Você deixa em cima da mesa do escritório um folder de pão de queijo vegano, boletos do condomínio e do convênio médico, e um pedido veterinário de remédios. A gata despreza o pedido veterinário, experimenta a pontinha de um dos boletos e cai matando no folder do pão de queijo vegano.
2.12.14
1.12.14
A Volta dos que não Foram
Atualizado em 2 de dezembro de 2014
A história da Penélope continua fazendo inveja aos roteiristas de Hollywood (se você pegou o filme começado, clique aqui). Quatro meses depois da castração, ela voltou a entrar no cio! Sim, castrada. Gritava desafinadamente pela casa, se esfregava em tudo que via, batia nos filhotes. A gente esperou 60 dias para excluir a hipótese de problema comportamental e, no último sábado, o ultrassom encontrou um pedacinho remanescente de ovário perto dos rins.
Dá para ser mais sortuda? Dá! Graças a esse mesmo ultrassom, a veterinária também descobriu uma "nevasca" de sedimentos na bexiga da Pretolina, indicando possível infecção, confirmada pelo exame de urina, que poderá ser tratada no início. Pê entrou na faca de novo, com um corte bem maior do que o primeiro, e terá de comer ração especial durante três meses. Mas continua doce e ronronenta, a espera de uma árvore de Natal para chamar de sua.
Update: Pê e os bebês foram castrados com o maior carinho pela Drª. Ana Lúcia, do Pet Land, que fará também o mutirão do Gatoca. Após a gestação, pode ocorrer um aumento do tecido adiposo ao redor dos ovários, mascarando o quadro. A Drª. deixou de almoçar no sábado para reoperar a gatinha no único horário que eu conseguiria levá-la, sem me cobrar um centavo ― incluindo o exame de ultrassom. Eu só escrevi o post para orientar vocês que isso acontece e tem solução. :)
Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:
:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate
:: Bolão e batizado
:: Para matar de ternura
:: A primeira ida ao vet a gente nunca esquece
:: Castração da Sessão da Tarde
:: Família Cartoon em oferta: Lindinha
:: Família Cartoon em oferta: Lilica
:: Família Cartoon em oferta: Pedrita
:: Família Cartoon em oferta: Batatinha
:: Família Cartoon em oferta: Patti Maionese
:: Família Cartoon em oferta: Penélope Charmosa
:: Batatinha na telinha
:: Happy ending: Lindinha
:: Happy ending: Patti Maionese
:: Sad ending: Batatinha
:: Campanha "Cansei de Ser Gato sem Família"
A história da Penélope continua fazendo inveja aos roteiristas de Hollywood (se você pegou o filme começado, clique aqui). Quatro meses depois da castração, ela voltou a entrar no cio! Sim, castrada. Gritava desafinadamente pela casa, se esfregava em tudo que via, batia nos filhotes. A gente esperou 60 dias para excluir a hipótese de problema comportamental e, no último sábado, o ultrassom encontrou um pedacinho remanescente de ovário perto dos rins.
Dá para ser mais sortuda? Dá! Graças a esse mesmo ultrassom, a veterinária também descobriu uma "nevasca" de sedimentos na bexiga da Pretolina, indicando possível infecção, confirmada pelo exame de urina, que poderá ser tratada no início. Pê entrou na faca de novo, com um corte bem maior do que o primeiro, e terá de comer ração especial durante três meses. Mas continua doce e ronronenta, a espera de uma árvore de Natal para chamar de sua.
Update: Pê e os bebês foram castrados com o maior carinho pela Drª. Ana Lúcia, do Pet Land, que fará também o mutirão do Gatoca. Após a gestação, pode ocorrer um aumento do tecido adiposo ao redor dos ovários, mascarando o quadro. A Drª. deixou de almoçar no sábado para reoperar a gatinha no único horário que eu conseguiria levá-la, sem me cobrar um centavo ― incluindo o exame de ultrassom. Eu só escrevi o post para orientar vocês que isso acontece e tem solução. :)
Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:
:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate
:: Bolão e batizado
:: Para matar de ternura
:: A primeira ida ao vet a gente nunca esquece
:: Castração da Sessão da Tarde
:: Família Cartoon em oferta: Lindinha
:: Família Cartoon em oferta: Lilica
:: Família Cartoon em oferta: Pedrita
:: Família Cartoon em oferta: Batatinha
:: Família Cartoon em oferta: Patti Maionese
:: Família Cartoon em oferta: Penélope Charmosa
:: Batatinha na telinha
:: Happy ending: Lindinha
:: Happy ending: Patti Maionese
:: Sad ending: Batatinha
:: Campanha "Cansei de Ser Gato sem Família"
28.11.14
Etiqueta ao bebedouro
Jujuba Pascolato ensina como tomar água com requinte e sofisticação.
P.S.: Os gatos bebem água com a pata para não encostar os bigodes no pote, sabiam? É que eles são cheios de terminações nervosas, que servem para identificar se o bichano consegue caber em determinado lugar ou como estão as condições do ar para caçar aquele insetinho barulhento. Melhor optar pela tigela tamanho GG, de cachorro.
P.S.: Os gatos bebem água com a pata para não encostar os bigodes no pote, sabiam? É que eles são cheios de terminações nervosas, que servem para identificar se o bichano consegue caber em determinado lugar ou como estão as condições do ar para caçar aquele insetinho barulhento. Melhor optar pela tigela tamanho GG, de cachorro.
27.11.14
Chove, dos dois lados da janela
Há 11 anos, a tristeza me pega na curva. Eu acho que vai ser um dia normal e ensopo o tapete de ioga. Ou a cabeça do Mercv. Ou o peito do Leo. Com ela (a dona do sorriso da foto, não a tristeza herdada), muita coisa teria sido mais fácil. E muita coisa não existiria ― como este blog. Mas saudade de mãe não brinca em gangorras de prós e contras. Não bate ponto com intervalo para almoço. Não se preocupa com o que os outros vão pensar.
E hoje eu senti. Sempre pressa. Sem peso.
E hoje eu senti. Sempre pressa. Sem peso.
26.11.14
Água sanitária e animais não combinam
Aposto que a maioria de vocês já ouviu uma história trágica envolvendo água sanitária (ou cândida, alvejante, lixívia, hipoclorito de sódio) e bicho de estimação ― eu vivi uma, sem ter culpa. Quando ingerida, ela pode causar insuficiência respiratória, lesões no esôfago e no estômago, parada cardiorrespiratória e até morte. O que quase ninguém sabe é que basta inalar o produto repetidamente para se intoxicar.
E olha que o focinho dos peludos dá um pau no nosso! Na sequência de fotos abaixo, Guda está "viajando" porque sentiu o cheiro das três gotas de água sanitária que eu misturei ao sabão em pó para lavar um pano de prato encardido. Esse comportamento, com esfregadas e roladinhas, equivale ao êxtase do catnip, só que nada inofensivo. Na dúvida, melhor usar outra coisa. E aproveitem para pendurar na geladeira nosso post sobre primeiros socorros. ;)
E olha que o focinho dos peludos dá um pau no nosso! Na sequência de fotos abaixo, Guda está "viajando" porque sentiu o cheiro das três gotas de água sanitária que eu misturei ao sabão em pó para lavar um pano de prato encardido. Esse comportamento, com esfregadas e roladinhas, equivale ao êxtase do catnip, só que nada inofensivo. Na dúvida, melhor usar outra coisa. E aproveitem para pendurar na geladeira nosso post sobre primeiros socorros. ;)
25.11.14
A arte imita a vida
Nas telas de Gatoca, também existe desigualdade. Bigodes que acumulam brinquedinhos, que roubam comida dos amigos, que não dividem cafuné (muito menos colo), que se recusam a usar o banheiro comunitário, que se esparramam no almofadão com vista para a fonte d'água, enquanto o resto da família mora espremida na periferia.
24.11.14
O segredo do Gatoca
Em 2000, eu larguei o emprego concursado de bancária para realizar o sonho de ser jornalista ― com 9 anos, brincava de apresentar o Jornal Nacional no Polo Norte. Fui escolhida para trabalhar no Terra, época da bolha da internet, pelo texto, porque sequer sabia abrir dois navegadores ao mesmo tempo. "Aprendi" em uma semana a programar, tratar imagens, fazer upload no Cumbuco, o servidor de Porto Alegre. E chorava toda noite no Urubupungá.
Quando a Dani Bertocchi voltou de férias, marcou uma reunião para conversar sobre meu desempenho, segurando uma folha repleta de rabiscos. O coração foi encolhendo a cada comentário. Só me restava pedir demissão ― a empresa merecia alguém que soubesse fazer o serviço. Surpresa, ela me deu este mantra vitalício: "Estou te criticando porque você é boa e pode melhorar. Senão, não perdia meu tempo".
Os anos passaram. E eu segui aprendendo na marra a atuar com periferia em ONG, a entender as leitoras da classe C, a revisar revista de madrugada, a blogar sobre animais, a assentar tijolos, a dizer "não". Era boa e podia sempre melhorar. Quatorze calendários novos depois, Dani me convidou para uma nova parceria. A primeira vez que me pagam para postar no Facebook. :)
Eu levei quatro horas para escolher as dez matérias (trata-se do maior portal feminino do país!), escrever os textinhos e caçar as imagens nos bancos. Precisava fazer bonito. E fiz. Mas sei que ainda posso melhorar.
Quando a Dani Bertocchi voltou de férias, marcou uma reunião para conversar sobre meu desempenho, segurando uma folha repleta de rabiscos. O coração foi encolhendo a cada comentário. Só me restava pedir demissão ― a empresa merecia alguém que soubesse fazer o serviço. Surpresa, ela me deu este mantra vitalício: "Estou te criticando porque você é boa e pode melhorar. Senão, não perdia meu tempo".
Os anos passaram. E eu segui aprendendo na marra a atuar com periferia em ONG, a entender as leitoras da classe C, a revisar revista de madrugada, a blogar sobre animais, a assentar tijolos, a dizer "não". Era boa e podia sempre melhorar. Quatorze calendários novos depois, Dani me convidou para uma nova parceria. A primeira vez que me pagam para postar no Facebook. :)
Eu levei quatro horas para escolher as dez matérias (trata-se do maior portal feminino do país!), escrever os textinhos e caçar as imagens nos bancos. Precisava fazer bonito. E fiz. Mas sei que ainda posso melhorar.
21.11.14
Unidos por um bisturi - capítulo 4
O que Nenê, Simba, Sansão, Tom e Maru têm em comum ― além dos bigodes e de morarem em bairros humildes? Eles deixaram de multiplicar o sofrimento nas ruas. Por causa do projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas (e da Natali Souza :*), a Gatto de Botas doou cinco castrações ao Gatoca, feitas com anestesia inalatória.
O atendimento dos bichanos, aliás, foi inteiro VIP (ou seria VIC?). Quando a tigradinha começou a se debater na caixa de transporte, as meninas lhe arrumaram um quarto na internação com cafunés. E eu devolvi a moça de antibiótico comprado, para os R$ 37 não saírem das necessidades básicas ― nem o pós-operatório terminar em tragédia.
Tata adotou o primeiro gato do meu bairro, para caçar ratos. E se apaixonou. Os vizinhos gostaram da ideia e acabaram amolecendo também. As esquinas do mundo escondem histórias incríveis. E pessoas também.
*fim*
Capítulo anterior: Unidos por um bisturi – parte 3
O atendimento dos bichanos, aliás, foi inteiro VIP (ou seria VIC?). Quando a tigradinha começou a se debater na caixa de transporte, as meninas lhe arrumaram um quarto na internação com cafunés. E eu devolvi a moça de antibiótico comprado, para os R$ 37 não saírem das necessidades básicas ― nem o pós-operatório terminar em tragédia.
Tata adotou o primeiro gato do meu bairro, para caçar ratos. E se apaixonou. Os vizinhos gostaram da ideia e acabaram amolecendo também. As esquinas do mundo escondem histórias incríveis. E pessoas também.
*fim*
Capítulo anterior: Unidos por um bisturi – parte 3
20.11.14
Unidos por um bisturi - capítulo 3
Existe gente que troca presente mesmo tendo servido, que repassa para outra pessoa sem nem tirar da embalagem, que esquece o embrulho de fita colorida no bar. E existe gente que não se importa se o "presente" for uma vida. Dona Maria acabou sobrando com o Tom porque a neta não quis mais o brinquedo ― nem só para preparar bolos e contar histórias servem as avós.
E já tinha resgatado o Maru, abandonado no lixo (sempre dá para piorar, né?). Quem me colocou em contato com a humana e os bichanos, que moram em um bairro igualmente pobre de Santo André, foi a Carol, mãe do Ganglere. Enquanto a gente conversava, eu não fazia ideia de que os animais adotados é que haviam salvo sua tutora de um câncer de mama.
*continua*
Capítulo anterior: Unidos por um bisturi – parte 2
E já tinha resgatado o Maru, abandonado no lixo (sempre dá para piorar, né?). Quem me colocou em contato com a humana e os bichanos, que moram em um bairro igualmente pobre de Santo André, foi a Carol, mãe do Ganglere. Enquanto a gente conversava, eu não fazia ideia de que os animais adotados é que haviam salvo sua tutora de um câncer de mama.
*continua*
Capítulo anterior: Unidos por um bisturi – parte 2
19.11.14
Unidos por um bisturi - capítulo 2
Simba não é amarelo. E de leão também não tem nada. Diferente da maioria dos gatos aqui do bairro, não quer saber de sair de casa. Passa a maior parte do tempo meditando na fruteira de três prateleiras, prática que destoa de sua forma esbelta. Foi presente do namorado da Renata, mãe da Nenê, para Tata, sua tia. As duas moram no mesmo terreno, com outra parente. Eu sempre confundo as campainhas.
Sansão não puxou o irmão adotivo. Adora uma rua. E uma boa briga. Vira e mexe aparece com a cabeça machucada e unhas enfiadas pelo corpo. Certa vez, tomou uma paulada de gente que quase encerrou sua carreira. Tata não tinha dinheiro para levá-lo ao veterinário e tratou o estrago quase que xamanicamente. A história do peludo começou em Ribeirão Pires, quando sua mãe resolveu dar cria dentro do carro da família.
*continua*
Capítulo anterior: Unidos por um bisturi - parte 1
Sansão não puxou o irmão adotivo. Adora uma rua. E uma boa briga. Vira e mexe aparece com a cabeça machucada e unhas enfiadas pelo corpo. Certa vez, tomou uma paulada de gente que quase encerrou sua carreira. Tata não tinha dinheiro para levá-lo ao veterinário e tratou o estrago quase que xamanicamente. A história do peludo começou em Ribeirão Pires, quando sua mãe resolveu dar cria dentro do carro da família.
*continua*
Capítulo anterior: Unidos por um bisturi - parte 1
18.11.14
Unidos por um bisturi - capítulo 1
Antes de completar 4 meses, Julie virou Nenê. E engravidou (mas isso a gente ainda não sabe). Renata, apesar de já ter tido um gato assassinado pelos vizinhos, alega ser impossível prender a tigradinha em casa. E só não ficou sem ela também porque um casal que trocou a privacidade do cinema para namorar na rua de madrugada me avisou sobre a existência da tutora ― eu contei a primeira parte dessa história, lembram?
Nenê consegue superar o Sparky e o Lázaro em grudice. Saiu do terreno em obras aqui do bairro para fazer uma sucessão de poses engraçadas no meu colo, enquanto ronronava como se estivesse dentro de um megafone. E não custou a arrancar um sorriso do policial à paisana que tomava conta do trator ― sim, há pessoas que roubam tratores.
*continua*
Nenê consegue superar o Sparky e o Lázaro em grudice. Saiu do terreno em obras aqui do bairro para fazer uma sucessão de poses engraçadas no meu colo, enquanto ronronava como se estivesse dentro de um megafone. E não custou a arrancar um sorriso do policial à paisana que tomava conta do trator ― sim, há pessoas que roubam tratores.
*continua*
17.11.14
Dexter, um milagre e duas rosquinhas para viagem
O cenário era de sacrifício animal: sangue esguichado ao lado do arranhador, portas respingadas, borrões vermelhos espalhados por toda a sala. Mas os bigodes me receberam animados e limparam os potes de café da manhã. Com o coração na boca, eu olhei cada pata, cada orelha, cada nariz, cada rabo, cada caixa de areia. Nenhum sinal de tragédia, exceto pela cabeça do Simba, que ostentava outra daquelas feridinhas que levaram dez caixas de remédio para desaparecer.
Em vez de continuar tratando a infecção de pele bacteriana, Dr. N. preferiu investir no corticoide, para levantar a imunidade. E receitou uma pomada humana antifúngica e anti-inflamatória, porque pegaria mal prescrever um Pai-Nosso e três Ave-Marias. Eu aproveitei e pedi um check-up do loiro, incluindo hemograma e função renal, pois 11 anos merecem ― e no R&K a gente ganha 30% de desconto.
Ele voltou para casa do avesso e Gatoca agora tem mais um mistério sanguinolento insolúvel.
Em vez de continuar tratando a infecção de pele bacteriana, Dr. N. preferiu investir no corticoide, para levantar a imunidade. E receitou uma pomada humana antifúngica e anti-inflamatória, porque pegaria mal prescrever um Pai-Nosso e três Ave-Marias. Eu aproveitei e pedi um check-up do loiro, incluindo hemograma e função renal, pois 11 anos merecem ― e no R&K a gente ganha 30% de desconto.
Ele voltou para casa do avesso e Gatoca agora tem mais um mistério sanguinolento insolúvel.
14.11.14
Despedida sem abraço
Cinco pessoas sabem o número do meu telefone fixo. Quando ele toca, o coração vem à boca. Hoje, a profecia se confirmou: meu avô morreu. Seu Domenico sempre foi um cara duro, de poucos afagos ― nós nem temos fotos juntos. Brigava com meu pai de voz grave, obrigava minha avó a cozinhar banquetes com ingredientes em promoção, ceava antes de todo mundo no Natal, trocava os canais da TV até não sobrar ninguém na sala.
Na única visita que me fez, ainda na casa antiga, contou, rodeado pelos bigodes, que seu avô serviu o gato da família no almoço e depois apareceu com a cabeça, para o horror das crianças. Sensibilidade não era seu forte. Quando chegou minha vez de retribuir, na UTI, de barba por fazer, ossos à mostra e sem o sorriso de resina, não o reconheci. A fortaleza impenetrável havia virado fragilidade. Não se mexia, não falava, respirava por fios, mas chorou assim que toquei seu peito.
Uma lágrima comprida, sem começo nem fim. Pedido de desculpas e vale-afeto. Para uma próxima vez.
Na única visita que me fez, ainda na casa antiga, contou, rodeado pelos bigodes, que seu avô serviu o gato da família no almoço e depois apareceu com a cabeça, para o horror das crianças. Sensibilidade não era seu forte. Quando chegou minha vez de retribuir, na UTI, de barba por fazer, ossos à mostra e sem o sorriso de resina, não o reconheci. A fortaleza impenetrável havia virado fragilidade. Não se mexia, não falava, respirava por fios, mas chorou assim que toquei seu peito.
Uma lágrima comprida, sem começo nem fim. Pedido de desculpas e vale-afeto. Para uma próxima vez.
Registro querido do primo Rafael Levi
13.11.14
7 perguntas e respostas sobre prisão de ventre
Cães e gatos também ficam com o intestino preso ― e não só por ansiedade, estresse ou depressão. Saiba o que fazer para dar uma forcinha
1. O que causa prisão de ventre?
Há várias explicações para que o animal tenha dificuldade de evacuar. Bigodes e focinhos são capazes de engolir coisas que a gente nem imagina, como pedras, chupetas, bolinhas de borracha, prendedores de roupas e partes de brinquedos. Esses objetos podem obstruir o intestino, assim como as clássicas bolas de pelos e até alguns tipos de medicamentos. Existe ainda o risco de as fezes grudarem na região anal de um bicho mais peludo, formando um "tampão" que impedirá futuras idas ao banheiro. Mas a principal vilã da prisão de ventre é a alimentação inadequada.
2. Como identificar os sintomas?
Um animal com dor ou cólica intestinal certamente se comportará de forma diferente, deixando claro que tem algo errado. Se ele tentar fazer cocô sem sucesso, a suspeita de prisão de ventre estará confirmada.
3. Há risco de morte?
Nos casos mais graves, sim. Se um objeto perfura a parede do intestino, por exemplo, causará uma infecção generalizada na barriga, matando em pouco tempo.
4. Qual é o tratamento mais adequado?
Algumas vezes, um simples laxante dá conta do recado. Outras, necessita-se de remédio para dissipar os gases. Há situações que só a cirurgia resolve.
5. Existem soluções caseiras?
Mel, mamão, aveia, azeite, óleo mineral, chá e outros alimentos que soltam o intestino de crianças também podem ser usados com cães e gatos.
6. Como evitar?
Oferecendo uma dieta equilibrada de fibras, proteínas, gorduras e carboidratos. É por isso que muita gente opta pelas boas marcas de ração. Elas concentram tudo o que os peludos precisam e na quantidade certa, poupando a barriga dos donos de passar horas no fogão.
7. Quantas vezes por dia o animal deve evacuar?
Depende da qualidade do alimento ― alguns bichos fazem até quatro cocôs por dia! Quanto mais ruinzinha for a ração, mais eles terão de comer para se sentirem saciados. E maior será o volume de fezes.
FONTE: Nivaldo Albolea, veterinário
* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.
1. O que causa prisão de ventre?
Há várias explicações para que o animal tenha dificuldade de evacuar. Bigodes e focinhos são capazes de engolir coisas que a gente nem imagina, como pedras, chupetas, bolinhas de borracha, prendedores de roupas e partes de brinquedos. Esses objetos podem obstruir o intestino, assim como as clássicas bolas de pelos e até alguns tipos de medicamentos. Existe ainda o risco de as fezes grudarem na região anal de um bicho mais peludo, formando um "tampão" que impedirá futuras idas ao banheiro. Mas a principal vilã da prisão de ventre é a alimentação inadequada.
2. Como identificar os sintomas?
Um animal com dor ou cólica intestinal certamente se comportará de forma diferente, deixando claro que tem algo errado. Se ele tentar fazer cocô sem sucesso, a suspeita de prisão de ventre estará confirmada.
3. Há risco de morte?
Nos casos mais graves, sim. Se um objeto perfura a parede do intestino, por exemplo, causará uma infecção generalizada na barriga, matando em pouco tempo.
4. Qual é o tratamento mais adequado?
Algumas vezes, um simples laxante dá conta do recado. Outras, necessita-se de remédio para dissipar os gases. Há situações que só a cirurgia resolve.
5. Existem soluções caseiras?
Mel, mamão, aveia, azeite, óleo mineral, chá e outros alimentos que soltam o intestino de crianças também podem ser usados com cães e gatos.
6. Como evitar?
Oferecendo uma dieta equilibrada de fibras, proteínas, gorduras e carboidratos. É por isso que muita gente opta pelas boas marcas de ração. Elas concentram tudo o que os peludos precisam e na quantidade certa, poupando a barriga dos donos de passar horas no fogão.
7. Quantas vezes por dia o animal deve evacuar?
Depende da qualidade do alimento ― alguns bichos fazem até quatro cocôs por dia! Quanto mais ruinzinha for a ração, mais eles terão de comer para se sentirem saciados. E maior será o volume de fezes.
FONTE: Nivaldo Albolea, veterinário
* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.
12.11.14
Bailado jornalístico
Trabalhar com gatos é aprender a valsar. Você desliza a cadeira para um lado, eles acompanham. Desliza para o outro, eles se reposicionam. E, na frente do monitor, sempre tem um rabo, corpo, cabeça. As criaturas ainda conseguem dormir assim, só para não abandonar o salão.
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