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10.8.15

Oitavo aniversário do Gatoca

Vocês têm noção de quantos números cabem em oito anos? 1.028 postagens, 8.616 comentários, 2.953 curtidas no Facebook, 105 bichos socorridos, 25 parceiros, R$ 21.110 financiados coletivamente (R$ 3.000 doados pelo Wings For Change), 240 apoiadores, 51 cães e gatos castrados em mutirão.

São milhares de motivos para comemorar (obrigada! ♥). E outros milhares para continuar a educar, conscientizar e mobilizar corações de pudim. A festa ocorrerá no Genésio, dia 15 agora, a partir das 17h. E a sequência do projeto depende de vocês: com R$ 0,33 centavos por dia, muitas vidas podem ser reescritas.

Participem do Clube do Gatoca na Kickante!

Tornem-se coautores de um mundo melhor.



Festinhas anteriores: 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

7.8.15

Desfecho frustrante

Para a maioria dos moradores que caminham por esta viela no DER, o casebre da foto é uma construção comum: pequena, escura, em eterna reforma. Na janela aparentemente vazia, porém, a impotência me encara. Johnny Depp, o gatinho que sempre sentava ao lado da caixa de transporte esperando ter chegado sua vez de ganhar uma família bacana, acabou doado para a vizinha.


Filhote carinhoso e brincalhão, ele agora passa os dias enquadrado nesta moldura solitária, sem os irmãozinhos nem um ser humano sequer para acariciar-lhe as orelhas ― Silvana trabalha fora até tarde e jura que o tigrinho castrado no mutirão do Gatoca é fêmea.

Nós perdemos o timing. Ele, o happy ending.


P.S.: Dois bigodinhos ainda podem ter um final feliz. Escolham um dos cartazes da campanha e divulguem para os amigos. :)


Leiam também:

:: Panfletagem por uma causa nobre
:: Inscrição em três etapas - parte 1
:: Inscrição em três etapas - partes 2 e 3
:: Protetor é quem cuida
:: Mutirão de castração é para os fortes
:: Se há uma chance, Gatoca é a favor
:: Da favela para Hollywood!
:: Mutirão de castração é para os fortes - parte 2
:: O primeiro de nove!
:: Sementes
:: Adoção platônica
:: Adoção Gremlin
:: Quase famosos
:: Ossos e um coração partidos
:: Felicidade que nunca chega
:: Descanso merecido
:: Para bater recordes de bilheteria!
:: A arte de enxugar gelo
:: Quando a coisa fica preta
:: Refilmagem
:: Os últimos de nove
:: Favela com emoção
:: Conscientização: o trabalho por trás dos holofotes
:: Ossos e um coração colados
:: NeverEnding Story
:: De Hollywood para o Japão
:: De Hollywood para os palcos
:: Halloween da sorte 2015
:: De Richard Gere para os braços do Pepê
:: Black Friday fracassada

5.8.15

Abraço em forma de bytes

No conforto de sua casa, Itacira Ossiama lembrou que os gatinhos do DER dormem no chão de cimento (quando não tomam chuva nas vielas de terra batida da favela) e comprou estas cobertinhas. Elas não resolvem o problema do abandono na cidade. Mas deixaram sete vidas mais macias ― onde cabe um filhote, espremem-se dois. Ou três, quatro...


Do outro lado do planeta, Rosana Russo lembrou desta jornalista coração de pudim e arrumou um espaço na mala para os mimos japoneses da foto. Eles não mudam nossa relação desumana com os animais. Mas me animaram a continuar ensinando, conscientizando e inspirando quem tropeça neste blog a melhorar o mundo.


Cada comentário de vocês faz diferença. :)

31.7.15

Miados personalizados

Gritos na sala.

― É o Mercvrivs atazanando a Clara.
― Como você sabe?
― Pelo tom, volume e duração. Pode ir lá olhar. Ela deve estar escondida em algum buraco, enquanto ele se esfrega em tudo que vê pela frente.

Namorado vai incrédulo, pega a gata atrás do pote GG de ração, o valentão lustrando os pés da mesa com as bochechas e volta como se tivesse testemunhado a divisão do Mar Vermelho. Sim, há quem pergunte se eu decoro o NOME de todos os bigodes.

29.7.15

Quando a coisa fica preta

Teve anemia severa, infecção, hepatose. Depois, teve traqueíte. Agora, tem gânglio inchado no pescoço. O que não tem é dinheiro infinito para dar conta de todas as demandas da favela ― vocês verão abaixo que eu não me refiro somente à Pretinha. No post anterior, fiz uma brincadeira, porque não peço ajuda para meus gatos. Neste, escrevo sério.

Não posso pagar o carinho com que Fernanda cuida da bichana enquanto não chega sua família de comercial de margarina. Mas preciso reembolsar os R$ 377,91 gastos com a veterinária, os exames (ultrassom de abdome, citologia, hemograma e função hepática) e os remédios (antibiótico, corticoide e complexo B) ― a inflamação do gânglio é sequela do combo anemia + infecção + hepatose.


Também quero tratar a sósia da pretolina, que continua no barraco sem janelas, perdeu os bebês na castração e agora está com sarna. A epopeia durará, pelo menos, três meses e cada pipeta do medicamento custa R$ 50. Seria mais fácil trocar de celular e sumir no mundo, sim. Se fizesse isso, porém, a gente não compartilharia a felicidade de ter tirado mais um filhote dessa vida no domingo (coming soon).

O projeto funciona. Só precisa de vocês: doacoes@gatoca.com.br. :)



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24.7.15

Comunicado aos donos da bufunfa

Caros investidores-anjos,

Favor depositarem um salário na minha conta para medicar o Simba este mês. São sete doses de homeopatia de manhã, em intervalos de dez minutos, sete à noite e mais 50 ml de soro caseiro durante a tarde, divididos em cinco horas. O tempo do banheiro eu usei com o Mercv, que está enciumadíssimo.

Retribuo com mais posts divertidos, educativos e inspiradores.

Grata!

P.S.: A cara de ameaça do Simba foi só coincidência.

22.7.15

A arte de enxugar gelo

Por falta de um mutirão de castração, nós realizamos dois no DER: um em fevereiro deste ano e outro em março, para poder operar os filhotes da dona Ermínia e o cachorro fujão (as histórias estão nos links). Cinquenta animais não fazem cócegas nas carências da favela, mas a vida das famílias beneficiadas e de seus amigos quadrúpedes haveria de melhorar.

Assim pensava esta jornalista em processo de "otimismização", até descobrir que uma das gatas do barraco tinha sobrado sem castrar ― nem os tutores sabem quantos bichanos dormem na sala sem janela. Toca conseguir um veterinário perto e barato, carona para o leva e traz, e um cantinho seguro para o pós de cinco dias.

A pretolina estava grávida. Quatro bebês deixaram de ganhar cafuné nas orelhas, ratinhos para estraçalhar, pestiscos de fim de semana. Quatro bebês jamais sentirão fome, frio, medo do ser humano.



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15.7.15

Metro quadrado supervalorizado

No inverno, vale tudo para conseguir um lugarzinho ao sol: passar a tarde no banheiro, dividir o telhado da caixa de areia com o desafeto, ser abençoado a cada enxugada de mãos.


10.7.15

Procura-se um terceiro coração de pudim!

No terminal de carga da João Dias, caixas de tamanhos variados ganham o mundo. E bigodes desesperados perdem os seus. A quilômetros de distância do sofá quentinho e dos potes de comida que se enchem sozinhos, eles perambulam sem destino, enxotados pelos mal-humorados e invisíveis para todos os outros.

Saulo Fonseca sabe combinar cores, trabalhar luz e sombra, brincar com volume. Quando a infância ficou para trás, resolveu trocar os pinceis de arte pelos de maquiagem. E começou a pintar mulheres. Por suas mãos passaram modelos de passarela, capas de revista, comerciais de televisão. E atrizes. E esta jornalista que não diferenciava base de pó.


Para agradecer os olhos esfumaçados (e a aula particular de makeup), eu caprichei na sessão de fotos do Fumacinha, seu temporário resgatado do terminal de cargas da João Dias. São 4 meses de puro dengo, prontinhos para embelezar sua casa. E ronronar no colo, segunda coisa que o pequeno mais gosta de fazer ― a primeira é roubar petiscos.










8.7.15

Conversa gastronômica com a vet

― Limpei um cocô-sopa na caixa de areia dos bigodes. Vale exame de fezes?
― Vale, mas não pode ser empanado.
― Cavoco o recheio, então?
― Sim.

O chef responsável pela obra foi o Simba, que tomou sete dias de antibiótico e vai encarar mais algumas semanas de corticoide, por suspeita de doença inflamatória intestinal. :\


3.7.15

Para bater recordes de bilheteria!

Atualizado em 7 de agosto de 2015

Os bebês hollywoodianos já estrelaram cinco posts deste blog. Vocês lembram que o longa deles começou na segunda parte do mutirão de castração do Gatoca, realizada em março deste ano, né? Em abril, veio a primeira sessão de flashes, que rendeu happy endings para três pequenos: Will Smith, Halle Berry e Catherine Zeta-Jones.

Com as brechas de fuga no barraco em que moram, Scarlett Johansson logo desapareceu. Brad Pitt quebrou o fêmur e a bacia ― a história de como ele ganhou uma família de filme ainda está em produção. Johnny Depp virou prisioneiro de janela. E Benedict Cumberbatch quase se transformou em brinquedo de criança.

Para evitar que Julia Roberts e o branquelo tenham um final decadente, Gatoca lança a campanha (com arte do Leo Eichinger):










Escolham um dos cartazes acima e espalhem para os amigos! Os astros felinos completaram cinco meses e já estão castrados ― tem mais fotos no álbum do Facebook. Declarações de amor por e-mail: contato@gatoca.com.br. :)


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29.6.15

Oitavo quase-aniversário do Gatoca

Gatoca tem sua própria quaresma! Mas nenhum peixe morre no final. Trata-se do período entre a criação do layout deste blog e a coragem de publicar o primeiro post ― sim, 40 dias com dois de bônus, porque a vergonha era grande. Nos anos seguintes (já se passaram oito!), eu acostumei a escrever com bundas no caminho do mouse, desfilando em frente ao monitor, apertando teclas aleatórias.

E essa habilidade precisa ser comemorada! Preparem-se para trocar abraços apertados em agosto! :)



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26.6.15

Valores invertidos

Você senta no computador para trabalhar, depois de duas horas e meia de congestionamento e um retrovisor estourado por motoboy, e começa a ouvir um miado distante. Parece o mesmo da manhã, que fingiu vir do vizinho. O miado fica mais alto. Nenhuma boca de Gatoca se mexe. Você foca nos e-mails atrasados. O miado vira sessão de tortura. Você sai correndo de pijama, sachê e celular, preparada para a tragédia.

Uma das moças que cadastrou o gatinho no mutirão de castração do projeto e não apareceu porque sentiu pena chora copiosamente na calçada. Preso no telhado de uma casa antiga por três dias, o peludo é puro desespero. Perdeu 200 quilos, ganhou uma coleção de arranhões e podia ter morrido envenenado, atropelado, atacado por outros animais. Quando pergunto por que não seguiu meu conselho de impedir o acesso à rua, a resposta se repete: pena.

22.6.15

Sol na laje

Este mês, eu me senti saltando entre as prateleiras de drama, aventura e autoajuda da vida real. Teve gato quebrado, gata desalojada, parada em posto de gasolina desativado, tarde da noite, para limpar caixa de transporte batizada. E adoção, lar temporário, mensagens de carinho, doações para o Gatoca continuar ensinando, mobilizando corações de pudim, transformando o mundo.

A ecobag está cheia de histórias atrasadas para contar. Mas hoje vou aproveitar para descansar a vista e curtir o solzinho com a Keka.

19.6.15

Descanso merecido

No intervalo de 11 dias, Pretinha morou em um barraco de favela, um apartamento bacana no Morumbi Sul e uma gaiolinha de veterinário. Fez rodízio de ração, com direito a sapo morto. E passeou de carro para cima e para baixo, como turista. Faltava um cantinho para ficar em paz, sarar da diarreia causada pela lambança gastronômica, ser amada, ainda que temporariamente.

Isabela Lula ofereceu sua casa na Lapa, mesmo com a grana apertada e a vacina dos bigodes atrasada. Cristiane Conti convenceu o Saulo Fonseca, que já hospedava uma ninhadinha na Bela Vista. E, nos 45 do segundo tempo, Fernanda Abreu enviou o e-mail salvador da Pompeia ― o que é limpar uma caixa de areia a mais para quem aplica insulina no gato da vizinha?

Às 21h da quarta-feira, lá estávamos nós no trecho mais escuro da Avenida do Estado, com cocô mole por todos os lados. (Obrigada, Beneficência Portuguesa, pelo pacote extra de lenços umedecidos! E, caminhoneiros simpáticos, por permitirem que continuássemos com nossos rins.)

Este beijo valeu cada segundo de angústia das últimas horas.


E, sob os ouvidos curiosos de Demonho, um pretolino de 8 meses, e Muchu, uma sialata tigrada (!) de 9 anos, a peluda ronronou aliviada ― se eu soubesse ronronar, teria acompanhado.



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