefere dormir.

12.12.14

Karate Cat

Quem precisa de senhor Miyagi quando tem gatos? Eles nos ensinam a vencer a vontade de dormir mais cinco minutinhos (mesmo nos fins de semana!). A guardar papéis e roupas ― sob o risco de ficar sem papéis e roupas. A desapegar do passado. A não atacar a geladeira escondido. A caber em meia almofada de sofá, um terço de cama, um quarto de tapete de banheiro.

Obs.: John O'Hurley escreveu um livro fofo sobre as lições que aprendeu com seus melhores amigos (Tudo Bem Não Alcançar a Cama no Primeiro Salto) e foi assunto deste blog, lembram?

11.12.14

Catnip diferente

Gateiro profissional conhece catnip (ou gatária), a erva que deixa os bigodes em êxtase, se esfregando e rolando desengonçadamente pela casa ― antes que os novatos surtem, ela não causa efeitos colaterais (exceto o mico registrado em fotos para a posteridade).

Mas pouca gente sabe que, além da versão desidratada vendida nos pet shops, também existe catnip em vaso! Este foi presente da Yone Sassa, comprado na Sabor de Fazenda.

O cuidado não tem segredo: basta regar todo dia à tarde, deixar no sol por quatro horas e adubar uma vez ao mês. Para piruetas mais ridículas, rasgue as folhinhas antes de entregar aos peludos.


Para ampliar, cliquem na imagem


Obs.: Se seu gato fizer cara de paisagem, não se preocupe. Alguns bichanos, especialmente os filhotes, são imunes à erva.