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4.2.14

Escovinha mágica

Eu adoro o verão. Mas tenho preferido o trânsito da Anchieta ao calor senegalês dos últimos dias e dormido de janela escancarada. Os bigodes perderam a dignidade há tempos. E nem as pedrinhas de gelo nos potes d'água estão dando conta do mal-estar coletivo. Como os climatizadores mais baratos desapareceram das lojas, eu resolvi apelar à Furminator, uma escovinha gringa que retira subpelos e pelos soltos.

Lancei um pedido de "importação" no Facebook, já que aqui a geringonça de US$ 29 custa indecentes R$ 200, e a fofa da Rosana Russo me deu de presente um exemplar de Dublin. O resultado é assustador! Além de deixar os quadrúpedes mais refrescados e acabar com os vômitos de charutinhos, a Furminator reduz consideravelmente os tufos de pelos espalhados pela casa ― minha rinite alérgica ficou ainda mais feliz do que os bichanos!

Foram quatro horas para "tosar" todo mundo. Clara, Chocolate e metade das Gudinhas me obrigaram a fazer a escovação andando e uma hora eu desencanei porque a cabeleira não parava de sair, confesso. Mas vejam a diferença entre o desempenho do modelo tradicional...


...e da Furminator (que não pagou um centavo por este post):


Acessório obrigatório para gateiros! Só tomem cuidado para não pesar a mão e machucar a pele dos bigodes.

30.1.14

Verão pede cuidados especiais

Siga as dicas da veterinária Keila Regina de Godoy para deixar os dias quentes mais agradáveis e evitar problemas a seu animal de estimação

1) Mantenha o local das refeições limpo
Jogar no lixo as migalhas de ração babada e lavar os potes com mais frequência evita a contaminação por insetos, aves e roedores ― o saco de ração deve ser guardado em local fresco, seco e sem incidência direta da luz solar, prevenindo a oxidação das vitaminas e o desenvolvimento de fungos e bactérias.

2) Ofereça água em abundância
Cães e gatos tomam mais água nesta época do ano, porque ela ajuda a regular temperatura corporal. O ideal é consumir ao longo do dia, no mínimo, 60 ml por quilo de peso. Isso quer dizer que, se seu melhor amigo tem 5 quilos, precisa beber 300 ml diariamente.

3) Tome cuidado com os bebedouros
Eles devem ficar longe do sol, porque ninguém gosta de água morna, né? Para os cachorros brincalhões, compre vasilhas pesadas, assim eles não correm o risco de tombá-las e passar sede.

4) Improvise uma fonte para o gatos
Colocar um motorzinho de aquário dentro de uma tigela grande estimula a hidratação voluntária, já que os bichanos adoram uma torneira e costumam torcer o nariz para a água parada.

5) Seque as dobras da pele após o banho
A combinação de calor e umidade pode agravar problemas de pele nos cães enrugadinhos, como o bulldog e o shar-pei.

6) Reforce a proteção contra pulgas
Elas proliferam-se loucamente nesta época do ano, transmitindo doenças, além de provocarem desconforto e alergias.

7) Passeie nos horários mais frescos
Quando o sol está forte, o animal desidrata mais fácil e corre o risco de queimar as almofadinhas das patas. Não esqueça de oferecer água durante o percurso e após o término.

8) Mantenha o carro ventilado
Vale abrir os vidros ou ligar o ar-condicionado. E nunca deixe o bicho preso no veículo exposto ao sol. Bigodes e focinhos não transpiram e podem sofrer um aumento agudo da temperatura, seguido de morte.

9) Passe protetor solar nos branquelos
Animais de pelo claro também têm câncer de pele. Compre um produto específico para eles e passe nas orelhas e nos focinhos, regiões menos protegidas.


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

29.1.14

Baseado em fatos reais

Cena 1: Rosana Russo, leitora do Gatoca, me manda esta mensagem fofa:

Bia, você não tem ideia de quão importante foi na minha vida. Eu estava em um momento muito ruim e sem rumo, quando encontrei seu blog. Você me inspirou a mudar, tomar atitudes, deixar o ativismo de sofá. Li, li, li e caí de amores.

Já tinha gatos e colaborava financeiramente com o AUG. Aí, resolvi tentar ajudar uma colônia perto do trabalho, mas deu tudo errado. Apareceu, então, o Sparky e a ideia de ser lar temporário. Agora estou aqui, pronta para ajudar. Pode parecer bobagem, mas isso preencheu meus dias e me deu novo ânimo.



Cena 2: eu sonho que uma pomba entra no quarto, se ajeita no meu cabelo esparramado sobre o travesseiro e dá à luz cinco filhotes... de gato!


Cena 3: minha sogra comenta que um pretolino anda fazendo a maior gritaria no telhado de madrugada. Eu chuto que deve ser uma fêmea no cio, prestes a engravidar, e me comprometo a castrar a bichinha se eles conseguirem pegá-la.


Cena 4: como se esperasse a deixa de São Francisco, Penélope adentra a cozinha, onde a gente conversava, cheia de charme. E grávida!


Se fosse filme, criticariam o roteirista pelo absurdo e sairiam do cinema antes do fim. Mas como se trata de vida-vivinha-da-silva, o post continua: no mesmo domingo, a pequena rumou para a Bela Vista, onde Rosana (que não mora em uma mansão) arrumou um cantinho para a família (re)nascer em paz.

E Gatoca acaba de entrar em contagem regressiva!


Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate
:: Bolão e batizado
:: Para matar de ternura
:: A primeira ida ao vet a gente nunca esquece
:: Castração da Sessão da Tarde
:: Família Cartoon em oferta: Lindinha
:: Família Cartoon em oferta: Lilica
:: Família Cartoon em oferta: Pedrita
:: Família Cartoon em oferta: Batatinha
:: Família Cartoon em oferta: Patti Maionese
:: Família Cartoon em oferta: Penélope Charmosa
:: Batatinha na telinha
:: Happy ending: Lindinha
:: Happy ending: Patti Maionese
:: Sad ending: Batatinha
:: Campanha "Cansei de Ser Gato sem Família"
:: A Volta dos que não Foram
:: Ostentação
:: Gatela
:: Happy ending quádruplo!

23.1.14

Unidos por uma pata quebrada

Gleisson topou hospedar o Sparky temporariamente por causa da namorada, que é leitora do Gatoca. E decidiu ficar com o pequeno para sempre porque sentiu nos ossos o sufoco de um pós-operatório de fratura ― quebrou o pé saltando de paraquedas, passou semanas sem poder se mexer, tomando remédios fortes para a dor, e ainda ganhou estes pinos vitalícios.

Depois de cinco dias monitorando o frajola praticamente em tempo integral, para evitar que ele abrisse os pontos sem precisar usar o colar elisabetano, de enfiar-lhe goela abaixo a farmácia inteira de comprimidos, de escrever 71 linhas de recomendações para a Amanda, que tomou conta do peludo no Ano-Novo, eu já imaginava que isso aconteceria. Mas esperei o comunicado oficial, que chegou no sábado: "Impossível desapegar. Já era".

Sparky agora se chama Reginaldo, porque é a única criatura da casa, entre humanos, plantas e animais, que aguenta os bregas que Gleisson gosta de tocar. E tem uma irmã pretolina, a Pituta, com quem demorou 18 dias para se acertar ― seu passatempo favorito era perseguir a coitada, que rosnava e se escondia na mobília, até ofegar. Coisa de filhote, como bem ilustra esta cartinha:

Você não tem noção, Bia! Reginaldo é hiperativo! Pituta às vezes se ajeita em cima da mesa, só assistindo às palhaçadas dele. Aí, quando ele cansa, ganha um cutucão de graça. Eu acho o máximo! Juntinho, juntinho mesmo eles só ficam quando estão brincando de judô. Mas é muito rápido e ainda não deu para fotografar. No fundo, está um estragando o outro.

A pata segue em recuperação. O pequeno já caminha e pula normalmente, mas ainda corre tripezinho. Se depender dos paparicos do Gleisson, porém, logo, logo ele aprenderá a voar. São Francisco não joga dados. :)


Epopeia do Sparky na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Chute de presente de Natal e ajuda para a cirurgia
:: Retirada da cabeça do fêmur e doações
:: Agradecimento e esperança na humanidade

20.1.14

Ciência

Descobri por que bruxas e metaleiros gostam de gatos pretos. Para o experimento, foi necessário uma Guda, uma peça de roupa escura e 35 segundos das duas no mesmo ambiente.

15.1.14

Faça você mesmo!

Quem tem gatos sabe que seus brinquedos favoritos são aqueles que custaram praticamente nada ― ou que você não comprou para eles, mas isso é assunto para outro post. Caixas, fitinhas, sacolas plásticas e bolinhas de papel causam disputas acaloradas aqui em casa. E não foi diferente com o mimo natalino da Yone Sassa. Notem que se trata de um rolinho de papel higiênico de extremidades cortadas e adesivo no centro.

Depois dos petelecos coletivos, Clara ganhou o direito de arrancar tirinha por tirinha do presente, até não sobrar mais nenhuma. A diversão dura pouco, mas vale a pena. No site gringo da Friskies, há outras ideias legais. E eu escrevi o passo a passo de quatro brinquedos reciclados para a revista AnaMaria no ano passado. Falta de grana não é desculpa para ter bichos entediados, hein!

10.1.14

Catcaverna

Amigos legais vão a Nova Iorque e nos trazem presente. A Carol Costa vai a Nova Iorque e traz presente para os bigodes. Chocolate amou o túnel! Mercv, Keka e Pufosa também. Simba prefere ficar do lado de fora, batendo em quem está dentro. Ah! Foi essa foto que me fez limpar a sala de barriga.

8.1.14

A difícil arte de eternizar bigodes

No Dia Nacional da Fotografia e do Fotógrafo (e graças ao Leo), eu resolvi compartilhar os bastidores das imagens que vocês veem neste blog. Notem que não basta mirar e apertar o botão da câmera. Para clicar pequenos felinos, é preciso ter flexibilidade, paciência e simpatia por bundas peludas, pois elas aparecerão em metade dos retratos.


No próximo post, eu conto quem estava tentando fotografar e por quê. ;)

3.1.14

Aprendendo a lidar com as adversidades #not

Este post era para ter a foto de uma jardineira de grama cercada de gatos mastigando felizes. Eu arrumei um cantinho para a dita cuja aqui na garagem do prédio e enfrentei a escadaria dias a fio com um regador improvisado, justamente para poupá-la do ataque dos bigodes.

Eis que a vizinha que passa as tardes na janela tomando conta da vida dos outros fez o serviço: jogou a terra repleta de sementes no lixo, colocou uma lama do pântano no lugar, replantou o cacto que estava em um vaso com esfagno, já que é uma espécie do deserto, e, pasmem, sequer me consultou.

Ilha deserta, aí vou eu!


Mercv pelas lentes de Leonardo Eichinger ♥

31.12.13

2013

Este foi um ano de plantar. Ciclâmen, amores, liberdade. Sabe aquela época em que você percebe que a vida perdeu o cheiro e enche as mãos de calos na expectativa de tornar a abrir a janela e encontrar flores? No primeiro saquinho de sementes tinha o apertamento. Só meu, para fazer faxina de calcinha, e dos bigodes, para encherem o micro-ondas de pelos. Quatro milhões de vezes eu pensei em desistir da reforma. E quase voltei para a mansão compartilhada quando os quadrúpedes odiaram a casa nova ― depois de me retalharem o braço.

Em um dia dos últimos três meses, porém, sem perceber exatamente qual, Pipoca parou de gritar de madrugada, Mercv cansou de se jogar contra a porta do corredor, as brigas felinas gratuitas se limitaram a deslizes semanais. E eu comecei a dormir até as 9h, sonhando roteiros que não incluíam motores de caminhões e buzininhas de motoqueiros. Os 60 m2 continuam os mesmos, a Anchieta poluída e o calorão também. O que mudou foram os pores de sol.

No segundo saquinho de sementes, havia uma outra forma de ajudar os animais que São Francisco manda para cá sem embrulho. Kiwi, que ganhou sua família de comercial de margarina em janeiro, protagonizou o último resgate convencional, porque no apertamento não cabe mais nem pulga. E, sem planejamento, eu acabei castrando dois pretolinos da comunidade, incentivei meia dúzia de leitores a praticar C. E. D., distribuí caminhas em pontos de abandono de São Bernardo, consegui um cantinho temporário para o Sparky, o gato mais fofo do mundo, e grana para operar sua pata fraturada.

Com esse saquinho de sementes veio o terceiro, grátis. E ele me obrigou a reduzir os frilas remunerados para tirar do papel um projeto que fará o coração (de pudim) tornar a bater. Escrever sobre compaixão animal, maus-tratos, massagem, fisioterapia, brinquedos reciclados, insuficiência renal, benefícios da adoção, dieta vegetariana e cuidados para evitar doenças não é mais suficiente. E vocês me cutucam sempre que escolhem o Gatoca para doar almofadões, arranhadores, broches e chaveiros, R$ 11 em dezembro ― o estímulo dos parceiros (Merial, Redes 2000, Chalesco e American Pets) nem preciso comentar.

No cantinho da paisagem de 2013, sejamos justos, já existia um pé de girassóis, que só carece de rega constante. E eles se abriram em novas comemorações de aniversários (da Pandora, da Chocolate, da Clara e da Guda, das Gudinhas, do Simba, do Mercvrivs e do Gatoca ― com amigos e leitores queridos), textos divertidos, arrecadação de "agasalhos" para a campanha do AUG e participação no bazar de Natal. Ah! A erva daninha da Clara foi eliminada. Falta o Mike ganhar uma casa na árvore exclusiva.

Para 2014, eu desejo uma panorâmica bem colorida. E perfumada!

Retrospectivas dos anos anteriores: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

27.12.13

Sofá felino

Antes de ganhar os antipulgas, as telas, os banheiros fechados e os arranhadores, os bigodes já tinham onde sentar para jogar conversa fora, assistir a um filme ou ignorar-se mutuamente ― privilégio que ainda não bateu a minha porta, vejam só. É que a Tati Pagamisse doou os almofadões do seu sofá para Gatoca, eu fui até a Rangel Pestana comprar um tecido impermeável, que não juntasse pelo e à prova de garras (Acquablock/Acqua Summer), e a mãe dela costurou as capas no maior capricho, com zíper embutido para poder lavar na máquina.

Sucesso absoluto! E quase duas décadas de amor.

25.12.13

Presente sem embrulho

Como se não bastasse o Natal (época de se endividar de sacolas desnecessárias, para poder brigar com a família enquanto se empanturra de cadáveres), dezembro é também o mês do meu inferno astral. Isso quer dizer que tudo que pode dar errado dá: trabalho perdido, bate boca com funcionário da CET, multa por causa do rodízio, resgate de gato fraturado, sangue pela casa.

Este ano, porém, dezembro piscou para mim. Depois dos testes de sobrevivência costumeiros, me mostrou que, para cada puto que maltrata um animal de rua, existem dezenas de pessoas dispostas a economizar no festerê ou parcelar os impostos de janeiro para ajudar a salvá-lo. E, se na última década eu chovi de saudade da minha mãe, hoje as trovoadas são de felicidade.

Enquanto o Gatoca tiver leitores incríveis, Sparkys não precisarão endurecer. E eu continuarei amolecendo.


21.12.13

Dois milagres, sim!

Na terça-feira, eu escrevi contando que buscaria o Sparky para operar em Utinga, lembram? Só que o Dr. E. não faz esse tipo de cirurgia e a gente precisou caber na agenda do ortopedista indicado por ele, que mora na praia, e do anestesista indicado pelo ortopedista, que trabalha em Osasco. À noite, então, Amanda quebrou o galhão de pegar o pequeno na Barra Funda, para me entregar em Santo Amaro na hora do almoço do dia seguinte (seu aniversário!), já que Gleisson não estaria em casa.


E nós cozinhamos em jejum no carro por uma eternidade até a clínica veterinária de Santo Andre. Sparky perdeu a cabeça e o colo do fêmur, porque não dava mais para colocar pino, mas voltou bagunçando para a zona oeste. Nem o congestionamento monstruoso no fim da avenida do Estado, que provavelmente me rendeu uma multa por transitar no rodízio, abalou seus seis meses e quatro quilos de amor pela vida.




O que ninguém imaginava é que ele enlouqueceria com o colar elisabetano. Morrer de amores nenhum bicho morre, eu sei. Acontece que o frajolinha pulava feito boi bravo e se jogava no chão bem do lado operado, tingindo o escritório do Gleisson de vermelho e nossas caras de branco. Irredutível, o ortopedista mandou insistir no abajur perto da meia-noite, quando a superestimulação da anestesia (com morfina e quetamina) passasse. E quem teve coragem?

Durante cinco horas, Gleisson e eu tentamos de tudo para manter o peludo afastado dos pontos: carinho, comida, brinquedos variados, remédio amargo na pele. Até a Dani Flosi apareceu para ajudar! E, mesmo ciente de que as chances de sucesso eram pequenas, eu saí à caça de uma roupinha cirúrgica ― vestida por partes, em intervalos de cinco minutos. Eis que o pequeno foi finalmente vencido pelo cansaço.


Ou pela dor. A receita do pós-operatório prescrevia analgésico em dose cavalar, antibiótico, anti-inflamatório, antisséptico e repouso. Na madrugada de quarta para quinta, Sparky deu uma canseira na Dani incomodado com roupinha, que lhe roubava o equilíbrio e acabou substituída pelo monitoramento de presídio anterior. O santo do Gleisson ainda comentou feliz que eles haviam tirado férias na hora certa. A cada três empurradas de remédio goela abaixo, uma fracassava. E o frajolinha chorou o dia inteiro por não encontrar uma posição para descansar.


Ontem, as coisas começaram a melhorar ― exceto a batalha dos comprimidos. A dor parece estar indo embora devagar e o peludo já ensaia apoiar a pata fraturada. Se essa história ainda não tem um happy ending, o post ao menos acaba com uma boa notícia: graças a vocês (muita gente anonimamente, que eu sequer pude agradecer), à rifa organizada pela Paula Guima e aos broches e chaveiros doados pela Lina Gatolina, todas as despesas abaixo foram cobertas (e ainda sobrou uma grana para a fisioterapia!):

Castração, vacinas e internação: R$ 150
Antipulgas: R$ 27
Consulta de emergência no hospital: R$ 95
Raio-x: R$ 120
Aplicação associada: R$ 60
Dorless (analgésico): R$ 42
Prelone (anti-inflamatório): R$ 15
Cirurgia com ortopedista: R$ 500
Anestesista: R$ 200
Colar elisabetano: R$ 12
Antisséptico: R$ 5
Duotril (antibiótico): R$ 15
Roupa cirúrgica: R$ 45
Gasolina: R$ 5 milhões (rs)

Eu disse que em dezembro ninguém ajuda ninguém? Me desculpem. <3

19.12.13

Mistério

Depois de 11 horas de agito patrocinadas pelo Sparky ontem (uma e meia de veterinário, quatro e meia de congestionamento e cinco tentando acalmar a criatura operada), eu acordo e dou de cara com o apertamento redecorado de vinho ― sala, corredor, escritório, barba e cabelo! E continuo sem saber se foi tentativa de queima de arquivo ou de suicídio, porque o único gato que tinha a pata suja era a Pimenta e ninguém parece machucado.

Existe Sherlock Homes veterinário?

17.12.13

Dezembro sempre me surpreende!

Já passa das 3h. Eu acordei cedo, cuidei da casa e dos gatos, fiz o almoço, fui ao pet shop, ao correio lotado, ao posto de gasolina, ao veterinário e, quando estava a dois minutos do prédio, depois de pegar a Anchieta completamente parada, a CET bloqueou a ponte para descer um helicóptero e me obrigou a dirigir por mais uma hora pelo centro de São Bernardo. Meus joelhos subiram os dois lances de escada latejando e, antes que eu sonhasse em esticar o corpo na cama, recebi a notícia de que o Sparky havia parado de andar.

Para que vocês entendam o que aconteceu, terei de voltar um tico no tempo. Na segunda-feira passada, o pequeno sumiu e reapareceu só na terça, mancando. Eu dividi um sachê de salmão com metade dos bichos semidomiciliados do bairro tentando colocá-lo na caixa de transporte e acabei deixando-o internado na clínica veterinária para tomar a medicação para a pata e já adiantar a castração ― é impossível fazer o jejum e o pós-operatório na rua.

No sábado, castrado e vacinado, o frajola saiu da gaiolinha do veterinário direto para a casa da Daniela Flosi, na zona leste, que havia conseguido um cantinho temporário no apartamento telado do namorado, na zona oeste.


Só que a manquitolice voltou ― o analgésico da cirurgia deve ter perdido o efeito e a dor tornou a incomodar. Dr. E. receitou um anti-inflamatório por telefone, mas agora à noite o bichinho parou de andar de vez (aqui a história segue), fez xixi nele mesmo e Gleisson achou melhor correr para o hospital. O raio-x indicou fratura na cabeça do fêmur, provavelmente causada por um chute, e a cirurgia lá ficará R$ 1,6 mil.

Daqui a pouco, eu largo minha vida mais uma vez para buscar o pequeno na Barra Funda e levá-lo a Utinga, na esperança de que o Dr. E. faça um milagre. Dezembro e janeiro são fracos de trabalho e mesmo um jornalista de carteira assinada teria dificuldade de arcar com essa despesa sozinho ― eu já contava com o dinheiro dos broches e chaveiros da Denise para pagar pelo menos parte da castração, da vacina e da internação.

Cá estou escrevendo, em vez de dormir, portanto, para pedir ajuda em um mês que ninguém ajuda ninguém:

Itaú (Textrina)
Agência: 0185
Conta corrente: 08360-7

Banco do Brasil
Agência: 1561-x
Conta corrente: 6830905-8

Dois milagres?


Epopeia do Sparky na busca por um lar:

:: Como tudo começou