Completamente exausta, depois de acordar às 7h para a visita de emergência à Pandora, comemorar o Dia dos Pais com os sogros em São Paulo e devolver as meninas do Leo em São Bernardo, eu só conseguia pensar onde enfiaria um bicho daquele tamanho. Mentira! Também me perguntava quem abandonaria o que parecia ser um labrador, gorducho e castrado.
Abre parêntese: imaginem a pessoa toda torta num beco escuro atrás da rodoviária, tentando enxergar o saco da criatura. Fecha mico.
Completamente cooptado pelo Gatoca, Leo correu no boteco para comprar qualquer coisa que ele pudesse comer, enquanto meu cérebro ganhava tempo. E, quando vi Ingrid atravessar a mesma avenida em câmera lenta, cair de joelhos na calçada e desmoronar sobre o cão, me juntei no montinho. Ele tinha uma família!

E ela estava espalhada pelo bairro procurando o inconsequente, que fugiu num deslize do tio com o portão pós-festa.

Na Castelo, de volta a Sorocaba, meu corpo ainda tentava organizar as reviravoltas de susto, angústia e euforia.
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