E nem sabia da tal da piracema, período de reprodução, que vai de novembro até o fim de fevereiro, em que a pesca no país fica ainda mais restrita. Sim, liguei para a Polícia Ambiental de Sorocaba ― se alguém precisar: (15) 3238-2050. E o Soldado Rafael prometeu intensificar a fiscalização.
Antes de saírem fugidos em suas bicicletas, os meninos tentaram argumentar que o peixe, já colocado na sacola, havia morrido. Mirei no mais novo e apelei: "Você pode ser melhor do que isso". O mais velho riu. Riu da minha cara. Quem me conhece já imagina a cena seguinte: tomei a sacola, desci o barranco rezando para, caso existisse um Deus, que me poupasse do desfecho aquático e soltei o animal, que saiu nadando lindamente.
Duas mulheres, que nada tinham a ver com a história, comentaram que crueldade era deixar o outros passarem fome. Passar fome? Com todos os grãos, legumes, leguminosas, verduras e frutas existentes?
TOMA VERGONHA NA CARA, HUMANIDADE!
E aqui entra o veganismo lá do título. Todo mundo é livre para comer o que quiser. Mas assumam suas escolhas. Eu fui vegetariana durante nove anos e meio, metade deles, pelo menos, sabendo que minha sobremesa favorita rendia uma vida miserável para vacas e bezerros. E, em vez de ficar arrumando desculpas, batalhei até que a causa ganhasse do prazer.
Em tempos de pós-verdade, a gente precisa, urgentemente, voltar a chamar as coisas pelo nome. E confesso a vocês: não existe experiência gastronômica mais frustrante do que pudim vegano.
Jujuba, nossa vaquinha, porque eu não ia fazer book do peixe morrendo, né?