Tudo começou com um cafuné tarde da noite, na Vila Mariana. Tina seguiu Gabi animada até o apartamento e cruzou a porta de entrada como se fosse de casa. Gabi é filha da Lilian, a chefe que me suportou com 18 anos e, mesmo morando em Santos, continuou presente. Eu a vi crescer, comemorei a aprovação na USP e fiquei surpresa quando ela me escreveu contando da cadelinha.
Sem pensar meia vez, ofereci uma carona até a praia, onde a peluda teria mais chance de adoção, porque os imóveis ainda escondem quintais. Entre o almoço comemorativo do seu Domênico e o encontro das amigas de escola, busquei as duas (e o Thomas, colega de quarto da Gabi) em São Paulo, ganhei um vômito no vestido, blusa e carro, e entreguei todo mundo no Gonzaga.
Tina sorria para a gente o tempo inteiro, como se agradecesse, sem saber que, a cada vida salva, nós levamos muito mais do que damos.
E o final já foi de comercial de margarina, porque Capitu, a labradora bebezona da Lilian, adorou ter uma parceira de brincadeira e a pequena acabou ficando por lá mesmo. :)