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13.5.15

Adoção Gremlin

Joyce Tsuchiya Melo se apaixonou pelo Johnny Depp (quem não se apaixonaria?). No feriado de 1º de maio, ela e o Helder me acompanharam pelas vielas do DER para buscar o pequenino ― ainda levaram ração, areia, banheiro e um presente de embrulho caprichado para a Karol. Quem os recepcionou cheia de dengo, porém, foi a versão GG da Halle Berry.

Não, a família não lhe deu um nome. E também não parecia fazer muita questão de ficar com a peluda, maior e menos engraçadinha do que a Helly Berry oficial, que desistiram de doar. Claro que eu concordei com a "troca". Conseguir um lar para dois pretolinos em 20 dias equivale a ganhar na loteria da proteção animal.




Melhor ainda se a tutora for médica (com UBS de Heliópolis no currículo!), o apartamento telado ficar na Vila Clementino e vier com um cachorro chamado Niko e uma gatinha batizada de Penélope ― Samanta, a vaquinha da foto, escapou pela porta três dias antes e morreu atropelada na garagem do prédio, aos 9 anos, para a desolação de todo mundo.




No sábado, eu esperava receber notícias da adaptação dos quadrúpedes. E tive de ler três vezes a mensagem de que o casal pretendia voltar para adotar o Johnny Depp. Domingão, lá estávamos nós na favela de novo. E Johnny tornou a se distanciar do sonho da casa própria por causa da Catherine Zeta-Jones, uma das filhotas ariscas, que não resistiu aos carinhos da Joyce.




Logo na primeira madrugada, a branquelinha escapou do confinamento e foi acordar o Helder, assistiu TV no colo e resmungou quando sobrou sozinha. Halle Berry GG já passeava confiante pelos cômodos, exceto o quarto, onde Penélope resolveu se entocar com seus 12 anos de rabugice. E Niko seguia não se importando com nenhuma das duas.




Quando perguntei se poderia divulgar a novidade no blog, Joyce não titubeou: "Daqui, elas não saem". E mandou um áudio da Catherine ronronando tão alto no colo do irmão que lembrava o foguetório do réveillon.




Para a festa ficar completa, faltam cinco bebês ganharem uma família ― Scarlett Johansson, infelizmente, desapareceu. E, como não é fácil escolher quem merece uma chance, pensem com carinho no Johnny, que já perdeu a dele duas vezes. O tigrinho promete retribuir com meiguice, caçada de ratinhos e aquela tombada de cabeça irresistível.



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10.5.15

Dia de Todas as Mães

Eu não tenho mais a minha. Mas ainda sigo seus conselhos, converso com ela antes de dormir, me pego pensando o que acharia de tantas escolhas de contramão. Também não tenho filhos bípedes. Mas levo ao banheiro no parque, pico a comida em pedacinhos, jogo War, dou bronca de voz grossa, leio história. Quatro vezes.

Para muita gente, animais são apenas animais. Mas foram dez gatos que tornaram essas Bias possíveis. E, quase dez anos depois, continuam me fazendo uma pessoa mais corajosa, tolerante, humana.


Especial de Dia das Mães: 2012| 2011 | 2009 | 2008

8.5.15

Adoção platônica

Vejo Pretinha de barriga raspada ao longe. Lembro da castração, das consultas veterinárias, dos miados chacoalhantes no carro, do ultrassom, da coleta de sangue. Pretinha me vê chegando na favela ao longe. Ignora a castração, as consultas veterinárias, os miados chacoalhantes no carro, o ultrassom, a coleta de sangue. E vem ronronar no meu colo.

O apetite voltou, a gengiva avermelhou, a apatia causada pelo combo anemia-infecção-hepatose se foi. Mas a pequena continua passando a maior parte do tempo na rua ― como os outros bigodes da família. Se houve uma fração de segundo nestes nove anos e meio em que eu quis não ter dez gatos, essa fração piscou nos relógios do DER no domingo.



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5.5.15

Aluga-se chalé para temporada de inverno

Suíte ampla, com lareira, frigobar, varanda para o bosque e banheira de hidromassagem. Nada de internet e TV a cabo ― tragam livros ou aprendam a conversar. Pacote mínimo de cinco diárias. Desconto para filhotes. Tratar com Jujuba, de madrugada.

30.4.15

Sementes

Dia desses, Karol, a menina dos gatinhos da favela, me mandou pelo WhatsApp uma corrente destinada aos dez amigos que nunca esquecerá. O posto para a vida toda me custou 14 castrações, um sanduíche, suporte veterinário, uma compra de pet shop e algumas roupas esquecidas no fundo do armário.

Para uma pré-adolescente de horizontes estreitados entre vielas de barro, significou atenção, risada, conselho, abraço, porto seguro. Agora, ela escreve para contar que brigou com o pai na Páscoa, comemorar o ingresso ganho do tio para o Hopi Hari, compartilhar a angústia de esperar a seleção para a peça de teatro da escola.

E eu tenho cada vez mais certeza de que o Gatoca não termina nos gatos.

29.4.15

Acredite se Quiser!

Quando você acha que já viu de tudo no universo felino, Pipoca coloca para tocar no celular Absolute Beginners, do David Bowie. Com a bunda.

27.4.15

1000 posts!

Há quase oito anos, o assunto é o mesmo: gatos. Mas o repertório de peripécias dos bigodes tem um fundo falso. E o coração de pudim desta jornalista, algumas passagens secretas. Elas já levaram para casa de colecionadora, varanda de 15 metros, favela, jardim com piscina.

E espero que continuem ligando bípedes e quadrúpedes. Leitores de primeira e segunda viagem. Gente que ama e malucos que fazem o mundo melhor.

22.4.15

Happy ending quádruplo!

Gatoca sofreu outro golpe da barriga! (Relembrem o primeiro aqui.) Desta vez, os sortudos foram a Michele Naneti e o Cléber Borges, que acabaram adotando mamãe e os três frajolas rejeitados da família Cartoon. Ainda cozinharam massa caseira para o almoço comemorativo e banana celestial de sobremesa!




Encalhados um ano e dois meses no lar temporário, os peludos já faziam parte da rotina da casa ― e do café da manhã.


Batatinha cresceu tanto que perdeu o diminutivo. Parou de fugir das visitas, mas ainda reclama dos colos (reparem na cara da foto!). E segue brincando de lutinha, como se não pesasse duas toneladas.


Lilica de vez em quando arrisca uma pelada com bolinha de papel. Seu passatempo favorito, porém, é roubar o lixo reciclável da cozinha e espalhar pelo apartamento ― nos dias de coleta, ela se diverte vasculhando a cestinha de contas a pagar.


Pedrita tem a maior barriga. Limpa o potinho de todo mundo que bobeia (e de quem não bobeia também). E adora bater um papo com humanos que a esperam, pacientemente, sair do esconderijo sob a cama.


Penélope é Penélope. Charmosa e encantadora desde o primeiro dia.


* FIM *

Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate
:: Bolão e batizado
:: Para matar de ternura
:: A primeira ida ao vet a gente nunca esquece
:: Castração da Sessão da Tarde
:: Família Cartoon em oferta: Lindinha
:: Família Cartoon em oferta: Lilica
:: Família Cartoon em oferta: Pedrita
:: Família Cartoon em oferta: Batatinha
:: Família Cartoon em oferta: Patti Maionese
:: Família Cartoon em oferta: Penélope Charmosa
:: Batatinha na telinha
:: Happy ending: Lindinha
:: Happy ending: Patti Maionese
:: Sad ending: Batatinha
:: Campanha "Cansei de Ser Gato sem Família"
:: A Volta dos que não Foram
:: Ostentação
:: Gatela

20.4.15

O primeiro de nove!

Em uma família com cinco bebês branquelos e dois tigres pequeninos, o pretolino Will Smith foi o primeiro a ganhar um lar, fato inédito nos meus quase oito anos de proteção animal! Culpa da veterinária Camilla De Cássia Sovenhi, que escolheu o parceiro de bagunça para a Guioza pelo coração, não pela cara.


Na Vila Duzzi, o peludo virou Shimeji e não demorou três dias para se acostumar à guinada de vida:

A porta da cozinha agora fica fechada, porque ele toma leite da leiteira, em cima do fogão. Quando chega alguém, se esconde, mas logo se rende aos carinhos. Mia para pedir comida, gordo como a Guioza. Come primeiro a dele, depois a dela. Meu pai o chama de negão do zóio amarelo e ele responde. Gosta de mamar na irmã e a irmã dá banho nele. Os dois dormem sempre abraçadinhos.


Amor à primeira vista também existe no mundo animal.


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16.4.15

Aniversariante do mês - abril de 2015

Há nove anos, eu olho para a Clara* e continuo sem entender como as pessoas podem achá-la feia. Antes de terminar de digitar essa frase, me choquei com a parte dos nove anos. Contei cada um nos dedos e são nove mesmo. 3285 dias separando a jornalista que não sabia se conseguiria cuidar de dois bigodes e a protetora que, com a ajuda de vocês, deu a dezenas deles a chance de curtir o ventinho da janela sem medo do temporal. :)



*Novelinha: conheça a história da Clara

Outros aniversários: 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

10.4.15

Mutirão de castração é para os fortes - parte 2

Bastava repetir os acertos e corrigir os erros da primeira etapa, certo? Não com um barraco sem porta e um cachorro chamado Napoleão. Sexta-feira à noite, eu tinha dois livros para terminar de ler, pipoca para comer vendo seriado e uma dúzia de horas de sono para repor. Mas fui ao DER ajudar a Karol a prender nas caixas de transporte os gatinhos que seriam castrados na manhã do dia 28 de março ― com acesso à rua, o jejum ficaria impossível.


As duas mães e oito bebês viraram três mães e nove bebês. Mais a Pretinha para passar em consulta (história que já contei aqui). E, às 22h, nós rastejávamos pela casa da vizinha para resgatar um filhote fugitivo sob a máquina de lavar. Fracassadamente.


Deitei esgotada e logo acordei com a ligação da Karol: Mel havia esfolado o rosto inteiro na grade da caixa. Ela foi boazinha e omitiu a informação de que os bichanos tinham feito xixi e cocô até nas janelinhas. E que a vizinha não conseguira pegar o fugitivo, alegando ataques impiedosos. Seguimos para Santo André com o carro aromatizado e o grupo desfalcado.




Conforme o Dr. Rodrigo ia operando os peludos, eu lavava as caixas meladas no fundo da clínica.


A Mel esfreguei no banho e tosa ― não dava para devolver a coitada assim, né?


Marcela, estudante de veterinária, deu uma superajuda.


E Bruna, bombeiro (!), foi nos instruindo ― ela cursou o técnico em veterinária e trabalha no banho e tosa aos sábados para aumentar a renda.


Com o incêndio apagado, retornamos a São Bernardo para buscar o Napoleão ― lembram do cachorro que quase me levou ao infarto em fevereiro?


Como eu sou brasileira e não desisto nunca, toquei a campainha da vizinha da Karol de novo, segurando uma lata de sardinha (pet shop de favela não vende sachê). A peste do filhote se escondeu nos entulhos do corredor, me fazendo pensar antes de cada objeto levantado: "Gato, rato ou barata?". E, dez minutos de buscas depois, voltou para a máquina de lavar.

Quando o marido, já sem paciência, levantou a dita cuja no muque, segurei o riso. A criatura assassina não media mais do que 10 centímetros. Fêmea, branquelinha, toda encolhida. E ainda soltou um "miu" para mim de cabeça inclinada dentro da caixa de transporte ― claro que, com os dedos oleosos de sardinha, eu não fotografei.

Napoleão precisou ser anestesiado com cambão, depois de morder o Dr. Rodrigo, tentar morder a própria dona e fazer cocôs aéreos pelo consultório.


Da gravidade do quadro da Pretinha vocês já sabem, mas faltou publicar a foto impressionante das gengivas amareladas.


Às 16h, nós conseguimos parar para almoçar. Nunca pensei que pisaria no McTrash´s de novo. Mas, entre as 200 opções da praça de alimentação do shopping, Karol, que sonha ser professora de dança, escolheu o sanduíche de papelão e ficou tão empolgada com o acréscimo de batata e refrigerante que não deu para falar de alimentação saudável ― e olha que meu nhoque custou metade do preço!

No caminho para casa, o Focus parecia um Fusca de palhaço: Karol com Pretinha no colo, Emily com Napoleão, oito bebês na caixa de transporte maior, um temperamental separado e três gatas adultas em caixas individuais.


Dona Ermínia, avó da Karol, não sabia como agradecer. Jane, mãe da Emily, me deu um cartão para trocar o óleo na oficina mecânica em que trabalha, por sua conta. E fez questão de mostrar como o Bebê havia se curado do machucado e das brigas depois da castração na primeira parte do mutirão.


E eu doei à Cida, protetora-diarista da comunidade, todos os vermífugos e antibióticos que sobraram da empreitada, porque assim funciona a corrente do bem. :)



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7.4.15

Ajuda para quem ajuda

O Gatoca diverte, emociona, ensina e inspira cerca de 4 mil leitores mensalmente. Mas só três toparam ajudar a Pretinha. Eu doo meu tempo para o vai e vem (à noite, de fim de semana, no feriado), os textos de palavras escolhidas a dedo, as fotos tiradas com o maior carinho.

Há dez dias, ligo para a Karol toda manhã para saber da peluda. Respondo mensagens dos interessados nos irmãozinhos desde que o post subiu. Hoje, entreguei o primeiro bebê à nova família. E, às 22h50, estou tentando tirar do duto da churrasqueira a primeira resgatinha do projeto ― por isso ainda não deu tempo de contar a segunda parte do mutirão de castração no DER.

Se tiver de arcar com as despesas dos animais socorridos sozinha, vou morar na rua com eles. Vejam essa carinha...



P.S.: Mandem e-mail para doacoes@gatoca.com.br que passo os dados da conta direitinho. ;)

3.4.15

Da favela para Hollywood!

Os atores deste post moram em um barraco sem janelas, sob os cuidados de idosos extremamente humildes e já assistiram boa parte da família morrer envenenada. Foram castrados na segunda etapa do mutirão do Gatoca e têm talento de sobra para fazer humanos felizes ― falta uma tigrada e um branquelinho, que se esconderam dos paparazzi atrás do armário.

Ainda sobrarão perambulando pelas vielas de terra da comunidade quatro bigodes adultos e a Pretinha, que está em tratamento por conta do projeto. Se vocês não puderem adotar, espalhem para os amigos. Ou nos ajudem a pagar a conta. :)


Johnny Depp, 2 meses


Scarlett Johansson, 2 meses


Will Smith, 4 meses


Angelina Jolie, 2 meses


Brad Pitt, 2 meses


Halle Barry, 4 meses


Catherine Zeta-Jones, 2 meses


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2.4.15

Se há uma chance, Gatoca é a favor

A forma mais fácil de contar uma história é a cronológica. Mas a vida não quer saber o que aconteceu primeiro. Vem passando por cima do sono e da fome com suas demandas egoístas, e obriga a gente rabiscar o cronograma 20 vezes. No sábado, rolou a segunda parte do mutirão de castração no DER. Eu pretendia escrever sobre isso. Junto com as três gatas, os nove filhoticos e o cachorro fujão, porém, Pretinha adoeceu ― lembram da peluda que me rendeu um talho na mão?


De mucosas amareladas, ela parou de comer, virou meia e passou a andar com dificuldade. Para ajudar no diagnóstico, Drª. Ana Lúcia pediu exames de sangue e ultrassom, que o pessoal do R&K executou com o maior carinho (e 30% de desconto). Karolyne, a neta de 13 anos da dona Ermínia, fez questão de acompanhar as cirurgias da trupe, a consulta da pretolina e ainda faltou à escola ontem, dia do laboratório.




Subiu a ladeira da comunidade de batom, se emocionou olhando as imagens cinzentas no monitor da veterinária e comentou animada que o avô havia recebido a aposentadoria e compraria a primeira caixinha de areia para os bigodes ― eles usam o barraco sem janelas de banheiro e quem vê primeiro limpa (quando não dá o azar de pisar).


Estiquei o caminho da volta até o pet shop e coloquei no carrinho duas bacias grandes, pazinha, cinco pacotes de granulado higiênico, sachês e latinhas de sabores variados. Dona Ermínia me recebeu com uma xícara de chá de camomila, que, mesmo detestando, eu tomei até o fim. E seu Moacir, homem de poucas palavras, sorriu pela primeira vez.


Hoje, com o resultado dos exames, nós pedimos socorro ao Dr. N., vizinho da comunidade. A coisa é séria: anemia severa, infecção, hepatose. Karol aprendeu a medicar (corticoide uma vez ao dia e antibiótico, duas), a dar papinha (Nutralife Intensiv) na seringa, a endurecer para amolecer. E eu fui pagando ― R$ 472 já, porque Dr. N. não cobrou a consulta.


Quero que Pretinha tenha uma chance, mesmo que pequena. Mas quero ainda mais mostrar a Karol que vale a pena sair da zona de conforto para deixar o mundo melhor. E o mundo começa com quem a gente já sabe que ama, para se esparramar por desconhecidos que a gente aprende a amar.


P.S.: No próximo post, publico as fotos individuais dos bebês, que a família topou doar. Toda ajuda é bem-vinda: com dinheiro, divulgação, apoio moral. :)



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