Gatoca

Educação, sensibilização e mobilização pelos animais

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27.10.25

Dois anos do gato que ninguém quis

As pessoas enxergam um frajola comum, já com 6 anos, positivo para FeLV. Mas Intrú é o doce que se revela naquele sorvete azedinho, alívio cômico para os dias cinzas, buzina antissolidão. Chegou metendo o nariz rosado onde não era chamado, fez morada obstinado, ignorou dois humanos e quatro gatos.

Quando decidiu que merecia mais do que o chalé das madrinhas (❤️), obrigou Leo a improvisar um trono no estúdio, proibido para a gangue por causa dos equipamentos de fotografia, e chegamos até a tentar uma adaptação indoor. Só que a criatura surtou presa de madrugada, jogou no chão uma caixa de som pesada e fugiu pela janela impossível do banheiro.

Toca adaptar uma terceira residência para temporais, roubando a caminha de cachorro das doações e inutilizando a máquina de lavar, porque a lavanderia tem toldo na entrada e dá para isolar o elefante preto e branco da Jujuba ― a leucemia felina impede a convivência.

Ele ainda corre os riscos da rua e, de vez em quando, visita a família bastarda. Mas queria mesmo era trocar de lado da porta. A única exclusividade possível em Gatoca, no entanto, é a desta categoria no blog.



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
:: Quando as Cataratas do Niágara visitaram Intrú
:: Um post mal-humorado fofo de Natal
:: O gato que só falta tocar a campainha!
:: Intrú adoeceu antes de ganhar uma casa
:: Ressurreição e mordidas literárias
:: Quase grudinho
:: Lado errado?
:: História de filme: a vida dupla de Intrú!
:: Agressividade por frustração?
:: Garoto propaganda do boletim +Gatoca
:: Um bicho que quebra expectativas (e outras coisas)
:: Intrú conseguiu morar dentro de casa ― parcialmente
:: Por que gato não deve ir para a rua, nem no interior
:: Intrú destruiu o estúdio e se jogou da janela

23.10.25

Gatificação: mapa da gatice | EG #38

Aproveitando a moda dos Bobbie Goods, que tal botar as canetinhas no álcool e desenhar o mapa da gatice da sua casa? Os capítulos anteriores desta série, inspirada em O Encantador de Gatos, livro do Jackson Galaxy, dissecaram os componentes de um lar gatificado: recursos do acampamento de base, arranhadores, mundo vertical e autoestradas (sem pontos de conflito ou zonas de emboscada), relógio solar e TV felina.

A ideia, agora, é fazer a coisa toda fluir.


Edição do jogo Boa Viagem que sobreviveu a quatro décadas

Comece pela planta baixa da residência, aquela que marca a divisão dos cômodos, com as portas e janelas, sabe? Inclua, então, os principais móveis humanos. E, usando uma cor para cada bichano, destaque com estrelas os lugares mais valorizados ― onde eles dormem, brincam, arranham. Mesmo que você não aprove. rs

Olhando essas áreas socialmente relevantes, já dá para identificar os móveis mais visados (e, muitas vezes, disputados), as áreas de maior trânsito e os pontos de discórdia, certo? Você provavelmente deve ter percebido também uma sobreposição entre os cantinhos favoritos dos peludos e os espaços onde sua família costuma se reunir.


Jogo Boa Viagem em quatro minutos de Intrú


Esse compartilhamento territorial é uma das bases da gatificação ― não adianta adotar o gato e querer que ele se contente com a lavanderia. Identificar o centro do território do seu amigo (ou gangue) permite planejar como distribuir melhor essa gatificação.

Para isso, marque no mapa a posição original dos itens do acampamento de base (os marcadores de cheiro): potes de comida, bebedouros, arranhadores, caminhas, autoestrada. Ficou tudo meio junto? Trate de espalhar, considerando os hábitos de cada integrante felino, os atritos e a convivência com os humanos.


Exemplo retirado do livro do Galaxy

Vale ressaltar que o mapa da gatice é uma coisa viva, assim como as relações que ele documenta. As preferências, portanto, tendem a mudar ao longo do ano, porque o sol bate em lugares diferentes, conforme a estação, e inverno pede cobertor quentinho, por exemplo, enquanto o piso frio da cozinha se mostra imbatível no verão.

E você deve ter notado que eu não falei da caixa de areia, né? É que ela merece um capítulo exclusivo. :)


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivoaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 18 anos de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 32: Gatificação: um lugar para onde voltar
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem destruir a casa
CAPÍTULO 34: Gatificação: planejamento urbano antitreta
CAPÍTULO 35: Gatificação: mundo vertical e autoestradas
CAPÍTULO 36: Gatificação: relógio solar e TV de gato
CAPÍTULO 37: Gatificação: necessidades especiais
CAPÍTULO 39: Gatificação: caixa de areia (estreia no dia 20 de novembro de 2025)

15.10.25

Colher com balança digital para ração: prós e contras

Se vocês me pegarem em um dia normal, vou dizer que a colher medidora de ração com visor digital para informar o peso quebra bem o galho. Agora, se a pergunta cair na madrugada em que ela soltou do cabo e espalhou grãozinhos pela cozinha inteira, talvez eu gaste os primeiros minutos xingando o designer de produto.

Sim, a ideia é facilitar a limpeza, já que a parte da bateria não pode molhar. Mas não precisava ser tão frouxa. Só funciona com mãos firmes, aliás, porque o peso muda conforme a inclinação ― precisa ligar com a colher apoiada em uma superfície plana, pegar o que se quer pesar (líquido ou sólido) e segurá-la horizontalmente. No ar ― algum físico explica?

Serve para quê, então? Para evitar a fadiga de tirar a balança tradicional da gaveta, sujar um recipiente trambolhudo e ter de descontar o peso dele no cálculo final, caso esqueça de zerar a tara. Dá, ainda, para alternar entre diferentes unidades de medida: grama (g), grão (gn) e onça (oz).

No caso do Intrú, beneficiário dessa compra porque não sabe lidar com oferta abundante de comida (chegou aos 6,1 kg!), eu cubro o fundo do pote com o molho da Pet Delícia e uso a colher para polvilhar a ração seca por cima, em menor proporção ― embora ela aceite até 500 g.

Assim, não corro o risco de ceder aos apelos frajolísticos. rs


Sinto que essa colher não joga a meu favor...


9.10.25

Cluboca do Livro: um ano de literatura e gatos!

Tudo começou com resolução de usar menos as redes sociais para voltar a ler livros em papel ― Mari ainda não havia comprado o Kindle e eu não fazia ideia de que preferiria e-books nas caminhadas ou antes de dormir. Era a virada de 2018 para 2019 e Leo escolhera o incentivo perfeito de presente de aniversário: a obra completa do Sherlock Holmes, escrito por Arthur Conan Doyle.

Eis que, por uma dessas coincidências bizarras do destino, a edição especial de Halloween do Cluboca do Livro tem um conto justamente do Doyle, chamado O Gato Brasileiro.


Mas faltou falar da criação do clube, né? Eu precisava espalhar para o mundo que os livros estavam me salvando em uma fase bem difícil. Entre os alarmes de cuidados dos felinos idosos, podia investigar assassinatos com idosos humanos. Sem sair de casa, dançava balé em Paris. O coração pesado pelas perdas descansava em um quarto que se moldava a humores mais leves. Ainda recorria aos acervos gratuitos da Biblion, do Skeelo (incluso no plano de celular) e da Amazon.

Nosso diferencial, claro, seriam os gatos ― como personagens, no título da obra, ilustrando a capa ou na biografia do autor. E, ao longo dos últimos 365 dias, tive o cuidado de equilibrar escritores homens e mulheres, sem repetir os países nem os gêneros literários.

Começamos por Vou te Receitar um Gato, da japonesa Syou Ishida, um misto de ficção de cura e realismo mágico. Aí, encaramos O Mestre e Margarida, do russo Mikhail Bulgakov, uma fantasia satírica. Relaxamos, então, com Um Homem Chamado Ove, do sueco Fredrik Backman, o mestre da comédia dramática. E, recentemente, estouramos pipoca com Um Gato entre os Pombos, da inglesa Agatha Christie, clássico mistério de detetive.


No dia 26, discutiremos Felinos e Macabros, coletânea de contos de terror assinados pelos estadunidenses Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft e Norman Hinsdale Pitman, pelo escocês Doyle, pelo irlandês Bram Stoker, pelo inglês E. F. Benson e por James Bowker, de quem não consegui descobrir a nacionalidade. Devo improvisar uma fantasia de bruxa ou vampira, com o guarda-roupa de ex-gótica. rs

Quer viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco? Basta apoiar o Gatoca com qualquer valor a partir de R$ 15, escolher uma bebida para acompanhar os bate-papos (vale chimarrão, suco verde, chá de cogumelo, drink com guarda-chuvinha) e providenciar os livros ― usando nossos links, uma porcentagem vem para o projeto. :)


- Felinos e Macabros em papel
- Felinos e Macabros em e-book
- Qualquer produto da Amazon, clicando aqui

2.10.25

Intrú destruiu o estúdio e se jogou da janela

Eu tinha duas opções: prender o gordinho no estúdio do Leo ou fechar a porta com ele para fora, no temporal. Escolhi o cárcere, porque a última tempestade, justamente quando o frajola chegou por aqui, arremessou nosso portão contra o depósito de jardim. E fui dormir tranquila pela primeira vez em dois anos, sabendo que ele estava em segurança.

Quando levantei de madrugada para cumprir o ritual sachezístico da Jujuba, porém, atravessei o gatil levando guloseimas para ele também e dei de cara com o contêiner vazio. Vazio de gato, pois boa parte das coisas do Leo jazia no chão, incluindo uma caixa de som pesada que fica na mesa de trabalho.

Com os olhos ainda meio colados, demorei para perceber que a criatura em desespero tinha fugido pela janela do banheiro, a uns três metros de altura, depois de vencer a barreira do box ― e pisotear as toalhas. Voltou com cara de merda, no intervalo da chuva, me obrigando a tirar do monte de doações a caminha de cachorro dos meus sogros e interditar a lavanderia ― Intrú não pode conviver com Jujuba por causa da FeLV.


Não, não adotem o gordinho agora! No Dia Mundial dos Animais (sabadão), vocês levam também a caminha da vergonha! 😂



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
:: Quando as Cataratas do Niágara visitaram Intrú
:: Um post mal-humorado fofo de Natal
:: O gato que só falta tocar a campainha!
:: Intrú adoeceu antes de ganhar uma casa
:: Ressurreição e mordidas literárias
:: Quase grudinho
:: Lado errado?
:: História de filme: a vida dupla de Intrú!
:: Agressividade por frustração?
:: Garoto propaganda do boletim +Gatoca
:: Um bicho que quebra expectativas (e outras coisas)
:: Intrú conseguiu morar dentro de casa ― parcialmente
:: Por que gato não deve ir para a rua, nem no interior