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27.5.16

Mais aniversariantes do mês - maio de 2016

Só Pipoca se parece com a mãe. E fisicamente, porque o gênio agridoce as cinco irmãs devem ter puxado do pai (ou "dos pais", em uma festinha de misantropos). Mas elas estão mais próximas desde que a gente se mudou para o apertamento ― até porque ele possui 240 m² a menos. E deixam manhãs, tardes e noites mais felizes com seu desajeito social.

Uma ninhada inteira para chamar de minha (e me chamarem de louca), há nove anos. ♥










*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

19.5.16

Aniversariante do mês - maio de 2016

Este é o semblante (ou três quartos dele) de uma gata que botou cinco meninas no mundo. E que não poderá se livrar delas, como seus ancestrais faziam, porque eu adotei a família inteira. E que há dois dias enfrenta os 14ºC batateiros de temperatura no mesmo canto da cama.

Guda* me dá lições de inabalabilidade (consultei essa no Houaiss, confesso) desde 2007, data de sua chegada em Gatoca ― com destaque especial para o parto das Gudinhas. Nestes nove anos, eu retribuo com calmaria.


*Novelinha: conheça a história da Guda

Outros aniversários: 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

17.5.16

6 mitos sobre alimentação animal

Tem gente que aproveita o tempo livre viajando. Eu integro a panela dos idealistas que resolve fazer mutirão de castração. O que essa informação tem a ver com o título do texto? É que foi subindo e descendo as vielas de terra do DER que descobri que muitos tutores compram ração colorida achando que tem mais nutrientes, quando, na verdade, elas estão cheias de corante e sódio, substâncias que estimulam a formação de cristais. Eis a importância de compartilhar as informações abaixo.

1) Ração barata NÃO significa economia
Além do corante e do sódio, citados anteriormente, elas também levam ingredientes de qualidade questionável, como farinha de subprodutos de frango em vez de carne fresca, ou não apropriados a animais carnívoros, como glúten de milho e farelo de soja. Quem economiza na alimentação certamente gastará com veterinário e remédios mais para frente.

2) Mudança de marca NÃO pode ser de repente
O ideal é misturar um terço da nova com dois da velha no primeiro dia, metade de cada uma no segundo e dois terços da nova com um da velha no terceiro. Troca abrupta dá diarreia ― e caprichada, porque o bicho tende a comer mais do que de costume, animado com o sabor diferente.

3) Leite de vaca NÃO faz bem para gatos
Depois do desmame, que geralmente ocorre na sexta semana de vida, os bigodes não precisam mais de leite. Muito menos de vaca, rico em lactose, que o organismo deles não consegue digerir, gerando acúmulo de gases, dor e até diarreia.

4) Cães NÃO precisam de carne
Considerados onívoros oportunistas, o organismo dos cachorros se adapta para obter os nutrientes essenciais a partir de vários alimentos. Se quiserem um amigo vegetariano, basta elaborar um cardápio que compense as limitações e supra suas necessidades.

5) NÃO se deve dividir comida humana
Cebola, pimenta e outros condimentos são tóxicos para os peludos. Alimentação natural possui vários benefícios, mas deve ser preparada especialmente para o animal, compondo um cardápio balanceado.

6) Dar água da torneira NÃO é recomendável
Gato com esse hábito, aparentemente, fofo fica sem beber nada quando a gente está fora de casa, aumentando o risco de problemas urinários. Estimulem o bichano a se hidratar usando potes grandes (eles não gostam de encostar os bigodes nas bordas), colocando pedrinhas de gelo no calor ou investindo em bebedouros elétricos.


* Texto escrito para o Yahoo!

12.5.16

Ingressos esgotados!

― Esta casa parece show. Se você não chega cedo para pegar lugar, fica sem.

Leo se referia ao café da manhã com mais gatos na cozinha do que cadeiras. Mas também vale para o trabalho no escritório de mesa única, as tentativas frustradas de privacidade no banheiro, a paisagem dos janelões com orelhas, a cama de solteiro em dia de frio.

10.5.16

Convivência em harmonia

Eu coloquei Margarida, ainda filhote, para fora do apartamento três vezes. Ela sempre voltava ao banheiro, onde vivia a coleção de insetinhos que a gente não tinha coragem de matar. Um a um, eles foram desaparecendo. E Margarida aparecia à noite, quando os gatos dormiam inofensivos no outro extremo da residência. Até que sumiu também.

Semanas depois, a encontrei gigante, de dia, no teto da sala, para a completa indiferença dos bichanos. Margarida poderia morar em uma casa com jardim, mas prefere ficar aqui. Eu poderia usar inseticida, mas prefiro a Margarida. Os bigodes... ah, os bigodes são os bigodes, né?

(Sim, lagartixas engolidas causam platinosomose se portarem o parasita da espécie Platynosomum concinnum. Besouros também. Aranhas e abelhas são ainda mais perigosas, por causa do veneno ― aqui tem um texto bem explicadinho. Prefiro, então, caprichar na ração e dar um troco para a neurose comprar jujubas.)

5.5.16

Gato iogue

O universo felino se divide em dois grupos: de um lado, os bigodes que ficariam muito putos se tomassem uma vomitada da irmã e tratariam de limpar a meleca antes de ter sua imagem manchada por toda a eternidade. Do outro, o Mercvrivs.


*Para os hindus, iogue é quem atingiu a libertação, "a quem nada perecível tem poder, para quem as leis da natureza não existem mais, que foi emancipado desta vida, de modo que mesmo a morte não adicione nada a seu êntase".

3.5.16

Gatoca no Global Causes 2016

Não devia ter 150 pessoas naquele auditório de telões duplos. Representantes de ONGs como Greenpeace e Médicos Sem fronteiras sentados logo ao lado (obrigada, Paula Martinez Ramos!) para assistir às palestras do Facebook sob o mote "What do you have heart for", iniciativa ocorrida simultaneamente em 30 países.


O prédio já dava uma pista da grandiosidade do evento: R$ 60 de estacionamento, saguão com mais elevadores do que eu consegui contar, funcionários de sorriso branco-reluzente, três marcas de hidratante para as mãos no banheiro, acesso livre à geladeira de bebidas. E comida para vegetarianos!

A abertura ficou por conta da diretora de negócios Malu Lopes. Renata Gimenez, gerente de parceiros, falou sobre a estratégia da empresa de criar soluções para aumentar a arrecadação das organizações que melhoram o mundo. Gabriel Lucinski, especialista em páginas, explicou as funcionalidades da ferramenta e tirou mil dúvidas. Cris Dias, estrategista criativo, deu dicas de campanha. E Marco Salero, o homem do marketing social, desmistificou a ferramenta de anúncios.

Ainda rolou um painel com dobradinhas de sucesso Facebook-ONGs, um publieditorial da produtora que recuperou (e multiplicou) a grana roubada dos velhinhos da Divina Providência e a história fodástica da dona Vanilda, contada pelo Luciano Huck, para quem eu fui obrigada a tirar o chapéu, o cachecol e os meiões de vó ― que capacidade de envolver a plateia!


Diogo Dzodan, vice-presidente da América Latina, encerrou a manhã com o relato de sua passagem pela prisão (lembram do cara que se recusou a fornecer informações sobre o WhatsApp para a justiça?) e que virou um projeto para filhos de presidiários.


Jornalista há 17 anos, eu participei dos mais variados eventos. Mas nenhum me encheu de orgulho como esse. Em 2007, escolhi fazer parte da solução.

28.4.16

Síndrome do paninho

Quase três anos após a mudança para o apertamento, Pimenta (que, nove anos depois, ainda não deixou de ser Pimenta) descobriu um passatempo adorável: se pendurar na toalha de banho do Leo até soltá-la do registro para poder dormir enroladinha no banheiro. A cama de solteiro que eu trouxe da casa antiga, só por causa deles, não proporciona conforto suficiente. Nem os almofadões que Tati Pagamisse doou. Nem as prateleiras com vista panorâmica para a Anchieta da Laura Paro.

Se estendo a toalha no varal, a criatura apela à de rosto ― vocês têm noção do prazer que é enxugar olhos, boca e nariz em uma toalha peluda? Toca pagar R$ 137 no suporte mais barato do C&C, dinheiro que eu tinha prometido gastar com algo mais edificante. Para assistir a peste derrubar o paninho de louça, esfregar a bunda e dar uma coçadela nas orelhas.

26.4.16

Prateleiras e enriquecimento ambiental

Esqueçam caminhas personalizadas, brinquedos importados, manta fleece (sempre quis escrever essa palavra). Gatos gostam é de prateleiras ― para saltar, dormir, vomitar ração recém-mastigada. Eu escrevi um post sobre enriquecimento ambiental (animado e inanimado) no ano passado, mas a grana sempre ia embora nos resgates inusitados.


Eis que Laura Paro, a primeira adotante do projeto, nos convidou para visitar Carlotinha e doou seu trio seminovo! Nos dias de faxina, os bigodes se empoleiram em pares ― Chocolate não conta.


Até o Simba, que não consegue mais pular na vertical por causa da coluna de vovô, deu um jeito de curtir a vista privilegiada: sobe penduradinho com as garras da frente e chacoalha as patas de trás para alçá-las à base. ♥

20.4.16

Aniversariante do mês - abril de 2016

Dos clichês do universo animal, talvez o mais repetido seja o de que eles é que nos adotam. Mas aconteceu exatamente assim com a Clara Luz*, há dez anos. Eu escolhia concentrada a ração do Mercvrivs, quando senti minha blusa sendo puxada para o alto. Cedo demais para morrer, girei sem fazer a mais remota ideia de que sairia do pet shop com uma gata de patchwork ― a história completa está nos links do fim do post.

Mercv se apaixonou instantaneamente e guarda mágoa até hoje por ter sido trocado pelo Simba. Chocolate precisou ficar separada da geniosa por dois longos anos. Pipoca ainda sofre com as perseguições for fun, embora elas andem raras. Como boa ariana, Clara desperta amor e ódio por onde passa. Neste coração, porém, apesar da coleção de caras feias, só tem ronrom.



*Novelinha: conheça a história da Clara

Outros aniversários: 2015 |2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

15.4.16

12 números para apoiar o Gatoca

- Quase 9 anos de projeto.
- 1.097 posts escritos ― 1.098 com este. :)
- 4,5 mil leitores alcançados mensalmente.
- 9.011 comentários.
- 25 parceiros.
- 107 bichos socorridos (97 gatos, 7 cães e 3 aves).
- 3.819 curtidas no Facebook.
- R$ 21.110 financiados coletivamente (R$ 3.000 doados pelo Wings For Change).
- 50 animais castrados em mutirão (11 cães e 39 gatos).
- 1 e-book publicado.
- 9 minutos de bate-papo com o Marcelo Duarte na Rádio Bandeirantes.
- 1 puxadinho no Yahoo!.

Para continuar a divertir, emocionar, conscientizar e mobilizar corações de pudim, o Gatoca precisa de vocês. Participem do nosso Clube na Kickante ou mandem e-mail que eu passo os dados bancários para agendar a transferência mensal. Com R$ 0,33 centavos por dia, muitas vidas podem ser reescritas.

Quem topa ser coautor de um mundo melhor?


13.4.16

Soneca com emoção

Apesar de trabalhar há mais tempo como freelancer do que empregada, eu tenho uma coleção de ex-chefes queridos. De um deles (na verdade, uma), ganhei um traveisseirinho de camomila que os bigodes logo dominaram. Chocolate ama aquele travesseirinho! Passa o dia deitada sobre as bolotas vermelhas, até sair com cheiro de calmaria ― só o cheiro.

Acontece que o sono da pequena encrenqueira deve ser uma releitura da vida real e, dia sim, dia não, ela despenca da prateleira levando o travesseirinho junto. Aterrissa de pé e me olha com um misto de susto e vergonha, enquanto eu a encaro incrédula por mais uma soneca enfartante. Que se repetirá depois de amanhã.


8.4.16

Do barro para a cama com cobertor

Gatoca fez um mutirão de castração no DER há um ano, que se desdobrou em 31 posts (alguns tristes, outros engraçados, vários emocionantes) e nove bichanos doados ― as histórias estão todas no fim do texto. Faltava Pretinha. Um mês após a cirurgia, eu a encontrei quase morta numa das ladeiras de terra da favela. O tratamento durou longas quatro semanas e a pretolina continuou me recebendo com festa ― os animais dão aula de gratidão ao ser humano.


Aí, veio o primeiro lar temporário, a devolução por causa de um erro veterinário, o segundo lar temporário, com piriri durante o percurso (da gata, não meu), mais 255 dias de espera pela família oficial. E ela tomou forma no final de fevereiro! Soaria estranho usar "apareceu" para os pais da Fernanda Abreu, dona do segundo LT, né?


Tudo começou com a sugestão do vet de adotarem uma amiga para Kiara se distrair e parar de arrancar os próprios pelos ― a outra opção seria apelar ao Prozac. E, no dia 27, Pretinha rumou para a casa telada em Santana, recém-batizada de Lizzy, um personagem de anime (aqueles desenhos japoneses de olhos gigantes).


A adaptação compreendeu quatro bípedes, que se apaixonaram instantaneamente, e quatro quadrúpedes, que ainda se estranham: Kiki não curtiu muito a novidade, mas abandonou a cutucação e os cachorros seguem tentando entender o pé de gato que brotou no jardim.


Quando eu recebi a foto abaixo, lembrei da pequena tomando chuva nas vielas avermelhadas e sorri salgado. A vida pode ser doce.



Leiam também:

:: Panfletagem por uma causa nobre
:: Inscrição em três etapas - parte 1
:: Inscrição em três etapas - partes 2 e 3
:: Protetor é quem cuida
:: Mutirão de castração é para os fortes
:: Se há uma chance, Gatoca é a favor
:: Da favela para Hollywood!
:: Mutirão de castração é para os fortes - parte 2
:: O primeiro de nove!
:: Sementes
:: Adoção platônica
:: Adoção Gremlin
:: Quase famosos
:: Ossos e um coração partidos
:: Felicidade que nunca chega
:: Descanso merecido
:: Para bater recordes de bilheteria!
:: A arte de enxugar gelo
:: Quando a coisa fica preta
:: Desfecho frustrante
:: Refilmagem
:: Os últimos de nove
:: Favela com emoção
:: Conscientização: o trabalho por trás dos holofotes
:: Ossos e um coração colados
:: NeverEnding Story
:: De Hollywood para o Japão
:: De Hollywood para os palcos
:: Halloween da sorte 2015
:: De Richard Gere para os braços do Pepê
:: Black Friday fracassada

5.4.16

Gatos não sentem sabores doces!

Podem segurar a vontade de dividir o ovo de Páscoa com os bichanos. Antes de qualquer coisa, porque chocolate é tóxico para animais. Isso quer dizer que o fígado dos peludos não metaboliza direito a teobromina, presente em maior quantidade nas cascas e bombons escuros, podendo causar contrações musculares, taquicardia, vômitos e diarreia ― bichos menores correm risco de morte!

Depois, porque os bigodes não curtirão como a gente o gostinho açucarado pascoal. Apesar da domesticação de cerca de 5 mil anos, eles continuam sendo carnívoros restritos: preferem sua parte em proteína animal, dispensando nosso amado carboidrato como fonte de energia.

Essa incapacidade de sentir sobremesas, segundo a revista Scientific American, se deve a um gene. Pequenos e grandes felinos não têm uma parte do DNA existente no gene Tas1r2, responsável, junto com o Tas1r3, por gerar as proteínas que formam os receptores de sabores doces na língua.

Agora, quem explica a paixão da Clara e do Mercv por mamão?


* Texto escrito para o Yahoo!

1.4.16

Curso de homeopatia para animais!

Seis dos dez bigodes aqui de casa têm doença renal, vocês sabem. Quando saiu o resultado do hemograma, depois de chorar em posição fetal, eu troquei a ração de todo mundo pela versão terapêutica e Simba odiou, lembram? Perdeu quase meio quilo em duas semanas. A nova marca, mais palatável, fez sucesso, mas provocou intolerância alimentar no leãozinho, que já tratava a infecção de pele highlander há mais de ano.

Resolvi, então, arriscar a homeopatia, por indicação de duas amigas queridas. A diarreia desapareceu em 38 dias e as feridas na pele, que na verdade eram causadas pelo próprio gato, estressado com as obras intermináveis do nosso novo bairro, em três meses ― embora ele ainda tenha recaídas leves.

Criada pelo alemão Samuel Hahnemann, a homeopatia atua na energia vital, tratando o ser, bípede ou quadrúpede, não a doença. O medicamento, portanto, leva em consideração essência e particularidades do indivíduo naquele momento de vida. Sem restrições, é especialmente indicada para convulsão, diabetes, tumores cancerígenos, alterações comportamentais e doenças virais como cinomose, rinotraqueite, FIV (aids felina) e FeLV (leucemia felina).

Os glóbulos, diluídos em água, não possuem cheiro nem sabor, facilitando a administração oral (basta usar uma seringa). Para as feras, vale apelar ao borrifador, já que o simples ato de inspirar as gotículas possibilita o contato com as mucosas.

Quem ficou curioso não pode perder a segunda aula da veterinária Maria Eugênia Carretero, com renda revertida à ONG Natureza em Forma, que cuida de mais de 400 bichos no centro de São Paulo ― informações abaixo. Eu participei da primeira, no dia 19 deste mês, e saí com 11 páginas de anotações, uma lista privilegiada de material para leitura e empolgação que há muito tempo não sentia em um curso. Vale cada minuto e muito mais do que R$ 20! :)

Serviço

Datas: 9 de abril, 14 de maio e 18 de junho.
Horário: das 9h às 12h.
Valor: R$ 20, revertidos para a ONG Natureza em Forma.
Endereço: Matilha Cultural - rua Rego Freitas, 542, Centro, São Paulo (metrô República).
Inscrição online: goo.gl\eeinwZ
Contato: maru.veterinaria@gmail.com


Minha coleção de frasquinhos já dobrou! rs